9ª SEMANA UNIVILLE DE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 18/10/2022 à 20/10/2022

Artistas-professores na cidade das indústrias: memória social da Escola de Artes Fritz Alt

Palavras-chave: escola de artes, artista-professor, memória social

O presente resumo é referente à pesquisa tese intitulada “Artistas-professores na cidade das indústrias: memória social da Escola de Artes Fritz Alt” vinculada ao Grupo de Pesquisa Imbricamentos de Linguagens, da linha de pesquisa Patrimônio, Memória e Linguagens do Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade (UNIVILLE). Um dos objetivos da investigação é descrever a criação da Escola de Artes Fritz Alt (EAFA) inserida no contexto socioeconômico de Joinville/SC nas décadas de 1960-1970. Por meio de pesquisa documental e bibliográfica, objetivou-se a compreensão da origem do conceito de “cidade do trabalho” atribuída ao município, denotando a criação de uma escola de arte em meio ao contexto de industrialização da região. Há uma hipótese que um dos propósitos da administração municipal para a criação da escola foi o de impulsionar a mão de obra industrial da cidade, pois a EAFA foi inicialmente denominada “Escola Municipal de Artes Aplicadas”. Ativa desde 1968, a EAFA é mantida pela Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Joinville e, desde sua origem, incorporou/incorpora artistas reconhecidos no cenário artístico municipal, como: Victor Kursancew, Mário Avancini, Edith Wetzel, Asta dos Reis e Luciano da Costa Pereira. A pesquisa, de cunho cartográfico, aborda memórias narradas por artistas-professores atuantes e aposentados por meio de entrevistas semiestruturadas. A análise demonstrou que os artistas incorporaram/incorporam sua experiência artística, técnica e conceitual à sua prática docente, articulando-se como artistas-professores, conceito híbrido de identidade que vem sendo utilizado em pesquisas acadêmicas principalmente na última década (2010-2020). Desde sua criação até meados dos anos 1990, os artistas eram convidados a lecionar na escola. A partir dessa década até os dias atuais, os professores são contratados via concurso público. Com a construção da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior em 1972, a EAFA passou a ter sede própria, além da possibilidade de expansão e criação de novos cursos. Ao longo de sua trajetória, ocorreram movimentos opostos para sua manutenção, como a interdição do espaço físico da escola em 2011 e a pandemia do novo coronavírus em 2020-2021, que fez com que novas formas de fazer, ensinar e aprender arte fossem elaboradas e desenvolvidas. Os resultados parciais demonstram que as mobilizações de professores, funcionários, alunos e comunidade ao longo dos anos fazem com que a EAFA permaneça ativa e se reinvente frente a desafios das mudanças históricas e sociais, estimulando o pensamento e produção artística em uma cidade industrial e “do trabalho”.

Apoio / Parcerias: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Ensino Superior (PROSUC).

ISSN: 1808-1665