8ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA

De 19/10/2021 à 21/10/2021

Entre tramas de tecidos e linhas: a experiência narrativa e as artesanias das memórias

Palavras-chave: Memória., Imbricamento de linguagens, Experiência Narrativa

Com o objetivo de cartografar como as artesanias de um Panô de Memórias de/com idosos desvelam experiências em narrativas (auto)biográficas tramadas na tecitura têxtil de uma imagem, de forma a reatualizar seus interlocutores diante da vida, a pesquisa/tese Narrativas artesaniadas: tecituras de um Panô de Memórias está em desenvolvimento no Programa de Patrimônio Cultural e Sociedade (PPGPCS), na linha de pesquisa Patrimônio, Memória e Linguagem e no grupo de pesquisa Imbricamentos de Linguagens, da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). A metodologia adotada tem viés cartográfico (DELEUZE; GUATTARI, 2012), com aporte na pesquisa narrativa (PASSEGGI, 2008; 2020; CLANDININ; CONELLY, 2015). O objeto desta pesquisa nasceu no desenvolvimento do campo de uma pesquisa-dissertação, em meio as ações interativas de roda de conversas, em seis oficinas de artesanias com onze idosos participantes de um CRAS em Joinville, SC. Oportunidade que os idosos costuraram o Panô de Memórias acomodando os quadros confeccionados em tramas e aplicações artesanais, ao unir pequenos panôs elaborados como apresentação de si em imagem no desejo de fazer referência as memórias de suas vidas (COSTA, 2019). O Panô de Memórias é conjunto de multiplicidades das subjetividades tecidas como escrita/leitura de si em uma narrativa viva. Portanto, é imagem-mapa, matéria do vivido e do vivível que constrói um inconsciente sobre ela mesmo. Portanto, diante dos registros das narrativas dos idosos em imagens tramadas nessa artesania, este pesquisar/cartografar se põem a cercar a experiência estética (MAFFESOLI; 1998) e a experiência narrativa (BENJAMIN; 2012) e as relações entre as narrativas e as experiências (CLANDININ E CONELLY, 2015). Assim, nessa perspectiva, consideramos que diante das imagens do Panô, seus interlocutores empregam/desprendem forças (potências) nas reconstruções imagéticas de formações subjetivas num imbricamento de linguagens, gerando movimentos narrativos. Ações que servem de suporte a estes sujeitos autobiográficos que ao enunciar-se revelam-se na/pela matéria externada num bloco de efeitos produzidos na alteridade relacional do Eu com o Outro, do interno com o externo. A partir deste entendimento, destacamos que os gestos narrativos permanecem na extensão do corpo, que nos desafios das artesanias bordam, tecem e traçam ponto a ponto suas imagens como escrita/leitura de si; movimentos manifestos no trânsito da memória e na construção do pensamento; tempo/espaço tramado como corpo de subjetividades. Assim, ao percursar pelos desdobramentos dos sentidos diante das imagens do Panô de Memórias percebemos a passagem dos afectos pelas suas tramas e a proliferação das narrativas entre tecidos e linhas.

Apoio / Parcerias: BOLSA CAPES - PROSUC

ISSN: 1808-1665