A presente pesquisa faz parte de uma pesquisa maior desenvolvida no Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para Educação e Infância (GPEI) de forma conjunta com Professora Iana Gomes de Lima da Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS). O objetivo é analisar as repercussões da agenda conservadora, observadas nos últimos anos no Brasil, nas políticas para Educação infantil. A partir de estudos anteriores desenvolvidos no GPEI, observou-se que o Programa Criança Feliz – PCF, possui elementos que indicam a adoção de uma abordagem pautada na lógica moralista e educativa de famílias, secundarizando o investimento estatal na educação coletiva das crianças em instituições adequadas. De modo especial, essa pesquisa analisou as relações de gênero e a concepção de família subjacente a esse programa. Para tanto, está em andamento uma pesquisa documental a partir da qual já foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos referentes às alianças conservadoras. Além de leitura do documento orientador do PCF, outros documentos secundários também foram mapeados para análise. Os principais resultados alcançados até o momento, indicam a lógica conservadora na concepção da criança pobre e de sua família, o que repercute em ações pautadas e justificadas a partir de um discurso higienista, com métodos de disciplina e controle (LIMA, 2021, pag. 30). Nesse sentido, se observa ainda um fortalecimento da lógica patriarcal, o qual as mulheres ficam responsáveis pela educação de seus filhos com apoio dos materiais ofertados por este governo enquanto o homem trabalha e sustenta o lar. Essas análises possibilitam questionar de que as mudanças na educação infantil pelas agendas conservadoras, são um ataque aos profissionais da educação que são constantemente vinculados a doutrinação e incompetência (PENNA, 2017, 2019 apud LIMA) com a criação de materiais didáticos que tornam o trabalho docente mecanicista, além do retrocesso na discussão de gênero através da concepção conservadora da família tradicional.