Área 03 - Ciências Humanas e Lingüística, Letras e Artes
Índice
- Efeitos do neoliberalismos no trabalho docente: Uma análise à partir do Estágio em Psicologia Educacional
- Estratégias de recuperação de aprendizagem na alfabetização pós pandemia: relato de experiência em escola municipal do norte catarinense
- "Eu só vim pela merenda": direito à alimentação e patrimônio alimentar"
- (Re)vivendo o centro e reocupando o patrimônio: Diretrizes municipais para políticas públicas de valorização do centro histórico de São Francisco do Sul (SC)
- A DESAPROPRIAÇÃO COMO FORMA DE CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO COMUM
- A escolarização em aldeias: a problemática e as implicações da intervenção do não indígena sobre a epistemologia indígena.
- A função social da propriedade
- A história da cura dos animais de grande porte na pecuária e a tradição popular do benzimento em Jaraguá do Sul e região, SC
- A IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE HORTA PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR NA TERCEIRA IDADE
- A INSERÇÃO DA TANATOPEDAGOGIA NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO LITERÁRIO – PERSPECTIVAS DE PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
- A participação de professoras no Performa: um estudo documental
- A Plataformização Digital de Trabalhos - OnlyFans
- A RELAÇÃO ENTRE PATRIMÔNIO CULTURAL E GRAFISMOS PRÉ-COLONIAIS NA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA DA ARTE GLOBAL: SÍTIO RUPESTRE CASA DE PEDRA.
- A SOCIEDADE HARMONIA LYRA NA PAISAGEM DE JOINVILLE
- A TEORIA DO DANO AMBIENTAL FUTURO: UMA ANÁLISE DESCRITIVO-CONCEITUAL
- A Visibilidade das Comunidades Remanescentes Quilombolas no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE de 2022)
- Acesso à Justiça e Direitos Humanos das Comunidades Quilombolas: Desafios e Propostas para a Efetivação dos Direitos Constitucionais
- Aprendendo a ser professor: o percurso multimetodológico do PIBID interdisciplinar como possibilidade
- As sensibilidades no território da Educação de Jovens e |Adultos (EJA) por meio da a/r/tografia
- Avaliação por descritores no componente curricular Projeto de Vida do Novo Ensino Médio
- Cantigas e Abelhas: Harmonizando Linguagens e Aprendizado
- Capacitação de estudantes de Direito para atuação em Grupos estéticos com adolescentes: experiência de um bolsista do projeto PERFORMAR II
- Como a recuperação de aprendizagens é significada por professores/as do Ensino Fundamental I?
- Competências digitais dos professores do ensino superior
- Concentrar para brincar: uma experiência de estágio em um CEIM de São Bento do Sul
- Contação de Histórias
- CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS INFANTIS NA BIBLIOTECA – “A HISTÓRIA DE HOJE É...”
- CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO ESTÉTICA AO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E IDENTIDADE DOCENTE NO BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
- Currículo do ensino médio: Sequências didáticas para área das ciências naturais e suas tecnologias
- DECOLONIZAR A ESCUTA: Problematizações teóricas a partir da experiência de estágio em Psicologia Clínica
- Desafios da psicologia em Casa de Passagem para adultos
- Desconstruindo o racismo: o papel da escola na formação de cidadãos antirracistas
- DIÁLOGOS DECOLONIAIS NA EXPOSIÇÃO DE ACERVOS DE MUSEUS: NOVAS PERSPECTIVAS PARA AS INSTITUIÇÕES MUSEOLÓGICAS.
- Divulgação Histórica e História Pública a partir de fontes do Centro Memorial e Laboratório de História Oral da Univille
- Educação Estética e Artesanias na formação inicial de pedagogos/professores
- Educação estética na pedagogia: práticas educativas e seus desdobramentos para a docência
- EJA e a Perspectiva Freireana: Um Percurso Docente em Cena
- ENSINO DE HISTÓRIA E REGIMES TOTALITÁRIOS: COMO COMBATER MANIFESTAÇÕES FASCISTAS EM SALA DE AULA
- Entre progresso e degradação: o crescimento das lavouras cafeeiras durante a Primeira República (1889 – 1930) e os impactos no Patrimônio Ambiental brasileiro
- Entre Redes, Tradições e Sustentabilidade: A Pesca Artesanal em Balneário Barra do Sul como patrimônio cultural
- ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA EFETIVAÇÃO DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE JOINVILLE
- Estudantes do ensino médio e tecnologias digitais
- Etarismo, terror e representações femininas na história do cinema: Bette Davis e Joan Crawford e sua influência com o subgênero Hagsploitation através do filme "What Ever Happened to 'Baby' Jane?" (1962)
- Extensão universitária no curso de Direito
- FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORAS – EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL
- FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO DO ESTADO DE SANTA CATARINA: DIRETRIZES, CONCEPÇÕES E PRÁTICAS
- Formação continuada de professores do Ensino Médio: proposições a partir de uma revisão integrativa
- FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM SANTA CATARINA E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO ESTÉTICA.
- Formação e Investigação: narrativas orais e trajetórias docentes
- Game On: Resultados Parciais
- Impactos da inteligência artificial no processo de ensino e aprendizagem
- Importância da musicalização no processo de ensino e aprendizagem
- INCLUSÃO ESCOLAR E A NECESSIDADE DE REPENSAR A ATUAÇÃO DO/A PSICÓLOGO/A
- Infâncias e Educação Estética: Construindo Memórias e Experiências Pedagógicas na Constituição Humana
- Introdução à Produção de Vídeos
- Liberte um livro: uma experiência coletiva para formação de leitores
- Marco Legal da Primeira Infância: aspectos históricos, legais e estratégicos
- Memória Digital: Construindo um Arquivo Virtual do Patrimônio de São Francisco do Sul
- Mesmo sistema, mesmas reclamações: fragmentos da relação dos usuários com o transporte coletivo de Joinville na década de 1980 nas páginas de jornais
- Núcleo de Práticas em Direitos Humanos
- O Brincar e a Realidade
- O desenho infantil como expressão de sentidos: leitura estética e psicológica (DESENHO)
- O ensino de língua inglesa no ensino fundamental anos iniciais na rede municipal de Joinville
- O impacto do turismo sobre o patrimônio cultural de Joinville
- O Mestrado Profissional em Comunicação e Mediações Contemporâneas (PPGCOM) e sua contribuição na formação de acadêmicos na iniciação científica (2024)
- O PROTAGONISMO ESTUDANTIL NO PROCESSO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO INTEGRADO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM UMA COMUNIDADE REMANESCENTE QUILOMBOLA (JOINVILLE/SC)
- O que dizem as pesquisas sobre a formação integral dos jovens no ensino médio noturno?
- O QUE DIZEM AS PESQUISAS SOBRE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS AUTISTAS?
- Os engenhos de farinha: Identificação e registro dos saberes, fazeres e pertencimento – Um estudo de caso na cidade de Araquari, SC.
- Os usos da escrita em aldeias indígenas da região de Joinville
- Patrimônio afetivo e individualidade: o caso das Empadas Jerke (Joinville/SC)
- Pensamento político contemporâneo: estudando (com) Jacques Rancière
- Percurso formativo docente de professoras de estudantes autistas: trans-formação de significações sobre o estudante autista.
- Pet-Saúde Equidade: Absenteísmo relacionado à saúde mental entre profissionais de saúde no SUS.
- PLURALIDADE DE LINGUAGENS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS E SENSÍVEIS COM A INFÂNCIA
- Práticas pedagógicas de leitura e uso da biblioteca no processo educacional
- Práticas pedagógicas docentes de letramento acadêmico em instituições de ensino superior públicas e comunitárias de Santa Catarina
- Práxis docente: (des)construindo significações sobre o autismo
- Projeto Intitucional de Extensão - Juizado Especial Cível e CRAS
- Projeto Oportuniza
- Psicologia, Educação Estética e Coletividade: Uma Relato de Experiência de Estágio em Psicologia Educacional
- QUESTÕES EDUCACIONAIS DO SÉCULO XIX NA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA
- Sexualidade, gênero e relações étnico-raciais: análise de temas transversais em Projetos Pedagógicos de Cursos de Psicologia da ACAFE
- Simulado OAB parte 2
- Sustentabilidade Democrática na Educação: relato de uma experiência interdisciplinar
- Tecnologias digitais e saúde mental dos estudantes
- Temáticas emergentes na formação continuada de professores: as expressões da desigualdade social
- Trabalhando questões afetivas e socioemocionais na infância: a importância da família e escola caminharem juntas
- Trabalho, alienação e sofrimento: Uma perspectiva crítica sob a luz da Psicologia Organizacional
- Trajetórias Educativas: A Narrativa de Alguns Professores sobre a Educação de Jovens e Adultos na Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto (Joinville/SC)
- Um mais um é sempre mais que dois: Educação Especial, Brinequo e os diálogos com a equoterapia
- UNIFICA: um relato de experiência da atuação do psicólogo educacional na universidade
- USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS POR PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
- “ Para não dizer que não falei das flores” ... oficinas de sensibilização sobre o público alvo da Educação Especial para docentes da Educação Superior
- “Palavras que encantam”: Resistências, ensino de história e literaturas indígenas
Resumos
Efeitos do neoliberalismos no trabalho docente: Uma análise à partir do Estágio em Psicologia Educacional
- Flavia de Souza, Graduando, f.flavia@univille.br
- Gabrielle Korczagin Padilha, Graduando, gabriellekorczagin10@gmail.com
- Julia Alessandra Ramos, Graduando, juliaramos@univille.br
- Liliana Schiessl, Graduando, liliana.schiessl@univille.br
- Letícia de Andrade, MSc, leticia.de.andrade26@univille.br
- Gabriela Kunz Silveira, MSc, gabikunz@gmail.com
Palavras-chave: Trabalho Docente., Psicologia Educacional., Formação Docente.
Os modos de produção capitalista nunca restringiram-se a aspectos meramente econômicos. Contrariamente, esse sistema se entrelaçou de maneira tão profunda na estrutura social que foi capaz de capturar subjetividades, controlando sua maneira de ser, existir e estar no mundo (Bechi; Fávero; Almeida, 2023). A escola, construída socialmente, não ficou alheia às sistematizações da racionalidade capitalista neoliberal. O desenvolvimento de uma cultura de performatividade instaurada na educação brasileira, impõe “uma nova forma de disciplina docente, baseada na competição, eficiência e produtividade” (Bechi; Fávero; Almeida, 2023, p. 634). Nesse cenário, as condições alienantes e individualistas às quais o trabalho docente é submetido são responsáveis por uma intensa produção de sofrimento ao trabalhador. Diante do exposto, o presente relato de experiência surge das percepções obtidas durante o Estágio Supervisionado em Psicologia Educacional, no qual realizou-se um projeto de formação, a partir da metodologia PERFORMA, com professoras da educação infantil da rede municipal de São Bento do Sul. Embasado na Teoria Histórico-Cultural, o PERFORMA é um projeto de ensino, pesquisa e extensão que objetiva realizar percursos formativos com docentes “tendo como uma de suas premissas a ruptura com os modelos massificados de formação continuada” (Salvatori, 2023, p. 19). O percurso divide-se nos eixos: biográfico, do trabalho, conceitual, estético e coletivo, que possuem ênfase no diálogo, protagonismo, potência criadora e inventividade docente. Os encontros permitiram observar o sofrimento vivenciado pelas professoras diante da precariedade das condições de ensino-aprendizagem, da lógica empresarial que negligencia a essência de coletividade da escola e das diversas relações de violência. Porém, deste sofrimento surge um desejo por implicar-se em um compromisso ético-político, que como pontuou Espinosa (1957), se desenvolve no interior dos afetos. Para o autor, os afetos que atravessam o sujeito podem compor a base da submissão ou da emancipação. Assim, objetiva-se construir um percurso formativo que contribua para o desenvolvimento das práticas emancipatórias na educação tanto esperançadas por Freire (1987).
Apoio / Parcerias: Edital 01/23/PROEN/PRPPG/PROEX - PROJETOS INTEGRADOS
Estratégias de recuperação de aprendizagem na alfabetização pós pandemia: relato de experiência em escola municipal do norte catarinense
- Andréia Heiderscheidt Fuck e Nazaré Costa, Doutorando(a), 152.andreia@gmail.com
- Nazaré Costa, Mestrando(a), nazarecostaprof@gmail.com
- Aliciene Fusca Machado Cordeiro, Dr(a), cordeiroaliciene@gmail.com
Palavras-chave: Alfabetização, Recuperação, Recomposição da aprendizagem
Este relato de experiência utiliza pressupostos da base epistêmica metodológica do materialismo histórico e dialético que “percebe os sujeitos como históricos, datados, concretos, marcados por uma cultura como criadores de ideias e consciência que, ao produzirem e reproduzirem a realidade social, são ao mesmo tempo produzidos e reproduzidos por ela” (FREITAS, 2002, p.22). A partir dessa perspectiva, busca-se ampliar o conhecimento acerca da Educação, evidenciado ações exitosas. Quanto à metodologia adotada, Mussi, Flores e Almeida (2021, p. 61) afirmam que “[...] o manuscrito do tipo relato de experiência permite a apresentação crítica de práticas e/ou intervenções científicas e/ou profissionais”.Com a interrupção das aulas presenciais em 2020, devido a Covid-19, as escolas tiveram que se adequar ao ensino remoto, o que exigiu de alunos, docentes, equipes diretivas e pedagógicas, flexibilidade, paciência e adaptação a uma difícil realidade que confirmou o quão desigual continua a ser o próprio acesso à educação, pois devido à falta de recursos humanos e tecnológicos, muitos alunos, principalmente das escolas públicas, ficaram sem participar das atividades escolares. Diante desse cenário, algumas medidas foram tomadas, dentre elas, a implementação do “Aprender Mais”- projeto de reforço escolar nas escolas da rede municipal no Norte catarinense, que contempla a recuperação e a recomposição de aprendizagens, no contraturno escolar, com um tempo pedagógico estendido de quatro horas semanais. Como critério de inclusão foram selecionados a participar das atividades de recuperação e recomposição, de março a dezembro de 2022, estudantes matriculados no 2º e 3º ano, retidos no ano anterior, aprovados em conselho de classe ou com transtornos de aprendizagem, totalizando 72 estudantes. Ao término do ano letivo, dos 72 estudantes inscritos no Aprender Mais, 66 estudantes forram aprovados por mérito, um estudante foi aprovado em conselho de classe, três estudantes desistiram do atendimento ao longo do ano e dois estudantes foram retidos. Cabe destacar que contribuiram para os resultados o conhecimento específico e experiência da professora sobre o processo de alfabetização, além do reconhecimento, por parte da direção, de que as aulas asseguravam um direito à aprendizagem, garantindo que acontecessem sem interrupção. Com a socialização desta experiência, busca-se ampliar os conhecimentos referentes à aprendizagem, enfatizando ações exitosas e a importância da formação específica dos profissionais envolvidos. Além disso, pretende-se provocar análises e reflexões sobre esses processos.
Apoio / Parcerias: PPGE
"Eu só vim pela merenda": direito à alimentação e patrimônio alimentar"
- Heloisa Mass, Graduando, heloisa.maas@univille.br
- Eloye Caroline Davet, Doutorando(a), eloyse.caroline@univille.br
- Luana de Carvalho Silva Gusso, Dr(a), luana.gusso@univille.br
Palavras-chave: direito à alimentação, patrimônio cultural, alimentação escolar
O presente trabalho tem o intuito de explorar a temática da relação entre a alimentação escolar e alimentação saudável, tendo essa como um direito e suas implementações na vida diária dos estudantes. O objetivo do artigo é evidenciar como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) além de ser uma importante estratégia que garanta a segurança alimentar e nutricional (Santos, Carneiro, 2022), torna-se um meio de promover a educação em saúde e estimular os hábitos saudáveis entre os alunos. Assim, a metodologia utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa foi a da revisão bibliográfica e partir dos resultados obtidos a pesquisa se reservou a analisar mais profundamente os artigos que tratassem do tema alimentação escolar enquanto direito e como práticas de saúde. Deste modo, este estudo visa corroborar com outras pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no campo do direito à alimentação e patrimônio cultural, tendo em vista que não se trata somente do fornecimento de alimentos, mas também das garantias de preservação da identidade cultural daqueles a quem a alimentação escolar é oferecida. A partir disso, foi percebido que a alimentação escolar possui influência direta em como os estudos podem ou não criar memórias positivas com a alimentação e o quanto o ambiente escolar torna-se local fundamental para criação de saberes futuros. Assim, este trabalho visa estabelecer diálogo com diferentes campos do conhecimento para tratar de um assunto muito amplo e complexo, que é a alimentação escolar. Tendo como base o PNAE a intenção desta pesquisa é contribuir com as pesquisas sobre alimentação escolar a partir de uma revisão bibliográfica sobre o assunto e propor algumas reflexões sobre a importância de se pensar sobre a alimentação escolar como um vetor de criação de memórias, hábitos saudáveis e conexões dentro do ambiente escolar.
(Re)vivendo o centro e reocupando o patrimônio: Diretrizes municipais para políticas públicas de valorização do centro histórico de São Francisco do Sul (SC)
- Valeska Burijan Gomes Carneiro, Mestrando(a), valeska.carneiro@univille.br
- Patrícia de Oliveira Areas, Dr(a), patricia.areas@univille.br
Palavras-chave: Centro Histórico, Política pública, Reocupação
Parte importante da identidade de São Francisco do Sul (SC) e o que a levou a ser reconhecida como a terceira cidade mais antiga do Brasil deve-se ao seu patrimônio cultural, que é ainda mais abundante em seu centro histórico tombado pelo governo federal desde 1987. Contudo, mesmo com as requalificações e restaurações feitas por meio do Programa Monumenta, processos de esvaziamento, subutilização e degradação do patrimônio cultural ocorreram no centro histórico de São Francisco do Sul. O mesmo aconteceu, em diversas regiões históricas centrais pelo mundo durante os últimos séculos, e principalmente, pós-revolução industrial. Esse fenômeno de esvaziamento em São Francisco do Sul pode ter contribuído significativamente para a degradação de seu patrimônio cultural, em especial, suas edificações, mas também suas práticas, ambiências e na perda de suas identidades culturais. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo propor diretrizes para justificar e embasar a criação de uma política pública municipal que incentive a reocupação ordenada do centro histórico de São Francisco do Sul e, com isso, contribuir para a vitalidade, segurança pública e principalmente para a preservação do patrimônio histórico francisquense. Para isso, estão sendo realizadas pesquisas em fontes bibliográficas para a revisão sistemática do tema por meio da metodologia do estado da arte, utilizando as bases de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Periódicos disponibilizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Google Acadêmico (GA). O projeto desenvolvido pelo Programa Monumenta servirá ainda, como estudo de caso para identificar possíveis lacunas que possam ter estimulado o processo de esvaziamento do centro de São Francisco do Sul. Além disso, serão utilizadas também a busca por fontes primárias do IPHAN e da Fundação Cultural da Ilha de São Francisco do Sul. A pesquisa ainda está em desenvolvimento. Nesse primeiro estágio de aplicação do Estado da Arte, constatou-se que a maior parte das publicações sobre São Francisco do Sul fogem ao tema do patrimônio cultural, principalmente voltado ao centro histórico e seu processo de desocupação. Espera-se, com a presente pesquisa, encontrar subsídios para fundamentar o desenvolvimento de diretrizes para a gestão pública municipal viabilizar a reocupação, gestão e preservação do patrimônio cultural do centro histórico de São Francisco do Sul (SC).
Apoio / Parcerias: CAPES
A DESAPROPRIAÇÃO COMO FORMA DE CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO COMUM
- Gabriel Eduardo Wielgosz de Paula, Ensino Médio, gabriel.wielgosz@univille.br
- SARAH FRANCINE SCHREINER, Doutorando(a), sarahschreiner@univille.br
Palavras-chave: Desapropriação, função socioambiental da propriedade, reforma agrária
Os fenômenos climáticos atuais mostram o comprometimento da manutenção da qualidade de vida na terra. A possibilidade de um futuro comum é um desafio, sendo preciso pensar esse futuro comum desde critérios individuais, com foco no bem-estar coletivo. A função socioambiental da propriedade busca equilibrar interesses individuais com o bem-estar coletivo, permitindo que a propriedade privada esteja integrada a um contexto social e ambiental mais amplo. Isso é relevante em um mundo onde as questões ambientais e sociais têm impactos significativos e interconectados. A exploração responsável dos elementos naturais e a proteção do ecossistema são imperativos que definem a responsabilidade social. Há casos em que proprietários rurais empregam suas terras exclusivamente investindo no ganho pessoal, ofendendo a biodiversidade local, e isso contraria a finalidade social da propriedade. Como exemplo o desmatamento usado para expandir operações agrícolas ou industriais pode gerar benefícios econômicos imediatos, impactando negativamente o meio ambiente, gerando comprometimentos negativos na qualidade de vida das pessoas que vivem nas proximidades, por conta da poluição, deslocamento de comunidades e alterações no uso da terra. A estrutura constitucional brasileira prevê que a propriedade é direito fundamental, e o exercício desse direito deve dar-se nos limites de sua função social. Assim, a legislação pátria apresenta estruturas capazes de sancionar aquele proprietário que não exerce seu direito de propriedade obedecendo sua função social. A desapropriação em razão do interesse social pode ser uma medida sancionadora e reparadora, porquanto a concentração de terras nas mãos de poucos contribui significativamente para as desigualdades sociais. Este estudo integra o projeto de pesquisa “Os institutos civilistas do direito das coisas e sua vinculação aos direitos fundamentais – POSSE”, e nessa perspectiva, o problema dessa pesquisa é: a desapropriação pelo interesse social pode ser ferramenta para construção de um futuro comum? O objetivo geral é verificar se o instituto da desapropriação pode ser usado como forma de estruturação de um futuro comum. Os objetivos específicos são conceituar a função social e socioambiental da propriedade, explicar o instituto da desapropriação para fins de cumprimento do interesse social, e verificar a possibilidade de ser a desapropriação por interesse social meio de estruturação de um futuro comum. A metodologia é bibliográfica, e como resultados, aponta-se a desapropriação como meio de melhorar significativamente a qualidade de vida e as oportunidades em comunidades marginalizadas, contribuindo esse instituto para a construção de um futuro comum.
A escolarização em aldeias: a problemática e as implicações da intervenção do não indígena sobre a epistemologia indígena.
- Priscila Lemos dos Anjos, Mestrando(a), priscilalemosdosanjos@gmail.com
- Alena Rizi Marmo , Dr(a), lemarmo@gmail.com
- Nadja de Carvalho Lamas, Dr(a), nadja.carvalho@univille.br
Palavras-chave: Escolarização diferenciada, Epistemologia, Saberes indígenas
A pesquisa está integrada ao PPG em Patrimônio Cultural e Sociedade da Univille, na linha Patrimônio, Memória e Linguagens, financiada pela FAPESC. A Constituição de 1988 assegurou aos indígenas no Brasil direito de uso das suas línguas, culturas e tradições, possibilitando a contribuição da escola indígena para seu processo de afirmação étnica e cultural. Desde então, leis como a LDB e o PNE, têm assegurado o direito dos povos indígenas à educação diferenciada pelo uso da língua da respectiva etnia, pela valorização dos seus conhecimentos e saberes milenares, e formação dos próprios indígenas para atuarem na docência em suas comunidades. É a transformação em curso gerando novas práticas a partir da função social das escolas em terras indígenas. O estudo em desenvolvimento analisa tanto os processos educativos de escolarização nas comunidades, como a forma com que a CRE 23 - JLLE /SC conduz a escolarização indígena. A metodologia de investigação foi pensada em duas fases, a análise dos documentos oficiais, das referências bibliográficas e a revisão de literatura do tipo narrativa, a outra fase será com entrevistas semiestruturadas com docentes indígenas e não indígenas com vistas a coletar de informações para compreensão da epistemologia indígena. Objetiva-se identificar como as comunidades escolares estruturam suas didáticas na formação da cultura Guarani Mbya na construção dos saberes apresentados em sala de aula. Na fase inicial está sendo feito o acompanhamento das aulas realizadas na escola da aldeia, a leitura analítica dos textos referente a cada disciplina que está sendo ministrada e observado como se dá a construção das atividades. Particularmente, no sentido de perceber a relação entre os conteúdos que advém dá escola não indígena e o conteúdo e abordagem do professor indígena. Os dados iniciais apontam para uma complexa relação entre o conteúdo escolar advindo do sistema de educação não indígena e a cultura indígena.
Apoio / Parcerias: FAPESC
A função social da propriedade
- Maria Eduarda Treml Lader, Ensino Médio, maria.lader@univille.br
- SARAH FRANCINE SCHREINER, Doutorando(a), sarahschreiner@univille.br
Palavras-chave: Direitos fundamentais, função social da propriedade, Função socioambiental da propriedade
A função social da propriedade não afeta a autonomia do proprietário sobre as atividades realizadas na propriedade, e sim a garantia do direito à propriedade em si, por conta disso não pode ser considerada uma limitação, mas sim um princípio que regulamenta o seu fim por si mesmo, como ocorre com os princípios de ordem econômica. Consequentemente, a percepção que se tem a respeito do direito absoluto sobre a propriedade se relativiza, na medida em que é reconhecido que a propriedade não tem um caráter unicamente de direito privado. A necessidade de estabelecer uma função social para a propriedade, pode ser vista como uma forma de reparar as injustiças historicamente desenvolvidas sobre o acesso à terra e a concentração fundiária existentes no país, como foi a caso da Lei de Terras de 1850, que tornou o acesso à terra extremamente excludente, visto que os resultados da implantação dessa lei envolveram o aumento do preço da terra. Este estudo integra o projeto de pesquisa “Os institutos civilistas do direito das coisas e sua vinculação aos direitos fundamentais – POSSE”, e o problema da pesquisa envolve qual é o conceito do princípio da função social da propriedade na Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/88). Os objetivos do estudo são fazer um levantamento histórico sobre o acesso à terra desde o período colonial, com o surgimento da concentração fundiária brasileira, retratando as injustiças estruturais que foram implementadas com a Lei de Terras de 1850, que irá regulamentar a posse da terra por meio de cartórios ou registros de imóveis, extinguindo a usucapião de terras devolutas do Estado, até os dias atuais; e averiguar o conceito da função da propriedade CRFB/88, utilizando o artigo 5° incisos XXII e XXIII, em conjunto do artigo 225 da CRFB/88. A metodologia utilizada é dedutiva, com a técnica bibliográfica. Os resultados preliminares dão conta que ao conceito de função social da propriedade para a CRFB/88 agrega-se a função socioambiental, em razão do dever de preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, tendo a perspectiva histórica contribuído ao conceito da função social para a garantia do direito à propriedade privada, por ser um avanço para se combater a concentração fundiária existente no Brasil, como também para se combater as propriedades improdutivas.
