8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

A Injúria Renal Aguda na COVID-19: uma grave complicação

Palavras-chave: Injúria Renal Aguda, COVID-19, Mortalidade

INTRODUÇÃO: A Injúria Renal Aguda (IRA) pela COVID-19 é bem estabelecida e documentada, ainda que os mecanismos fisiopatológicos não tenham sido completamente elucidados. A incidência geral de IRA na COVID-19, varia de 4,5 a 12,3% em metanálises, sendo diretamente proporcional à gravidade da doença (YANG, 2020; OLIVEIRA, 2020). Em vista disto, esta revisão não sistemática tem como objetivo sintetizar os principais achados da literatura sobre a ocorrência e implicações da IRA na COVID-19. METODOLOGIA: Foi conduzida uma revisão não sistemática sobre Injúria Renal Aguda e COVID-19, com os descritores: “Acute kidney injury” e “COVID-19” ou “SARS-CoV-2” no PubMed/MEDLINE (www.pubmed.ncbi.nlm.nih.gov). RESULTADOS: Dezessete artigos foram incluídos. DISCUSSÃO: A incidência de IRA na COVID-19 foi de 4,5% e 12,3% nas revisões sistemáticas com metanálises de Yang (2020) e Oliveira (2020), respectivamente. Tal incidência é diretamente proporcional à gravidade da doença, chegando a 36,4% nos casos críticos, com risco relativo de desenvolvimento de IRA de 1,81 nos casos graves comparados com os não graves (YANG, 2020); e um risco de morte 13 vezes maior nos que desenvolveram IRA, comparados aos que não apresentaram esta complicação (OLIVEIRA, 2020). O SARS-CoV-2 pode induzir tanto disfunções tubulares quanto glomerulares, conforme demonstrado em biópsias renais de pacientes com COVID-19 (KUDOSE, 2020). A infecção direta do vírus aos rins é controversa (KUDOSE, 2020; SU, 2020). Já as causas de morte são principalmente por disfunções hemodinâmicas manifestadas por danos tubulares em autópsias (MENTER, 2020; SANTORIELLO, 2020 ). Quanto ao tratamento, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) sugerem acionamento da equipe de nefrologia e medicina intensiva em casos de IRA estágio 2, instituição de suporte renal artificial conforme necessidade, manejo volêmico cauteloso e avaliação diária de biomarcadores de função renal e equilíbrio hidroeletrolítico. CONCLUSÃO: A incidência de IRA na COVID-19 é proporcional à gravidade da doença e sua fisiopatologia é multifatorial. A infecção de células renais pelo vírus já foi demonstrada. A IRA é um fator de risco para a mortalidade pela COVID-19 e a incidência desta complicação é elevada nos indivíduos que foram a óbito pela doença. O tratamento é inespecífico, contudo, especial importância é dada à correção das disfunções hemodinâmicas e ventilatórias, especialmente pela implicação de hipoperfusão renal. Tratamentos intensivos e terapia renal substitutiva devem ser instituídos conforme a gravidade do quadro.

ISSN: 1808-1665