8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

O reconstruir da natureza: a Floresta da Tijuca e a história do Patrimônio natural no Segundo Império

Palavras-chave: História Ambiental, Floresta da Tijuca, crise hídrica

A História Ambiental possibilita muitas reflexões, principalmente sobre a continuidade da destruição ambiental e os seus reflexos na atualidade. Releva notar que o Brasil enfrenta recorrentes crises hídricas desde o século XIX. As pesquisas sobre a Floresta da Tijuca podem aclarar tanto os dados sobre a destruição ambiental, como as possibilidades de recuperação das florestas pelas políticas ambientais. Este trabalho fundamenta-se em duas partes que se integram entre si com objetivo de desenvolver a pesquisa. A primeira etapa consistiu no levantamento da historiografia que trabalhou com a conjuntura política, ambiental e social do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. A segunda etapa consistiu no levantamento da documentação primária do período, principalmente as fontes que trazem as discussões sobre o projeto da Floresta da Tijuca, como os periódicos, os discursos e projetos de estadistas, as iconografias e os relatórios. A pesquisa foi desenvolvida com o método da análise do discurso e com uma abordagem qualitativa, utilizando como fonte primária os fundos documentais sobre a Floresta da Tijuca e a diversa documentação do século XIX, que abarcam iconografias, discursos políticos, literários, científicos e jornalísticos. Por outro lado, utiliza-se a noção trazida pela História Ambiental das mudanças na natureza como uma parte fulcral da História (PÁDUA, 2010). A degradação ambiental na cidade do Rio de Janeiro Oitocentista veio de inúmeros fatores como a extração florestal, caça, crescimento urbano e demográfico, práticas agrícolas predatórias ligadas ao aumento dos cafezais. Estes fatores somados com as altas temperaturas na cidades agravaram os problemas de saúde, uma vez que a cidade foi assolada diversas vezes por epidemias, em especial a da Febre Amarela. As doenças e a crise hídrica foram fatores determinantes para a implementação das políticas ambientais. O reflorestamento da Tijuca não foi uma ação isolada para solucionar o abastecimento de água no Rio de Janeiro. Os intelectuais do período defendiam que o seu modelo fosse replicado nas províncias brasileiras. As discussões sobre as mudanças climáticas apontam que o projeto inovador da Tijuca pode ser retomado na atualidade.

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ISSN: 1808-1665