A história da cura dos animais de grande porte na pecuária e a tradição popular do benzimento em Jaraguá do Sul e região, SC
- Arthur Antonius Eissler , Graduando, eissler.arthur@gmail.com
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
Palavras-chave: benzimento de animais, Jaraguá do Sul, História oral
As práticas tradicionais de cura, entre as quais se pode incluir o benzimento de animais, embora consideradas “atrasadas” por alguns técnicos, fazem parte de uma longa tradição que remonta, conforme Souza (2009), às sociedades europeias da Alta Idade Média, podendo ser observada em escritos do século XV. Tal tradição, que fora trazida ao Brasil pelos imigrantes europeus e que pôde ser constatada já no período colonial (CASCAES, 2015; SOUZA, 2009), é, ainda hoje, possível de ser observada no município de Jaraguá do Sul e região, onde nenhuma historiografia a respeito foi localizada. Nesse sentido, a presente pesquisa busca através da realização de entrevistas orais com benzedores de animais locais, compreender o modo como essa tradição popular é praticada no município de Jaraguá do Sul e região. Por outro lado, a pesquisa observa as semelhanças e diferenças entre os relatos obtidos e aquilo que a literatura especializada, exemplificada por Bethencourt (1987), Cascaes (2015), Cascudo (2005), Freyre (1933) e Souza (2009), aborda sobre o benzimento de animais em outras épocas e locais, como em Portugal dos séculos XV e XVI, no Brasil Colônia e na atual Florianópolis. Como considerações parciais, os dados preliminares levantados apontam para um forte vínculo entre as práticas de cura e a história da imigração na região e do assentamento da pecuária entre os colonos. O tratamento de doenças dos animais de grande porte, como bicheiras ou miíases eram a atuação mais corrente dos benzedores. Por outro lado, busca-se discutir se a diminuição das áreas rurais próximas aos centros urbanos e o fortalecimento da veterinária influenciou na quebra da transmissão dos saberes de cura populares.
Apoio / Parcerias: Projeto voluntário
A IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE HORTA PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR NA TERCEIRA IDADE
- ANA BEATRIZ PATERNO, Graduando, paternoanabeatriz@gmail.com
- BRIGIDA MARIA ERHARDT, MSc, brigidaerhardt@gmail.com
Palavras-chave: LAR DE IDOSOS, HORTA , ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
As Práticas Curriculares Integradas é componente obrigatório no curso de Pedagogia EaD da Univille. A oferta acontece em quatro momentos ao longo do curso, com o objetivo de articular teoria e prática. Em 2024, se teve como tema gerador potencializar ambientes e espaços na perspectiva da educação integral. Para realizar as atividades do componente, definiu-se a Casa Geriátrica Viver Mais Feliz.. Após os trâmites, nos meses de maio e junho, nos incluímos nas atividades de rotina dos idosos, na casa - que contava com 17 pessoas com idade entre 60 e 90 anos. Passamos a realizar as atividades de observações e entrevistas; identificamos que o lar possui desafios consideráveis, desde a sua estrutura — sendo visivelmente humilde — até o abandono familiar. No entanto, o responsável pelo lar de idosos, apresentou como demanda a necessidade de oferecer uma alimentação mais saudável e reduzir os custos associados ao consumo de verduras e legumes para os residentes. Com a demanda definida, definimos como objetivo implantar uma horta a fim de promover alimentação mais saudável e reduzir os custos relacionados ao consumo de verduras e legumes. Estabelecemos como procedimentos metodológicos: a limpeza na área, instalação dos canteiros com cimento, adubação do solo com adubo orgânico, a pintura do muro; definição dos tipos de verduras que seriam plantados e a elaboração das orientações sobre os cuidados após plantio. Na etapa do plantio, tentamos integrar os idosos nas atividades do projeto, incentivando a participação deles, respeitando as suas capacidades físicas e psicológicas. Essa situação demandou uma abordagem ajustada, onde a participação dos idosos ocorreu de maneira indireta, por exemplo, um residente de 69 anos, com dificuldade de locomoção esteve presente durante todo o processo de cuidado com a terra, adubação e plantio, participando através de conversas e dicas sobre plantação, compartilhando conosco sua experiência de vida. Finalizamos essa etapa colocando serragem em toda a horta e confeccionamos placas de identificação com os respectivos nomes das hortaliças, feitas com pedaços de forro PVC e estacas de madeira. Destaca-se que conseguimos concluir as atividades estabelecidas para a demanda apresentada. Além disso, o projeto nos ensinou sobre o abandono na velhice, as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiências e o trabalho exaustivo dos cuidadores em instituições com recursos limitados. Aprendemos a valorizar mais a vida e os momentos cotidianos, entendendo a importância de viver de forma plena e grata, reconhecendo a importância de cada fase da vida.
Apoio / Parcerias: NÃO SE APLICA
A INSERÇÃO DA TANATOPEDAGOGIA NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO LITERÁRIO – PERSPECTIVAS DE PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
- Ramone Abreu Amado Jasper Soares , Mestrando(a), rahparapsico2023@gmail.com
- Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.rocha@univille.br
Palavras-chave: Tanatopedagogia, Práticas Pedagógicas, Letramento Literário
O projeto é uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação da Univille – Universidade da Região de Joinville – subsidiada pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e associada ao LEPED (Grupo de Pesquisa Leituras e Escritas em Práticas Educativas) e objetiva primordialmente compreender o lugar da Tanatopedagogia (Educação sobre a Morte, o Morrer e os Lutos) e suas implicações nas práticas pedagógicas de nível médio considerando a utilização do texto literário para fomentar essas práticas. Nesse contexto, tal projeto propõe que professores e demais trabalhadores em educação tenham acesso e propaguem a educação tanatológica com aporte da arte literária com o intuito de promover reflexão, autoanálise, relaxamento e empreender escuta empática para mais assertivas orientações e encaminhamento do alunado a serviços que possam ter o aval do Ministério da Saúde. A abordagem utilizada foi qualitativa e a coleta de dados se deu por meio da instauração de grupos de discussão com professores e alunos nos parâmetros de Weller (2006); Já a análise dos dados seguiu os pressupostos da análise do discurso cujo espectro global de apoio partiu de Orlandi (2002). A pesquisa teve como referenciais teóricos fundantes no que tange à abordagem da morte e do morrer Kübler-Ross (2017) e Arantes (2019), aos processos de luto na contemporaneidade Franco (2021), à tanatopedagogia Kovács (2021), Grzybowski (2009) e Incontri (2010). Cosson (2020) respaldou as ponderações acerca de letramento literário e Paiva (2011) a relação deste com a tanatologia. Dentre os resultados mais significativos obtidos por meio da análise dos discursos dos sujeitos da pesquisa foi possível detectar que a partir de uma Ideologia de Educação Holística os alunos defendem que todas as questões relacionadas ao seu desenvolvimento emocional, como as abordadas pela tanatopedagogia, devem ser incluídas nos currículos escolares; já os educadores, pela sustentação de uma Ideologia da Importância da Educação para o Enfrentamento de Tabus e Preparação para Experiências de Vida Difíceis, mostraram-se abertos à instauração de uma Educação para a Morte nas escolas, pontuando a necessidade de formação docente. A evasão, negação e temor que os homens costumam alimentar em relação a temas tanáticos precisam ser ressignificados para uma melhor qualidade de vida de todos – isso se dará por meio da instituição de um tanatoletramento nas escolas, de modo adequado e urgente, por profissionais comprometidos e capazes de executar uma educação pelas vias da sensibilidade e da exploração da potência da literatura.
Apoio / Parcerias: CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
A participação de professoras no Performa: um estudo documental
- Beatriz Maria Alvise, Graduando, beatriz.coe@univille.br
- Luara Terezinha Martins Padilha, Graduando, luarapadilha@univille.br
- Letícia de Andrade, Doutorando(a), ldandrade@outlook.com
- ALLAN HENRIQUE GOMES, Dr(a), allan.gomes@univille.br
Palavras-chave: Pesquisa Documental, Docência, Formação Continuada
A educação, desde as organizações mais primitivas das sociedades tribais, se faz presente nos grupos humanos. Estudar a história da educação possibilita reflexões sobre o fenômeno educacional em diferentes épocas e sobre aspectos que permaneceram ou sofreram rupturas nos sistemas educativos (RIBEIRO, SOUZA e LIMA, 2018). Conforme dados do Censo Escolar 2022, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as mulheres são maioria enquanto docentes na educação básica. As trabalhadoras do sistema educacional passaram por diversos desafios e conquistas ao lutar por um espaço que nem sempre foi delas por direito. O presente estudo, baseado na análise documental e organização do acervo PERFORMA, busca investigar de que modo os percursos de trabalho e formação das trabalhadoras da educação são marcados por interseccionalidades como as relações de gênero. A gestão documental, segundo Bernardes e Delatorre (2008) proporciona maior agilidade e precisão na recuperação de documentos e informações, sendo essencial para um melhor manuseio dos arquivos e facilitadora para pesquisa futura. Dessa maneira, a partir da organização e sistematização dos documentos, foi realizado mapeamento quantitativo do acervo até o ano de 2023 objetivando definir o número total de participantes, número por ano de percurso e relação da quantidade de profissionais por gênero. A organização iniciou-se com o download de parte do material que estava na plataforma Google Drive e com o upload no SharePoint, atual endereço virtual do acervo. Em seguida, foram criadas pastas individuais contendo o ano de participação no projeto e o nome de cada professor, as quais foram sistematizadas em subpastas com áudios, fotos, narrativas e transcrições. Ainda, houve a renomeação dos arquivos seguindo um padrão pré-definido que permite a localização do encontro e eixo temático. Como resultados preliminares, além de um avanço considerável no que se refere à estruturação do acervo, verificou-se que o projeto contou com a participação total de 113 professores, sendo 26 destes no ano de 2020, 31 em 2021, 23 em 2022 e 33 em 2023. Além disso, retomando a questão de gênero que perpassa e embasa a pesquisa, constata-se que, dos 113 participantes do percurso, 98 são mulheres. Assim, destaca-se que, por se tratar do início da investigação, há muito a ser aprofundado e debatido no que tange à feminilização da docência. Já no que se refere ao acervo PERFORMA, serão realizadas novas ações buscando uma maior organização e facilidade de manuseio dos documentos.
Apoio / Parcerias: PERFORMAR Percursos formativos docentes e discentes na rede de educação básica.
A Plataformização Digital de Trabalhos - OnlyFans
- Rodrigo Aparecido Pires Freitas, Graduando, rodrigoappfreitass@gmail.com
- Nielson Ribeiro Modro, Dr(a), nielson@modro.com.br
Palavras-chave: Direito digital, Economia digital, OnlyFans
A pesquisa foi originalmente apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Direito (São Francisco do Sul) na forma de artigo, apresentando o impacto do OnlyFans na economia digital, ressaltando sua relevância como fonte de renda para muitos usuários, através da venda de diversos conteúdos, incluindo material adulto. O estudo, cuja metodologia foi a bibliográfica dedutiva, oferece uma visão abrangente dos desafios sociais, legais e éticos associados à plataforma.
O OnlyFans revolucionou a monetização de conteúdo digital ao possibilitar ganhos diretos para criadores. No entanto, surgiram preocupações sobre privacidade e segurança de dados. A conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) é essencial para assegurar a transparência e a segurança das informações de usuários e criadores.
Os profissionais que utilizam a plataforma enfrentam estigma social e dificuldades em transitar para outras áreas devido à sua exposição digital. As implicações legais são complexas, e a proteção contra a divulgação não consensual de conteúdo é vital. A aplicação rigorosa das leis existentes e a criação de políticas específicas são fundamentais para mitigar esses riscos.
O OnlyFans também evidencia a necessidade de atualização das políticas públicas e das leis para acompanhar as rápidas mudanças no cenário digital. É crucial que a legislação evolua para proteger todos os envolvidos, respeitando suas liberdades individuais e garantindo um ambiente justo e seguro para a prestação de serviços digitais.
Em síntese, o OnlyFans é uma parte significativa da economia digital contemporânea, trazendo tanto benefícios quanto desafios. A proteção dos direitos dos profissionais e consumidores, a conformidade legal e a mudança nas percepções sociais são essenciais para assegurar uma operação ética e sustentável da plataforma.
A RELAÇÃO ENTRE PATRIMÔNIO CULTURAL E GRAFISMOS PRÉ-COLONIAIS NA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA DA ARTE GLOBAL: SÍTIO RUPESTRE CASA DE PEDRA.
- Vitória Dutra Gaio, G, vitoria.gaio@univille.br
- Dione Rocha Bandeira, Dr(a), dionebandeira@univille.br
- Nadja de Carvalho Lamas, Dr(a), nadja.carvalho@univille.br
Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Pintura Rupestre, Sambaqui
A presente pesquisa objetivou expandir e tensionar os debates teóricos entre patrimônio cultural e povos pré-coloniais a partir do estudo sobre as pinturas no sítio rupestre da Casa de Pedra, único sambaqui sob rocha registrado em Santa Catarina, com ênfase na perspectiva da história da arte global. A abordagem metodológica da investigação foi a partir de duas fases, uma ampla revisão bibliográfica sobre as investigações em livros, artigos, dissertações e teses em bases indexadas, a outra foi a observação in loco, o registro visual e documental das inscrições feitas sobre a rocha. O sítio arqueológico Casa de Pedra se destaca no contexto da Baía da Babitonga por estar relacionado a uma das ocupações mais antigas da região e pela presença de pinturas rupestres, localizadas no interior das paredes do abrigo rochoso. Os sinais que se encontram no sítio Casa de Pedra levantam questionamentos importantes: À qual sociedade é possível relacionar a autoria dessas pinturas? A presença da pintura rupestre na gruta foi realizada pelos sambaquianos que se estabeleceram no sítio? Ou pode ter sido realizada pelos ancestrais Jê, que tinham por hábito ocupar abrigos sob rocha no planalto? A preservação do patrimônio arqueológico e especialmente no que tange às pinturas rupestres, reveste-se de importância singular, no contexto da Baía da Babitonga, aproximadamente 50% dos sambaquis da região já se encontram parcialmente destruídos, dificultando a realização de pesquisas sobre eles (Bandeira, 2018.) Esse dado demonstra a necessidade da criação de políticas públicas que contemplem a proteção e manutenção desses espaços, por meio de novos registros, recadastramentos, turismo local e programas que contemplem o fortalecimento dos laços de pertencimento das comunidades locais. Ao pensar e pesquisar sobre as manifestações artísticas ligadas aos povos pré-coloniais, passamos a conhecer, considerar e valorizar essas vivências que existiram antes de nós e que estão relacionadas hoje a tradição, cultura e história de povos originários. Manter viva a memória pré-colonial é também uma forma de descolonizar o conhecimento. Isso abre espaço para uma compreensão mais plural e inclusiva da história e da cultura. A pesquisa possui uma abordagem de investigação de natureza interdisciplinar, articulando o campo das artes visuais, arqueologia e patrimônio cultural, no intuito de estabelecer pontos de diálogo entre essas três áreas de estudo. Embora as visitas ao local tenham resultados em importantes registros do sítio e das pinturas, a falta de equipamento adequado para datação impossibilitou coletar este dado.
Apoio / Parcerias: CNPq
A SOCIEDADE HARMONIA LYRA NA PAISAGEM DE JOINVILLE
- Deivid Luiz Gonçalves da Maia, Graduando, deividmaiacontato@gmail.com
- Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com
Palavras-chave: Paisagem Cultural, Sociedade Harmonia Lyra, Patrimônio Cultural.
A pesquisa analisa a Sociedade Harmonia Lyra, marco cultural de Joinville, inaugurado em 1930 e tombado em 1996. O objetivo é investigar as práticas culturais e sociais da instituição ao longo dos anos, utilizando levantamento documental e fotográfico. O estudo da Sociedade Harmonia Lyra e sua paisagem cultural oferece uma perspectiva diferenciada na discussão sobre o patrimônio cultural, uma vez que traz no seu bojo conceitual a inseparabilidade dos elementos tangíveis e intangíveis, combinados na relação significativa do homem e a urbanização. A metodologia da pesquisa incluiu a análise de fontes impressas, manuscritas, fotografias e os documentos de tombamento. Os resultados indicam que a Sociedade tem sido fundamental na promoção de eventos culturais, artísticos e sociais, como apresentações teatrais, concertos musicais, eventos relevantes da comunidade e comemorações privadas. Conclui-se que, a Sociedade Harmonia Lyra é parte da paisagem local e é fundamental proteger esse patrimônio para manter e fortalecer a memória e a identidade cultural de Joinville.
A TEORIA DO DANO AMBIENTAL FUTURO: UMA ANÁLISE DESCRITIVO-CONCEITUAL
- Estefani Pezzini , Doutorando(a), estefani.pezzini@univille.br
- SARAH FRANCINE SCHREINER, Doutorando(a), sarahschreiner@univille.br
Palavras-chave: Dano ambiental futuro, Solidariedade intergeracional, Sustentabilidade
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado fundamental, e sua preservação cabe não só ao Estado mas também à coletividade, assegurando-o às presentes e futuras gerações, conforme o princípio da responsabilidade intergeracional, previsto no artigo 225 da CRFB/88. A ordem constitucional defende a preservação desse direito fundamental, de modo a prevenir a ocorrência de atividades degradantes, como a prática de dano ambiental. As atividades humanas do momento presente já superaram aspectos da sociedade tecnológica, sendo a sociedade atual considerada uma sociedade de risco, cujos impactos de suas atividades ao meio ambiente não podem mais ser medidas com segurança em relação a seus efeitos ao futuro. Nesta seara, o risco de ocorrência de um dano ambiental, ou um dano ambiental que pode se protrair no tempo, em razão de riscos que não sejam passíveis de serem medidos com precisão, deve ser evitado. É o que determina a teoria do dano ambiental futuro, que busca antecipar a responsabilidade por danos ao meio ambiente que ainda não se concretizaram, mas que são previsíveis devido a atividades humanas com potencial poluidor. Desta forma, o problema desse estudo é o que representa a teoria do dano ambiental futuro ao direito ambiental. Os objetivos da pesquisa são definir a natureza jurídica do dano ambiental; conceituar a teoria do dano ambiental futuro; e compreender, no âmbito do direito ambiental, o que representa a teoria do dano ambiental futuro. A metodologia de pesquisa é dedutiva, e a técnica é descritivo-conceitual, baseada em análise bibliográfica e jurisprudencial. Este estudo integra o projeto de pesquisa “Os institutos civilistas do direito das coisas e sua vinculação aos direitos fundamentais – POSSE”, e tem por resultados preliminares que, na atual doutrina e jurisprudência, embora o sistema jurídico brasileiro reconheça a responsabilidade civil por danos ambientais futuros, a aplicação efetiva da teoria ainda enfrenta desafios, como a necessidade de comprovação do dano concreto, o que representa um problema notadamente porque o direito em si é aplicado ao momento presente, enquanto que os aspectos relacionados ao direito ambiental envolvem também questões relacionadas à assegurar às futuras gerações o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
A Visibilidade das Comunidades Remanescentes Quilombolas no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE de 2022)
- Beatriz de Almeida Uber, Graduando, beatrizdealmeida1@gmail.com
- Julia Uhlmann, Graduando, julia.uhlm@gmail.com
- Sirlei de Souza, Dr(a), sirlei.souza@univille.br
Palavras-chave: Censo demográfico, Populações quilombolas, Joinville/SC
A presente comunicação busca informar e atualizar os dados das populações quilombolas, no Brasil, em Santa Catarina e, em Joinville e região nordeste, com base no Censo do IBGE de 2022, o qual representa um avanço significativo na produção de dados sobre a diversidade étnico-racial brasileira, em especial no que concerne às comunidades remanescentes de quilombos. A coleta sistemática de informações sobre essa população, possibilita uma análise mais aprofundada de sua distribuição territorial. Em âmbito nacional, os resultados do Censo de 2022 demonstram um crescimento no número de famílias que se autodeclararam quilombolas, evidenciando a importância desse levantamento para a compreensão da dinâmica demográfica e social desses grupos. No estado de Santa Catarina, a pesquisa revela a presença de comunidades quilombolas em diversos municípios, contribuindo para a construção de um mapa mais preciso da diversidade étnica catarinense. Na região nordeste/SC, especialmente no município de Joinville, os dados possibilitam uma análise mais detalhada da realidade das comunidades quilombolas locais, bem como a identificação do número de famílias e sua distribuição espacial. Nesse sentido, a produção de dados mais detalhados, por meio de pesquisas específicas, é fundamental para subsidiar a formulação de políticas públicas que promovam a igualdade etnico-racial e a justiça social. Percebe-se pela pesquisa realizada até o momento que a inclusão da autodeclaração das populações quilombolas no Censo Demográfico de 2022, representa um marco importante para o aprofundamento dos estudos sobre as populações e suas comunidades quilombolas e que vem contribuindo para a compreensão de suas dinâmicas internas, suas relações com o entorno e os desafios que enfrentam.
Apoio / Parcerias: FAP, FAEX, FAEG, UNIEDU
Acesso à Justiça e Direitos Humanos das Comunidades Quilombolas: Desafios e Propostas para a Efetivação dos Direitos Constitucionais
- Camila Venturi de Sant’ Ana, Graduando, camila.venturi@hotmail.com
- Caroline Martins, Graduando, carolinemartins3012@gmail.com
- Sirlei de Souza, Dr(a), sirlei.souza@univille.br
Palavras-chave: Quilombola, Direitos Humanos, Eficacia da norma
O presente artigo aborda o acesso à justiça e a proteção dos direitos humanos das comunidades quilombolas, em especial da Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto de Joinville/SC. A partir disso, iremos destacar os principais desafios enfrentados para a efetivação dos seus direitos constitucionais e quais são as suas motivações. Embora a Constituição Federal de 1988 reconheça o direito à moradia digna e à preservação cultural das comunidades quilombolas, a efetiva concretização desses direitos ainda encontra obstáculos significativos, tais como a falta de regularização fundiária, a vulnerabilidade socioeconômica, a complexidade dos trâmites administrativos e processuais e a discriminação social. A metodologia será dedutiva e bibliográfica, bem como será analisado jurisprudências e decisões judiciais dos Tribunais Superiores. Os resultados demonstram a morosidade dos processos administrativos e judiciais na garantia da efetiva implementação dos direitos previstos na Constituição Federal de 1988, a qual acarreta na desigualdade de oportunidades para as comunidades quilombolas do Brasil, especialmente à Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto. Esta pesquisa compõe os estudos desenvolvidos pelo Projeto integrado “Caminhos para a cidadania: vivências de ensino, pesquisa e extensão para uma educação antirracista e decolonial com a comunidade remanescente quilombola Beco do Caminho Curto”.
Apoio / Parcerias: FAP, FAEX, FAEG, UNIEDU
Aprendendo a ser professor: o percurso multimetodológico do PIBID interdisciplinar como possibilidade
- Cristina Ortiga Ferreira, MSc, cristina.ortiga@univille.br
- Viviane Razzini Pintarelli , Graduando, viviane.pintarelli@univille.br
- Lilian Spieker Rodrigues de Lima , Graduando, liliansrdelima@gmail.com
- Fernando Cesar Sossai, Dr(a), fernando.sossai@univille.br
- Eliete Martins Fernandes do Rosário, E, eliete.rosario@gmail.com
- Luciana Bebiana da Silveira, E, luciana.bebiana@yahoo.com.br
- Maica Rover Cadorin, E, maicarc@gmail.com
Palavras-chave: Pibid, Interdisciplinaridade, Formação do professor
Este trabalho apresenta um relato da experiência interdisciplinar vivenciada em três escolas públicas no município de Joinville, desenvolvido pelo PIBID/ Univille envolvendo os cursos de Pedagogia, Ciências da Religião e Licenciatura em Educação Especial entre outubro de 2022 e abril de 2024 . Essas escolas são o lócus de atuação dos professores supervisores, espaço em que os bolsistas licenciandos tiveram o contato com a realidade escolar. O papel do supervisor do Pibid Interdisciplinar foi mediar o trabalho dos bolsistas de Iniciação à Docência, professores e alunos das escolas básicas, favorecendo o permanente diálogo e a troca de conhecimentos que contribuíram para o processo de ensino e aprendizagem significativo e contextualizado. Durante a atuação, nos dezoito meses do projeto, buscou-se proporcionar o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao planejamento, produção de materiais didáticos e de estratégias com o uso de ferramentas do âmbito da cultura digital, de forma que pudessem ser apropriadas de forma interdisciplinar e integradas ao cotidiano do processo de aprendizagem. As atividades desenvolvidas com turmas de Fundamental 1 e 2 , permitiram que acadêmicos, supervisores, professores e alunos aperfeiçoassem, construíssem e reconstruíssem diferentes práticas, dentre elas leitura e reflexão de diversos gêneros textuais que envolveram desde a literatura infantil nos “Espaços do Conto”, receitas na “ Hora da Culinária”, manual de instrução para utilização de insumos da horta e aulas maker, como também textos filosóficos no projeto “ Caráter Conta” e científicos nas aulas de geografia e ciências, promovendo a capacidade de argumentar, de posicionar-se criticamente sobre o que acontece no entorno e ao redor do mundo, contribuindo para a renovação do processo de ensino-aprendizagem. Os projetos desenvolvidos nos diferentes campos, movimentou os bolsistas combinando o uso de recursos pedagógicos, ferramentas tecnológicas, conhecimentos teóricos e processos criativos. Em muitos casos, os desafios foram constantes para conectar bolsistas e professores de diferentes turmas e áreas, tempos escolares e dinâmicas de aprendizagem e fazer as adaptações necessárias que permitissem a plena participação dos alunos, incluindo o público-alvo da educação especial. A sociedade contemporânea exige que os sujeitos sejam capazes de viver em uma coletividade de rápidas mudanças. Os recursos tecnológicos fazem parte da nossa vida de forma irreversível e precisam ser inseridos na escola, sem desconsiderar o ensino verdadeiramente humanizado que estimule o desenvolvimento das competências socioemocionais, em um ambiente de acolhimento, empatia, colaboração, respeito às diferenças, autonomia e autoconhecimento buscando contribuir para a melhoria do processo educacional.
Apoio / Parcerias: Capes
As sensibilidades no território da Educação de Jovens e |Adultos (EJA) por meio da a/r/tografia
- Maura Maria Roth, Mestrando(a), mauraroth.adv@gmail.com
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), pillotto0@gmail.com
Palavras-chave: Sensibilidades, A/r/tografia, Educação de Jovens e Adultos
Resumo: a pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) e ao Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE) da Universidade da Região de Joinville (Univille) e o campo de investigação se deu na Rede Municipal de Ensino de Joinville, na Escola Professora Laura Andrade, com 22 estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), entre 15 e 60 anos, que cursaram o segundo semestre de 2023, do 5ª ao 9º ano no período noturno. A questão mobilizadora da pesquisa é: como a a/r/tografia por meio das Proposições Estéticas pode contribuir para potencializar sensibilidades e narrativas socioemocionais dos estudantes da EJA? O objetivo é compreender as demandas socioemocionais dos estudantes da EJA, tendo a a/r/tografia como metodologia, na realização de Proposições Estéticas potencializadas pelas de sensibilidades. Os autores fundantes, que estão contribuindo na investigação, são: Arroyo (2017); Bertaux (2010); Dias (2013); Meira; Pillotto (2022). Os procedimentos estão pautados na interação/observação, diálogos, fotografias, nas quais estão senso analisadas a partir do princípio-compreensivo-interpretativo (Bertaux, 2010). Esse princípio tem como premissa as subjetividades como gestos expressivos nas relações constituídas. As Proposições foram realizadas em cinco encontros: A escrita de si; (Re)significando a poesia em mim e no outro; Impressões que se (re)novam em outros olhares; Modelando as sensibilidades e Cartografias afetivas. A pesquisa possibilitou a compreensão do território da EJA, bem como pensar sobre os processos de aprendizagem inserido em nosso tempo. Tempo esse em que o aceleramento das informações, pode bloquear os processos criativos dos estudantes, causando um desprazer em aprender. Os principais resultados apontam que as Proposições Estéticas, as narrativas e as memórias de vida dos estudantes emergiram por meio a/r/tografia e das demandas emocionais apresentadas. A conclusão é de que a escola pode ser lugar de pertencimento e os seus autores, educandos/educadores, partícipes da educação, dando destaque e protagonismo as construções singulares e coletivas, sinalizando a sensibilidade como fundamental nas práticas da EJA.
