8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

Anticoagulação com Varfarina na pandemia: tratamento por telefone em um ambulatório em Joinville, Brasil

Palavras-chave: Anticoagulação, Varfarina, COVID-19

Introdução – A anticoagulação oral (AO) é uma abordagem terapêutica bem estabelecida para a prevenção do derrame cardioembólico e tromboembolismo venoso. AO adequada é um elemento chave na redução da elevada carga social, morbilidade e mortalidade associadas às doenças cardiovasculares. Na pandemia COVID-19, estratégias de distanciamento social têm sido adotadas. Para avaliar o impacto de uma mudança não planejada de atendimento presencial para telefônico, realizamos uma análise retrospectiva dos pacientes atendidos no Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina em Joinville, Brasil. Objetivo – A anticoagulação com varfarina em tempo regular de protrombina com testes de INR e acompanhamento médico identificam fatores que possam aumentar o risco de sangramento ou controle deficiente do INR. O acompanhamento de AO baseia-se numa chamada telefônica programada, na qual o paciente comunica ao hematologista o resultado da INR, a ocorrência de hemorragia ou outro evento clínico. Todos os pacientes em AO atendidos entre março e setembro de 2019 e março e setembro de 2020 tiveram seus prontuários eletrônicos revisados. Metodologia – Os critérios de inclusão foram idade igual ou superior a 18 anos e meta de INR de 2,0 a 3,0. Os critérios de exclusão foram menos de três visitas no período de estudo ou mais de um valor de INR em falta. A dose estável de varfarina foi definida como três ou mais prescrições consecutivas sem alteração. O tempo na gama terapêutica (TTR) calculado pelo método Rosendaal é uma medida essencial da qualidade de AO, tanto a nível individual como populacional. As análises estatísticas foram realizadas com o R Studio versão 1.4.1106. Resultados e Conclusão – Pacientes do sexo feminino foram 50% (n = 180) no atendimento presencial (AP) e 49% (n = 203) no atendimento telefônico (AT). A idade média na primeira consulta foi de 73 anos no AP e 71 anos no AT. As principais indicações para AO foram AVC cardioembólico prévio, fibrilação atrial e válvula cardíaca mecânica. Dose estável de varfarina foi observada em 168 (47%) pacientes AP e 234 (57%) pacientes AT. A mediana do TTR foi de 62% para AP e 63%, com 52% dos testes no alvo em AP e 51% em AT. Conclui-se que o manejo da AO em nossa instituição precisa ser aprimorado, principalmente no que diz respeito à adesão do paciente ao tratamento e acompanhamento. Assim, a qualidade observada da AO em nossa instituição parece estar pelo menos em linha com os padrões regionais.

ISSN: 1808-1665