INTRODUÇÃO: As questões bioéticas estão ligadas, em especial, à sobrevivência de todas as formas de vida. As pesquisas sobre bioética, neste projeto, estão relacionadas com o enhancement genético e o Transumanismo como expressão de uma escatologia religiosa secularizada, que se encontra na tensão entre o sagrado e a secularização. Baseado no livro de Luc Ferry (2018), o transumanismo (TH) é definido como projeto de melhoria da humanidade em vários dos seus aspectos devido aos progressos das ciências e biotecnologias, envolvendo NBIC (Nanotecnologias, Biotecnologias, Informática e Cognitivismo) e Inteligência artificial (IA). Essa discussão tornou-se atual no contexto da pandemia da Covid-19. OBJETIVOS: Investigar questões da filosofia transumanista na sua relação entre sacralidade e secularização em tempos da Covid-19. Além disso, buscar perceber os conflitos e as contribuições das ciências médicas diante das decisões limítrofes e da eugenia, identificar possibilidades de discussão interdisciplinar com os estudos culturais e as promessas messiânicas da ciência moderna e proporcionar discussão interdisciplinar da Bioética com os estudos culturais, a teologia e a filosofia. METODOLOGIA: Investigação bibliográfica, com foco na obra de Luc Ferry, A Revolução Transhumanista (2018). A partir disso, usou-se metodologia hermenêutica interpretativa e fenomenológica para a análise de conteúdo; também integrativa da literatura, cujas bases de dados utilizadas foram Scielo e Science Direct. A pesquisa contempla temas voltados à proteção, valorização, transmissão, difusão e apropriação social da bioética e da cultura ao investigar e problematizar a dimensão simbólica, que se encontra historicamente inscrita na memória cultural. RESULTADOS: Com o surgimento da crise do Covid-19, houve uma acelerada exploração da tecnologia de IA em vários planos da construção social. A população foi forçada a se manter em isolamento social, muitas vezes tendo a tecnologia como único meio de interação com o mundo externo. As mudanças sociais provocadas pela pandemia/isolamento intensificaram a busca e atuação da IA no meio social, além de instigar seu rápido avanço e abrir um gigantesco espaço para o pensamento transumanista. CONCLUSÃO: É preciso entender que o desenvolvimento transumanista é inevitável, mas é necessário pensar sobre os limites éticos e refletir sobre as condições das regulações em um nível mundial. É a nossa própria identidade que está em jogo; a definição do que somos e queremos ser vai estar cada vez mais ao nosso alcance, considerando que há algum tempo atribuía-se essa capacidade somente a Deus e à natureza.