9ª SEMANA UNIVILLE DE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 18/10/2022 à 20/10/2022

O Feminino nas paisagens de Frans Post e Albert Eckhout

Palavras-chave: Albert Eckhout, paisagens femininas, Frans Post

O domínio holandês em Pernambuco se deu entre 1630-1654. No período do Governo de Maurício de Nassau, podemos ressaltar os artistas que tiveram como intuito mostrar as potencialidades econômicas do Brasil aos investidores. Dentre estes artistas, estavam Frans Post e Albert Eckhout que registraram principalmente engenhos de açúcar e farinha, escravizados negros e indígenas. O objetivo da pesquisa foi analisar as figuras femininas, buscando compreender o papel das mulheres na paisagem do Brasil Holandês. O levantamento dos dados da pesquisa foi realizado nos arquivos virtuais, como o Arquivo Nacional, a Biblioteca Nacional, e outros arquivos históricos que possuem seu acervo digitalizado. Embora exista uma historiografia consolidada que aborde a invasão holandesa (MELLO, 2007; BOXER, 1961; PERUCHI, 2016), novas discussões podem resultar da análise das fontes primárias produzidas no período, como as iconografias (OLIVEIRA, 2005; BERGER, 1999). Ressaltamos, nesse sentido, as diferentes percepções sobre o papel das mulheres indígenas e negras na sociedade holandesa. Quando analisamos os retratos desses corpos no Brasil na época de Albert Eckhout e Frans Post, podemos perceber diversos pontos, principalmente nas obras que trazem a figura da mulher como o tema principal da pintura. Exemplo disso seria a obra “Mulher Mameluca” (1641) de Albert Eckhout, que traz em primeiro plano uma mulher mestiça, com roupas leves, pés descalços e com parte do vestido esvoaçante. Nas obras de Frans Post, principalmente por ter o enfoque voltado ao paisagismo da região, podemos observar a presença de diversas mulheres em meio a paisagem, fazendo uma leve composição das imagens. No Quadro Paisagem com casa alpendrada podemos observar o feminino com um estilo de vestimenta mais chamativa, composta por branco e vermelho/cobre, passando a ideia de um momento de lazer, não de trabalho. Embora, as mulheres negras sejam retratadas de uma forma mais destacada, percebe-se o controle exercido pelo senhor de engenho, que vigia do alto da casa-grande tanto o trabalho como o lazer. Enfim, levando em consideração os pontos observados nas obras de ambos os pintores, o feminino sempre esteve presente nessa sociedade com características comuns bastante específicas: trabalho, corpo e indumentária. Precisamos levar em consideração o fato de que ambos os pintores vieram ao Brasil com o intuito de registrar o “Novo Mundo”, ou seja, uma sociedade colonial escravista - que trazia no seu bojo mulheres escravizadas africanas e indígenas, os mecanismos de violência e os processos de resistência.

Apoio / Parcerias: Art. 170

ISSN: 1808-1665