Apoio / Parcerias: CAPES
Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE)
Avaliação por descritores no componente curricular Projeto de Vida do Novo Ensino Médio
- Dirce Grein, MSc, dircegreinbio@gmail.com
- Jane Mery Richter Voigt, Dr(a), jane.mery@univille.br
Palavras-chave: Currículo, Projeto de Vida, Novo Ensino Médio
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre os resultados da avaliação horizontal por descritores padronizados no componente curricular Projeto de Vida do Ensino Médio e a formação dos jovens. A pesquisa problematiza se a escola, ao adotar uma lógica educacional que prioriza a individualização e a competitividade, reforçando a produção de subjetividades neoliberais, em que, para Dardot e Laval (2019), os estudantes são incentivados a se verem como produtos no mercado, sujeitos ao gerenciamento de suas próprias competências e habilidades. A pesquisa realizou uma análise quantitativa dos descritores do componente curricular Projeto de Vida de uma escola pública estadual de São Bento do Sul, disponíveis no diário online da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. As respostas dos estudantes foram categorizadas em uma escala de avaliação horizontal (Sempre, Quase Sempre, Raramente, Nunca), permitindo identificar a frequência com que as habilidades e atitudes propostas pelo projeto estavam sendo desenvolvidas. A análise buscou compreender como essa avaliação, baseada em descritores, contribui para a operacionalização dos objetivos do componente curricular Projeto de Vida. A análise dos dados evidenciou um caráter ambíguo na avaliação horizontal por descritores no Projeto de Vida. Ao dimensionar habilidades e competências individuais de forma objetiva, essa prática se alinha à lógica neoliberal que valoriza a individualização e a competitividade. Contudo, a menor progressão em competências socioemocionais, como trabalho em equipe e comunicação interpessoal, revela uma limitação na promoção da formação integral dos estudantes. A ênfase excessiva em competências e habilidades, frequentemente associadas às demandas do mercado de trabalho, pode comprometer o desenvolvimento de um pensamento crítico e de uma visão de mundo mais abrangente, essenciais para a formação de cidadãos capazes de promover transformações sociais (Bernardes e Voigt, 2022). A pesquisa revela que há um tensionamento entre a personalização do ensino e a necessidade de uma formação integral dos estudantes, desvalorizando habilidades como o pensamento crítico e a criatividade. Corroborando com Apple (2004), a pesquisa demonstra a necessidade de uma reflexão profunda sobre currículos vinculados à uma lógica de mercado, a fim de promover uma educação que valorize a diversidade de conhecimentos, a colaboração e o desenvolvimento de uma reflexão crítica e emancipatória. Para tanto, é fundamental que os currículos, assim como as práticas avaliativas sejam repensados, buscando integrar diferentes dimensões do desenvolvimento humano e promovendo a construção de sujeitos capazes de transformar a realidade social.
Apoio / Parcerias: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes
Cantigas e Abelhas: Harmonizando Linguagens e Aprendizado
- Isabeli Espindula; Camily Laisa Schmitz, Graduando, isabeli120803@gmail.com
- Camily Laisa Schmitz, Graduando, camily.schmitz@univille.br
- BRIGIDA MARIA ERHARDT, MSc, brigidaerhardt@gmail.com
Palavras-chave: vivências de extensão, linguagens, abelha
No primeiro semestre do presente ano, no componente de vivências de extensão, fomos desafiadas a trabalhar com práticas interativas e colaborativas através da utilização de um tipo de linguagem diferente nos anos iniciais. A escola que escolhemos foi a Escola Municipal Professora Virgínia Soares, localizada no bairro Floresta (Joinville). No primeiro momento, realizamos ambientações e iniciamos a pesquisa na escola. Realizamos entrevistas com professores e a consulta no Projeto Político Pedagógico da escola, observamos os espaços da instituição, conhecemos o funcionamento da escola e identificamos a realidade e demandas com os professores. Por meio dessas pesquisas e das atividades pontuais que realizamos, o objetivo foi elaborar uma oficina para contribuir com a escola e na aprendizagem das crianças. A presente oficina, intitulada "Cantigas e Abelhas: Harmonizando Linguagens e Aprendizado", foi estruturada em atividades que favorecem a interação e colaboração entre os alunos, ao mesmo tempo que valorizam o uso das linguagens. A proposta foi realizada com a turma do 1º ano “B” e foi pensada para que pudéssemos trabalhar um tema em que os alunos já estivessem familiarizados e envolvidos, as abelhas sem ferrão, pois na escola os alunos são incentivados a protegê-las, e ao longo do ano, cuidam das caixas de abelhas espalhadas pela escola. Iniciamos a nossa proposta de intervenção explicando aos alunos os objetivos e atividades da oficina, que estavam relacionados a apropriação do gênero cantiga, a exploração de seus elementos, letra e melodia, além de fomentar a interação entre os educandos. Realizamos a leitura coletiva da letra de uma cantiga sobre as abelhas e exibimos um vídeo da cantiga “As Abelhas” que é interpretada por Moraes Moreira e escrita por Vinícius de Moraes. Após, promovemos um momento onde os alunos foram incentivados a interpretar a cantiga, compartilhando suas percepções e sentimentos por meio de expressões artísticas. Os alunos realizaram suas produções, apontamentos e demonstraram interesse na proposta. Por fim, promovemos um momento de reflexão e os desenhos foram apresentados ao ar livre para que os alunos pudessem compartilhar suas criações e falar sobre o que mais gostaram na cantiga, da proposta e da oficina como um todo. Ao concluirmos o projeto, fomos capazes de perceber a importância que as práticas interativas e colaborativas através da utilização das linguagens têm durante as aulas e como o seu uso torna o processo de aprendizagem mais envolvente e significativo tanto para os estudantes quanto para os professores.
Apoio / Parcerias: não se aplica
Capacitação de estudantes de Direito para atuação em Grupos estéticos com adolescentes: experiência de um bolsista do projeto PERFORMAR II
- Gustavo Koepsel Schatz, Graduando, gustavokschatz@gmail.com
- Rafael Mendonça, Dr(a), rafael@ipz.org.br
- Gabriela Kunz Silveira, MSc, g.kunz@univille.br
Palavras-chave: Grupos estéticos, Adolescentes, Educação
O “PERFORMAR II — Percursos formativos docentes e discentes na rede de educação básica” é um projeto de ensino, pesquisa e extensão da Universidade da Região de Joinville — UNIVILLE, que integra os cursos de Artes Visuais, Direito, Letras e Psicologia. Os estudantes desses cursos, através da extensão curricular e da parceria com o projeto, são capacitados para criarem e aplicarem grupos estéticos com estudantes do ensino médio, atuando como pesquisadores assistentes do PERFORMAR II. Um grupo estético ou uma oficina estética é a discussão de um tema utilizando obras de arte como mediadores, visando e oportunizando aos participantes criar e atribuir novos significados e novas relações com o tema discutido. OBJETIVO: Capacitar os estudantes do 5° semestre do curso de direito para atuação nos grupos estéticos com adolescentes do ensino médio e oportunizar a apropriação dos conceitos necessários para seu planejamento. METODOLOGIA: Com a orientação dos coordenadores do projeto, professora Gabriela Kunz Silveira do curso de Psicologia e professor Rafael Mendonça de Direito, o bolsista Gustavo Koepsel Schatz do curso de Psicologia, planejou uma aula, intitulada “Grupos estéticos com adolescentes: conceitos e operacionalização”, e a ministrou para a turma do 5° semestre do curso de Direito no dia 30/08/2024 das 20h50 às 22h15. Utilizando como fundamentação teórica as/os autoras/es Calligaris (2000), Rancière (2021), Zanella (2020) e Pereira & Sawaia (2020), foram abordados os conceitos de adolescência, estética, atividade criadora e mediação semiótica, essenciais para a aplicação do grupo estético. Além da fala e dos slides, houve um momento em que a aula foi mediada por uma obra audiovisual para exemplificar os conceitos de mediação estética, mediação semiótica e atividade criadora. A obra em questão foi um vídeo de recapitulação da primeira temporada da série “Segunda chamada”, onde são abordados diversos temas em um curto período, demonstrando a potência da mediação através da arte. CONCLUSÃO: Segundo o relato dos estudantes participantes da aula e a devolutiva dos coordenadores do projeto, o objetivo foi alcançado. O bolsista pretende seguir carreira acadêmica como docente e considerou a experiência muito positiva e importante para o processo de subjetivação profissional.
Como a recuperação de aprendizagens é significada por professores/as do Ensino Fundamental I?
- Evelise Miranda Thomaselli Teichert, Mestrando(a), evelise.teichert@univille.br
- Jane Mery Richter Voigt, Dr(a), jane.mery@univille.br
Palavras-chave: Currículo, Recuperação de Aprendizagens, Práticas educativas
Este trabalho está vinculado ao Programa de Pós-Graduação, em Educação da Universidade da Região de Joinville – Univille, na linha de pesquisa Currículo, Tecnologias e Práticas Educativas. Intitulada como “Recuperação de Aprendizagens e significações atribuídas por professores do Ensino Fundamental I”, esta pesquisa de mestrado foi realizada em uma escola da rede pública municipal de Araquari S/C, no Ensino Fundamental I, especificamente com professores/as dos quintos anos, momento em que os alunos, apesar de terem concluído os anos iniciais, apresentam dificuldades no processo de ensino e aprendizagem em relação à leitura e à escrita. O objetivo é apreender sentidos e significados atribuídos por professores do Ensino Fundamental I sobre o currículo escolar em relação ao processo de recuperação de aprendizagens. A pesquisa tem como referencial teórico os estudos do currículo, pautando-se em autores como Sacristán (1998), que considera o professor como agente ativo decisivo na concretização dos conteúdos e significados dos currículos, tornando-os flexíveis conforme as necessidades do aluno. A pesquisa de campo e a coleta de dados ocorreu com base numa abordagem qualitativa, que para Lüdke e André (2013), é rico em dados descritivos com plano aberto e flexível focalizando em uma realidade de forma variada e contextualizada. A coleta de dados foi feita por meio de entrevistas como cinco professores/as, que foram transcritas e analisadas pautando-se nas orientações metodológicas de Aguiar e Ozella (2006, 2013), que organizados em Núcleos de Significações possibilitou apreender os significados e sentidos das falas dos/as professores/as. Decorrente das análises, chegou-se a três núcleos: a) Necessidade de um currículo que inclua todas as crianças; b) Reconhecer as causas das dificuldades de aprendizagens; c) Estratégias utilizadas para recuperação de aprendizagens. Os resultados apresentados nesta pesquisa apontam que, para os professores, os conteúdos da Matriz Curricular (Araquari, 2020) são extensos e o tempo hábil para cumprir todos os conteúdos é um desafio, pois como a cidade está em pleno desenvolvimento, há pessoas vindo de todos os lugares do país, o que impacta nas práticas pedagógicas, pois os estudantes têm diferentes níveis de aprendizagens. As causas das dificuldades de aprendizagens são identificadas pelas atividades diagnósticas, a partir daí os docentes optam por diferentes estratégias para suprir as lacunas do processo de ensino aprendizagem. Os/as professores/as participantes utilizam conteúdos adaptados, jogos educativos, atividades em grupos e, se tivessem condições objetivas, gostariam de aplicar aulas interativas, com uso de tecnologias e passeios pedagógicos.
Apoio / Parcerias: Fundo de Apoio à Pesquisa da Universidade da Região de Joinville - Univille
Competências digitais dos professores do ensino superior
- Nicoly Cristina Ott, Graduando, nicoly.ott@univille.br
- Elisan Nadrowski, Mestrando(a), elisannadrowski@univille.br
- Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br
Palavras-chave: Tecnologias digitais, Ensino Superior, Competência docente
A presença das tecnologias digitais no ensino superior é uma realidade nos tempos atuais. Considerando que o corpo docente em sua maioria é constituído de profissionais de diferentes áreas e de diferentes gerações, existe a necessidade de refletir sobre o papel das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem do ensino superior. O objetivo desta pesquisa é abordar e identificar competências digitais necessárias aos docentes do ensino superior. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que, para Souza, Oliveira e Alves (2021), tem o propósito de analisar a temática em estudo, publicada em livros, teses e artigos científicos. Foram acessadas teses e dissertações no Portal de Teses e Dissertações da Capes, publicadas entre 2019 e 2024. Os descritores utilizados foram: competências digitais *AND* ensino superior *AND* professor. Foram encontrados 71 trabalhos, sendo aqui selecionados e analisados quatro trabalhos. A dissertação de Coelho (2020) ocupou-se sobre as metodologias ativas e tecnologias digitais. Esse trabalho realizou um estudo de campo, do tipo survey, de caráter exploratório-descritivo. Os participantes da pesquisa foram alunos do curso de Administração. Os dados apontaram que a maioria dos professores utilizam as tecnologias digitais de diferentes formas nas aulas, indicando que eles desenvolveram diversas competências digitais e pedagógicas. Almeida (2020) buscou analisar quais competências digitais são acessadas ao utilizarem as tecnologias em aulas presenciais. Os resultados apontaram que os professores desenvolveram as competências digitas que pudessem propor práticas colaborativas de aprendizagem. Já a dissertação de Silva (2021) apresentou os resultados de uma pesquisa do tipo descritiva, com abordagem qualitativa, por meio de um estudo de caso com 8 professores. Os dados apontaram que, apesar de possuírem formação na área de tecnologia e, portanto, tinham as competências técnicas necessárias, os docentes foram impactados de formas diferentes pelas mudanças durante a pandemia, o que gerou certa heterogeneidade no ensino. Na sua tese, Kirnew (2022) analisou como os discentes e docentes conceberam sua competência informacional de busca digital antes e após experiência com protocolo de pesquisa que articula bibliometria, estratégias autorreguladas de aprendizagem e pressupostos do conceito de competência baseado no conjunto de conhecimentos, habilidade e atitudes. Os trabalhos analisados indicam que as os professores possuem algumas competências digitais, especialmente, as técnicas/instrumentais. Evidencia-se que há necessidades de promover uma continua formação docente para que outras competências possam ser desenvolvidas.
Apoio / Parcerias: IC/Univille
Concentrar para brincar: uma experiência de estágio em um CEIM de São Bento do Sul
- Gabriel Felipe Alves , Graduando, gabriel.alves.1@univille.br
- Gabrielly Luize dos Santos , Graduando, gabriellyluize1@gmail.com
- Juliana Rosniecek, Graduando, jurosniecek@gmail.com
- Rosina Forteski Glidden, Dr(a), rosina.glidden@univille.com
Palavras-chave: Psicologia, Arte, Educação Infantil
A liberdade para aprender e a igualdade de condições de acesso e permanência na escola são direitos fundamentais propostos pelo Artigo 206 da Constituição Federal. O profissional da Psicologia, como agente capaz de promover saúde e cidadania por meio de seu trabalho deve alinhar criticamente sua atuação aos direitos fundamentais descritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A criticidade na atuação e a concepção do ser humano como histórico e social deve ser trabalhada desde a formação, promovendo uma atuação contrária ao modelo usado no início do século XIX, quando o psicólogo atuava de forma normatizadora e excludente. Os estágios obrigatórios específicos de Psicologia, regulamentados pela Lei 11.788 (2008), colocam o aluno em contato com a realidade que o cerca, com a finalidade de aplicar as práticas e conhecimentos psicológicos aprendidos em sala. Este trabalho teve como objetivo apresentar as vivências de um Estágio Específico em Psicologia Educacional com uma turma de 20 alunos do Pré I de um Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) de São Bento do Sul. Inicialmente foram realizados encontros de observação e entrevistas com a equipe pedagógica, quando percebeu-se que os alunos de inclusão não participavam das atividades propostas pela professora responsável da sala, e a turma era rotulada como agitada. Com base nestes dados foram aplicadas atividades artísticas com os alunos, tendo o suporte dos agentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem da instituição. No total foram conduzidos oito encontros semanais de uma hora e meia que visavam promover interações inclusivas e não violentas. Os encontros eram sempre iniciados com uma atividade de relaxamento. Foi possível perceber no decorrer das atividades o aumento da capacidade dos alunos em socializar dentro do grande grupo, respeitando o espaço de seus pares. As ferramentas empregadas pelos estagiários proporcionaram aos alunos um repertório maior de regulação e enfrentamento para utilizar em momentos de descontrole emocional. Evidenciou-se também a fragilidade da formação acadêmica dos estagiários em termos de técnicas e manejo para trabalhar com crianças, apontando que ainda há reflexões possíveis quanto à formação acadêmica em Psicologia voltada à Educação Infantil. Conclui-se pela necessidade de melhorar a comunicação dos alunos da Educação Infantil, porém sem silenciá-los, possibilitando que se expressem de forma criativa, através da arte, enquanto desenvolvem sua capacidade de comunicação.
Contação de Histórias
- Taiza Mara Rauen Moraes, Dr(a), taiza.mara@univille.br
- João Vinicius de Almeida Braga, Dr(a), joao.braga@univillebr.onmicrosoft.com
Palavras-chave: contação de histórias, leitura, leitores
O subprojeto de Contação de História, vinculado ao Projeto Institucional de Incentivo à Leitura – PROLER/ UNIVILLE, visa constituir elos para uma política em prol da ampliação do direito à leitura e da promoção das condições de acesso, articulando a leitura com outras expressões culturais, numa compreensão de que a palavra produz releituras de mundo e cria novas formas de dizê-lo. Entendemos que ouvir histórias é também um ato de criar, pois o ouvinte, ao se encantar com uma narrativa ou poema contado, vivencia uma experiência sensível que se amplia da percepção para a intelecção, constituindo um espaço criador. Uma rede articulada nacionalmente para promover múltiplas ações leitoras, dentro e fora dos muros escolares, que parte do princípio de que os leitores são questionadores, sujeitos que formulam perguntas sobre o mundo, redimensionando realidades e potencializando-as. Nos 30 anos de percurso, mobilizamos parcerias em prol da difusão da “contação de histórias” como recurso para a promoção de uma leitura sensível tendo como premissa possibilitar múltiplos encontros entre o erudito e o popular, a tradição e o contemporâneo, o conhecimento “letrado” com o conhecimento “popular”, da cultura afro-brasileira, da cultura indígena, das artes e suas linguagens, enfim, das múltiplas formas pelas quais a poesia e o imaginário expressam e potencializam o desenvolvimento da sensibilidade, entendendo o sensível como motor para uma leitura crítica do mundo. Portanto, promover a leitura é também promover a escrita. Abrir espaços de leitura significa abrir perspectivas de autonomia, para que os sujeitos possam perceber e avaliar o mundo que coabitam, questionando-o e criando alternativas para transformá-lo.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS INFANTIS NA BIBLIOTECA – “A HISTÓRIA DE HOJE É...”
- MARISA MARIA ROIHDE FURST, Graduando, marisa_rohde@yahoo.com.br
- BRIGIDA MARIA ERHARDT, MSc, brigidaerhardt@gmail.com
Palavras-chave: Contação de histórias , Literatura infantil, Imaginação
No presente ano, as atividades das Práticas Curriculares Integradas, compreendeu levantamento de informações no Projeto Político Pedagógico sobre educação integral, protagonismo estudantil, uso dos espaços e ambientes da escola, aproximação do currículo com a realidade; houve realização de entrevista com professores e supervisor/es sobre o uso de ambientes e espaços para além da sala de aula pelo professor/a, com intuito de promover o desenvolvimento das competências da BNCC, nos estudantes. O objetivo da proposta de intervenção foi contar histórias de forma diferenciada utilizando decorações e fantasias na biblioteca e outros espaços da escola para resgatar o amor pela leitura, o interesse pelos livros, o encantamento e imaginação que só uma boa história pode proporcionar, colaborando para que os alunos desenvolvam o pensamento
crítico e aprendam a indagar o mundo. Para desenvolver as atividades da proposta, utilizou-se dos seguintes procedimentos metodológicos: produção de peças em EVA, produção de letreiros, impressões de material, definição das histórias, montagem e decoração do espaço para a contação de histórias e as demais atividades relacionadas à leitura. Com as decorações e fantasias prontas iniciou-se as contações de histórias nos dias e horário estabelecidos. Um dos títulos escolhidos foi “o pedido da fada madrinha”. As crianças vieram ate a biblioteca, bateram na porta, a fada madrinha atendeu e convidou para entrar em sua casa. Todos se acomodam na tenda e ouviram a leitura do livro. Após ouvir, cada turma foi convidada a escrever um pedido realizável em um papel colorido e amarrar em uma árvore de galhos secos. Com essa atividade houve muita empolgação para saber qual desejo se realizaria primeiro, foi um momento de conversa e expectativas, contaram sobre seus sonhos e pedidos mais sinceros. Além das contações de histórias, também foram cantadas músicas referentes ao sitio do pica pau amarelo. Foi um dia divertido, diferente e muito agradável. O diretor fez uso da palavra para reforçar a importância da leitura, de contar histórias, de criar suas próprias narrativas. Reforçou para todos fazer bom uso da biblioteca e levar adiante o projeto. Os resultados do projeto foram muito significativos, pois com o passar dos dias, quanto mais histórias eram contadas mais os alunos pediam para ouvir e ler os livros já contados. Os professores passaram a utilizar os materiais produzidos, teve quem organizou seu cantinho de leitura , assim, pequenas mudanças nas atitudes que fizeram valer muito o trabalho desenvolvido.
Apoio / Parcerias: não se aplica
CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO ESTÉTICA AO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E IDENTIDADE DOCENTE NO BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
- Nazaré Costa, Mestrando(a), nazarecostaprof@gmail.com
- Rita Buzzi Rausch, Dr(a), ritabuzzirausch@gmail.com
Palavras-chave: Desenvolvimento Profissional Docente, Identidade Docente, Vivências Estéticas
A presente investigação tem como objetivo analisar as contribuições das vivências estéticas ao desenvolvimento profissional e à constituição da identidade docente no Brasil, por meio da produção científica em educação publicada entre 2013 e 2023. Este estudo busca fortalecer a discussão acerca das experiências estéticas na formação de professores, oferecendo uma visão abrangente e crítica sobre o tema ao longo dos anos, através de uma abordagem qualitativa do tipo revisão integrativa. A pesquisa utilizou a base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A metodologia descritiva interpretativa foi empregada para a análise dos dados, com o intuito de descrever e condensar características ou padrões identificados, acompanhados de interpretações críticas à luz das teorias. A pesquisa se estruturou em seis etapas: 1) Levantamento das teses e dissertações publicadas entre 2013 e 2023 na plataforma CAPES; 2) Estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; 3) Leitura criteriosa dos resumos e elaboração de um quadro que qualifica e analisa os textos; 4) Categorização; 5) Interpretação dos dados; 6) Apresentação da síntese. Após aplicar os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados dez trabalhos que abordam especificamente a temática proposta. A análise dessas pesquisas permitiu identificar as principais contribuições das vivências estéticas ao desenvolvimento profissional docente e à constituição da identidade docente, organizadas nas seguintes categorias: i) Processo ensino-aprendizagem; ii) Identidade docente; iii) Autoformação; iv) Políticas públicas; v) Relações interpessoais; vi) Educação estética; vii) Autonomia e emancipação do professor; viii) Desenvolvimento da sensibilidade; ix) Formação humana. Os resultados indicam que as vivências estéticas desempenham um papel significativo no desenvolvimento profissional e identidade docente. As pesquisas analisadas sugerem que essas experiências promovem nos professores uma reflexão crítica, maior criatividade e sensibilidade, elementos essenciais para a prática pedagógica. As vivências estéticas são destacadas como fundamentais para a construção da identidade docente, fortalecendo o compromisso e a realização profissional. O desenvolvimento deste estudo possibilitou a síntese das produções realizadas, viabilizando ações que favoreçam a consolidação de suas proposições. Este trabalho ressalta a importância de incorporar práticas estéticas na formação inicial e no desenvolvimento contínuo dos docentes, evidenciando a relevância do tema para a educação no Brasil.
Apoio / Parcerias: Programa de Iniciação Científica Pós-Graduação - PICPG
Currículo do ensino médio: Sequências didáticas para área das ciências naturais e suas tecnologias
- Gabriela Santos Longen, Graduando, gabriela.longen@univille.br
- Jane Mery Richter Voigt, Dr(a), jane.mery@univille.br
Palavras-chave: Física, Práticas pedagógicas, Novo Ensino Médio
A Lei nº 13.415/2017 introduziu a reforma do Ensino Médio, flexibilizando o currículo e oferecendo itinerários formativos em quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências Naturais e Ciências Humanas, além de um itinerário para a Educação Profissional. O documento curricular destaca a importância de processos investigativos, que incentivam os estudantes a identificarem problemas, formular questões, testar hipóteses e elaborar explicações com base em dados. Neste contexto, práticas pedagógicas com foco em experimentação e investigação são essenciais para que os alunos revisem conceitos e identifiquem as limitações e possibilidades das Ciências Naturais. A pesquisa visa levantar produções científicas que abordem sequências didáticas experimentais em Ciências Naturais, especialmente física, com o objetivo de ajudar os estudantes a entenderem leis, teorias e modelos aplicáveis a problemas socioambientais. A metodologia contempla uma análise qualitativa na qual foi utilizado descritores e operadores booleanos para buscar artigos científicos em bases de dados como Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Scientific Electronic Library Online (SciELO), com foco em produções a partir de 2014. Os resultados mostram uma quantidade significativa de artigos relacionados ao ensino de Física e práticas experimentais, abordando temas como mecânica, estática, dinâmica e ondulatória. Algumas práticas pedagógicas foram usadas como exemplos práticos para o entendimento de leis e teorias, como o experimento para demonstrar as Leis de Newton, no qual é feito a medição da aceleração de um carrinho de brinquedo em função da força aplicada e da massa. A simples realização de experimentos não é suficiente para a aprendizagem, é necessária uma mediação didática para conectar a prática aos conceitos teóricos. A sequência didática, inclui a preparação, execução e reflexão sobre o experimento, é fundamental para garantir a compreensão dos alunos. Além disso, destaca-se a importância de infraestrutura adequada nas escolas para a realização dessas práticas experimentais, com materiais e espaços apropriados. É notável que a inclusão de práticas experimentais pode enriquecer o ensino de Física no Ensino Médio e que os materiais didáticos selecionados desempenham um papel crucial no planejamento das aulas e na formação de professores, nesse âmbito, os materiais didáticos são auxiliares no processo de planejamento, pois podem ampliar as possibilidades.
