A aplicação de partículas vegetais como reforço em matrizes poliméricas para o desenvolvimento de biocompósitos vem despertando crescente interesse por parte da comunidade científica e industrial, principalmente por se tratar de fontes renováveis. A pupunheira é uma palmeira da família das palmáceas (Bactris gasepaes H.B.K.), na qual os resíduos gerados são materiais renováveis e quando usados como reforço em uma matriz termoplástica podem desenvolver novos materiais compósitos com propriedades mecânicas diferente, agregando valor ao produto final. O poli(3-hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato), P(3HB-co-3HV), pertence a família dos polihidroxialcanoatos (PHAs), que representa uma nova geração de biopolímeros. Sendo assim, a incorporação de resíduos vegetais a uma matriz polimérica biodegradável mantém a vantagem da completa biodegradação, contribuindo para o não agravamento da poluição ambiental. O intuito do trabalho é o desenvolvimento de biocompósitos com propriedades mecânicas diferenciadas, buscando uma excelente alternativa para a substituição de polímeros sintéticos convencionais em algumas aplicações. Neste trabalho, os parâmetros do processo de moldagem por injeção dos biocompósitos foram investigados e os corpos de prova injetados foram avaliados quanto às propriedades mecânicas. Para tanto, partículas resultantes do caule de cultura do Palmito Pupunha foram obtidas através do processo de moagem, secagem por 48 horas a 60°C e adequação granulométrica em 24 mesh. O polímero P(3HB-co-3HV) e as partículas de palmito pupunha foram misturados nas proporções de 100/0, 90/10, 80/20 e 75/25 (%m/m) e armazenados em sacos do tipo zip. Os corpos de prova foram obtidos pelo processo de transformação por injeção, realizado em uma máquina BATTENFDELD BA 250/50 PLUS, comando UNILOG 1020 com fuso de diâmetro 22 mm. Na adequação dos parâmetros de injeção, as temperaturas de injeção mais adequadas encontradas, em relação às condições de temperaturas de alimentação, dosagem e compressão, mantiveram-se respectivamente em 28°C, 150°C e 160°C. Observou-se que as rebarbas nos corpos de prova reduziram significativamente quando diminuída a pressão de injeção de 45% para 30% da capacidade da máquina, mantendo-se 30% a pressão constante, fixando então estas condições para todos os outros ensaios. Para os ensaios de resistência à tração, foram ensaiados cerca de 10 corpos de prova para cada composição para o cálculo da média e desvio padrão (Norma ISO 527) e os corpos de prova fraturados foram observados ao microscópio eletrônico de varredura (MEV). Foi observado um aumento do módulo de elasticidade em função da concentração das partículas de palmito-pupunha, fornecendo à matriz polimérica uma maior rigidez.