7ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA -SUCST

De 25/11/2020 à 03/12/2020

Comunicação inclusiva: O olhar do imigrante haitiano na construção de conteúdo em redes sociais

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Comunicação inclusiva, imigrantes, haitianos

Construído colaborativamente, o projeto visa continuar as pesquisas realizadas com imigrantes haitianos e como seus atos comunicacionais podem contribuir para sua inclusão em Joinville, que ao longo dos anos vem se tornando um município de muitas cores, nacionalidades e envolvida em processos de tensões culturais e raciais. Os dados fornecidos pelo Núcleo de Migração da Polícia Federal de Joinville, em abril de 2020, uma tabela com o registro sobre os haitianos na cidade, onde informava: a) de 2007 a abril de 2020 foram atendidos 3.991 imigrantes haitianos; b) a maior incidência era em 2016 com o número de 1.399; c) 2.493 do sexo masculino e 1.498 do feminino. Buscando entrevistar e analisar os atos comunicacionais realizados pelos imigrantes haitianos que são acadêmicos da Univille, foi desenvolvido o projeto de pesquisa, já aprovado pelo Comitê de Ética – com a abordagem qualitativa, do tipo bibliográfica, e quantitativa por intermédio da análise das redes sociais utilizadas pelos imigrantes e entrevistas pré-estruturadas. As informações foram repassadas pela Central de Relacionamento com o Estudante da universidade, com oito acadêmicos haitianos matriculados e pôde-se entrevistar seis, pois de uma pessoa não foi possível localizar meio de contato, e a outra não havia iniciado os estudos. As entrevistas realizadas ainda estão em processo de análise, mas notou-se que os entrevistados tinham opiniões diferentes – por serem indivíduos com criações, experiências e constituições pessoais diversas. Alguns encontraram dificuldades ao ingressar e permanecer no ensino superior, outros iniciaram com facilidade por terem parentes estabelecidos no país e, também tiveram os que ingressaram primeiramente no ensino médio ao chegar no Brasil. Todos citaram como o Estado Brasileiro possui muitas oportunidades de estudos, em dissemelhança com o Haiti. Eles utilizavam as redes sociais em francês, crioulo e português e as principais plataformas eram o Facebook, Instagram e Whatsapp. As plataformas não haviam sido utilizadas para repassar informações a outros imigrantes sobre seus direitos no Brasil e não realizavam desabafos em redes pessoais em modo público, apenas em conversas privadas. Houve falas que demonstravam resiliência e o cuidado para não ofender os brasileiros. Notou-se pouca interação de grupos haitianos organizados ou institucionalizados que apresentem notícias, informações ou discursos criados por imigrantes haitianos. Não se têm o conhecimento se a ausência ocorre de modo intencional, por desconhecimento ou se ficam relegadas aos perfis pessoais ocupados pelos imigrantes.

ISSN: 1808-1665