Apoio / Parcerias: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Fundo de Apoio à Pesquisa da Universidade da Região de Joinville - Univille
DECOLONIZAR A ESCUTA: Problematizações teóricas a partir da experiência de estágio em Psicologia Clínica
- Flavia de Souza, Graduando, f.flavia@univille.br
- Gabrielle Korczagin Padilha, Graduando, gabrielle.padilha@univille.br
- Julia Alessandra Ramos, Graduando, juliaramos@univille.br
- Liliana Schiessl, Graduando, liliana.schiessl@univille.br
- Vinícius Armiliato, Dr(a), vinicius.armiliato@univille.br
Palavras-chave: Psicologia clínica, Decolonialidade, Estágio Profissionalizante
No século XIX, ao alinhar-se com a perspectiva filosófica positivista, a psicologia afirmou-se como uma disciplina normativa e de controle que demarcou fronteiras entre o normal e o patológico, entre o adaptado e o desadaptado (Miranda; Félix-Silva, 2022, p. 3). Entretanto, antes de se consolidar como disciplina normativa, a psicologia se desenvolve como instrumento de colonização, atuando não como ciência, mas como forma cultural que escraviza e subjuga subjetividades periféricas, ou seja, aquelas que não correspondem ao ideal de homem branco europeu (Miranda; Félix-Silva, 2022). Objetiva-se neste trabalho, através de revisão narrativa da literatura, indicar a perspectiva decolonial como alternativa às práticas hegemônicas da psicologia eurocentrada. Observou-se que devido ao seu potencial de repetir e perpetuar violências, a Psicologia, especialmente o fazer clínico dessa ciência, vem sendo amplamente debatida, tensionada e revisitada por teóricos críticos atuais. Martín-Baró (1997, p. 8) explica que “percebe-se cada vez com maior clareza que as definições genéricas procedentes de outros lugares trazem uma compreensão de nós mesmos e dos outros muitas vezes míope diante das realidades que a maioria dos nossos povos enfrenta e são inadequadas para captar sua especificidade social e cultural.” Segundo o autor, os profissionais da psicologia que se comprometem ética e politicamente no fazer de sua profissão, assumem a responsabilidade de lutar pela “desalienação” do sujeito, que encontra no coletivo a sua identificação social. Observa-se, contudo, que a prática clínica da psicologia frequentemente pressupõe que tratar o “indivíduo doente” resolverá aspectos de ordem social que incidem sobre o sujeito. Com base no exposto, este trabalho se fundamenta nas problematizações teóricas que emergem das experiências de um Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica e tem como objetivo situar as possibilidades de construção de uma clínica decolonial no Serviço de Psicologia da Univille, campus São Bento do Sul. As vivências clínicas fizeram emergir reflexões acerca do eurocentrismo epistêmico e de como esse influencia as práticas de escuta clínica e (re)produz socialmente a ideia do “anormal” (Pereira et al., 2022). Nesse contexto, o pensamento decolonial oferece novas perspectivas para compreender o sofrimento psíquico, destacando sua relação com expectativas exteriores ao sujeito as quais são social, histórica e culturalmente estabelecidas. Conclui-se que cabe à Psicologia Clínica reafirmar seu compromisso ético-político, adotando uma escuta que não apenas acolha, mas que lute pela emancipação do sujeito, considerando que “quem emancipa não tem que se preocupar com aquilo que o emancipado deve aprender.” (Ranciére, 2004, p.37).
Desafios da psicologia em Casa de Passagem para adultos
- Beatriz Schadeck Zucchetti, Graduando, beatrizschadeck@gmail.com
- Vanessa Ribeiro Beghine, Graduando, vanessaribeghine@gmail.com
- Adelaide Graeser Kassulke, Doutorando(a), adelaide.psicologia@gmail.com
Palavras-chave: Casa de Passagem, Oficinas Psicoeducativas, Psicologia
A prática de um psicólogo está presente em muitos espaços, deste modo, se faz necessário que a formação em psicologia promova experiências em diversos campos, para que desta forma, se tenha uma atuação crítica, tendo isso em mente, a disciplina de Estágio em Clínica Estendida proporciona tais vivências. Assim, o presente trabalho teve como principal objetivo compartilhar as intervenções realizadas no campo de estágio Casa de Passagem Santo Egídio, localizada na cidade de Joinville-SC. Para que isso fosse possível, foram feitas entrevistas semiabertas com os funcionários da instituição, com a equipe técnicas e os usuários a fim de compreender as principais demandas da Casa. Após isto, determinou-se nove encontros de intervenção psicossocial, voltados aos moradores, divididos em dois subtemas - trabalho e bem estar. Por considerar a grande rotatividade de moradores, foi decidido que tais encontros fossem realizados de modo independentes, não necessariamente havendo uma continuidade entre um e outro. Uma vez isto colocado, dentro de cada encontro foi aplicada avaliação com o intuito de verificar o aproveitamento das sessões dentro da perspectiva dos usuários, sendo importante ressaltar que o questionário foi adaptado para o espanhol devido ao considerável número de imigrantes de países onde o idioma principal é o espanhol. Segundo a avaliação dos participantes acerca de cada encontro, aproximadamente 92,3% consideraram a intervenção como muito boa; 69,2 % consideraram que os objetivos propostos foram todos alcançados; 62,9% consideraram que a comunicação grupal foi muito boa; 84,6% consideraram que a atuação dos interventores foi muito boa; 84,6% consideraram que o sentimento geral sobre a intervenção foi que gostaram muito; 76,9% consideraram que o bem-estar psicossocial antes e depois da intervenção estava muito melhor. Ao longo dos encontros foi possível verificar a importância da escuta qualificada, além de ser notável o quanto o ambiente e contexto podem influenciar no estado psicossocial de um indivíduo. Por fim, ressalta-se a dificuldade em encontrar produções acadêmicas publicadas a respeito de casas de passagem para adultos. Há necessidade de mais pesquisas sobre a intervenção dos profissionais da psicologia neste área das Casas de Passagem para adultos.
Apoio / Parcerias: Equipe Técnica e Coordenação da Casa de Passagem Santo Egídio.
Desconstruindo o racismo: o papel da escola na formação de cidadãos antirracistas
- Lucimara Suzana de Souza Kumlehn, Mestrando(a), suzysouzakumlehn@gmail.com
- Diego Finder Machado, Dr(a), diego_finder@yahoo.com.br
- Jane Mery Richter Voigt, Dr(a), jane.mery@univillebr.onmicrosoft.com
Palavras-chave: Educação Antirracista, Cultura Escolar, Justiça Curricular
Este estudo está vinculado a uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade da Região de Joinville (Univille). Um dos temas centrais da pesquisa é a importância de uma educação antirracista na sociedade brasileira. O objetivo dessa comunicação é refletir sobre a educação antirracista no ambiente escolar, tendo como referência as implicações da Lei Federal 10.639/2003. Foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, a partir de um estudo bibliográfico (André; Gatti, 2010). Os resultados da pesquisa apontaram que a Lei 10.639/2003, que obrigada a inserção da história e cultura africana e afro-brasileira nos currículos de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio de escolas públicas e particulares do Brasil é um episódio fundamental na luta para uma educação antirracista. O racismo estrutural se expressa, no Brasil, por meio da meritocracia, aumentando as desigualdades e injustiças. A comunidade afro-brasileira merece o reconhecimento, valorização e efetivação dos seus direitos. Esse reconhecimento precisa de estratégias com as quais possamos valorizar as diversas culturas existentes no território nacional e ressignificar a visão eurocêntrica sobre a realidade brasileira (Oliveira; Candau, 2010). Para Cavalleiro (2024), refletir sobre nossos valores, crenças e comportamentos é importante para entender o racismo e seus efeitos na sociedade. Falar sobre isso na escola não é lamentar, mas dar visibilidade à discriminação sofrida por crianças e adolescentes negros, cuja humanidade é muitas vezes negada. Para alcançar justiça social, é essencial transformar as escolas em espaços de equidade e respeito, propícios à formação cidadã. Cavalleiro (2024) diz que a educação antirracista é um meio para aperfeiçoar o ensino e preparar os estudantes para a prática da cidadania. A educação antirracista tem como objetivo combater preconceitos e discriminações, o que demanda um olhar crítico para a realidade. Uma educação baseada na informação e nos questionamentos críticos sobre as desigualdades sociais pode tentar transformar essa sociedade com tantas disparidades. Como aponta Cavalleiro (2024), os professores precisam atuar contra os preconceitos, pois não há como ser neutro. A luta contra o racismo não é atribuição apenas da população negra. A partir dessas reflexões fundamentadas na pesquisa bibliográfica, conclui-se que a educação antirracista no ambiente escolar desvela outras interpretações de nossa história, valoriza nossa herança cultural e promove a busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
DIÁLOGOS DECOLONIAIS NA EXPOSIÇÃO DE ACERVOS DE MUSEUS: NOVAS PERSPECTIVAS PARA AS INSTITUIÇÕES MUSEOLÓGICAS.
- Daniele Cristina Mendes Beltramini, Doutorando(a), danielemendesbeltramini@gmail.com
- Nadja de Carvalho Lamas, Dr(a), nadja.carvalho@univille.br
Palavras-chave: Patrimônio Artístico, Expografia, Decolonialidade
A exposição é o momento no qual a obra de arte ganha visibilidade e interage com o público, gera diálogos e vivências. A expografia envolve análise e discussão de obras e artistas em espaços expositivos como museus e galerias, abrange pesquisas de exposições, ateliês, livros, instituições e comunidade. O projeto curatorial visa o diálogo com a coletividade. Essa narrativa requer pesquisa e olhar crítico sobre o que é apresentado. Os curadores desempenham papel fundamental. Contemporaneamente, apresenta-se outra perspectiva na exposição, o fazer decolonial. Conforme Mignolo (2017) a decolonialidade enfatiza a importância de reconhecer e valorizar experiências, histórias e saberes que foram marginalizados ou invisibilizados pela colonialidade. Propõe uma desobediência epistêmica que desafia as estruturas de poder existentes, abrindo espaço para novas formas de conhecimento e entendimento. A pesquisa objetiva estudar o acervo em exposição de museus e dialogar com as abordagens contemporâneas decorrentes do pensamento e postura decolonial, refletindo sobre a possibilidade de outras formas de expor, suas narrativas nestas instituições. Busca-se entender os padrões tradicionais de expografia suas identificações e modificações para evitar a única interpretação da história e da cultura. Investigar se a exposição do acervo na Pinacoteca de São Paulo entre 2020 e 2023 evidencia os processos de apresentação e interpretação das exposições, considerando a influência de abordagens decoloniais. Por fim, busca comparar as perspectivas decoloniais na expografia da Pinacoteca com as práticas de outros museus. A metodologia de pesquisa proposta enfoca três etapas. A primeira diz respeito ao estado do conhecimento sobre os estudos realizados até o presente sobre os museus, expografias, teorias decoloniais e práticas museológicas. Na segunda etapa aborda a análise documental relacionada à expografia da Pinacoteca de São Paulo, catálogos de exposições, registros de acervo e relatórios institucionais. Investigar na Biblioteca e Centro de Documentação e Pesquisa, espaço público com acervos de documentos primários e secundários das artes visuais no Brasil e história da Pinacoteca. Na terceira etapa refere-se ao estudo de caso da Pinacoteca de São Paulo, investigando suas práticas expográficas atuais. Pesquisa comparativa entre museus, nacionais e internacionais. Os resultados esperados desta tese visam fornecer base para análise das exposições, identificando tendências e desafios. Pretende-se criar metodologia para analisar acervos expostos em relação às teorias e práticas contemporâneas da arte, formulando propostas para novos modelos ou estratégias de exposição. Os resultados são parciais, pois é uma tese está em desenvolvimento.
Apoio / Parcerias: Capes
Divulgação Histórica e História Pública a partir de fontes do Centro Memorial e Laboratório de História Oral da Univille
- Vitor Alves de Oliveira, Graduando, alves.odav@gmail.com
- Fernando Sossai, Dr(a), fernandosossai@gmail.com
Palavras-chave: História pública, Divulgação histórica, Redes sociais digitais
Esta apresentação visa compartilhar os atuais resultados do projeto “Divulgação Histórica e História pública: ensino, pesquisa e extensão a partir de fontes dos acervos do Centro Memorial e Laboratório de História Oral da Univille”. O projeto busca, a partir de práticas de divulgação histórica pública, contribuir no desenvolvimento de diversificadas ações de ensino, pesquisa e extensão, (interativas, participativas, colaborativas e dialógicas) promovidas pelas equipes de docentes e discentes do Centro Memorial da Univille e Laboratório de História Oral da Univille, particularmente produzir objetos digitais, vídeos, publicações nas redes sociais, oficinas e materiais didáticos de História. Com isso, procura-se socializar os resultados do processamento técnico do conjunto da documentação de interesse histórico integrante dos acervos daqueles espaços, bem como os resultados das oficinas temáticas direcionadas à Educação Básica e ao Ensino Superior fazendo uso das fontes históricas.
Apoio / Parcerias: LHO/Univille.
Educação Estética e Artesanias na formação inicial de pedagogos/professores
- Rita de Cássia Fraga da Costa, Dr(a), ritadacosta08@gmail.com
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), pillotto0@gmail.com
Palavras-chave: Educação Estética, Artesania, Pedagogia
Resumo: esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) e ao Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE) na Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). A partir das questões: a Educação Estética está inserida nas práticas educativas na formação inicial de pedagogos/as e professores/as? Quais práticas educativas e intervenções em relação à Educação Estética e a inserção da Artesania estão na formação desses/as profissionais? A partir dessas questões o objetivo é analisar a Educação Estética desdobrada em práticas educativas na inserção das Artesanias nos cursos de Pedagogia e/ou de formação de professores, e destacar transformações e impactos na formação dos pedagogos/professores. Artesanias é termo referente ao saber/fazer e ao produto artesanal. Nesta pesquisa a tomamos como proposição estética, no sentido da produção de uma existência de si na laboração artesanal; nos interessa os acontecimentos do/no seu processo, para além da sua materialidade (Costa, 2019). E neste ínterim, o artesaniar é modo de registro tramado em têxteis, por bordados, alinhavos, entre outras possíveis soluções. O campo de pesquisa é constituído de acadêmicos do curso de Pedagogia e licenciaturas similares, matriculados nas (três) universidades comunitárias selecionadas no nordeste de Santa Catarina. A metodologia adotada propõe a formação de Seminários - rodas de conversa com os coparticipes, em que o Ateliê em Artesanias acontece na continuidade das discussões, movimento que visa a construção de uma arqueologia do cotidiano, dando novos ares aos vestígios de nossas existências, na criação de um objeto têxtil, como testemunho de nossos mundos, em percepções de si (Pelbart, 2018). Uma pesquisa qualitativa, com abordagem narrativa (Clandinin; Connelly, 2015; Passeggi, 2010), fundamentada na pesquisa bibliográfica e documental (Fontana, 2018), com aporte teórico na Educação Estética (Duarte Junior, 2010; Larrosa, 2002; Meira; Pillotto, 2022), nas Artesanias (Costa, 2019), entre outros. Os resultados parciais foram obtidos pelo estado da arte e estudo bibliográfico, bem como, pela análise de documentos do NUPAE. Esses resultados apontam a redução e, por vezes, a ausência das Artesanias e da Educação Estética entre as práticas educativas dos cursos de Pedagogia e/ou similares. Para os resultados futuros esperamos que os encontros (seminário e ateliê) relacionados aos estudos bibliográficos possam reiterar a eminente necessidade de ampliar e seguirmos com o debate a respeito dessa temática, ao somar vozes a esta análise crítica, de modo a avançarmos na reflexão sobre o repensar a formação do/a pedagogo/a e ou professor/a.
Apoio / Parcerias: FAPESC
Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE)
Educação estética na pedagogia: práticas educativas e seus desdobramentos para a docência
- Kelly Mariot Rohr, Mestrando(a), kellymariot82@yahoo.com.br
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), pillotto0@gmail.com
Palavras-chave: Educação Estética, Pedagogia, Práticas Educativas
As questões iniciais que deram origem a pesquisa: Educação Estética na pedagogia: práticas educativas e seus desdobramentos para a docência, foram: a educação estética e similares estão presentes nas práticas educativas do curso de Pedagogia da Univille? Os acadêmicos do curso de Pedagogia que experienciam a educação estética tem maiores condições de exercer à docência com ênfase nos processos criativos e na empatia? A partir das problematizações, o objetivo é tematizar a Educação Estética na formação inicial em Pedagogia, desvelando os desdobramentos e impactos na docência, pelo viés narrativo. Os autores fundantes que tem contribuído nos percursos da pesquisa, são: Abrahão (2018), CELLARD (2012), Franco (2012), Freire (2023), HAN (2023), Josso (2004), Meira; Pillotto (2022), Souza (2014), Suza; Meireles, 2018), bem como o Projeto Político do Curso de Pedagogia (2019). O método utilizado está pautado na narrativa (auto)biográfica, que leva em conta as questões subjetivas, a escuta, o diálogo e as relações constituídas entre o pesquisador e os partícipes/coautores. Ao ouvir e narrar experiências, estamos aprendendo também sobre nós mesmos e o modo como percebemos o mundo. É um sair de si para ir ao encontro do outro; misturam-se experiências pessoais e coletivas (Souza; Meireles, 2018). O campo de pesquisa é a Universidade da Região de Joinville (Univille) e os partícipes estudantes, professores e coordenação do curso de Pedagogia. Para os encaminhamentos metodológicos, será utilizada como instrumento a análise documental do PPC de Pedagogia, compreendendo que é uma rica fonte de informações, permitindo ao pesquisador “acrescentar a dimensão do tempo à compreensão do social” (Cellard, 2012, p. 295). Também as entrevistas narrativas, serão importantes fontes, possibilitando outras vias de ação e experiência.
tendo como base a análise compreensiva-interpretativa, inspirada em Bertaux (2010). Esta leva em conta a cognição e a sensibilidade, entendendo que as percepções na pesquisa se dão também nas subjetividades a partir da oralidade/sonoridade, expressividade e gesto. Como resultado parcial temos algumas pistas da análise documental do PPC de Pedagogia, o que nos apontou que ainda é reduzida a inserção da Educação Estética nas disciplinas, ementas e referenciais bibliográficos. A evidência reitera a necessidade de (re)pensar os currículos de Pedagogia e sua inserção da Educação Estética nas práticas educativas.
Apoio / Parcerias: CAPES
Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE)
EJA e a Perspectiva Freireana: Um Percurso Docente em Cena
- Maria Caçula de Moura, Mestrando(a), profcacula@gmail.com
- JOSE ISAIAS VENERA, Dr(a), j.i.venera@gmail.con
Palavras-chave: EJA, Formação de professoras, Paulo Freire
Com a pesquisa em desenvolvimento, objetiva-se analisar o percurso formativo de nove professoras da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atuaram no período de 2000 a 2001, no Projeto Escola Zé Peão, em João Pessoa. Apresenta-se como problema de pesquisa: Como compreender o percurso formativo de professoras da EJA? A metodologia é a Participativa, com viés narrativo, que possibilita a atuação efetiva das participantes no processo e a partir do qual valoriza os conhecimentos e experiências no percurso. Para Knechtel (2014, p.150), trata-se de “[...] uma pesquisa de investigação social, que busca participação da sociedade para uma análise de sua própria realidade”. O Projeto Escola Zé Peão é uma ação de extensão que fazia parte da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em parceria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria da Construção e do Mobiliário de João Pessoa (Sintricom). O desenvolvimento deste projeto mistura a minha formação, Maria Caçula de Moura, que atuei como uma das professoras que são os sujeitos da pesquisa. A EJA se inscreve enquanto modalidade de ensino que oportuniza a continuidade aos estudos. Essa foi a perspectiva iniciada pelo educador Paulo Freire (1921-1997), precursor da educação de jovens e adultos, que desde os anos de 1950, se envolveu com movimentos de educação popular e inspirou tantos outros, como o Movimento de Educação de Base, criado em 1961. A pesquisa está pautada em etapas, iniciando pelo levantamento documental e bibliográfico acerca da modalidade EJA, da Lei de Diretrizes na Educação (LDB) e do Projeto Escola Zé Peão. As entrevistas já foram realizadas uma vez por mês, sendo 2h para cada uma, durante três meses com as professoras que atuaram no projeto Zé Peão. A próxima etapa será a análise das categorias. A perspectiva humanista da educação marca um estilo freireano, que compreende esse processo como “[...] um método de cultura popular que conscientiza e politiza. Não absorve o político no pedagógico, mas também não põe inimizade entre educação e política” (Freire 1987, p. 21). Este método propõe a educação como prática da liberdade, isto é o homem busca ser livre. Entre os resultados, a apresentação e publicação nos anais do resumo expandido no X Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)biográfica, em Salvador, 2024, e a qualificação da dissertação em julho deste ano. Considera-se producente o percurso formativo em pesquisa no stricto sensu.
Apoio / Parcerias: Capes
ENSINO DE HISTÓRIA E REGIMES TOTALITÁRIOS: COMO COMBATER MANIFESTAÇÕES FASCISTAS EM SALA DE AULA
- Gabriela Meier de Oliveira, Mestrando(a), gabrielameier2000@gmail.com
- LETICIA RIBAS DIEFENTHAELER BOHN, MSc, lebohn@gmail.com
Palavras-chave: Estágio, Regimes Totalitários, História
Este artigo resume uma experiência de ensino de História durante um estágio supervisionado obrigatório do curso de Licenciatura em História da Universidade da Região de Joinville - Univille, realizado ao decorrer do primeiro semestre do ano de 2023, onde o estagiário teve a oportunidade de usar seus conhecimentos de forma prática no contexto do ensino de História e das Ciências Humanas. Durante a aplicação do estágio obrigatório, o principal tópico foi a discussão do tema “Estado Novo, censura e as fake-news” com a turma do nono ano, onde o objetivo era dialogar sobre o passado e o presente, mostrando e abordando como as notícias falsas impactam e já impactaram a história política brasileira. Durante o estágio, um aluno do nono ano do ensino fundamental, manifestou simbologias fascistas, levando o estagiário a ajustar seu plano de ensino e abordar o tema no decorrer das aplicações das aulas. Desde o ano de 2018, com a retomada das eleições presidenciais, as ditas “fake-news” voltaram a ganhar força e visibilidade em debates, sejam eles dentro ou fora das salas de aula, e com o papel do educador vem a responsabilidade de alertar sobre a falsidade informativa, motivando sempre a buscar uma fonte segura. Durante as exposições seguintes, o estagiário ressaltou o conceito de fascismo, suas consequências e a necessidade de combatê-lo no dia a dia. Além disso, foram abordados exemplos de manifestações neofascistas contemporâneas, como o movimento bolsonarista, que ganhou força nas eleições do ano de 2018, que carregava consigo o lema “Deus, pátria e família” fazendo analogia ao emblema da Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento brasileiro, com ideais fascistas, onde seus elementos giravam em torno de uma ideologia extrema, um orgulho nacional ufânico, xenofobia e autoritarismo ditatorial. Outro exemplo seria o Rassemblement National (Reagrupamento Nacional), partido político de extrema-direita francês também conhecido como Front National, liderado por Marine Le Pen, onde essa onda promove uma o nacionalista extremo, conservadorismo e a anti-imigração. Esse relato ressalta a relevância de abordar o fascismo na sala de aula, estimulando o debate com informações reais e a conscientização dos alunos sobre os perigos associados ao tema.
Entre progresso e degradação: o crescimento das lavouras cafeeiras durante a Primeira República (1889 – 1930) e os impactos no Patrimônio Ambiental brasileiro
- Jéssica Fernanda Barauna, Mestrando(a), jessicafernandaabaraunaa@gmail.com
- Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
Palavras-chave: Cafeicultura, Primeira República, patrimônio ambiental
A produção cafeeira é um dos temas mais expressivos e presentes na história agrícola Nacional. O café, cultivado nas terras brasileiras desde o século XVIII, passou se destacar durante a Primeira República (1889 – 1930), onde chegou a representar mais da metade das exportações nacionais e garantir a maior parte da receita para o país no período. Porém, poucos anos após sua ascensão, consolidou-se um cenário de crises de superprodução, onde eram produzidas quantidades excedentes do produto e sua monocultura passou a ser favorecida e financiada pelas políticas de valorização vindas do Estado brasileiro para proteger os preços do café no mercado externo, e desse modo, as produções cresciam mais a cada ano. Com o aumento da produção, veio também o aumento do uso das terras, muitas vezes feito de maneira desenfreada e sem um preparo ou planejamento prévio. O solo rapidamente se esgotava após a colheita e as áreas de lavoura eram abandonadas, e logo, o cultivo passava a acontecer em outro local, que imediatamente passava a ser degradado. Dessa forma, sendo o café o produto mais cultivado na região Sudeste durante a Primeira República (1889 – 1930), fica evidente a participação da agricultura cafeeira nos impactos ao patrimônio ambiental brasileiro, com suas plantações sendo as maiores responsáveis pelo desmatamento nas áreas que ocuparam. Assim, a pesquisa aqui apresentada tem como objetivo discutir os impactos socioeconômicos e ambientais do crescimento da produção cafeeira durante a Primeira República (1889 – 1930) na paisagem rural brasileira, considerando as crises de superprodução, os discursos de progresso e a degradação do patrimônio ambiental. Para desenvolvê-la, foram analisadas fontes primárias, como obras produzidas pelo Departamento Nacional do Café, que apresentam diversos documentos da época (como cartas, dados, mensagens e propagandas) e dados disponíveis nos acervos digitais da Câmara dos deputados, da Biblioteca Nacional e do Ministério da Fazenda, além de bibliografia pertinente sobre o assunto. Ao levantarmos essa discussão, compreendemos que o passado das crises de superprodução e a degradação ambiental que gestou paisagens cafeeiras precisa ser pensado no presente como resposta aos desafios dados pelos danos ecológicos atuais, além do papel da agricultura sustentável no antropoceno. Repensar o patrimônio cultural arquitetônico constituído pelo café no Brasil é um passo essencial nesse processo, pois nos conduz à necessidade de discussões para promover práticas sustentáveis e de preservação do meio ambiente, visando não apenas o desenvolvimento econômico, mas também o bem-estar social e ecológico.
Apoio / Parcerias: Capes
Entre Redes, Tradições e Sustentabilidade: A Pesca Artesanal em Balneário Barra do Sul como patrimônio cultural
- Sabrina Hille, Mestrando(a), sabrinahille@gmail.com
- DIONE DA ROCHA BANDEIRA, Dr(a), dione.rbandeira@gmail.com
Palavras-chave: patrimônio cultural, pesca artesanal, sustentabilidade
Balneário Barra do Sul é uma pequena cidade litorânea localizada no Nordeste de Santa Catarina. Originalmente uma vila de pescadores, sua trajetória se entrelaça com práticas tradicionais da pesca artesanal que moldaram a identidade e os modos de vida da comunidade ao longo dos anos. Até hoje, os saberes herdados por gerações ainda persistem vivos nesta comunidade. Esta comunicação refere-se a uma pesquisa cujo objetivo é contribuir para a valorização e o fortalecimento da pesca artesanal em Balneário Barra do Sul como patrimônio cultural (i)material, colaborar com a construção de marcos legais para uma melhor gestão pública do patrimônio em questão, além de investigar a pesca artesanal como a base de uma economia mais sustentável considerando ser essa modalidade menos agressiva ao ecossistema por utilizar técnicas tradicionais de baixo impacto ambiental. A pesquisa conta com o estudo de documentos históricos e legislação, revisões bibliográficas referentes aos temas pertinentes como patrimônio, memória, identidade, sustentabilidade, gestão cultural e pesca artesanal. Também serão realizadas entrevistas semiestruturadas com integrantes de famílias de pescadores barrasulenses a fim de resgatar memórias e saberes da comunidade que irão contribuir para o entendimento da história da cidade e da pesca. É possível que os verdadeiros detentores dos bens culturais relacionados à pesca não os vejam como patrimônio cultural por ainda estarem sob a influência de um pensamento colonial que os impede de entender a pesca artesanal como uma herança cultural sustentável. Com isso, espera-se identificar a patrimonialização como uma alternativa para evidenciar e fortalecer a pesca artesanal em Balneário Barra do Sul como tradição cultural e seguir uma via emancipatória e transformadora para a classe pesqueira local.
