O objetivo do presente trabalho foi entender como os fatores abióticos (temperatura e umidade) podem influenciar a criação de meliponíneos, nas condições climáticas de Joinville. Esse trabalho foi realizado na Casa de Abelhas, localizado no Jardim Botânico da Univille. Foram utilizadas 3 colônias de Melipona bicolor schenki, denominada popularmente guaraipo, instaladas em caixas tipo Sakagami. As amostragens ocorreram 1 vez por semana, do início ao fim da atividade das abelhas, ao longo de 12 meses. Na entrada e na saída de cada colônia, foram contabilizadas, durante 10 minutos a cada hora, as abelhas que saem com detritos ou sem nada, e as que entram com pólen, resina, barro, sem carga e com abdome dilatado, podendo isto ser néctar e/ ou água. Antes de cada contagem, foram registradas a temperatura e a umidade relativa do ambiente. Foi realizado um total de 189 horas de amostragem. Foi verificado que a atividade iniciou mais tarde no outono e no inverno (06:34 e 06:15) enquanto que na primavera e no verão foi às 04:48 e 04:55. A atividade finalizou mais tarde na primavera e no verão (19:15 e 18:54) enquanto que no outono e no inverno foi às 18:02 e 18:00. Assim, na primavera, as abelhas voaram durante 14 horas, no verão 13 horas e, no outono e inverno, 12 horas. Os limiares de temperatura para início de atividade foram maiores na primavera e verão (19 e 16 oC) do que no outono e no inverno (12 e 14oC). Os limiares de umidade relativa para início de atividade foram menores na primavera e no outono (40 e 31 %) do que no verão e no inverno (47 e 47%). A correlação da atividade externa com os fatores abióticos (Pearson) está sendo realizada. Em todas as estações, a maior coleta foi de néctar e/ou água, seguida da de pólen, resultado este, esperado. Os resultados até aqui obtidos se mostraram condizentes com a literatura, com certas exceções, por exemplo: a coleta de pólen ser maior nas primeiras horas da manhã, para as estações verão e inverno os resultados se mostraram diferentes. Agradecimentos à bolsa do Artigo 171 para a realização do projeto e também ao meliponicultor, Senhor Antônio Carlos Xavier, por emprestar uma de suas colônias para a realização do projeto.