14° Seminário de Iniciação Científica

De 19/10/2009 à 23/10/2009

Composição química das bainhas das folhas pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K) e análise do potencial desse resíduo para produção de Pleurotus ostreatus

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: composição química, pupunheira, substrato

A produção de palmito de pupunheira é alternativa ambientalmente adequada em relação à extração do palmito jussara (E. edulis). Essa produção gera grande quantidade de resíduos e apenas uma pequena parte da biomassa é comercializada como palmito ficando a maior parte dela no solo. Uma alternativa viável para minimizar este impacto ambiental é utilizar esses resíduos como substrato para a produção de cogumelos. Assim, neste trabalho buscou-se determinar os teores (%) de cinza, umidade, hemicelulose, lignina e celulose bem como o pH das bainhas da pupunheira e avaliar sua utilização como substrato ao cultivo de Pleurotus ostreatus. Coletaram-se partes da bainha em uma propriedade na região do Quiriri (SC-301) em Joinville, SC. Elas foram limpas, secas e trituradas para realização das analises, em base de massa seca, exceto o teor de umidade que teve como parâmetro o material fresco. Para determinar o teor de cinzas as amostras foram calcinadas em mufla a 600 ºC por 4h. Para a determinação da umidade as amostras foram secas até massa constante a 105ºC. O teor de hemicelulose foi determinado pela diferença de massa entre os resíduos da preparação da Fibra em Detergente Neutro (FDN) e em Detergente Ácido (FDA). A diferença de massa entre as oxidações em FDA e permanganato de potássio/ácido acético apontou o teor de lignina. Os resíduos da análise de lignina foram calcinados e, a variação de massa entre a amostra seca e a amostra calcinada foi o teor de celulose. A produção de P. ostreatus foi realizada em pacotes de polipropileno contendo bainha, previamente umedecida e esterilizada. Após, aproximadamente, 15 dias à inoculação do fungo, os corpos frutíferos foram colhidos, secos a 40ºC por 24h e pesados para obtenção da massa de cogumelos secos. As bainhas apresentaram 75,94% de teor de umidade. O teor de cinzas (2,95%) indica baixo conteúdo de mineral. O pH de 6,15 foi semelhante ao registrado para outros resíduos aplicados na produção de cogumelos. Os valores determinados para hemicelulose (16,24%), lignina (9,525%) e celulose (30,2%) foram semelhantes àqueles registrados para palha de arroz. Observou-se na produção de P. ostreatus o rápido tempo de crescimento micelial do fungo sobre este substrato (9 dias), além da maior produtividade em corpos frutíferos (0,21 g/dia) em comparação com a palha de bananeira, substrato vastamente utilizado, 40 dias e 0,15 g/dia, respectivamente. Esses resultados indicam que o resíduo de pupunheira pode ser aplicado como substrato na produção de cogumelos.

Apoio / Parcerias: PIBIC/CNPq

ISSN: 1807-5754