13º Seminário de Iniciação Científica

De 20/10/2008 à 24/10/2008

Análises térmicas e de sólidos como ferramenta para caracterização e avaliação do potencial energético de diferentes lodos gerados em estações de tratamento de efluentes

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, JOINVILLE

Palavras-chave: resíduos, análises térmicas, potencial energético

Todo processo produtivo gera produtos, subprodutos e resíduos. Em estações de tratamento de efluentes líquidos, a geração de resíduos é uma constante, fazendo-se necessário o uso de alternativas para seu gerenciamento. Dentre as técnicas aplicáveis estão a destinação final em aterro, compostagem e reaproveitamento térmico. Em se tratando de reaproveitamento térmico de resíduos, o potencial energético deve ser avaliado. O presente estudo visa verificar a aplicabilidade do uso de ferramentas como análise termogravimétrica (ATG), análise térmica diferencial (ATD) e de sólidos na avaliação do potencial energético de lodos de estações de tratamento de efluentes sanitário, têxtil e de papel e celulose. A metodologia utilizada compreende análises de ATG, ATD e sólidos (totais, fixos e voláteis) dos resíduos citados, gerados em empresas de Joinville e região. As análises térmicas utilizadas foram realizadas em laboratórios externos e as de sólidos conduzidas na UNIVILLE. Com relação à ATG em ambiente oxidante (combustão), verifica-se que o lodo sanitário teve perda de massa significativa nas temperaturas de 150°C à 600°C (54%), sendo o total de cinzas de 44% da massa inicial. O lodo têxtil teve comportamento similar, apresentando perdas entre 150°C e 750°C (56%) e total de cinzas de 43% e o de papel e celulose teve suas perdas entre 150°C e 770°C (82%) e apresentou o menor teor de cinzas, com 17%. Nas análises de DTA, os lodos têxtil e sanitário apresentaram comportamentos semelhantes na faixa de 150°C à 600°C, com eventos exotérmicos em 430°C (103 µV) para o lodo têxtil e 515°C (106 µV) para o sanitário. O lodo de papel e celulose apresentou dois estágios bem definidos e diferenciados das outras amostras, apesar de seguir comportamento geral semelhante, o primeiro em 450°C (107 µV) e o segundo e maior, em 650°C (121 µV). Com relação aos sólidos fixos e voláteis, os lodos sanitário (62% e 38%) e têxtil (64% e 36%) apresentaram valores semelhantes. O lodo de celulose e papel, seguindo o comportamento já verificado nas análises térmicas, apresentou maiores teores destes sólidos (54% e 46%). Os sólidos totais das amostras sanitário, têxtil e papel e celulose, foram respectivamente 27%, 35% e 16%. Correlacionando os dados, pode-se afirmar que todos os lodos têm bom potencial energético, com possibilidades de aproveitamento e significativa redução volumétrica, porém deve-se atentar para os processos prévios de desidratação e secagem e a faixa de temperatura utilizada, para que não haja dispêndio de energia.

ISSN: 1807-5754