Esta pesquisa tem como objetivo analisar a desinformação (fake news) a partir da presença dos discursos de eugenia nas narrativas de Jair Bolsonaro sobre a pandemia da Covid-19. O tema justifica-se, sobretudo, pelo atual contexto social, no qual se define pelos efeitos da pandemia. A eugenia teve forte presença no pensamento médico-higienista no Brasil ao longo dos séculos XIX e XX. Reiterada no pensamento político, ganhou contornos culturais através da imprensa e da educação. Mesmo criticada na segunda metade do século XX, manteve-se estranhamente presente em instituições e ações de necropolítica, ou seja, de políticas de produção da morte. O referencial teórico, como já sinalizado pelo termo necropolítica, segue os estudos de Achille Mbembe e Michel Foucault, além da investigação sobre o negacionismo pela via de Sigmund Freud. Negação da pandemia, das medidas de prevenção e crença em imunização de rebanho são os sentidos em análise nessa fase atual da pesquisa.