7ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA -SUCST

De 25/11/2020 à 03/12/2020

Corpo como Patrimônio: A Produção de um Arquivo Impalpável

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio, Corpo, Arquivo Impalpável

Com o intuito de refletir a respeito do diálogo existente entre um corpo arquivo e os processos de corporificação da dança, buscamos por meio deste trabalho analisar a artificação do corpo sem órgãos, conceito este que é cunhado por Artaud (1983) e as experimentações de um corpo enquanto campo de forças e, consequentemente, passível de atravessamentos. Deste modo, a partir do conceito tradicional de arquivo, esta pesquisa tem como intuito refletir sobre o que não é palpável e quais os limites existentes no que tange a musealização da dança. Todavia, é possível identificar um imbricamento entre a salvaguarda de um patrimônio possível que está inscrito nos corpos em movimento dos bailarinos e os processos de artificação no espaço museológico? Assim, é a partir de questionamentos como esse que esta pesquisa busca pensar acerca do modo como o corpo do bailarino Butô que se torna um arquivo de memórias no qual invertem signos que são atravessados por palavras. Contudo, o bailarino Butô pode ser visto como uma concha vazia que vai sendo atravessada por palavras, que abrem espaço para dialogar com a pluralidade de seu mundo interno. Entretanto, quais os limites da musealização de acervos da dança? Pensando a dança Butô quais são os atravessamentos/esvaziamentos que tornam o corpo um objeto ou uma linguagem sem palavras? Assim, partindo de uma série de questionamentos essa pesquisa busca tensionar conceitos já consolidados como o de arquivo a fim de pensar no corpo do dançarino Butô, como algo fluído e imbuído de registros, memórias e sentidos. Contudo, inicialmente a metodologia utilizada está pautada no levantamento bibliográfico e registros audiovisuais de coreografias da dança Butô. Posteriormente a esse momento é preciso estreitar as relações entre memória e identidade de modo a refletir acerca do papel e constituição de um arquivo tanto na perspectiva oriental da qual provém a dança Butô, como também na realidade ocidental. Por fim, suscitar debates e estabelecer diferenças entre processos de ratificação e patrimonialização, tendo em vista que ambos são constantemente tensionados e confundidos em meio a uma era em que tudo é patrimonializavél e tudo é arte.

ISSN: 1808-1665