9ª SEMANA UNIVILLE DE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 18/10/2022 à 20/10/2022

Patrimônio audiovisual e censura visual: práticas discursivas sobre o cinema nacional no governo Bolsonaro

Palavras-chave: Patrimônio audiovisual, cinema, censura

O trabalho, em fase inicial, é uma pesquisa sobre as práticas discursivas de censura ao cinema nacional no governo do presidente Jair Bolsonaro. Dentre as ações, a pesquisa iniciar com a análise sobre um episódio ocorrido em 2019, a retirada de cartazes de filmes nacionais das paredes da Agência Nacional do Cinema (Ancine), no Rio de Janeiro. As práticas discursivas em torno das questões de gênero, de raça e dos posicionamento ideológicos colocam em relevo as relações entre audiovisual e autoritarismo. A partir da primeira nota jornalística sobre a retirada dos cartazes do prédio da Ancine, publicada no jornal O Globo, em 3 de dezembro de 2019, passam a circular discursos que qualificam de censura o prática. Nesse processo são formadas memórias discursivas que relacionam a prática de censura com a de outros períodos históricos. Além do evento na Ancine, a investigação abre três outras frentes: análise de matérias e artigos dos jornais Folha de S.Paulo, o Estadão e o Globo sobre ações e discursos do governo sobre o cinema nacional; análise da matérias e artigos das revistas Carta Capital, Época, IstoÉ e Veja sobre ações e discursos do governo a respeito do cinema nacional; análise das postagens do presidente e da secretaria de cultural sobre o cinema e os filmes nacionais. A pesquisa tem, também, um desdobramento extencionista. Alguns dos filmes que tiveram seus cartazes retirados da paredes da Ancine – como Deus e o Diabo na Terra do Sol, do diretor Glauber Rocha, de 1964 – ou que foram alvos de críticas do governo atual – entre eles Marighella, de Wagner Moura, de 2021 – integram a curadoria do Projeto Salve o Cinema, da UNIVILLE. Assim, a exibição, mediação e o debate crítico são promovidos e abertos à comunidade estudantil. Considera-se que nas fontes coletadas, percebe-se que o discurso da imprensa se constitui por uma memória discursiva, relacionando eventos como a retirada dos cartazes nas paredes do prédio da Ancine com práticas de governo autoritários como no período da ditadura militar ou de governos totalitários, entre eles o nazismo, na Alemanha, e o fascismo, na Itália. O acontecimento no patrimônio audiovisual ganha corpo nas práticas discursivas e a partir das quais seu sentido está sob rasura. Visto que, o contradiscurso é marcado pelo combate às práticas de censura e de subordinação à um modelo de cultura que novas memórias se formam e a própria noção de patrimônio audiovisual.

Apoio / Parcerias: UNIEDU - Art.170.

ISSN: 1808-1665