Apoio / Parcerias: CNPq - Observatório de Sustentabilidade
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA EFETIVAÇÃO DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE JOINVILLE
- Peterson Vitorio dos Santos, Mestrando(a), peterson.vittorio@gmail.com
- Aliciene Fusca Machado Cordeiro, Dr(a), aliciene.cordeiro@univille.br
Palavras-chave: Educação infantil, Lei 10.639/2003, Educação das Relações Étnico-raciais
A presente pesquisa tem como objetivo principal: investigar na educação infantil de Joinville, a partir das políticas e projetos locais, as ações e estratégias que colaboram com a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial – PNPIR (Brasil, 2003). A política em questão, apresenta ações de fomento, formação, parcerias, apoio técnico e logístico. Mas não deixa claro as atribuições específicas para União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O que possivelmente contribui para uma implementação permeada por entraves e dificuldades. A presente pesquisa é do tipo qualitativa e a metodologia sustenta-se no Materialismo Histórico-dialético Kosik (1976). Como aporte teórico, para análise da política definiu-se a abordagem do ciclo de políticas de Mainardes (2006, 2009). Para historicizar o racismo, consideramos Nascimento (1978), Schwarcz (1996) e Moura (1988). E Saviani (1984, 2003, 2013), para as discussões de currículo A primeira etapa da pesquisa consisti na realização de um balanço de produções. Esse levantamento inclui as bases de dados da CAPES, BDTD, UFSC e UDESC. Para a segunda etapa será adotado o procedimento de entrevista reflexiva Szymanski (2011). A terceira etapa da pesquisa será a análise dos dados produzidos. Para essa etapa, os dados das entrevistas, documentos curriculares e documentos oficiais, serão analisados a partir da análise de conteúdo de Bardin (2010). Os resultados parciais do balanço de produções, defendem o aspecto fundamental da tríade: diretrizes municipais, recursos disponíveis e formação sobre a temática étnico-racial. Os trabalhos de (Vanzuita, 2013), (Carvalho, 2013), (Freitas, 2016), (Pires, 2021), (Fonseca, 2021), (Souza, 2021) e (Schiessl), apontam que o caminho em busca da efetivação da Política de Promoção da Igualdade Racial (Brasil, 2003), passa pela adoção de estratégias municipais que garantam a produção de conhecimento, informações, subsídios, condições técnicas, operacionais e financeiras para o desenvolvimento de programas. A partir disso, é primordial que se tenha cuidado com discursos que culpabilizam o trabalho docente, haja vista que para efetivação de uma política educacional, é necessário o estabelecimento de um trabalho coletivo, comprometido e com a participação de uma equipe multiprofissional. O balanço de produções também indica, que por mais que haja desafios, já temos avanços significativos que nos permitem vislumbrar possibilidades.
Apoio / Parcerias: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.
Estudantes do ensino médio e tecnologias digitais
- Anna Julia de Souza Miguel , Graduando, anna.miguel@univille.br
- Xane Luisa Maroski Gadelho, Mestrando(a), xane.gadelha@univille.br
- Mateo Augusto Motta , Graduando, mateo.motta@univille.br
- Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br
Palavras-chave: Tecnologias digitais, Juventudes, Ensino médio
A presença das tecnologias digitais na vida das pessoas ocorre nos mais diversos âmbitos, afetando o modo de existir. Essa realidade chega na educação, especialmente por meio de políticas educacionais. Ao se pensar sobre a inserção das tecnologias digitais no ensino médio, é preciso considerar como as políticas definem/conceituam os jovens. O objetivo deste trabalho foi analisar como as Tecnologias Digitais e os jovens/juventude(s) estão sendo abordados na Base Nacional Comum Curricular - BNCC (2018) e no Currículo Base do Território Catarinense do Ensino Médio -CBTC/EM- (2020). Para tanto, realizou-se uma pesquisa documental, que, segundo Gil (2008), é desenvolvida com base em material disponível, nesta pesquisa, focando sobre o Ensino Médio abordado na BNCC e nos cadernos 2 e 3 do CBTC/EM. Após a leitura dos documentos, foram localizados os termos “jovens” e “tecnologias digitais”, interpretando seus significados e suas possíveis aproximações. Os resultados apontaram que a BNCC reconhece que os jovens são sujeitos ativos na construção de suas identidades e projetos de vida, destacando a importância de uma educação que vá além do aspecto acadêmico, preparando os estudantes para uma participação crítica e responsável na sociedade. Nesse sentido, o documento enfatiza o desenvolvimento de competências socioemocionais e cognitivas, como o pensamento crítico, a criatividade e a capacidade de resolver problemas, para que os jovens estejam preparados para os desafios de um mundo em constante transformação. Já, no CBTC/EM a juventude é abordada como um fenômeno complexo e multifacetado, resultado de construções sociais e individuais. Os dois documentos reconheçam a diversidade dos jovens, considerando as experiências e os diferentes contextos no qual estão inseridos. Quanto às tecnologias digitais, tanto na BNCC quanto no CBTC/EM, deixam evidente a importância das ferramentas tecnológicas no contexto educacional e social. O termo aparece como sendo uma nova habilidade de linguagem e como meio para pesquisar e comunicar-se. Os documentos ressaltam que é papel da escola promover uma educação midiática que vise utilizar as tecnologias digitais de forma crítica, ética e reflexiva, que vá além do acesso à informação, mas também o desenvolvimento de habilidades para produzir conhecimento e se comunicar de maneira eficaz. Concluímos que as tecnologias digitas e os jovens são apresentados nos documentos, mas não é explicitado as aproximações dos dois temas, considerando que os estudantes, em sua maioria, estão imersos no mundo digital.
Apoio / Parcerias: CNPq
PICPG/Univille
PIC/Univille
Etarismo, terror e representações femininas na história do cinema: Bette Davis e Joan Crawford e sua influência com o subgênero Hagsploitation através do filme "What Ever Happened to 'Baby' Jane?" (1962)
- Gabriel Wandersee, Graduando, gabrielwandersee@gmail.com
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
Palavras-chave: Hagsploitation, história das mulheres, representação feminina
Este trabalho de pesquisa tem como objetivo examinar a colaboração entre Bette Davis e Joan Crawford, explorando o impacto profundo que suas atuações tiveram na consolidação do subgênero cinematográfico conhecido como Hagsploitation durante a década de 1960. Centrando-se no filme chamado "What Ever Happened to Baby Jane?" de 1962, a pesquisa busca entender como as performances dessas atrizes, ambas em fases avançadas de suas carreiras, ajudaram a moldar uma nova categoria de personagens femininas: mulheres maduras e emocionalmente instáveis, que se tornaram figuras centrais desse subgênero. A pesquisa adota uma abordagem metodológica multifacetada, que inclui uma revisão abrangente da literatura crítica sobre o Hagsploitation, análise fílmica, e a exploração de fontes orais, como entrevistas e depoimentos das atrizes durante a produção do filme e após seu lançamento. A análise fílmica se concentra em aspectos como a construção das personagens, o uso do espaço cênico e a atmosfera psicológica criada pelo diretor Robert Aldrich. Além disso, serão considerados os elementos narrativos e visuais que contribuíram para a transformação de Davis e Crawford em ícones desse subgênero. O subgênero Hagsploitation será contextualizado dentro das tendências mais amplas do cinema de horror psicológico da década de 1960, período em que questões sociais sobre o envelhecimento, a feminilidade e o papel das mulheres estavam em debate. A pesquisa também explora o impacto cultural e duradouro desse subgênero no cinema de Hollywood, refletindo sobre como o trabalho de Davis e Crawford influenciou as representações de mulheres mais velhas nas décadas seguintes. Ao discutir as consequências da rivalidade entre as atrizes e como a mídia explorou esse conflito para promover o filme, o estudo oferece uma perspectiva crítica sobre a construção midiática dessas figuras femininas e a sua recepção pelo público. Espera-se que os resultados desta pesquisa ofereçam uma contribuição significativa para os estudos de cinema, etarismo e história das mulheres, ao lançar novas luzes sobre o subgênero Hagsploitation. Além disso, o estudo propõe uma reflexão sobre a evolução da representação feminina no cinema e como o legado de Bette Davis e Joan Crawford ainda continua a reverberar nas personagens femininas complexas e fora do padrão convencional de beleza. Como considerações parciais, os fichamentos críticos do filme apontam para o fato da importância das representações de mulheres mais velhas no Hagsploitation na subversão dos estereótipos tradicionais de gênero ao retratar personagens que, embora vistas como decadentes ou monstruosas, exercem um poder disruptivo sobre as narrativas vigentes.
Extensão universitária no curso de Direito
- Eliziane Meurer Boing, Dr(a), elizianemeurer@univille.br
- Jorge Rafael Matos, Doutorando(a), jorgematos@univille.br
Palavras-chave: Extensão Universitária, Profissão, Direito
Buscando solidificar a creditação da Extensão no curso de Direito da Univille, Campus São Bento do Sul, e alinhá-la com a legislação vigente, foram criados componentes curriculares específicos, denominados Vivências de Extensão, oferecidos por semestre. O presente relato refere-se à continuidade de uma dessas experiências, desenvolvida desde 2022 com a turma do quarto semestre de Direito. Os próprios acadêmicos já aguardam a atividade, que promove a integração e interação dos mesmos com a comunidade e fortalece seu currículo. Objetivo: As ações extensionistas surgem como parte de uma formação sistêmica, integrando ensino e extensão. No quarto semestre voltado a eventos, os alunos realizam uma feira de profissões, propiciando o contato entre profissionais e estudantes, além de aproximar os acadêmicos do mundo do trabalho. A Univille organiza essa feira com foco em estudantes do ensino médio da cidade de São Bento do Sul/SC e região, tendo recebido, na edição de 2023, aproximadamente 1.900 participantes. Metodologia: Foram utilizadas metodologias ativas, como brainstorming e discussão em pares, para a confecção de um projeto intitulado “Múltiplos Olhares sobre o Curso de Direito”. As atividades ocorreram em etapas nas aulas de Vivências de Extensão IV. No primeiro bimestre, os alunos estudaram a base teórica da ação, elaboraram o plano de trabalho, definiram o tema, organizaram o layout do estande e planejaram a comunicação e divulgação. No segundo bimestre, executaram o projeto durante a feira, realizada nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2023. O estande, chamado “Espaço Misto”, foi dividido em duas áreas temáticas: Direito Penal e Direito Civil, com representações visuais de cada área. Também foi elaborado um cronograma de atendimento pelos acadêmicos. Após a feira, houve uma avaliação coletiva com a turma sobre o processo. Resultados: A experiência foi considerada positiva pela turma, com o estande recebendo cerca de 950 visitantes. Foi observada uma integração prática-teórica, enriquecendo a formação dos discentes, onde eles sugeriram a continuidade da atividade, destacando a importância da socialização do conhecimento, da formação humanística e da conexão entre currículo, cidadania e profissão. A troca de experiências entre acadêmicos e o público foi significativa, ressaltando a contribuição da extensão universitária para a sociedade e proporcionando experiências transformadoras.
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORAS – EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL
- Maysa Braga Alves , Mestrando(a), maysabragaalves18@gmail.com
- Gabriela Kunz Silveira, MSc, g.kunz@univille.br
Palavras-chave: Professoras, Formação Continuada, Psicologia Educacional
O presente trabalho discute sobre a mportância das formações continuadas ofertadas a partir das práticas da psicologia educacional, para as profissionais da educação. Com o objetivo principal, de analisar, sob a ótica da pesquisadora, quais as potencialidades dessa formação. A metodologia utilizada para isso, foi a pesquisa narrativa psicossocial, a qual se configura a partir de uma narradora, que relata o que se experimentou no campo e como essa experiência influenciou diretamente sua forma de ver os principais aspectos. Tendo como instrumento para isso o diário de campo, que foi manuseado para a realização da escrita integrativa, na produção dos relatos, com os registros, recortes, imagens e reflexões sobre a formação continuada em formato de rodas de conversa com as profissionais de Araquari. Essa escrita por meio do diário de campo, permitiu distanciar a experiência da estagiária sobre os acontecimentos do campo, auxiliando também na produção de pensamentos, como uma espécie de apoio a visão que se teve, organizando, construindo e se desconstruindo. A partir disso, houve a análise do diário de campo, onde foi realizada a composição narrativa para a montagem das duas cenas, uma trazendo esse olhar para as profissionais, além do recorte biomédico e a outra referente as percepções da educação perante o sujeito de inclusão, a partir dos recursos estéticos utilizados. Essas relações estéticas, se constituíram a partir das atividades desenvolvidas durante os encontros, fomentando a reflexão, os afetos e formando novas perspectivas sociais. Esse estudo evidenciou os impactos positivos da formação continuada para as professoras.
Apoio / Parcerias: Integrados Univille (FAP, FAEG, FAEX)
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO DO ESTADO DE SANTA CATARINA: DIRETRIZES, CONCEPÇÕES E PRÁTICAS
- Ariane Maira Terhorst, Mestrando(a), ariane.terhorst@univille.br
- Rita Buzzi Rausch, Dr(a), ritabuzzirausch@gmail.com
Palavras-chave: Formação Continuada de Professores, Ensino Médio, Rede de Ensino do Estado de Santa Catarina
Esta pesquisa, vinculada ao GETRAFOR - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho e a Formação Docente da UNIVILLE, apresenta como objeto geral compreender as diretrizes, concepções e práticas da formação continuada de professores do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina. Os objetivos específicos são: identificar as diretrizes que norteiam a formação continuada de professores do Ensino Médio na referida Rede; analisar as concepções de formação continuada de professores e responsáveis pela formação continuada desta Rede; e conhecer as práticas de formação continuada realizadas pelo Estado, pelas coordenadorias regionais e pelas próprias escolas de Ensino Médio na Rede investigada. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com coleta de dados por meio de documentos oficiais da SED – Secretaria do Estado da Educação, entrevistas semiestruturadas com o coordenador da formação e Supervisores de Ensino das regionais de Chapecó, Joinville, Blumenau, Lages, Criciúma e Florianópolis, além de grupos de discussão com dois professores de cada região. A análise de dados baseia-se na análise de prosa (André, 1983) e nos referenciais teóricos de autores como Imbernón (2011, 2016), Nóvoa (2019), Gatti (2009), Dourado (2015) e Kuenzer (2011). Os documentos oficiais analisados incluem o Plano Estadual de Educação de Santa Catarina 2015-2024, Lei No 16.789/2015, Currículo Base do Ensino Médio e o Decreto No 915/2012. Estes documentos, elaborados com a participação de diversos profissionais da educação, destacam a importância do desenvolvimento de competências para refletir sobre teoria e prática, e estabelecem diretrizes sobre modalidades de formação, horas mínimas, temas e atividades. Quanto às concepções dos participantes, a formação continuada é vista como um processo de desenvolvimento humano que inclui aspectos teóricos, metodológicos e filosóficos, além de promover a troca de conhecimentos e a reflexão sobre a prática educativa. As práticas de formação incluem videoconferências, palestras, videoaulas, debates, grupos de estudo e outros métodos. A análise dos resultados, ainda em andamento, mostram que, embora os documentos oficiais estabeleçam diretrizes para a formação continuada, os recursos financeiros e humanos são insuficientes. Há necessidade de investimento em infraestrutura, material bibliográfico, equipes formadoras e na organização do tempo e espaço nas escolas. Os professores preferem formações presenciais e práticas que abordem as necessidades pedagógicas específicas de suas escolas. Esta pesquisa, visa contribuir com a formação continuada de professores do Ensino Médio, oferecendo proposições baseadas na realidade do estado de Santa Catarina.
Apoio / Parcerias: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Formação continuada de professores do Ensino Médio: proposições a partir de uma revisão integrativa
- Ana Clara Lucri Alves, Graduando, anaclaralucri53@gmail.com
- Rita Buzzi Rausch, Dr(a), ritabuzzirausch@gmail.com
Palavras-chave: Formação Continuada de Professores, Ensino Médio, Revisão integrativa.
No campo da formação de professores da Educação Básica, a formação de professores do Ensino Médio tem sido a menos investigada e problematizada. Diante disso, nesta pesquisa, colocamos um olhar específico sobre a formação continuada de professores do Ensino Médio apresentando proposições a partir de uma revisão integrativa da produção científica do campo da educação produzida no Brasil no período de 2014 a 2023. O objetivo geral da investigação consiste em elucidar proposições à formação continuada de professores do Ensino Médio a partir de uma revisão integrativa da produção científica no campo da educação produzida no Brasil nos últimos 10 anos. O suporte teórico da investigação sustenta-se nas ideias de Nóvoa (2023, 2022, 2009, 2002, 1991) e Imbernon (2011). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de revisão integrativa, com dados gerados a partir do banco de teses e dissertações da CAPES e em artigos disponíveis na ANPEd e SCIELO. Os resultados apontam para a identificação dos movimentos recentes na formação continuada de professores, sinalizando tendências metodológicas de investigação e lacunas a serem consideradas em futuras investigações. Pretende-se, assim, apresentar proposições à formação de professores visando ampliar e aprofundar a discussão do futuro da profissão docente do ensino médio, bem como apontar indicadores que poderão subsidiar a enunciação de novas políticas públicas de formação continuada de professores e sua articulação com as já definidas para estruturar o ensino médio numa perspectiva de atender às demandas emergentes, a partir das singularidades de seus contextos.
Apoio / Parcerias: CNPq
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM SANTA CATARINA E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO ESTÉTICA.
- Ariane Maira Terhorst, Mestrando(a), ariane.terhorst@univille.br
- Mônica Maria Baruffi, Dr(a), monicambar@gmail.com
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), silvia.sell@univille.br
- Diego Finder Machado, Dr(a), diegofindermachado@gmail.com
- Rita Buzzi Rausch, Dr(a), ritabuzzirausch@gmail.com
Palavras-chave: Formação Continuada de Professores, Ensino Médio, Rede de Ensino do Estado de Santa Catarina.
O estado de Santa Catarina, através de documentos oficiais, tem estruturado políticas educacionais para a formação continuada de professores. O artigo analisa esses documentos para entender como a formação continuada é abordada e sua conexão com a Educação Estética. A pesquisa se justifica pelo contexto de redemocratização do Brasil pós-1985, que motivou uma reflexão sobre o currículo e suas implicações socioculturais, impactando a Proposta Curricular de Santa Catarina e suas atualizações subsequentes. Partimos do seguinte questionamento: o que revelam os documentos oficiais do estado de Santa Catarina acerca dos fundamentos teóricos e metodológicos da formação continuada de professores e qual sua relação com a Educação Estética? O objetivo do estudo é caracterizar a formação continuada de professores em Santa Catarina e explorar sua relação com a Educação Estética. A metodologia é qualitativa, utilizando análise documental conforme Cellard (2012). Foram analisados documentos como o Plano Estadual de Educação (2015-2024), a Política de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (2012), e o Currículo Base do Território Catarinense, além da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Resolução CNE/CP nº 1 (2020). A análise focou em identificar os fundamentos teóricos e metodológicos da formação continuada e sua relação com a Educação Estética, usando fichas de análise para organizar as informações. A análise revelou que os documentos oficiais de Santa Catarina, baseados em diretrizes federais e adaptação às necessidades locais, abordam a formação continuada com princípios teóricos e metodológicos diversos, incluindo modalidades híbridas, presenciais e à distância. Entretanto, constatou-se a ausência explícita do conceito de Educação Estética nos documentos, embora elementos relacionados, como manifestações artísticas e engajamento comunitário, estejam presentes. A pesquisa identificou que a formação continuada do estado anuncia se alinhar à perspectiva histórico-cultural de Vigotski, mas não evidencia de maneira explícita pressupostos desta teoria nos documentos. Os documentos de Santa Catarina revelam uma abordagem bem estruturada da formação continuada, alinhada com diretrizes nacionais e adaptada ao contexto local. A ausência explícita da Educação Estética é um ponto crítico, pois sua inclusão poderia fortalecer a formação continuada ao valorizar dimensões sensíveis e criativas do processo educativo. A proposta recente de Núcleos de Acompanhamento Pedagógico visa descentralizar a formação, atendendo melhor às necessidades regionais. Assim, para uma formação continuada integral, é recomendada a Educação Estética, o que poderia promover uma ressignificação mais rica dos valores pedagógicos e culturais na educação, bem como contribuir com a formação humana dos professores.
Apoio / Parcerias: Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC)
Formação e Investigação: narrativas orais e trajetórias docentes
- Guilherme José Senem, G, senem.guilherme@outlook.com
- Gabriela Kunz Silveira, MSc, gabikunz@gmail.com
- ALLAN HENRIQUE GOMES, Dr(a), allan.gomes@univille.br
Palavras-chave: Pesquisa Narrativa, Formação Continuada, Docência
A atuação docente é um processo que vai além das práticas pedagógicas, necessitando de constantes reflexões acerca de sua atuação, seu papel na sociedade e sua identidade profissional. Este trabalho foi realizado ao longo de três anos e meio, como requisito de bolsa de iniciação científica, debruçando-se sobre narrativas de vida de docentes dentro de um percurso de formação continuada. O projeto PERFORMA promove uma série de encontros de experiências formativas com professores da rede pública de ensino da região de Joinville, que objetivam trabalhar diversas dimensões da profissão docente, através da valorização da trajetória de vida de cada participante. Os encontros se dividem em cinco eixos, sendo o Eixo Biográfico o primeiro do percurso e o foco desta pesquisa, seguido do eixo do trabalho, eixo conceitual, eixo estético e eixo coletivo. Aliado ao percurso, o objetivo da pesquisa foi compreender como os professores se relacionam com suas memórias, dão sentido e significado as suas experiências por meio de palavras no processo de narrar sua história de vida e trajetória profissional, e se formam através da ampliação da visão que possuem sobre si mesmos através desta experiência reflexiva. A metodologia se desenvolveu com discussões teóricas no grupo de pesquisa, revisões de literatura sobre conceitos como memória, biografia e identidade docente, e a análise de entrevistas orais e transcrições do eixo biográfico do projeto vinculado dos anos 2020 e 2021. Os resultados indicam que as narrativas biográficas possuem potencialidades tanto para a pesquisa quanto para a formação, ao passo que se constituem como fontes orais relacionadas à docência, ao mesmo tempo em que a experiência formativa do ato de organizar sua vida em palavras promove reflexões. Esse processo formativo permite que o participante reflita sobre as noções de identidade criadas e recriadas ao longo de sua vida, formação e atuação profissional, desenvolvendo uma visão mais ampla sobre si e suas práticas pedagógicas, valorizando suas experiências e construindo uma identidade profissional. Do ponto de vista da pesquisa, a entrevista oral produzida serve como fonte para analisar as metamorfoses da identidade de professores, traçar um perfil docente da rede pública de ensino na região de Joinville, materializar noções sobre memória, lembrança e esquecimento, e evidenciar o contexto sócio-histórico de quem narra. Desta forma, o PERFORMA e outros percursos formativos docentes podem contribuir consideravelmente nas trajetórias de cada professor, aliando formação e pesquisa, e produzindo conhecimento sobre o campo da educação.
Apoio / Parcerias: NEPS Núcleo de Pesquisa em Educação, Políticas e Subjetividades
Game On: Resultados Parciais
- Luiz Paulo de Lemos Wiese, Doutorando(a), luizwiese@gmail.com
- Karol Arias Fernandes, G, karol.fernandes@univille.br
- KARLA PFEIFFER MOREIRA, MSc, karla.pfeiffer@univille.br
- Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.garcia@univille.br
- André Werlang Garcia, Mestrando(a), andre.garcia23@univille.br
- Ana Laura Wiese Fernandez, G, ana.fernandez@univille.br
- Larissa Voltolini, G, larissa.voltolini@univille.br
- Luiz Paulode Lemos Wiese, Doutorando(a), luizwiese@gmail.com
Palavras-chave: Gamificação, Motivação, Engajamento
A gamificação é uma ferramenta para modular engajamento e motivação de pessoas na direção de um objetivo. A construção de estratégias de gamificação levam em consideração a natureza da instituição atendida, o perfil de seus usuários, a caracterização do problema, os comportamentos desejáveis e indesejáveis envolvidos no processo e o objetivo final determinado pela instituição. O projeto integrado Game On é um projeto que integra ensino, pesquisa extensão e tem como objetivo desenvolver estratégias gamificadas na educação. O objetivo deste trabalho é relatar os resultados parciais obtidos no primeiro semestre de 2024, por meio das ações integradas de ensino, pesquisa e extensão no projeto Game On. O método é um relato de experiências transversal e retrospectivo com foco qualitativo e quantitativo. 2024 iniciou com o processo seletivo ampliado, uma vez que todas as bolsistas do ano anterior finalizaram seus cursos ou aderiram a outras atividades. O processo seletivo foi aberto para bolsistas do projeto. para bolsistas UniEdu e para voluntários. Para bolsistas do projeto foram 12 inscrições com a seleção final de três bolsistas, uma com foco na pesquisa e eventos científicos, uma para ações comunitárias e uma para desenvolvimento gráfico de materiais. Pelo UniEdu foram 40 selecionados e como voluntários foram mais três alunos. As ações de ensino do projeto iniciaram com a abordagem de professores no início do período letivo para alinhar ações de gamificação nas disciplinas do semestre, bem como a realização de treinamento para os novos integrantes, com aula teórica e oficina prática sobre gamificação. Uma demanda de ensino foi finalizada, gerando um produto gamificado para o ensino da química orgânica, que gerou dois trabalhos enviados para congressos, um local e um nacional. Duas ações de extensão foram realizadas, uma com diretores e outra com assessores de direção de escolas estaduais, totalizando 150 pessoas atendidas. Essa ação gerou uma demanda adicional na escola Georg Keller, ainda em andamento. Como ações de pesquisa, houve a publicação de dois resumos expandidos, ENSUS 2024 e P&D Manaus 2024, dois resumos internacionais, JIICEU – Lisboa – Portugal e um resumo em congresso nacional CBCF – Foz do Iguaçu – PR. Também foram aprovados dois cursos de pós-graduação, um em gamificação na educação e outro para o mercado de trabalho. As atividades do projeto integrado Game On estão seguindo o planejamento bianual, atendendo as metas de ensino e extensão e superando as metas de pesquisa até o presente momento.
