8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

COMPROMETIMENTO DA VIDA PROFISSIONAL E SOCIAL DE MULHERES MESMO EM TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ENDOMETRIOSE

Palavras-chave: Endometriose, tratamento farmacológico, qualidade de vida

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A endometriose atinge mulheres em idade reprodutiva e gera dismenorreia, dispareunia e dor pélvica persistente, além de poder acarretar infertilidade. A American Society for Reproductive Medicine (ASRM) divide a endometriose em 4 estágios, sendo o estágio I a forma mais leve da doença, enquanto o estágio IV caracteriza casos graves. Dificuldades encontradas por mulheres com endometriose são demora no diagnóstico, tratamentos não efetivos e perda da qualidade de vida. Durante o período sem tratamento ou um inefetivo, as pacientes sofrem com os impactos da doença na sua vida pessoal, enquadrando o tema de estudo no terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), "Saúde e Bem-Estar". Quanto à indicação das medicações em seus respectivos estágios, as recomendações são cumpridas? Como está a qualidade de vida dessas mulheres? Este estudo visa conhecer e analisar as dificuldades para melhorar a qualidade de vida das mulheres com endometriose. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal. A coleta de dados se deu por meio de um inquérito online, respondido por mulheres diagnosticadas com endometriose na menacme. 623 mulheres responderam o questionário e atenderam os critérios de inclusão e exclusão. Os dados e informações coletadas correspondiam a características do paciente, estágio da endometriose e aspectos terapêuticos. Os dados foram expressos em gráficos para análise e discussão dos resultados com a literatura existente. RESULTADOS: Os estágios da endometriose que mais presentes na amostra foram II e IV, também, as mulheres nesses estágios da endometriose possuem maiores prejuízos no cotidiano, representando 73,3% desses casos. Aproximadamente 56% das mulheres relataram mais de 6 anos da primeira manifestação de dor forte até o diagnóstico, impedindo um tratamento efetivo. Há uma maior prevalência de mulheres no estágio II com comprometimento profissional e social pela doença, sugerindo um erro no diagnóstico ou terapêutico. No estágio IV, prevalece o uso de métodos terapêuticos não recomendados, sendo a gosorrelina utilizada em apenas 37,9% dos casos. Isso está relacionado com a dificuldade de acesso à gosorrelina, seja pelo custo ou pela complexa obtenção do medicamento através do Sistema Único de Saúde (SUS). CONSIDERAÇÕES: A qualidade de vida das mulheres da amostra, principalmente nos estágios II e IV, está amplamente prejudicada. Isso é resultado da desvalorização de dores menstruais e falta de acesso a métodos diagnósticos eficazes. As medicações necessárias para o tratamento adequado de endometriose estão disponíveis de forma gratuita pelo SUS, porém, ainda há atrasos diagnósticos e terapêuticos significativos.

ISSN: 1808-1665