8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

Produção de celulose bacteriana por Komagataeibacter hansenii e consórcio microbiano utilizando meios alternativos

Palavras-chave: Komagataeibacter hansenii, celulose bacteriana, kombucha

A celulose é um dos polímeros mais utilizados mundialmente e, proporcionalmente à sua utilização em larga escala, acompanham os impactos ambientais. É necessário o estudo de novas alternativas para diminuir as consequências que a extração do meio ambiente causam. Uma das alternativas é a produção de celulose através de bactérias. A celulose bacteriana (CB) é composta por microfibrilas de celulose que formam uma membrana translúcida e gelatinosa, produzida extracelularmente por culturas de bactérias Gram-negativas. Entretanto, a CB possui custo de produção elevado devido à formulação do meio de cultivo comercial. Nesse contexto, a partir do processo de fermentação de um meio composto de infusão de folhas chá preto por consórcio microbiano, uma película celulósica é formada na superfície do kombucha. A bactéria Gluconacetobacter xylinus é a principal responsável pela síntese da matriz de celulose que acomoda a microbiota do kombucha, promovendo assim a associação entre as bactérias e leveduras. Portanto, este trabalho teve como objetivo a produção de celulose bacteriana utilizando cepa pura de K. hansenii (obtendo nutrientes do meio de cultivo HS e do meio de cultivo de chá preto e glicose) e um consórcio microbiano (meio de cultivo de chá preto e glicose), visando a sua formação em meios de cultivo de baixo custo e em maior escala. Após a sintetização das membranas, elas foram purificadas e foram caracterizadas pelo percentual de reidratação (PR), capacidade de retenção de água (CRA), análise termogravimétrica (TGA) e espectroscopia na região de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR). Todos os experimentos realizados sintetizaram membranas de celulose bacteriana, destacando-se maior rendimento para as aquelas produzidas em meio chá preto/glicose. Observa-se maior massa de membrana produzida pela associação de microrganismos conferindo maior rendimento no mesmo período de crescimento. A caracterização das membranas evidenciou tratar-se de mesma composição (celulose bacteriana), apresentando no entanto maior estabilidade térmica, quando comparadas às membranas formadas pela K. hansenii. Vale salientar que a película formada pela associação de microrganismos além de ter sido sintetizada no meio de menor custo (chá preto/glicose), não demandou controle de temperatura (temperatura ambiente), bem como esterilização de meio de cultivo. Desta forma, conclui-se que é possível obter membranas de celulose bacteriana a partir da associação de microrganismos (SCOBY), com uso de meios de cultivo de menor custo e apresentando as mesmas propriedades que aquelas produzidas pela cepa pura em meio de cultivo sintético, permitindo a sua produção em larga escala.

ISSN: 1808-1665