Impactos da inteligência artificial no processo de ensino e aprendizagem
- Nathalia Osório, Graduando, nathalia.osorio@univille.br
- Eliane Fátima Bordin, Doutorando(a), eliane.bordin@univille.br
- Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br
Palavras-chave: Tecnologias digitais, Ensino superior, Processo educativo
Este trabalho tem como objetivo discutir sobre a presença da Inteligência Artificial (IA) nas práticas educativas do ensino superior. O uso da IA tem sido amplamente discutido, nos últimos anos, devido ao impacto que pode gerar na aprendizagem do estudante. Há preocupações de que, se ela for usada apenas como uma ferramenta para responder às atividades propostas pelos professores, sem um objetivo pedagógico claro ou sem uma mediação adequada, isso pode comprometer a construção do conhecimento e o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias a formação do futuro profissional. Assim, optamos por uma pesquisa de caráter bibliográfico, que, segundo Gil (2008), é desenvolvida com base em material já elaborado, como livros, dissertações, teses e artigos científicos. Constitui-se de uma pesquisa exploratória, pois foi feito levantamento de informações para o maior conhecimento sobre o tema em questão. Para tanto, foi pesquisado na plataforma SCIELO trabalhos científicos, em educação, divulgados nos três últimos anos, com os seguintes descritores: inteligência artificial *AND* educação superior. Surgiram 14 trabalhos, sendo aqui selecionados os três que discutem sobre os conceitos e os desafios no uso da IA nas práticas pedagógicas. O tipo de pesquisa dos três artigos foi a bibliográfica. O artigo de Rodrigues e Rodrigues (2023) e o de Lima et al (2024) apontam que há duas posições em relação a IA no ensino superior, sendo uma no sentido de inibir seu uso e a outra que entende que ela deva ser utilizada de forma crítica. Rodrigues e Rodrigues (2023) enfatizam que a falta de regulação nas instituições para o uso da IA é uma problemática que deve ser enfrentada. Já Lima et al (2024) destacam que há uma preocupação com a possibilidade de a máquina substituir o professor. Azambuja e Silva (2024) alertam que o professor deve aprender e ensinar a fazer as perguntas certas, ou seja elaborar corretos prompts, para a IA. Para os autores, é preciso nos questionarmos sobre como devem ser utilizadas, observando princípios éticos e criteriosos. Os artigos apresentam reflexões importantes para as discussões sobre o uso da IA, por um lado, é impossível não a considerar como uma ferramenta de apoio e, por outro, garantir que os estudantes estejam realmente envolvidos no seu processo de aprendizagem.
Apoio / Parcerias: IC/Univille
PICPG/Univille
Importância da musicalização no processo de ensino e aprendizagem
- Katia Regina Araujo Luz, Graduando, katia.reginaa.luiz@gmail.com
- Rogéria Peixoto Becke, Graduando, rogeria.becker@univille.br
- Piter Diego Dulovino, Graduando, pitervande@gmail.com
- Eliene Barreto Sabino, Graduando, eliene.sabino@univille.br
- BRIGIDA MARIA ERHARDT, MSc, brigidaerhardt@gmail.com
Palavras-chave: musicalização, vivências de extensão, magistério
No primeiro semestre do presente ano, no componente de vivências de extensão, teve-se como proposição a aplicação de proposta de intervenção na educação básica. Fez-se os trâmites iniciais na Escola de Educação Básica Nagib Zattar e realizou-se as atividades para identificar a demanda para a elaboração da proposta de intervenção. A partir das observações, entrevistas e atiivdades pontuais, identificou-se como demanda, trabalhar com a turma do curso de magistério, a “Importância da musicalização no processo de ensino e aprendizagem”. A proposta planejada teve como objetivo promover a musicalização como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem, para contribuir no desenvolvimento global dos alunos. Especificamente, buscou-se tornar o aprendizado lúdico, estimular o pensamento crítico e mostrar a música como um elemento central no desenvolvimento educacional. A metodologia utilizada envolveu oficinas práticas em que os alunos participaram ativamente. A sequência dos fatos, iniciou-se com uma breve introdução teórica sobre a importância da musicalização, os estudantes divididos em grupos, criando suas próprias músicas tendo como referência os temas propostos. A abordagem incluiu a explicação teórica sobre a importância da musicalização na educação e sua aplicação prática por meio de atividades que estimularam a imaginação, a concentração e a criatividade dos participantes. Durante a realização das oficinas, percebeu-se o entusiasmo e o engajamento dos alunos em relação às atividades propostas. Eles não só participaram ativamente da criação de músicas, como também demonstraram um crescente entendimento sobre o papel da música na educação. As atividades se mostraram eficazes ao promover a interação entre os participantes e melhorar a dinâmica em sala de aula. A musicalização não só facilitou a aprendizagem de conteúdos, como também contribuiu para a melhoria do comportamento e concentração dos alunos, conforme observado pelos professores envolvidos no projeto. A avaliação final da experiência foi positiva, destacando-se o aumento no interesse e no desempenho dos alunos durante as aulas. O feedback recebido tanto dos alunos quanto dos professores indicou que a musicalização trouxe benefícios significativos para o processo educacional, reforçando a importância de métodos interativos e lúdicos no ensino.
Apoio / Parcerias: não se aplica
INCLUSÃO ESCOLAR E A NECESSIDADE DE REPENSAR A ATUAÇÃO DO/A PSICÓLOGO/A
- Julia Alessandra Ramos, Graduando, juliaramos@univille.br
- Flavia de Souza, Graduando, f.flavia@univille.br
- Vinícius Armiliato, Dr(a), vinicius.armiliato@univille.br
Palavras-chave: Educação Inclusiva, Pessoa com deficiência, Psicologia Educacional
Constata-se que as abordagens da Educação Especial seguem apresentando uma visão amplamente vinculada à perspectiva do modelo biomédico da deficiência. Nessa perspectiva, “a pessoa com deficiência ainda aparece muito mais como objeto de avaliações e intervenções do que como sujeito em sua singularidade e potência de ação” (Gesser, et al, 2013, p.562). O presente trabalho objetiva indicar prerrogativas fundamentais para psicologia em sua abordagem da pessoa com deficiência no contexto da Educação Especial. A partir de uma revisão narrativa na literatura especializada, notou-se a necessidade de distanciamento do modelo biomédico em detrimento do modelo social da deficiência. Observou-se como por essa via, a deficiência deixa de ser tratada como uma condição médica que exija tratamento compulsório, evitando-se abordá-la de forma estereotipada e capacitista. Notou-se a urgência de uma requalificação da atuação do profissional psicólogo nas realidades escolares. Vygotski (1997) discute o papel do psicólogo na abordagem do preconceito e promoção de discussões coletivas sobre a inclusão escolar. O autor sugere que assegurar o direito de pertencimento do estudante com deficiência à escola regular, pode criar condições para que a interação entre aluno e ambiente escolar promovam desafios que “empurram a criança para a via da compensação” (Vygotski, 1997, p.106), no sentido de desenvolver potencialidades que auxiliem na superação da deficiência. No entanto, tal perspectiva não deixa de compreender a deficiência como algo a ser superado para que o sujeito se adeque a sociedade, sobretudo, no que se refere a funcionalidades produtivas. Segundo o Conselho Federal de Psicologia a atuação do psicólogo no contexto educacional possui como óbice a própria formação “que aborda superficialmente a temática da deficiência e da inclusão escolar, além da ênfase clínica nas disciplinas da Psicologia Escolar” (Tada, 2009 apud CFP 2019, p.48). Nesse sentido, o CFP orienta sobre a importância de promover grupos de trabalho com a comunidade escolar em sua totalidade, compreendendo que a reflexão em grupo viabiliza “que a temática do preconceito seja abordada, promovendo a reflexão coletiva sobre barreiras atitudinais e arquitetônicas presentes no cotidiano escolar e suas formas de enfrentamento." (CFP, 2019. p.48-49). Conclui-se que a necessidade de se produzir saberes e práticas em conjunto com a comunidade diretamente afetada, e não sobre ela e de forma distanciada, é fundamental para a prática da psicologia. A psicologia deve oportunizar a construção pelos próprios sujeitos de determinações sobre si, sobre seus desejos e a respeito das expectativas culturais estabelecidas diante da diferença.
Infâncias e Educação Estética: Construindo Memórias e Experiências Pedagógicas na Constituição Humana
- Daiane de Melo Gava, Doutorando(a), daianedemelo1712@gmail.com
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), pillotto0@gmail.com
Palavras-chave: Educação Estética, Infâncias, Experiência Pedagógica
A pesquisa doutoral em andamento faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação – Doutorado e o Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE), vinculados à Universidade da Região de Joinville (Univille). A problemática da investigação centra-se em: quais as relações entre as infâncias e a Educação Estética no que diz respeito à construção de memórias e experiências pedagógicas, afim de contribuir na constituição humana? O objetivo é tematizar a Educação Estética nas infâncias mobilizada pelas memórias e experiências, no intuito de contribuir para os processos da constituição humana. Os autores fundantes, são: Meira; Pillotto (2022); Rancière (2023); Bueno (2018); Morin (2021); Masschelein; Simons (2015); Skliar (2014); Larrosa (2014); Han (2022); Abrahão (2018); Arfuch (2010); Saflate (2016) e Bertaux (2010). A investigação pauta-se na narrativa (auto)biográfica, que possui como base acolher histórias de vida dos interlocutores e do pesquisador, pois não separa o que fomos, o que somos e o devir ser. A coleta/produção de dados se deu em Mostra Educativa, composta de materiais de memória: imagens, vídeos, bilhetes, e Entrevista Narrativa Coletiva. Na ocasião utilizamos gravações em vídeos, fotos e a fala das crianças em diálogo com a pesquisadora. Portanto, a escuta cuidadosa foi fundamental em todo o percurso de fazer pesquisa com oito crianças da Rede Pública Municipal, que fizeram parte da pesquisa de campo durante o Mestrado em Educação/Univille (2020). A análise da coleta/produção de dados está fundamentada no princípio-compreensivo-interpretativo (Bertaux, 2010), que destaca as subjetividades e para o olhar estético da pesquisadora ao observar os gestos, fazeres e dizeres das crianças que expressaram em seus modos de perceber o que está a sua volta. Além da Entrevista Narrativa Coletiva, será utilizado material produzido no Mestrado em Educação/Univille (2020), como vídeos e áudios, que ainda não foram explorados. Os resultados parciais da pesquisa, reiteraram a importância do (re)encontro com as crianças, fortalecendo os laços afetivos e trouxeram novas pistas e efeitos, que serão desvelados e revelados – presente/passado/presente. Ou seja, as memórias em tempos de (re)significações, pautadas pela potência imagética das crianças, da pesquisadora e do entorno. As experiências estéticas nas infâncias, nutrem o imaginário infantil, os processos de criação, além de fortalecerem as relações afetivas.
Apoio / Parcerias: Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE)
PICPG
Introdução à Produção de Vídeos
- nielson@modro.com.br, Dr(a), nielson@modro.com.br
Palavras-chave: Videoprodução, Roteirização, Audiovisual
Assim como em 2023 foi ofertado no presente ano o curso de Introdução à Videoprodução, através do FAEG (Fundo de Apoio ao Ensino de Graduação). O curso ofertado propicia o contato com noções sobre a linguagem do audiovisual, através de aulas expositivo-dialogadas e análises de videoproduções, aliando a teoria à prática, finalizando com a produção de um vídeo inédito. Resumidamente são abordadas todas as etapas de uma videoprodução, desde a criação de um argumento, seu desenvolvimento em roteiro, sua produção visual e sua finalização como produto audiovisual. Em 2023 o projeto foi desenvolvido nos dois semestres letivos, atendeu a um total de 40 alunos e teve como resultado a produção de 11 (onze) vídeos inéditos. Em 2024 no primeiro semestre foram produzidos 6 (seis) vídeos e devem ser produzidos pelo menos mais 5 (cinco) vídeos no segundo semestre, atendendo ainda pouco mais de 40 alunos no total. Entende-se que desta forma, na prática, efetiva-se o desenvolvimento do papel da Universidade quanto a prover meios para que os acadêmicos tenham acesso a recursos de comunicação que proporcionem aos mesmos uma maior possibilidade de inserção no mercado de trabalho, uma maior gama de leituras específicas possíveis e estabelecimento de relações interdisciplinares quanto às mais diversas disciplinas específicas.
Liberte um livro: uma experiência coletiva para formação de leitores
- Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.rocha@univille.br
- CLAUDIA VALERIA LOPES GABARDO, MSc, claudiagabardo1@gmail.com
- KARLA PFEIFFER MOREIRA, MSc, karlapfeiffer@gmail.com
- Alcione Pauli, MSc, alcionepauli@gmail.com
- Grace Kelly Secunha Soares , Graduando, grace.prolij@univille.br
Palavras-chave: liberte um livro , formação de leitores , leitura como fruição
Esse resumo relata a experiência de um dos projetos vinculados ao PROLIJ - Projeto Institucional de Literatura Infantil Juvenil, denominado - LIBERTE UM LIVRO que tem por objetivo fortalecer a promoção da leitura por meio da distribuição gratuita, de livros recebidos por doação, de membros da comunidade de Joinville e região. São feitas campanhas de divulgação do projeto para captação dos livros, por meio das redes sociais do PROLIJ e por cartazes distribuídos no Campus Joinville. Tal captação já foi feita em parceria com o setor de comunicação da Univille que incluiu nas gincanas dos calouros uma “prova” em que os estudantes envolvidos deveriam captar obras para manutenção do projeto, que existe desde 2014. O projeto surgiu em função da necessidade da promoção da leitura para a formação de leitores que é um dos grandes objetivos do PROLIJ. A proposta foi desenvolvida por estudantes, bolsistas, voluntários, professores do Curso de Letras e egressos desse curso, integrantes do PROLIJ. O título do projeto sugere uma possibilidade de leitura livre de cobranças. O LIBERTE UM LIVRO não prioriza quem é/foi o doador nem quem “libertou” a obra doada, entendendo que a proposta reconhece a leitura como fruição.
Apoio / Parcerias: Fundo de apoio à extensão - FAEX
Marco Legal da Primeira Infância: aspectos históricos, legais e estratégicos
- Giane Cordeiro da Cruz, Mestrando(a), corgiane@gmail.com
- ALLAN HENRIQUE GOMES, Dr(a), allan.gomes@univille.br
Palavras-chave: Proteção Social, Políticas Públicas, Intersetorialidade
Falar da primeira infância, é tratar de um dos períodos de maior intensidade e descobertas na vida dos seres humanos, é dar visibilidade a estes indivíduos, concebendo-os como sujeitos de direitos e pessoas em desenvolvimento. O presente resumo visa apresentar resultados preliminares de uma pesquisa em fase inicial no mestrado em educação em que se pretende conhecer os aspectos históricos, legais e estratégicos do Marco Legal da Primeira Infância. A perspectiva dos direitos da infância no Brasil está ancorada no artigo 227 da Constituição Federal (1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que garantem que todas as crianças e adolescentes possam viver, crescer e se desenvolver de maneira integral. Esse reconhecimento legal acrescido às recentes pesquisas em favor das infâncias, impulsionaram importantes discussões em âmbito nacional. Uma das conquistas mais recentes (sancionada em 2016,) é a lei n° 13.257, conhecida como Marco Legal da Primeira Infância, que trata de conferir e reafirmar a prioridade absoluta à infância. Em consonância com as leis anteriormente citadas, ao longo dos quarenta e três artigos este Marco Legal define que a primeira infância contempla os setenta e dois meses da vida do ser humano, apresentando os princípios e diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas voltadas a estes cidadãos. Entre os importantes temas abordados na referida legislação está o aumento da licença-maternidade, o direito da criança ao brincar, a ser ouvida e potencializada em seu desenvolvimento. O Marco Legal estabelece ainda um rol de direitos das gestantes, como proteção a mães que optam por entregar seus filhos à adoção e a mulheres grávidas em privação de liberdade. Além disso, define como prioridade a formação e qualificação de profissionais envolvidos com a primeira infância e, por fim, prevê que sejam destinados os recursos financeiros necessários à efetivação do acesso das crianças a estes direitos. Pensando na integralidade da criança, propõe-se a intersetorialidade como estratégia de gestão e ação política, defendendo que os diversos setores atuem de forma colaborativa e integrada. Trata-se de uma lei relativamente nova, que carece de implementação por parte dos entes federados e maior conhecimento tanto no meio acadêmico, como na sociedade que tem potencial para o controle social e garantia de direitos.
Apoio / Parcerias: Bolsa PIC PG UNIVILLE
Memória Digital: Construindo um Arquivo Virtual do Patrimônio de São Francisco do Sul
- ALEXANDER MAGENIS XESQUEVIXOS, Ensino Médio, alexandermagenis338@gmail.com
- Eloyse Caroline Davet, MSc, eloysecdavet@gmail.com
- Luiz Fernando Klug, MSc, luiz.fernando.klug@univille.br
Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Memória, Arquivo Virtual
São Francisco do Sul, uma das cidades mais antigas do Brasil, foi fundada em 1658 e possui um rico patrimônio histórico e cultural, com arquitetura colonial e tradições de grande importância nacional. A preservação desse patrimônio enfrenta desafios devido à urbanização e ao avanço das tecnologias digitais. Integrar métodos tradicionais com inovações tecnológicas surge como uma solução viável para garantir a conservação física e a acessibilidade do patrimônio cultural.
A análise dos desafios envolveu diferentes métodos de preservação e o uso de tecnologias digitais. Foram avaliados métodos como escaneamento 3D e modelagem da informação da construção (BIM), que permitem criar representações digitais detalhadas e simular intervenções para a conservação. A documentação e digitalização também foram destacadas como essenciais, pois fornecem cópias virtuais dos artefatos e ajudam a evitar a deterioração física.
Além disso, foram discutidas abordagens teóricas que incluem a manutenção da integridade original dos bens culturais, a prevenção da degradação e a adaptação dos bens para usos contemporâneos. A preservação não se limita à conservação física; envolve a integração de tecnologias digitais e o engajamento da comunidade para promover e documentar o patrimônio.
No geral, combinar métodos tradicionais com inovações tecnológicas e envolver a comunidade oferece uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios da preservação e garantir a continuidade do patrimônio histórico de São Francisco do Sul para as futuras gerações.
Mesmo sistema, mesmas reclamações: fragmentos da relação dos usuários com o transporte coletivo de Joinville na década de 1980 nas páginas de jornais
- Vitor Augusto Joenk, Graduando, vitorjoenk@yahoo.com.br
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
Palavras-chave: Empresas de Ônibus, História do transporte, movimentos sociais
O transporte coletivo é um elemento fundamental para o funcionamento do espaço urbano. O modelo adotado para a organização deste transporte é capaz de definir os limites que separam uma ampla parcela de trabalhadores da possibilidade de acessar ou não as diversas possibilidades existentes nesse espaço. Em Joinville, o transporte coletivo intramunicipal por ônibus é operado por empresas privadas desde seu início: a antiga Empresa de Ônibus Santa Catarina, atual Transtusa (desde 1926); e a Gidion (desde 1967). Desde 1971 as duas empresas dividiram o município em zonas distintas nas quais elas operam o serviço de ônibus: Transtusa no Norte e Gidion no Sul. Em etapas anteriores desta pesquisa, foi possível constatar que o uso do ônibus em Joinville vem decaindo muito no século XXI (de 50,4 milhões de passageiros em 2000 para 25,6 milhões em 2023), e seu uso já rivaliza com o do modal a pé na preferência da população para deslocamentos no interior do município (24% contra 23% dos deslocamentos em 2010, respectivamente). O objetivo da etapa atual da pesquisa é analisar a relação da população com o transporte coletivo em Joinville e o histórico dos movimentos políticos e sociais relacionados ao transporte coletivo no município, tendo em foco a década de 1980. A pesquisa utilizou a perspectiva teórica e metodológica da história social para analisar um conjunto de matérias de jornais (A Notícia, Extra, Hora H e outros) levantadas em diversos acervos documentais do município, em especial o Arquivo Histórico de Joinville, o Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Braz e a Hemeroteca Digital Catarinense. As análises parciais nos permitem ter algumas percepções de como a população joinvilense da década de 1980 se relacionava com o transporte coletivo na cidade, encontrando algumas reclamações que persistem até o período atual (como tarifas muito caras, superlotação dos ônibus, falta de linhas específicas, poucos horários para as linhas já existentes, falta de abrigos de ônibus) e outras específicas do período (como a falta de troco dos cobradores). Os documentos nos permitem também identificar as entidades utilizadas pela população para reivindicar melhorias no transporte no período, como o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Pastorais da Igreja Católica, Associações de Moradores e o Partido dos Trabalhadores.
Apoio / Parcerias: Bolsista artigo 170
Núcleo de Práticas em Direitos Humanos
- Fernanda Joergensen, Graduando, fernanda.joergensen@univille.br
- Janaina Gabardo Jelinski, Graduando, janaina.jelinski@univille.br
- GRACIANE DE OLIVEIRA, MSc, gracianeoliveira@univille.br
Palavras-chave: Direito humanos, sociedade, fenômenos sociais
Neadhintegra é um projeto integrado da Univille, que atua com estudos e ações voltadas aos direitos humanos na comunidade acadêmica e entornos. A metodologia baseia-se em estudos científicos com temas relacionados à defesa aos direitos humanos, e abarca os pilares de ensino, pesquisa e extensão universitária. O objetivo geral é analisar os Direitos Humanos como um campo de saberes transversais indispensáveis na compreensão da sociedade. No pilar Estudos, os alunos realizam a leitura de textos recomendados pelos professores e na sequência reunem-se com o intuito de discutir o texto e aprofundar o conteúdo. Esses textos e discussões muitas vezes, promovem pesquisas. No pilar sobre extensão, o NEADHINTEGRA, realiza ações de conscientização sobre os fenômenos sociais, tais como racismo, homofobia, misoginia e demais fatores relacionados a violência humana, muitas vezes naturalizadas na sociedade. Para atingir os objetivos do projeto, foi realizado até a presente data o evento Café Filosófico, com a temática "Racismos em Debates˜. Mural artístico sobre a Luta Antimanicomial; Ações de conscientização sobre abuso sexual infantil e roda de conversa sobre violência contra a mulher; além de trabalhar temáticas de dignidade humana como setembro amarelo. O projeto ainda encontra-se em andamento e os resultados parciais já revelaram a urgência dessas temáticas nas propostas ofertadas e a necessidade de continuar dialogando e informando as pessoas sobre esses fenômenos que envolvem direitos humanos.Foi possível verificar que a desconstrução de preconceitos é um caminho largo a se percorrer e que projetos como este tendem a contribuir na saúde mental e conscientização das pessoas.
O Brincar e a Realidade
- Camile Fernanda Antunes, Graduando, camile.antunes@univille.br
- Eduarda Pereira de Melo, Graduando, meloeduarda@gmail.com
- Graciane de Oliveira, MSc, gracianeoliveira@univille.br
Palavras-chave: Brincar, Imaginação , Psicanálise
"O Brincar e a Realidade" é uma inspiração do livro do psicanalista inglês Donald Wood Winnicott, e teve como objetivo aliar o manejo da psicologia clínica de orientação psicanalítica com sua práxis. O intuito da oficina foi proporcionar aos participantes, uma vivência na prática sobre os efeitos da clínica infantil e a relação com brincar e suas realidades. Por oficina estética, Pereira e Zanella (2021, p. 419) trazem que a prática "se trata de uma volta para desenvolver e apurar os sentidos, na qual as/os educadoras/es precisam voltar sua atenção para a construção de uma educação que busca desenvolver a sensibilidade." Já Winnicott, com o livro "O Brincar e a Realidade" (1975, p.88) afirma que "é no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação". Portanto, através da interação entre os materiais oferecidos como, brinquedos, tintas, massinha de modelar, papéis, lápis de cor, entre outros, os participantes puderam usar sua criatividade para interagir com o objeto e representar por meio do "role play" (técnica do psicodrama utilizada pela Psicologia, para , expressar emoções em uma atuação dramática, que recria uma situação da vida real.(SÓRIA, MACUCH; 2024, p.2). Tal atividade mostrou aos participantes a prática Winnicottiana do brincar. Como resultados observou-se as percepções dos participantes sobre o significado do seu próprio brincar, expressados como: "necessário, nostálgico, libertador, vital". A oficina também trouxe reflexões da vida aos participantes, a respeito de suas próprias memórias com o brincar, do tipo: contato com seu próprio mundo, alívio do estresse do dia-a-dia, relaxamento mental e desejo de voltar a fazer coisas que gostavam e que foram se perdendo com a chegada da vida adulta. Em linhas gerais, notou-se que aliar teoria e prática se faz imprescindível e legitima a teoria postulada pelos autores clássicos da Psicologia.
O desenho infantil como expressão de sentidos: leitura estética e psicológica (DESENHO)
- Ana Clara Lucri Alves, Graduando, anaclaralucri53@gmail.com
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), pillotto0@gmail.com
Palavras-chave: Leitura estética e psicológica, Desenho Infantil, Expressão de sentidos
Resumo: A pesquisa: O desenho infantil como expressão de sentidos: leitura estética e psicológica, tem relação com a Pesquisa: Experiências estéticas e seus imbricamentos nas práticas educativas (EIDE), no que diz respeito as sensibilidades, e aos estudos e pesquisas do Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação (Doutorado/Mestrado) da Universidade da Região de Joinville (Univille). O objetivo da pesquisa é contribuir nos campos da educação e da psicologia, compreendendo que a temática pode ser um diferencial na compreensão das infâncias, em especial nas possibilidades de leitura do desenho infantil. A temática justifica-se pelo fato de que o desenho infantil é um importante instrumento para que docentes e psicólogos que atuam com as infâncias possam captar aspectos, que por vezes, na voz da criança são imperceptíveis. Em seus desenhos as crianças imprimem suas relações pessoais, a partir do meio social e cultural em que vivem, especialmente na ação gestual. A metodologia de pesquisa é a narrativa, que possibilitará a leitura interpretativa dos desenhos infantis de 10 crianças matriculadas no Colégio Univille entre 4 e 5 anos de idade. A análise estará fundamentada no princípio-interpretativo-compreensivo (Bertaux, 2010), analisada à luz da leitura estética e da psicológica. Os resultados preliminares, a partir do estado da arte, apontam que o desenho infantil foi amplamente pesquisado nas décadas de 60 e 70, mas atualmente tem sido reduzido. Os resultados futuros da pesquisa pretendem contribuir no trabalho da educação e da psicologia com crianças, pois as leituras do desenho infantil podem conceder pistas sobre o emocional das crianças, que em outra forma de comunicação nem sempre são perceptíveis. Concluímos que essas questões são fundamentais nos processos de leitura estético e psicológico dos desenhos infantis, pois a interpretação do que é lido pelo docente que atua com as infâncias, envolve percepções do mundo real e imagético, baseada em conhecimentos e percepções apropriadas à luz da estética e da psicologia. As leituras estética e psicológica consideram a expressividade da criança, levando em conta o que cada forma, linha, cor, figura e espaço tem a dizer. Também os personagens, cenários, objetos e as relações entre imagens e espaço podem ser pistas importantes para que o docente e o psicólogo que atuam com as infâncias, compreendam as relações de afeto e o estado emocional do que se passa com as crianças, intervindo no intuito de ajudá-la a entender e superar os problemas.
