9ª SEMANA UNIVILLE DE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 18/10/2022 à 20/10/2022

A riqueza, a crise e as políticas de valorização do Café na Primeira República

Palavras-chave: produção cafeeira, políticas de valorização, Primeira República

O café foi uma das bases econômicas do Brasil desde o Segundo Império e se mantém como um importante produto na balança comercial brasileira até os dias atuais. Ademais, a produção cafeeira é um dos temas mais expressivos e presentes de uma literatura e de uma legislação agrícola que se fortalece no último quartel do século XIX e que avança de forma cada vez mais complexa pelos séculos seguintes. No entanto, convém observar que a historiografia tem focado a sua análise principalmente na relação entre a cafeicultura e os diferentes tipos de trabalho - mão de obra escravizada ou livre - no final do século XIX. Nesse sentido, a pesquisa aqui apresentada foi pensada a partir da pouca ênfase que é dada pela historiografia aos estudos econômicos do período brasileiro conhecido como Primeira República (1889 – 1930). Nesse sentido, a cafeicultura e seus impactos é um dos temas essenciais para compreendermos a economia e política brasileira durante a Primeira República. O café se expandiu cada vez mais no Brasil devido ao fácil e rápido cultivo no solo brasileiro, mas com o aumento da produção passou a sofrer com crises de superprodução, influenciando diretamente o setor econômico nacional. Assim, foram necessárias diversas medidas econômicas para valorizar o preço da mercadoria e evitar a decadência do principal produto exportado pelo país. Essas medidas ficaram conhecidas como “políticas de valorização do café" e foram implantadas durante a primeira metade do século XX. Desse modo, o objetivo da pesquisa foi analisar as influências do café na economia brasileira durante a Primeira República (1889 - 1930) e a forte imbricação das relações entre agricultura, economia e Estado. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa, utilizando como fontes primárias - especialmente a coletânea produzida pelo Departamento Nacional de Café, “Defesa do café no Brasil” (1935). Assim, levantamos e analisamos os documentos oficiais que apresentavam dados específicos sobre a produção, valores, taxas cambiais e a legislação vigente. A metodologia utilizada parte dos estudos da historiadora Maria Yedda Linhares (1997) e Sonia Regina de Mendonça (2008), do campo da história agrária. Enfim, percebe-se como o café utilizou o seu impacto econômico para viabilizar os convênios que buscavam minimizar as crises de superprodução, evitando a perda do status quo dos fazendeiros tanto na esfera política como econômica. O Estado foi a peça-chave na continuidade da monocultura e da concentração de terras mantidas até o tempo presente.

Apoio / Parcerias: CNPq

ISSN: 1808-1665