8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

Bioética como ciência da sobrevivência: análise dos impactos ambientais e abuso do conhecimento a partir do pensamento de Van Rensselaer Potter

Palavras-chave: Bioética, Sustentabilidade, Conhecimento

O presente estudo foi realizado a partir do questionamento “Como o conhecimento perigoso tem afetado os ecossistemas e o convívio humano?" Utilizou-se como base de dados e fonte de pesquisa a obra “Bioética: Ponte para o futuro” de Van Rensselaer Potter. Então, procedeu-se a análise do livro aliada à pesquisa por artigos em periódicos, e os resultados foram obtidos via coleta de dados comparativos e leitura dos textos selecionados. A partir disso, tinha-se o objetivo de entender o processo de secularização na modernidade, que se observa pela perda da memória das redes de significado. Desse modo, podemos citar a função social da bioética na obra em questão: discutir aspectos da humanidade potencialmente esquecidos pelas ciências, como a importância da sustentabilidade acima do progresso material. A proposta surge em meio a necessidade de abordar temáticas socioculturais sob diferentes perspectivas, analisando o impacto de ações humanas sobre a capacidade de sobrevivência e manutenção das espécies. Diante do contexto de exploração excessiva de recursos naturais, observado na sociedade moderna, a obra analisada aponta para o conceito de “conhecimento perigoso” (POTTER, 2016, p. 89-93). Esse conceito foi explorado a partir do livro "Bioética: ponte para o futuro” de Van Rensselaer Potter, que propôs uma análise interdisciplinar da ética e da ciência. Evidencia-se a importância de estudar a relação do aumento expressivo das informações, com o melhor método para usá-las, buscando a ampliação da aprendizagem, a fim de evitar o conhecimento perigoso. Na obra, Potter afirma que nenhum indivíduo é capaz de dominar todo o conhecimento existente e que este deveria ser difundido para todos - propondo um debate. Os avanços da ciência e da tecnologia proporcionaram o aumento da produção e disponibilidade de alimentos, essenciais para o crescimento e manutenção da sociedade. Contudo, hoje podemos observar que o crescimento exponencial da população se tornou nocivo ao meio ambiente, visto que o homem se apropriou dos recursos disponíveis a ponto de diminuir a variedade de espécies, enquanto aumenta a biodisponibilidade apenas daquelas que lhe convém, como ocorre com alimentos, gado e produtos consumíveis (POTTER, 2016, p. 27-31). Assim, conclui-se que essa realidade preocupante impacta o convívio da sociedade, sendo preciso pensar em que meio gostaríamos de viver, entendendo a sabedoria enquanto necessária para guiar a população a um contexto utópico de harmonia, sendo essa chamada de “ciência da sobrevivência” (POTTER, 2016, p. 27-31).

ISSN: 1808-1665