Os efeitos adversos das atividades humanas têm causado grande preocupação, pois muitas delas liberam no ambiente substâncias tóxicas. O ambiente aquático vem sofrendo impacto adverso devido ao lançamento de resíduos, sejam eles sólidos ou líquidos. A maioria desses lançamentos contém substâncias de difícil degradação, na forma suspensa ou dissolvida, sendo transportadas pela água e podendo se depositar nos sedimentos. O controle da qualidade hídrica pode ser realizado através da análise química, que identifica e quantifica as substâncias químicas presentes e/ou através da análise microbiológica, que indica e quantifica a presença de patógenos. A ecotoxicologia tem por finalidade principal descobrir se essas substâncias químicas são nocivas revelando, através de ensaios com organismos vivos, se geram efeitos agudos ou crônicos. Joinville é uma cidade com grande disponibilidade hídrica, mas que vem sofrendo com a poluição, sendo necessária a busca por um melhor controle de qualidade para os lançamentos de resíduos em seus rios. Neste contexto, o presente estudo teve por objetivo coletar amostras de sedimento de água doce e realizar testes ecotoxicológicos com o anfípoda Hyalella azteca complementando, assim, as análises físico-químicas e microbiológicas realizadas por outros projetos. Para isso, foram definidos cinco pontos de coleta, em três bacias diferentes. As metodologias de coleta e dos testes ecotoxicológicos seguiram os procedimentos definidos no manual de Métodos de Avaliação da Toxicidade de Poluentes a Organismos Aquáticos da CETESB (2005). As coletas das amostras de sedimento foram realizadas com o auxílio de uma draga. Estas amostras foram armazenadas sob refrigeração de aproximadamente 4ºC e utilizadas antes de completar um mês da data de coleta. Uma semana antes do início do teste, os filhotes com idade de 07 a 14 dias foram separados para realização do teste de sobrevivência. Sendo a sobrevivência dos organismos acima de 80% pode-se dar início ao teste de toxicidade, realizado com 4 réplicas de cada ponto amostrado, por um período de 10 dias. O teste foi realizado sob as mesmas condições de cultivo e em sistema semi-estático, que consiste na troca de 2/3 da água de diluição a cada dois dias. Até o momento, já foram realizados dois testes ecotoxicológicos, sendo que o projeto prevê, até sua conclusão, quatro testes. Estes primeiros testes apresentaram resultados muito diferentes entre si, portanto não permitem dizer ainda se as amostras testadas apresentam toxicidade aguda ou não aos organismos-teste. Sendo assim, o diagnóstico final só poderá ser efetuado ao término do projeto.