8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

Variabilidade da macrofauna bentônica em fundos inconsolidados da lagoa da praia do Forte, Santa Catarina

Palavras-chave: Macrofauna bentônica, Variabilidade espacial, Lagoa costeira

Lagoas costeiras formam massas de água transicionais, que se comunicam com o mar por canais estreitos e rasos, resultantes da formação de esporões arenosos, que ocorrem no ambiente pela proximidade desse com desembocaduras de baías e são condicionados pelas ondas e marés locais. As lagoas fornecem substratos para o estabelecimento de comunidades da macrofauna bentônica, sendo encontradas desde sublitoral até o intermareal, sendo constituídas por organismos sensíveis a alterações ambientais. Por possuírem hábitos sésseis ou sedentários, esses são considerados bioindicadores, na avaliação de impactos causados pelas diversas ações antrópicas nos ambientes aquáticos. O objetivo deste trabalho foi determinar a variação espacial da comunidade macrobentônica e relacionar sua distribuição com as variáveis ambientais na lagoa da Praia do Forte. As amostragens foram realizadas em quatro pontos (P1, P2, P3 e P4) selecionados nas margens da lagoa. As amostras foram retiradas com o auxílio de um tubo de PVC com 0,02 m², enterrado a uma profundidade aproximada de 15 cm em cada ponto e lavadas em malha de 500 µm. Em laboratório, o material foi triado sob microscópio estereoscópio e os organismos da macrofauna bentônica identificados, sendo determinadas a densidade total e a riqueza de táxons. Os resultados indicaram queda da salinidade e aumento de pH, temperatura e percentuais de matéria orgânica e carbonato da cálcio no sentido desembocadura – interior da lagoa. A densidade média da macrofauna bentônica aumentou em P1 e P2 e a riqueza de táxons em P2 e P3. O poliqueta Laeonereis acuta dominou na lagoa, seguido do poliqueta Lumbrineris januarii e do bivalve Anomalocardia flexuosa. A densidade e composição da comunidade macrobentônica da lagoa demonstraram relação com as características do sedimento, com destaque a P2 e P3, mais próximos da desembocadura da lagoa, onde as condições ambientais tendem a ser mais estáveis em detrimento dos pontos internos, onde há mistura de água doce e salgada. Esse estudo apresenta um panorama geral da comunidade bentônica da lagoa do Forte e são necessários estudos temporais para compreender melhor a dinâmica das comunidades da lagoa.

Apoio / Parcerias: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Fundo de Apoio à Pequisa da Universidade da Região de Joinville - FAP/UNIVILLE.

ISSN: 1808-1665