Introdução: O estresse oxidativo possui um papel relevante na gênese e no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, especialmente doenças arteriais ateroscleróticas, onde há o estabelecimento de um processo inflamatório em conjunto com remodelamento de artérias coronárias. Contudo, a prática de exercícios físicos tem demonstrado ser uma estratégia terapêutica que contribui para a redução da mortalidade de pacientes acometidos por doenças cardiovasculares, intensificando a proteção antioxidante. Tendo em vista o alto risco de recorrência de síndromes coronarianas agudas, medidas adicionais às farmacológicas são estudadas no sentido de serem adotadas após a alta hospitalar do paciente, sendo a reabilitação cardiovascular uma delas. Objetivo: Avaliar o estado redox de pacientes que sofreram síndrome coronariana aguda (SCA) após participação em um programa de reabilitação cardiovascular. Métodos: Trata-se de um estudo observacional prospectivo, em que 49 pacientes foram selecionados para o estudo, todos atendidos na clínica de reabilitação cardiovascular e metabólica do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (HRHDS) e no programa de reabilitação cardiovascular e metabólica da UNIVILLE. Os pacientes foram avaliados em três momentos: Período intra-hospitalar (T1); após participação na fase 2 (T2) e após participação na fase 3 (T3). Para avaliação do estado redox dos pacientes, amostras de sangue foram coletadas e determinou-se os níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBA-RS), conteúdo total de sulfidrilas e proteínas carboniladas e a atividade das enzimas antioxidantes catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GSH-Px). Resultados: Observou-se aumento significativo no conteúdo total de sulfidrilas, iniciando em T1 para T2 e posteriormente para T3. Apesar do aumento nos níveis de TBA-RS e conteúdo total de proteínas carboniladas entre T1 e T2, quando comparado T1 com T3, houve redução significativa nos níveis de TBA-RS e no conteúdo total de proteínas carboniladas. Quanto às enzimas CAT e SOD, o aumento foi significativo de T2 para T3, enquanto que na atividade da GSH-Px, houve mudança significativa entre T1 e T2. Conclusões: Os dados sugerem que o programa de Reabilitação Cardiovascular e Metabólica pode melhorar o estado redox de pacientes que desenvolvem SCA, reduzindo possivelmente a inflamação, os distúrbios endoteliais e o risco de recorrência de eventos coronarianos agudos, como o infarto agudo do miocárdio.