Apoio / Parcerias: CNPq
Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE)
O ensino de língua inglesa no ensino fundamental anos iniciais na rede municipal de Joinville
- Barbara Fernandes Correa, Mestrando(a), barbara_f.correa@hotmail.com
- Rosana Mara Koerner, Dr(a), rosanamarakoerner@gmail.com
Palavras-chave: Práticas pedagógicas, Ensino Fundamental Anos iIniciais, Língua Inglesa
É indiscutível a importância da Língua Inglesa como língua franca no mundo globalizado. Aprendê-la é acessar diversos conhecimentos e também poder exercer nossa cidadania de maneira plena. Os documentos norteadores, como a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017), o Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense (Santa Catarina, 2019) e o Currículo da Rede Municipal de Ensino de Joinville (2022) corroboram com a visão de que a Língua Inglesa é parte importante do processo de formação dos estudantes como língua franca. Dado esse contexto, não nos surpreende que as escolas estejam introduzindo a Língua Inglesa cada vez mais cedo. A BNCC (Brasil, 2017) prevê o ensino de Língua Inglesa a partir do sexto ano, já o CBTC (Santa Catarina, 2019) e o Currículo da Rede Municipal de Joinville (2022) alegam que esse ensino iniciar-se-á a partir do terceiro ano do Ensino Fundamental Anos Iniciais. Todavia, devemos atentar-nos para a formação dos professores que atuam nessa área, e como essa formação afeta suas práticas pedagógicas, especialmente no que se refere ao ensino da leitura e da escrita a estudantes que ainda estão em processo de alfabetização. Através de uma pesquisa qualitativa, que utilizou um questionário online enviado aos professores através da Secretaria de Educação, e entrevistas online com quatro professores de Língua Inglesa atuantes nos Anos Inicias, buscamos compreender a realidade e os desafios enfrentados por esses professores. Por meio dos questionários e entrevistas, identificamos que alguns desafios foram recorrentes entre a maioria dos participantes. Destaca-se, em especial, a limitação de tempo nos Anos Iniciais, que conta com apenas uma aula semanal. Esse fator foi amplamente mencionado tanto nas entrevistas quanto nos questionários. Além disso, foi ressaltada a diversidade de níveis de alfabetização entre os alunos do terceiro ano como outro obstáculo significativo.
Apoio / Parcerias: Capes
O impacto do turismo sobre o patrimônio cultural de Joinville
- Joquebede Marinho, Graduando, joquebedecamposmarinho@gmail.com
- Gabriela de Aguiar Sbalcheiro, Graduando, gabi_aguiars@hotmail.com
- Luana Gusso, Dr(a), luana.gusso@univille.br
Palavras-chave: Turismo, patrimônio cultural, Preservação
O presente artigo acadêmico tem como objetivo investigar o impacto do turismo sobre o patrimônio cultural com enfoque na cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina. Sabendo que Joinville é conhecida por sua rica herança cultural, que gera reflexos em sua arquitetura, festas e tradições locais, é possível compreender que as atividades turísticas na cidade vêm crescendo exponencialmente, e isso tem gerado tanto benefícios quanto desafios para a preservação desse patrimônio. O objetivo deste trabalho é analisar como o turismo afeta os bens culturais tangíveis e intangíveis de Joinville, sopesando tanto os aspectos positivos, como o desenvolvimento econômico e a valorização cultural, quanto os negativos, como a degradação de monumentos e a comercialização excessiva de tradições. Para alcançar os objetivos propostos, foi adotada uma abordagem metodológica que inclui uma pesquisa de caráter qualitativo, pesquisas bibliográficas e análise documental, o livro “Turismo e patrimônio cultural: Interpretação e qualificação” também está sendo utilizado como referência para contribuir na fundamentação e na discussão sobre construção da ideia contemporânea sobre o turismo e o patrimônio cultural. Por fim, é possível concluir, até o presente momento, que enquanto o turismo contribui significativamente para a economia local e a valorização de certos aspectos do patrimônio cultural, ele também exerce pressões sobre a infraestrutura e a conservação dos bens culturais. A pesquisa apontou que o aumento do fluxo de turistas em eventos culturais de grande porte, como o Festival de Dança, gera sobrecarga em locais históricos e pode comprometer sua integridade física. Além disso, a excessiva comercialização de tradições locais muitas vezes acaba desvirtuando sua autenticidade.
O Mestrado Profissional em Comunicação e Mediações Contemporâneas (PPGCOM) e sua contribuição na formação de acadêmicos na iniciação científica (2024)
- Maria Ariélle daSilva, Graduando, maria.arielle10@gmail.com
- Eloísa Flores, Graduando, eloisaflores@gmail.com
- Gabriel Davini, Graduando, davinigabriel1@gmail.com
- Juliana Kolombesky, Graduando, ukolombesky@gmail.com
- Sirlei de Souza, Dr(a), sirlei.souza@univille.br
Palavras-chave: Comunicação, Cidadania Digital, Direitos Humanos
O resumo está vinculado à linha de pesquisa Comunicação em (e para) os Direitos Humanos, inserida no Mestrado Profissional em Comunicação e Mediações Contemporâneas da Universidade da Região de Joinville (Univille), recentemente aprovado pela Capes (2023). A comunicação tem como objetivo analisar o surgimento de uma cidadania digital pautada nos direitos humanos, e como isso afeta as relações sociais na contemporaneidade. O programa de pós-graduação foi idealizado por um grupo de professores após anos de pesquisa na temática da comunicação. O grupo de pesquisa atual, existe desde o Programa de Institucional de em Comunicação, iniciado em 2020, conta com a presença de 4 alunos bolsistas (Uniedu) e 5 voluntários, alguns já graduados em áreas correlatas. No que se refere à metodologia utilizada na produção dos artigos científicos, podemos destacar: (i) o levantamento de dados, tanto em órgãos públicos quanto em veículos de imprensa, a fim de analisarmos a relevância do tema no nosso cotidiano; (ii) a revisão de legislações relacionadas à internet e a sua regulamentação de conteúdo/estabelecimento de direitos; e (iii) a pesquisa bibliográfica envolvendo livros da área e outras produções acadêmicas, com o objetivo de verificar a aplicabilidade dos direitos previstos nas disposições normativas e qual é o impacto gerado pela cidadania digital na vida dos usuários. Foram realizadas submissões e apresentações acerca da temática Comunicação Digital; dentre elas, podemos destacar: a aprovação de 03 (três) artigos na Semana Acadêmica de Direito da Univille (SADU, 2024); submissão de 04 (quatro) comunicações no Congresso Catarinense de Comunicação e Mediações Contemporâneas (Comunica SC, 2024); submissão de 01 (um) pôster na Semana Univille de Ciência, Sociedade e Tecnologia (SUCST, 2024); e 02 (duas) apresentações e submissões de artigos no 47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom, 2024). Concluindo, percebe-se que a globalização, aliada ao surgimento e crescimento de uma cidadania digital impactou (e muito) o ordenamento jurídico pátrio, deficiente no que se refere à criação de legislações capazes de regular as relações sociais oriundas na e da rede. Todavia, percebe-se que a ampliação de usuários conectados à internet simbolizou o avanço exponencial de condutas criminosas e discursos discriminatórios perpetrados na web e que se espalham para o “mundo físico”, mitigando os avanços obtidos com a promulgação das citadas disposições normativas.
Apoio / Parcerias: FAP, UNIEDU
O PROTAGONISMO ESTUDANTIL NO PROCESSO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO INTEGRADO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM UMA COMUNIDADE REMANESCENTE QUILOMBOLA (JOINVILLE/SC)
- Gabriela Riegel Cisz, Graduando, gabriela.cisz@univille.br
- Andressa Vignochi Pinheiro, Graduando, andressa.vig@outlook.com
- Diego Finder Machado, Dr(a), diegofindermachado@gmail.com
- Flaviane Lazarini, Dr(a), flalazarini@gmail.com
- Sirlei de Souza, Dr(a), sirlei.souza@univille.br
Palavras-chave: Protagonismo estudantil, curricularização da extensão , iniciação científica
O projeto Caminho Curto: vivências de ensino, pesquisa e extensão na promoção da cidadania é desenvolvido por professores e estudantes da Univille com a Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto, situada em Pirabeiraba, distrito do município de Joinville, Santa Catarina. Desde 2018 são realizadas várias ações de ensino, pesquisa e extensão, com o propósito de promover diálogos entre a comunidade e a universidade para fortalecer a vivência de uma cidadania plena e o reconhecimento das histórias e memórias de populações afro-brasileiras em Joinville. As ações do projeto envolvem o protagonismo de estudantes universitários, privilegiam o trabalho colaborativo entre o grupo de estudantes e professores e priorizam a troca de experiência entre os saberes acadêmicos e os saberes da comunidade. O processo de envolvimento dos estudantes acontece desde o planejamento e organização das ações, a mediação com a comunidade, o desenvolvimento de todas as atividades com a população da comunidade que envolvem crianças, adolescentes e adultos e a avaliação final. Sendo assim, o protagonismo estudantil em projetos de extensão significa poder “(...) pensar uma formação e uma instituição que construa conhecimento popular, não hierárquico e de forma circular” (Duara, H. F.; Nolasco Dal Molim, M.L.; Scheibe, M., 2021, p.6). Nesse processo, os estudantes ainda se envolvem diretamente com a pesquisa de iniciação científica e a comunicação cidadã por meio das redes sociais, essa última sendo uma ferramenta para o processo de emancipação da comunidade, segundo o que é discutido por Valmir Araujo e Cicilia Peruzzo em “Comunicação popular e comunidades quilombolas”. Portanto, é por meio da escrita e apresentações de comunicações científicas e da elaboração de conteúdo para as mídias sociais, que se concretiza um objetivo importante do Projeto, a sensibilização da sociedade para a temática antirracista e a urgente necessidade da efetivação dos direitos humanos para as populações quilombolas. Diante da experiência vivida pelo Projeto Integrado Caminho Curto nos últimos 6 (seis) anos identifica-se que todo o envolvimento estudantil não apenas fortalece os pilares da Universidade ensino, pesquisa e extensão, mas também contribuem para o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes importantes para a formação humana, técnica e científica exigida dos profissionais no século XXI.
Apoio / Parcerias: FAP, FAEX, FAEG, UNIEDU
O que dizem as pesquisas sobre a formação integral dos jovens no ensino médio noturno?
- Lenita de Villa, Mestrando(a), lenitadevilar@gmail.com
- Leticia Sega Ruiz, Graduando, leticia.ruiz@univille.br
- Edvando Santos Cordeiro, Mestrando(a), edvando.cordeiro@univille.br
- Jane Mery Richter Voigt, Dr(a), jane.mery@univille.br
Palavras-chave: Currículo, Ensino médio noturno, Educação integral
O Ensino Médio noturno enfrenta desafios significativos, como elevados índices de evasão e dificuldades de permanência dos estudantes, comprometendo o princípio da educação integral, considerado um direito universal. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo apresentar um balanço das produções acadêmicas sobre Educação Integral no contexto do Ensino Médio noturno. Esse tipo de levantamento possibilita novas trilhas de pesquisa ao evidenciar a evolução dos estudos na área, suas características, lacunas e questões ainda não investigadas. A pesquisa, de natureza qualitativa e quantitativa, utiliza como fontes de dados o Portal de Periódicos e o Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Scientific Electronic Library Online (SciELO), considerando o período de 2017 a 2024. A coleta de dados foi realizada mediante o uso de descritores e suas combinações: “Ensino Médio”, “Ensino Médio Noturno”, “Educação Integral”, “Educação Integral” e “Ensino Médio”, “Educação Integral” e “Ensino Médio Noturno”, “Ensino Médio” e “Ensino Médio Noturno”. Posteriormente, os dados coletados foram organizados e submetidos à análise. Os resultados apontam para um crescimento no número de pesquisas sobre o Ensino Médio noturno e o conceito de Educação Integral. Foram identificados 440 estudos que utilizam descritores como "Educação Integral" e "Ensino Médio". Entretanto, apenas 5 trabalhos foram encontrados com o descritor “Ensino Médio Noturno”, o que revela uma significativa lacuna na atenção ao ensino noturno dentro das discussões sobre Educação Básica. A maior parte dos estudos utiliza abordagem qualitativa, com ênfase em pesquisa documental e entrevistas, sendo realizadas principalmente por programas de pós-graduação de instituições federais. A análise dos resumos dos trabalhos evidenciou que as pesquisas buscam compreender as políticas e as reformulações curriculares destinadas ao Ensino Médio. Problemas recorrentes são apontados, tais como ausência de infraestrutura adequada, carência de recursos pedagógicos nas escolas, desvalorização dos profissionais da educação e a redução da carga horária ofertada, resultando em desigualdades educacionais e comprometendo a formação integral dos estudantes. Entre os temas de pesquisa, a formação de professores para o Ensino Médio noturno é um campo ainda silenciado. Apesar do crescente interesse pelas temáticas da Educação Integral e Ensino Médio, o Ensino Médio noturno permanece pouco explorado. Torna-se evidente a necessidade de investigações que aprofundem a compreensão sobre os desafios e necessidades específicas dessa modalidade, contribuindo para o desenvolvimento de políticas educacionais inclusivas e democráticas.
Apoio / Parcerias: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação - Capes
Fundo de Apoio à Pesquisa da Universidade da Região de Joinville - Univille
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado Santa Catarina - Fapesc
O QUE DIZEM AS PESQUISAS SOBRE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS AUTISTAS?
- Andréia Heiderscheidt Fuck, Doutorando(a), 152.andreia@gmail.com
- Cindy Dalfovo, Mestrando(a), cindy.dalfovo@gmail.com
- Aliciene Fusca Machado Cordeiro, Dr(a), aliciene.cordeiro@univille.br
Palavras-chave: Formação de professores, autismo, psicologia histórico-cultural
Este trabalho é parte de uma pesquisa de doutorado que está se constituindo com o objetivo de construir um processo formativo com as professoras do fundamental I, tem como foco as práticas que embasam a alfabetização de estudantes autistas, significando o processo de ensino aprendizagem a partir da psicologia histórico-cultural. Está vinculada à linha de pesquisas Políticas Educacionais, Trabalho e Formação Docente do grupo de estudos e pesquisas (GETRAFOR) do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). A partir de uma abordagem qualitativa do tipo revisão integrativa, teve como lócus específicos, as bases de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, o Banco de Teses e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações-BDTD, como filtro de pesquisa o idioma (português), ano de publicação (2013 a 2023), tipo de documento (tese) e os descritores booleanos: alunos *AND* autismo-D1, aprendizagem dos alunos *AND* autismo-D2, Autismo *AND* leitura e escrita-D3. Concluímos as buscas com 55 teses, ao analisá-las, elaboramos um quadro com dez teses. Após verificação detalhada, observarmos que das dez: duas evidenciavam as práticas escolares com ênfase no contexto escolar, nos profissionais envolvidos, no trabalho colaborativo; quatro discutiam as atividades, ações, planejamentos, intervenções, processos de aprendizagem e quatro se aproximavam-se da pesquisa em construção com foco na alfabetização. Sendo as quatro de abordagem qualitativa, duas da área da linguística e duas da Educação. Quanto à metodologia, duas utilizam a pesquisa ação, uma recorrendo ao estudo exploratório-analítico-descritivo e outra intervenção pedagógica. Uma das pesquisas destacou vários autores como base teórica, três apontaram a teoria histórico-cultural e Vigostski como o autor fundante. Das quatro pesquisas, duas apresentam propostas contstituídas no coletivo com a turma da criança, sendo esta uma proposição bem evidenciada para futuras pesquisas. Os estudos analisados apontam para a necessidade de aprofundamento nos estudos da defectologia de Vigotski (2020, 2022) como fundamento para compreensão dos processos de interação e das relações que precisam ser estabelecidas para a aprendizagem e compensação das dificuldades. As outras duas pesquisas evidenciam, nos resultados, o atendimento segregado, imprevisível, e descontínuo, o que compromete a aprendizagem e provoca a exclusão. Desta forma, o tema da pesquisa em desenvolvimento é relevante e aponta para a necessidade de formações que promovam a aprendizagem compreendendo as singularidades no processo de ensinar e aprender
Os engenhos de farinha: Identificação e registro dos saberes, fazeres e pertencimento – Um estudo de caso na cidade de Araquari, SC.
- Dienifer Pereira, Mestrando(a), dienifer.pereira13@gmail.com
- Nadja de Carvalho Lamas, Dr(a), nadja.carvalho@univille.br
Palavras-chave: Farinha de mandioca, saberes tradicionais, litoral catarinense
O Estado de Santa Catarina tem sua história enlaçada às histórias dos engenhos de farinha. As narrativas a respeito do Estado revelam que desde os primórdios o povo catarinense tem como sustento o peixe e a farinha de mandioca. Diversas literaturas científicas tratam dessa temática de forma pulverizada no solo catarinense. Porém, em Araquari, cidade ao norte de Santa Catarina, onde a farinha de mandioca detém importante papel na construção econômica do município, não se encontram registros que retratem essas histórias ouvidas dos anciãos da cidade. O presente trabalho tem por objetivo identificar e registrar essas memórias, os saberes dos trabalhadores dos engenhos de farinha e a arquitetura tradicional das casas de engenho presentes na cidade de Araquari. Acredita-se que os engenhos de farinha existentes em Araquari tiveram grande influência na configuração da identidade local, expressam senso de pertencimento e são materializações dos saberes da população. As memórias dos farinheiros araquarienses são ferramentas para a perpetuação da história da identidade local, além de que as construções das casas de engenho e os modos de preparo da farinha estão diretamente ligados aos saberes tradicionais da comunidade. A metodologia de pesquisa se delineia pela pesquisa bibliográfica, com revisão de literaturas pertinentes ao tema, pesquisas de campo com coleta de dados empíricos e entrevistas semiestruturadas com antigos farinheiros araquarienses visando a coleta de memórias e construção de narrativas contextualizadas a partir das suas vivências. Nesta fase, os dados são parciais, foi dado início a identificação para registro das práticas e preparação para os encaminhamentos das entrevistas com vista a identificação dos saberes e das histórias do povo araquariense, afim de produzir um vídeo documentário de memórias orais, realizar um evento em parceria com o município e produzir materiais para compor o acervo municipal, pois entende-se que a perpetuação da história protege a existência dos povos e o senso de pertencimento de uma população é a chave para a preservação do patrimônio.
Os usos da escrita em aldeias indígenas da região de Joinville
- Ellen Cristina de Souza Liber, Graduando, elleliber5@gmail.com
- Rosana Mara Koerner, Dr(a), rosanamarakoerner@gmail.com
Palavras-chave: Alfabetização e letramento, Leitura e escrita, Aldeias indígenas
Esta pesquisa tem como tema os usos da escrita em aldeias indígenas da região de Joinville. A escolha do tema surge de uma necessidade de compreensão sobre quais são esses usos e como acontecem dentro das aldeias indígenas. A alfabetização é um processo que vai além de aprender a ler e escrever, sendo uma etapa essencial, preparando um indivíduo para o uso da escrita em práticas sociais. Ou seja, alfabetizar essas comunidades implica em ensinar uma tecnologia, mas além de aprender a codificar e decodificar uma língua escrita, surge uma necessidade de inserção nas práticas de leitura e escrita. Analisando culturalmente, um povo considerado ágrafo, se vê de repente em uma sociedade que demanda cada vez mais o uso da escrita em diferentes contextos, surge então uma reflexão acerca dos desafios enfrentados por essas comunidades, vivendo em uma sociedade centrada na escrita, e como desenvolvem estratégias para participar dos diferentes contextos em que a escrita se torna essencial. Este trabalho é de abordagem descritiva. Os participantes da pesquisa foram indígenas de uma aldeia da Região de Joinville, sendo eles a cacica da aldeia, o vice cacique e o professor de guarani. Os dados foram coletados a partir de uma entrevista semiestruturada, feita individualmente com cada participante, com o objetivo de entender como a escrita circula dentro das aldeias e como os indígenas percebem a sua relação com a escrita. Através da análise dos dados, percebemos que dentro das aldeias a escrita é utilizada principalmente em contextos formais, como na elaboração de documentos e no contexto escolar, sendo pouco presente no cotidiano dos indígenas. Os moradores da aldeia não possuem livros em casa e não costumam escrever, a menos que seja necessário. Na escola as crianças possuem muito interesse em ler, já os adultos não costumam ler com frequência. Dessa forma, a pesquisa mostra que apesar de a oralidade possuir um valor maior para esses povos, a escrita se torna uma ferramenta necessária para inserção nos processos políticos e econômicos. Os resultados dessa pesquisa, poderão contribuir nas discussões que possuam como temática as comunidades indígenas, principalmente nas reflexões sobre os usos da escrita em práticas sociais dentro das aldeias.
Apoio / Parcerias: PIBIC/CNPq
Patrimônio afetivo e individualidade: o caso das Empadas Jerke (Joinville/SC)
- Gabriel Henrique de Oliveira Furlanetto, G, gabriel.furlanetto@univille.br
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
- Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com
Palavras-chave: Empadas de massa folhada;, História Oral; , Patrimônio afetivo.
Há, no município de Joinville/SC, um estabelecimento gastronômico intitulado “Empadas Jerke”, que possui uma memória de 100 anos de existência, muito conhecido por suas empadas de massa folhada, além de vender bebidas, bolos, tortas e salgados diversos. Ainda que esse comércio e suas empadas não tenham sido patrimonializadas, há manifestações orais, midiáticas e oficiais que apontam a sua relevância cultural na localidade e sua expressão como patrimônio afetivo. Tendo isso em vista, foram criados os projetos de pesquisa “Empadas Jerke: práticas alimentares, historicidades e patrimonialidade” e “As narrativas alimentares e gastronômicas das Empadas Jerke: dos familiares aos operários (Joinville/SC, 1980-2023), que tiveram como objetivo discutir as práticas alimentares e gastronômicas relacionadas ao estabelecimento e ao seu principal produto. Os métodos utilizados foram a revisão de literatura e a História Oral pelo gênero narrativo temático e sua modalidade híbrida, que permite o cruzamento com outros documentos, como fotografias, vídeos, jornais e historiografia, exemplos do que foi aplicado no conjunto das pesquisas. Foram entrevistados um total de cinco pessoas, o filho e dois netos dos fundadores e dois funcionários. Os roteiros de entrevista foram caracterizados por diversos temas e recortes temporais – conforme o perfil dos participantes de pesquisa. Diante disso, o propósito desta apresentação de trabalho é comunicar como é a singularidade de cada entrevistado diante das empadas do comércio em questão, tendo em pauta as circunstâncias culturais, sociais e econômicas de cada um, pois cada participante de pesquisa possui formas e razões pela prática de alimentar-se, o que pode incluir elementos complementares – como, por exemplo, guardanapos e bebidas alcoólicas – e espacialidades convenientes (como o próprio domicílio). A relevância se baseia em, a partir da individualidade, observar os fragmentos coletivos em simbiose com a particularidade plena dos consumidores. Para tanto, se tem em perspectiva a colocação do historiador Massimo Montanari sobre o sabor ser algo tanto individual quanto coletivo, o que pode ser averiguado por métodos quantitativos ou, no caso desta pesquisa, qualitativos. Conclui-se que as empadas de massa folhada das Empadas Jerke é patrimônio afetivo, no cotidiano de seus produtores e consumidores, em função de que são partícipes de uma comunidade que compartilham afetos pelo produto.
Pensamento político contemporâneo: estudando (com) Jacques Rancière
- Alicia Alves, Mestrando(a), alicia.loens@gmail.com
- Marcelo Alves, Dr(a), unimalves@gmail.com
- José Isaias Venera, Dr(a), j.i.venera@gmail.com
- Letícia de Andrade, Doutorando(a), ldandrade@outlook.com
- ALLAN HENRIQUE GOMES, Dr(a), allan.gomes@univille.br
Palavras-chave: Política, Estética, Formação
O objetivo desta comunicação é compartilhar a realização de um grupo de estudos que se iniciou no primeiro semestre de 2024, vinculado aos programas de pós-graduação em Educação; Comunicação; Patrimônio Cultural e Sociedade, da Universidade da Região de Joinville. O respectivo grupo chama-se Dissenso: Grupo de Estudos Interdisciplinares do Pensamento Político Contemporâneo, os estudos iniciaram com uma breve introdução ao pensamento político ocidental e depois se concentraram na obra de Jacques Rancière, importante filósofo franco-argelino. Contamos atualmente com a participação constante de seis integrantes, os encontros são abertos e gratuitos, sem necessidade de inscrição prévia e ocorrem de forma externa à universidade, o local de encontro é no Sebo de Joinville localizado na rua Dr. João Colin. Desde março os respectivos encontros avançam quinzenalmente, em cada encontro um dos participantes se dispõe a compartilhar a sua leitura do capítulo ao qual estamos estudando, para posterior discussão.
Iniciamos estudando os livros III, IV e VII de A República, de Platão, seguindo do livro I da Política, de Aristóteles, e os capítulos XIII e XVII do Leviatã, de Thomas Hobbes. Após esse primeiro momento, discutimos o texto de Michel Foucault, Omnes et singulatim: para uma crítica da razão política. A aproximação destas quatro obras foi de fundamental importância para o aprofundamento posterior ao pensamento de Jacques Rancière.
A primeira obra de Rancière eleita pelo grupo de estudos foi O Desentendimento: política e filosofia, discutimos os capítulos que estruturam a obra no desdobrar de seis encontros. Ranciére aborda de maneira sensível o que está em torno e constitui o que é política, no grupo dialogamos, ora talvez por influência do próprio título, a partir de um desentendimento, descortinando nossas ideias consensuais do que é política e (re)descobrindo a partir da leitura e discussões coletivas outras lógicas que, por sua vez não se encerram, se transmutam e se arvorecem em novas perspectivas, escutas, aprendizados e afetos. Destaca-se a potencialidade de grupos de estudos estruturados de tal forma, um espaço de discussão e aprofundamento crítico que desvela concepções pré-concebidas e potencializa novos olhares, também vale salientar o fato de que os encontros acontecem em um espaço público, fora da universidade, com portas abertas para quem queira participar. Por fim, neste segundo semestre de 2024 o grupo estudará as obras Partilha do Sensível, O ódio à democracia e O método da cena, com previsão de encerramento em novembro.
Apoio / Parcerias: NEPS Núcleo de Pesquisa em Educação, Política e Subjetividades
Percurso formativo docente de professoras de estudantes autistas: trans-formação de significações sobre o estudante autista.
- Arthur De Pieri Fischer , Graduando, arthurpfischer@gmail.com
- Aliciene Fusca Machado Cordeiro, Dr(a), aliciene_machado@hotmail.com
Palavras-chave: formação de professores, autismo, psicologia histórico-cultural
Este artigo explora a formação continuada de professores de escolas regulares em relação à educação de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa, de abordagem qualitativa, tem como objetivo compreender as significações desenvolvidas por professores participantes da pesquisa quanto às possibilidades de aprendizagem dos estudantes autistas. O estudo foi conduzido com entrevistas semiestruturadas realizadas antes e após a participação das professoras em um percurso formativo, que visava promover reflexões sobre práticas pedagógicas inclusivas. A análise das entrevistas foi realizada utilizando a metodologia dos Núcleos de Significação, baseada na Teoria Histórico-Cultural de Vigotski, que permite identificar as significações atribuídas pelos participantes às suas experiências. Os resultados destacam a importância da formação docente contínua para a desconstrução de estigmas relacionados ao autismo e a construção de práticas pedagógicas que valorizem as potencialidades dos estudantes. Conclui-se que a formação continuada oferece uma oportunidade crucial para transformar as significações dos professores e fomentar possibilidades de uma educação que contemple as diferenças significativas dos estudantes.
