12° Seminário de Iniciação Científica

De 01/10/2007 à 05/10/2007

Análise e melhoria dos trabalhos de catadores de lixo através de análises ergonômicas e desenvolvimento de produtos

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: carrinheiro, desenvolvimento de produtos, materiais recicláveis

Um dos problemas que a sociedade enfrenta hoje é o acúmulo de lixo, e a capacidade limitada dos aterros sanitários. O aumento do uso de materiais recicláveis e da consciência ecológica possibilitou o desenvolvimento de uma estrutura de reciclagem que vai desde a coleta formal e informal passando pela transformação em matérias primas reutilizáveis e geração de produtos. Tornam-se necessárias pesquisas e análises propondo-se melhorias no processo de coleta informal, nos métodos de trabalho e desenvolvimento de produtos como o carrinho utilizado para o trabalho que é fabricado de maneira rudimentar, não levando em consideração fatores como ergonomia e funcionalidade. Catar lixo é uma atividade que vem crescendo consideravelmente nas médias e grandes cidades do Brasil. Mesmo com a coleta seletiva instituída nas cidades, a quantidade de catadores não diminuiu. Sem mesmo ter consciência disso, ele assume uma identidade social e cultural muito forte. Identifica-se como personagem principal de todo um processo de reciclagem. Tira o seu sustento, de materiais que para muitos, são considerados inertes. Nos últimos tempos, com a introdução da coleta seletiva e dos galpões de separação dos materiais recicláveis, muitos catadores, viviam nas ruas em busca de materiais, agora trabalham dentro dos galpões separando o lixo que vem com os caminhões da coleta seletiva. Porém, muitos deles resistiram e buscaram o seu espaço nas ruas de Joinville. Ficaram catadores que trabalham agora sem o carrinho dentro de galpões e catadores com carrinho fora de galpões. Marcos Aurélio do Nascimento, funcionário da Secretaria de Infra-Estrutura de Joinville, afirma não haver mais que 500 catadores com carrinho na cidade. Os carrinheiros e carrinheiras de Joinville levam uma vida muito simples, sofrida e incerta, porém com liberdade, onde a coleta de materiais recicláveis é sua única opção de renda para a grande maioria. Possui baixa escolaridade, o primário e alguns analfabetos. A maioria é do sexo masculino, sendo apenas 16% mulheres. A faixa etária está entre 21 e 50 anos. São casados ou amasiados. Sua renda salarial varia entre 100 e 400 reais. É dinâmico, precisando de uma a duas viagens para coletar cerca de 50 a 150 quilos de materiais, todavia coleta-se muito plástico e papelão. Seus carrinhos são puxados pelas ruas da cidade, relacionando-se com trânsito de carros, caminhões, ônibus, bicicletas e pedestres e que 84% dos carrinheiros nunca sofreram nenhum tipo de acidente. Possuem consciência ecológica, sabendo da importância de seu papel na sociedade.

ISSN: 1807-5754