Introdução: Diversos autores referem que estar em situação de rua envolve questões relacionadas ao desenvolvimento do sujeito desde a infância. Esse trabalho pretende verificar quais são essas questões, verificando as experiências familiares e políticas, ou seja, o meio que atravessa a formação do ser, que mais do que um humano biológico, é também social. Objetivo: levantar no estado da arte as particularidades da infância que podem levar os sujeitos à situação de rua. Desenvolvimento: Essa pesquisa de revisão foi realizada em cinco etapas, seguindo o rigor metodológico que garantisse a reprodutibilidade das informações encontradas. Sendo I) definição da pergunta; II) resolução do problema de pesquisa; III) sítios de busca; IV) seleção dos artigos encontrados; e V) análise dos resultados. Ponderou-se a necessidade de cautela ao colocar a organização familiar como responsável exclusiva no desenvolvimento, além de ressaltar também a respeito das relações estruturais, essencialmente no âmbito financeiro e político, que envolvem essas demandas. Resultados: Para além dos dados apresentados, existe ainda o desconhecido percentual de casos não registrados, que existindo de forma marginal dificultam o acompanhamento e passíveis contribuições com um adequado desenvolvimento psíquico da criança, que, não percebida em situação de vulnerabilidade permanecerá até seu limite e tentará livrar-se na primeira oportunidade possível, a exemplo disso, a ida do sujeito até a vivência às ruas como sua melhor opção, mesmo esta não seja necessariamente uma boa opção. Muitas vezes as pessoas que não se enquadram na forma da sociedade são marginalizadas e preconceitualizadas e sofrem tanto na forma psicológica quanto física, as PSR são vistas muitas vezes como o "lixo" da cidade e da comunidade que vive na região. Vemos em Valle (2020) as condições de vulnerabilidade social podem estar relacionadas com a estrutura de oportunidades vivenciadas pelo indivíduo e com as características sociais, econômicas, culturais e políticas do lugar. Fez-se necessária a instituição do decreto nº 7053, o qual estabeleceu a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, além de outras providências relacionadas a esse público (BRASÍLIA, 2009). Conclusão: Verificou-se pela literatura que a implantação das Políticas Públicas e o trabalho de prevenção junto às famílias, fomentando a educação básica desde a primeira infância e o acesso aos serviços de saúde como pré-natal e acompanhamento social de populações vulneráveis podem ser mecanismos de prevenção na infância para a situação de rua durante a vida.