Apoio / Parcerias: CNPq
Pet-Saúde Equidade: Absenteísmo relacionado à saúde mental entre profissionais de saúde no SUS.
- ERICH MATHEUS ADHOLFO FERNANDES MENEZES DA SILVA, JÚLIA DA COSTA FAUSTINO , Graduando, erichdasilva63@gmail.com
- Beatriz da Silva Sutil, Graduando, besilvasutil@gmail.com
- Patrícia Esther Fendrich Magri, Dr(a), pef.magri@gmail.com
- Thalissa Aparecida Minatti, Graduando, thalissa.minatti@gmail.com
- Júlia da Costa Faustino da Silva, Graduando, juliacosta.faustino@hotmail.com
- Beatriz Regina Branco, MSc, beatriz.regina@univille.br
Palavras-chave: absenteísmo, profissionais de saúde, pet-saúde
INTRODUÇÃO: O absenteísmo de profissionais da saúde é um grande desafio para a gestão dos serviços, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta ausência tem sido relacionada aos casos de transtornos mentais como depressão, ansiedade e síndrome de burnout, decorrente da sobrecarga emocional e física no ambiente de trabalho. Observa-se, também, que essa situação foi exacerbada pela pandemia de COVID-19, que aumentou a demanda por cuidados na saúde mental. Este tema resulta da pesquisa do PET SAÚDE - EQUIDADE, que busca a valorização da saúde de trabalhadoras e futuras trabalhadoras do SUS. OBJETIVO: Elucidar as principais causas do absenteísmo relacionado à saúde mental entre profissionais de saúde do SUS. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão da literatura científica publicada entre 2019 e 2024 nas bases de dados da SciELO, LILACS, e PubMed. Os critérios de inclusão foram artigos que abordam o absenteísmo relacionado à saúde mental entre profissionais de saúde, com destaque para o contexto do SUS. Foram excluídos aqueles que não estavam relacionados ao tema do estudo. Ao final, foram escolhidos 7 dos 10 artigos encontrados, considerando os mais recentes e com foco no SUS. RESULTADOS: Os estudos analisados apontam que a prevalência de transtornos mentais, como ansiedade, depressão e síndrome de burnout, aumentou significativamente durante a pandemia de COVID-19, especialmente entre profissionais que atuavam na linha de frente. Um estudo específico sobre o absenteísmo no SUS mostrou que a categoria dos profissionais de enfermagem é a mais afetada, com alto índice de afastamentos devido a transtornos mentais. Outro estudo destacou o impacto das longas jornadas de trabalho, que aumentaram o estresse e o risco de contaminação, contribuindo para o absenteísmo. Adicionalmente, a revisão de estratégias aponta para a necessidade de intervenções que incluam suporte psicológico contínuo, melhores condições de trabalho e a implementação de políticas que assegurem o bem-estar mental dos profissionais de saúde. CONCLUSÃO: Desta forma, pode-se concluir que o absenteísmo decorrente de transtornos mentais é resultado, principalmente, de más condições de trabalho, que afetam a integridade física e emocional do trabalhador. A pandemia do COVID-19 intensificou estes transtornos e tornou evidente a necessidade de adaptação de medidas no contexto do SUS para garantir o cuidado com o bem-estar dos profissionais de saúde, além da continuidade e qualidade dos serviços prestados por eles.
Apoio / Parcerias: Curso de Direito; Psicologia; Educação Física; Medicina.
PLURALIDADE DE LINGUAGENS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS E SENSÍVEIS COM A INFÂNCIA
- Luiza Corrêa Cunha de Souza, MSc, luiza.correa@univille.br
- Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), silvia.sell@univille.br
Palavras-chave: Linguagens, Experiência estética, Infância
Este é um recorte de um estudo realizado no Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Educação, da Universidade da Região de Joinville (Univille), vinculada ao Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE). A pesquisa teve como objetivo problematizar sobre a pluralidade de linguagens presentes em práticas educativas da Educação Infantil, a fim de explicitar a importância das experiências estéticas e sensíveis com a infância. As perguntas que mobilizaram as reflexões deste estudo foram: as linguagens artísticas devem ser indissociáveis na infância? Qual a importância na Educação Infantil de ofertar as crianças propostas estéticas e sensíveis? Os autores que dialogam com o estudo são: Meira e Pillotto (2010), Barthes (1999) e Benjamin (1994, 2009). O método utilizado foi a autobiografia, com abordagem narrativa e viés qualitativo, caracterizada pela relação teoria e prática, com o objetivo de narrar o percurso docente e a relação pesquisador e sujeitos de forma entrelaçada, pois conta com as experiências estéticas e sensíveis junto às crianças. A pesquisa ocorreu durante todo o ano de 2019, na turma do Pré da Educação Infantil do Colégio Univille - Joinville. Foram realizadas cinco contações de histórias, inspiradas em obras da literatura infantil que tratavam da temática natureza. Após cada uma das narrativas, foi realizada propostas estéticas e sensíveis, entre elas estavam aquelas que envolviam música, teatro, dança, desenho, pintura, colagem e a criação de um panô de histórias, como fechamento e junção das linguagens. As crianças puderam (re)inventar e narrar as próprias histórias em um processo de inventabilidade, fortalecendo seus papéis como autoras. A importância da pluralidade das linguagens foi algo marcante na pesquisa, afinal a criança não é um ser fragmentado e então precisa se desenvolver através do entrelaçamento das linguagens. É a partir dessas experiências atravessadas que as crianças têm os estímulos necessários psicológicos, socioemocionais e cognitivos de um olhar mais apurado e crítico em sua formação. As histórias representam para a infância experiência, sensibilidade, educação estética, criação, inventabilidade, fantasia, fruição e principalmente humanização. O maior papel da literatura infantil é afetar, afetar a quem lê, afetar a quem ouve. É fazer pensar, refletir, habitar, atravessar, abrir caminhos. Não há como alguém se constituir como autor, crítico e criativo, se não tiver acesso à pluralidade de linguagens, visto que o desenvolvimento dos conceitos científicos não é fruto de memorização ou de imitação, mas sim da criação.
Apoio / Parcerias: Capes
Práticas pedagógicas de leitura e uso da biblioteca no processo educacional
- Estefanny Lawane Silva de Araújo, Graduando, lawanesilva14@hotmail.com
- Rosana Mara Koerner, Dr(a), rosanamarakoerner@gmail.com
Palavras-chave: Práticas pedagógicas, Biblioteca, Incentivo à leitura
Este estudo buscou analisar a relevância das bibliotecas como recurso pedagógico, com base em entrevistas realizadas com professoras da educação básica. O objetivo é investigar como as bibliotecas apoiam as práticas pedagógicas, contribuindo para o desenvolvimento de leitores desde a infância. As bibliotecas são um elemento indispensável para o processo do ensino e da aprendizagem, uma vez que oferecem acesso a recursos que promovem a leitura, a pesquisa e o desenvolvimento do conhecimento. Conforme Silva (1986), ensino e biblioteca não se excluem, completam-se, uma escola sem biblioteca é um instrumento imperfeito. O autor argumenta que o desenvolvimento intelectual e o hábito de leitura são aprimorados quando a biblioteca é integrada às estratégias educacionais. Os dados da pesquisa foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com professores da Educação Básica, que foram convidados a discutir suas práticas pedagógicas relacionadas à leitura. A seleção dos participantes seguiu a metodologia "snowball", os participantes iniciais indicaram novos participantes, expandindo gradualmente o grupo até atingir o “ponto de saturação” dos dados. Além das entrevistas, foram realizadas atividades no grupo LEPED (Leitura e Escrita em Práticas Educativas) e uma análise de produções em bancos de dados, com a mineração de termos-chave nas entrevistas transcritas para aprofundar a compreensão dos temas abordados. Experiências vividas pelas professoras entrevistadas mostram que um ambiente com variedades de textos enriquece o aprendizado e estimula o interesse dos alunos pela leitura. Além disso, ressalta-se a necessidade de formação continuada das mediadoras de leitura, tendo em vista o uso da biblioteca como uma das formas de ampliar o repertório literário dos estudantes. A atuação da contadora e orientadora de histórias na seleção dos livros tem um grande impacto no interesse dos alunos pela leitura. Para integrar o espaço educativo à sala de aula, sugere-se a utilização de coleções pessoais e acervos escolares para dinamizar as aulas. Os resultados desta pesquisa poderão contribuir para a criação de estratégias pedagógicas mais eficazes que incluam o uso da biblioteca no processo de ensino, enfatizando o papel do professor como um agente de letramento literário, que organiza recursos e promove atividades de leitura para formar novos leitores, adequados ao contexto educacional e ao nível de ensino dos alunos.
Apoio / Parcerias: UNIEDU
Práticas pedagógicas docentes de letramento acadêmico em instituições de ensino superior públicas e comunitárias de Santa Catarina
- André Henrique de Marafigo, Mestrando(a), marafigo.ah@gmail.com
- Rosana Mara Koerner, Dr(a), rosanamarakoerner@gmail.com
Palavras-chave: Práticas pedagógicas, Letramento acadêmicdo, Ensino superior de SC
As investigações no campo do letramento acadêmico se debruçam amplamente sobre questões textuais, tanto no âmbito da escrita quanto da leitura, e na apreensão de normas, estilo e especificidades voltadas ao texto acadêmico. Por se tratar de uma preocupação dos estudos do letramento – compreendido como práticas sociais de leitura e de escrita –, é necessário ter em vista que o bem escrever e o bem ler não são as únicas dimensões presentes no processo de apropriação das ferramentas e possibilidades que o universo acadêmico tem a oferecer aos seus integrantes. Desse modo, este trabalho se constitui como um desdobramento da pesquisa de Koerner (2022) e almeja contribuir para a compreensão de ações pedagógicas de letramento acadêmico por meio de análise qualitativa de banco de dados de entrevistas com professores do ensino superior de universidades catarinenses. A fim de alcançar tal contribuição, são considerados autores como Lea e Street (2006), Fischer (2012), Gee (2008), Fiad (2011) e Kleiman (2007, 2006, 2006), articulados de modo a contemplar a figura do docente – enquanto promotor de eventos e práticas de letramento – e do discente; este, sobretudo, no que tange à passagem de um graduando para um insider, isto é, um indivíduo que foi capaz e a quem foi tornado capaz de usufruir de todos os aspectos universitários dentro de suas possibilidades para além do texto lido e escrito, compreendendo, assim, o tornar-se “membro” de uma comunidade científica específica atrelada à determinada disciplina do conhecimento. Como metodologia, a pesquisa pauta-se na análise de conteúdo, embasada por Franco (2005) e Bardin (2016), com o intuito de investigar e inferir na fala dos docentes entrevistados os modos como promovem o letramento acadêmico dos seus estudantes em suas práticas pedagógicas. Os resultados da investigação apontam, até o presente momento, a existência de promoção do letramento acadêmico nas ações dos docentes entrevistados mesmo que não diretamente referidas, possivelmente pelo desconhecimento das teorias do letramento. Como direcionamentos posteriores, especula-se a possibilidade de o grande foco dado às noções de escrita e de leitura, muitas vezes em detrimento do caráter social, político, identitário e econômico dos discentes do ensino superior, esteja dado por conta de um processo educacional histórico que tem valorizado o tecnicismo e a formação profissional acima de aspectos subjetivos da constituição de um novo membro de uma comunidade científica.
Apoio / Parcerias: FAPESC
Práxis docente: (des)construindo significações sobre o autismo
- Cindy Dalfovo, Mestrando(a), cindy.dalfovo@gmail.com
- Aliciene Fusca Machado Cordeiro, Dr(a), aliciene.cordeiro@univille.br
Palavras-chave: formação de professores, Autismo, psicologia histórico-cultural
A presente pesquisa tem principal objetivo a análise das significações docentes acerca do autismo e da educação inclusiva e suas implicações em sua prática pedagógica em um percurso de formação continuada desenvolvido pela pesquisadora com base no projeto intitulado Percurso de Formação e Trabalho Docente no Campo da Desigualdade Social (PERFORMA). Adota-se a perspectiva histórico-cultural para fundamentar o desenvolvimento desse percurso, o que significa entender o papel do meio como fonte de desenvolvimento das funções mentais superiores e a importância da educação escolar nesse processo de desenvolvimento em que deve não somente preocupar-se com a aprendizagem de seus alunos com deficiência, mas também em corrigir os deslocamentos sociais que prejudicam seu desenvolvimento e que são decorrentes da resposta do meio à deficiência da criança. Também serve de referência para a fundamentação teórica o campo dos estudos críticos do autismo, que emerge a partir do movimento de, em sua maioria, ativistas e cientistas autistas que contrapõem ao modelo médico vigente que enxerga no autismo apenas uma série de falhas e déficits com uma perspectiva centrada nas diferenças qualitativas e voltada às adequações sociais necessárias para proporcionar uma melhor qualidade de vida à comunidade autista. Foram realizados – e gravados para posterior transcrição e análise - 8 encontros coletivos e 2 entrevistas individuais com professoras da rede municipal de ensino. A análise das informações produzidas foi realizada por meio de núcleos de significação e, por meio de categorias marxistas como historicidade e materialidade, observou-se que as histórias de vida das professoras e suas trajetórias formativas pouco lhes permitiram conhecer o autismo para além de estereótipos limitantes, mas, em contraponto, a unidade dialética entre a subjetividade das professoras e seu conhecimento teórico, na construção de uma legítima práxis ação-reflexão, apresenta-se como potência de transformação social. Conclui-se daí a importância do fortalecimento da práxis dos professores nos processos de inclusão escolar.
Apoio / Parcerias: CAPES
Projeto Intitucional de Extensão - Juizado Especial Cível e CRAS
- Ana Luisa Braga, Maria Laura Zuli Fantinel, Vanessa Kuyven Cardoso, Graduando, anabraga@univille.br
- Beatriz Regina Branco, MSc, beatriz.regina@univille.br
Palavras-chave: Juizado, Cível, CRAS
O Projeto Institucional de Extensão - Juizado Especial Cível e CRAS é desenvolvido pelos acadêmicos do Curso de Direito de Joinville. O primeiro tem por objetivo o atendimento jurídico à população da Comarca de Joinville, em causas que se enquadrem na Lei 9.099/95, Juizados Especiais Cíveis, em procedimentos de até 20 SM, com a elaboração de peças iniciais e protocolos/atermação da ação judicial, na plataforma do Tribunal de Justiça (PROC) e orientações jurídicas a população. O segundo, CRAS, realiza atendimentos à população carente no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro Jardim Paraíso, em convênio com a Prefeitura Municipal de Joinville-SC. Após o atendimento, sendo viável, os procedimentos são encaminhados ao Poder Judiciário. Ambos tem o objetivo de preparar nossos acadêmicos, através da extensão, para o mercado de trabalho. A metodologia utilizada consiste no atendimento presencial para a comunidade de Joinville, em sala própria da Secretaria do Juizado Especial Cível no Campus universitário da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE e atendimento presencial no Centro de Referencia da Assistência Social (CRAS), do bairro Jardim Paraíso. No ano de 2023, Foram atendidas de forma presencial, 570 pessoas na Secretaria do Juizado Especial, localizado nas dependências da Univille. Através do projeto houve também o atendimento presencial e virtual no CRAS do bairro Jardim Paraíso, totalizando 90 pessoas assistidas. Desta forma, o total de atendimentos do Projeto Institucional totaliza 660 pessoas.
Apoio / Parcerias: Pró-Reitoria de Ensino – PROEX
Prefeitura Municipal de Joinville
Tribunal de Justiça de Santa Catarina
Curso de Direito Univille – Joinville
Curso de Psicologia Univille - Joinville
Projeto Oportuniza
- Gabriel Felipe Alves, Graduando, univille.gabriel@gmail.com
- Gabrielly Luize dos Santos, Graduando, gabriellyluize1@gmail.com
- Graciane de Oliveira, MSc, gracianeoliveira@univille.br
Palavras-chave: trabalho, sociedade, psicologia
O presente trabalho buscou compreender como os jovens pertencentes a escola pública do município de São Bento do Sul compreendem o mercado de trabalho e quais as perspectivas que surgem sobre esta temática. O Projeto Oportuniza, que surgiu do curso de Psicologia da UNIVILLE no ano de 2023, e estende ao ano de 2024 sob novas perspectivas, buscando através do método da pesquisa participativa, oportunizar aos estudantes da rede pública o contato com as possibilidades que surgem do mercado de trabalho. Objetivou também proporcionar aos estudantes da área da psicologia a imersão no campo do trabalho de forma que pudessem vivenciar na práticas os conceitos apreendidos em teoria, transformando o Projeto Oportuniza em uma experiência dupla de mercado de trabalho, tanto aos estagiários quanto aos estudantes da rede pública. O projeto contou com a estruturação dos estagiários do curso de psicologia em parceria com a SEMED e com o SINE do município. Observou-se no campo a pluralidade de realidades sociais do município, o que impacta nas diferentes conceituações sobre o trabalho. Diferentes escolas mostraram diferentes pretensões de mercado de trabalho e diferentes fragilidades provenientes do convívio social, o que torna este projeto com relevância social no que concerne este tema.
Psicologia, Educação Estética e Coletividade: Uma Relato de Experiência de Estágio em Psicologia Educacional
- Beatriz Alquini, Graduando, biaalquini@gmail.com
- Bruno Nathan de Araújo, Graduando, nathanaraujo233@gmail.com
- Giuliano Maico Vidal dos Santos, Graduando, giulianomvs@hotmail.com
- Ariel Soares dos Santos, Graduando, ariel.psico.univille@gmail.com
- Letícia de Andrade, Doutorando(a), ldandrade@outlook.com
Palavras-chave: Psicologia Educacional, Educação Estética, Formação em Psicologia
O presente relato de experiência se propõe a socializar as práticas da disciplina de estágio curricular supervisionado de nível específico em Psicologia Educacional. Os acadêmicos do quinto ano do curso de Psicologia em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) realizaram intervenções com duas frentes de trabalho: o projeto Performa de formação docente com diretores e coordenadores da rede pública municipal de ensino e oficinas estéticas voltadas a temática “Direitos Humanos e Cultura de Paz” com alunos dos sextos anos matutino e vespertino da Escola Básica Municipal Prefeito Antonio Treml. As intervenções de estágio buscaram fortalecer os vínculos na comunidade escolar, estimulando o senso de pertencimento e colaboração por meio da dialogicidade e oficinas estéticas. A metodologia Performa propõe intervenções personalizadas a partir de construções coletivas divididas em cinco eixos temáticos, que se desdobram em aproximadamente dez encontros no decorrer do percurso formativo, sendo eles: biográfico, do trabalho, conceitual, estético e coletivo. As oficinas realizadas com os discentes da instituição de ensino do ensino fundamental II, foram pautadas nos pressupostos da educação estética de Vigotski, proporcionando aos estudantes reflexões e discussões a partir da própria produção com a temática “Direitos Humanos e Cultura de Paz”. Os resultados das intervenções realizadas em ambas as frentes de trabalho incluem o enriquecimento das experiências de vida dos participantes, a diversificação das formas de expressão utilizadas e o fortalecimento dos laços: entre docentes e entre alunos e escola. Percebe-se a partir dos resultados a necessidade da continuidade do processo de formação docente configurado em um espaço que permita o partilhar das experiências dos participantes na construção coletiva de conhecimento. Ademais, também considera-se a importância do olhar atento do profissional de psicologia as pautas de intervenção acerca da educação em direitos humanos nas instituições de ensino.
QUESTÕES EDUCACIONAIS DO SÉCULO XIX NA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA
- Vanessa Heidemann, Graduando, vanessa29082000@hotmail.com
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
Palavras-chave: Presidentes de província, história da educação, instituições educacionais
A presente pesquisa busca analisar os dados presentes nos relatórios de presidente de província pelo viés socioeducacional vivenciado pela população de Santa Catarina. Através desta documentação, é possível perceber uma gama de informações sobre a estrutura educacional que vinha sendo montada ao longo do século XIX. O cargo de presidente de província era uma indicação do Imperador, fato que dificultava uma atuação mais forte destes administradores. No entanto, após a descentralização do poder em decorrência da abdicação de D. Pedro I (1831), ocorre uma série de mudanças nas atribuições deste cargo. Dito isso, a partir da implementação da lei n.35 de 14 de maio de 1836, o presidente de província atuante ficou responsável pelas melhorias educacionais do ano referido em diante. No entanto, a maior autonomia para realizar mudanças ocorre somente no setor educacional. Com isso, inicia-se uma série de mudanças e reinvindicações para este setor. Deste período em diante, os presidentes de província encontravam uma estrutura educacional dividida em: instrução primária e secundária. Além disso, as instituições educacionais se dividiam em: públicas e particulares. Os conteúdos lecionados normalmente seguiam um guia: começando pelas primeiras letras, leitura, escrita, operações aritméticas, gramática da língua nacional e, principalmente a doutrina cristã. Portanto, este trabalho buscou analisar questões socioeducacionais da província de Santa Catarina, enfatizando sua estrutura organizacional ao longo do século XIX, pelas mãos dos presidentes de província. Como considerações parciais podemos destacar alguns dos principais problemas levantados nos relatórios, como a falta de verbas e políticas públicas, professores, infraestrutura e dificuldades de colocar em prática um sistema educacional mais amplo.
Sexualidade, gênero e relações étnico-raciais: análise de temas transversais em Projetos Pedagógicos de Cursos de Psicologia da ACAFE
- Liliana Schiessl, Graduando, liliana.schiessl@univille.br
- Vinícius Armiliato, Dr(a), vinicius.armiliato@univille.br
Palavras-chave: Projeto Pedagógico de Curso, Psicologia, Interseccionalidade
Sendo a psicologia uma ciência comprometida ética e politicamente com a promoção da saúde mental, é notória a necessidade de maior dedicação por sua parte em aspectos interseccionais envolvidos em suas práticas e desenvolvimentos teóricos (tais como classe, gênero, relações étnico-raciais, sexualidade), uma vez que estes são fatores que atuam como componentes do sofrimento psíquico. Assim, esses marcadores requerem aprofundamento enquanto componentes curriculares, tendo em vista aspectos estruturais significativamente problemáticos da formação da sociedade brasileira, tais como o racismo, a homofobia e o machismo. A presente pesquisa buscou analisar os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPC’s) de Psicologia de Instituições de Ensino Superior (IES) associadas ao Sistema Acafe. Após a identificação das quatorze IES integrantes do Sistema Acafe, realizou-se uma busca para verificar a oferta do curso de psicologia. Das IES participantes da ACAFE, doze ofertam o curso. Efetuou-se uma busca ativa nos sites das IES e foram encontrados os PPC’s de Psicologia em oito das doze IES. Analisou-se estes documentos buscando os seguintes marcadores: sexualidade, gênero e relações étnico-raciais. Das oito IES cujos PPC’s foram encontrados, uma não aborda nenhum marcador, duas abordam especificamente todos os marcadores da presente pesquisa, e seis os abordam de forma interseccional, isto é, esses marcadores aparecem mesclados entre si, sem, necessariamente, uma correlação, mas sim em referência bibliográfica ou na apresentação do curso. O marcador com maior frequência de aparecimento é o de relações étnico-raciais. Para falar dele, a grande maioria dos PPC’s fazem menção ao Parecer CNE/CP n.º 003 de 10 março de 2004 (Brasil, 2004). Apesar de proporem como parte da formação do profissional de psicologia o ensino à cultura afro-brasileira e indígena, promovendo o debate sobre racismo, apenas uma das oito IES detalhou a importância de tal debate na formação profissional em psicologia. Os recortes de sexualidade e gênero são mencionados com a mesma frequência, embora apareçam juntos em apenas dois dos oito PPC’s ou em intersecções com outras temáticas. Esses descritores surgem de maneiras diversas, seja em componentes curriculares nas disciplinas de Psicologia do Desenvolvimento e Psicopatologia ou na apresentação do curso. Observou-se, ainda, a ausência ou insuficiência de clareza no que concerne à intersecção entre os próprios marcadores sociais da presente pesquisa. Apesar da grande maioria citar e incluir as temáticas em seus projetos pedagógicos, nota-se uma necessidade de ampliar essas discussões, afinal, são os PPC’s que refletem a estruturação de um curso (Silva e Silva, 2021).
Apoio / Parcerias: CNPq (bolsa PIBIC)
Simulado OAB parte 2
- Waldemar Moreno Júnior, Dr(a), waldemar.moreno@univille.br
- Beatriz Regina Branco, MSc, beatriz.regina@univille.br
- Frederico Wellington Jorge, MSc, frederico@univille.br
Palavras-chave: SIMULADO , OAB, DIREITO
Este projeto tem o intuito de estimular o estudo para o Exame de ordem, sendo que a aprovação é requisito obrigatório para que o bacharelado possa exercer a profissão conforme exigência da Lei Federal 8.906/94 para se tornarem advogados. Oferecemos a prova aos acadêmicos desde o sétimo período, o que demonstra que o presente projeto abarca muitos alunos. Diante de todo esse contexto, a relevância do presente Projeto é destaque no Curso de Direito da Univille, tendo em vista que estamos oferecendo essa oportunidade aos nossos alunos há mais de 13 anos. No ano de 2024-1, foram inscritos no simulado 96 alunos, sendo 44 do 7º Semestre, 52 do 9º Semestre, totalizando 96 alunos. Os resultados demonstram que os alunos aderiram em massa, tendo em vista que somente 6 alunos faltaram a prova.
Etapas do Projeto:
Computar os resultados dos alunos participantes – as provas objetivas deverão ser corrigidas e atribuídas à seguinte pontuação pelos professores que ministram as matérias lecionadas no décimo e nono períodos, respeitada sempre a vontade do docente em pontuar.
Acima de 50% de acerto o professor atribuirá no computo da nota do 2º bimestre o acréscimo de 3 pontos;
Entre 40 e 50% de acertos o professor atribuirá no computo da nota do 2º bimestre o acréscimo de 2 pontos;
Entre 30% e 40% de acerto o professor atribuirá no computo da nota do 2º bimestre o acréscimo de 1 ponto;
Além das notas os alunos receberão o certificado de 5 horas para a realização da prova objetiva, e os alunos do 10º semestre receberão o certificado de 10 horas para a realização da prova objetiva e prática, não será emitida declaração para os acadêmicos que não obtiverem participação de 100%.
Aos alunos do 10º semestre fica condicionada à pontuação a da prova objetiva a realização da prova pratica.
Apoio / Parcerias: Fundo de Apoio ao Ensino de Graduação (FAEG/Univille);
Curso de Direito Univille – Joinville
Sustentabilidade Democrática na Educação: relato de uma experiência interdisciplinar
- Maria Claudia F. Barbosa, Mestrando(a), mcferreira.adv@gmail.com
- Amanda Ponciano, Mestrando(a), amanda.ponciano@fgg.edu.br
- Allan Henrique Gomes, Dr(a), allanpsi@yahoo.com.br
- JOSE ISAIAS VENERA, Dr(a), j.i.venera@gmail.con
Palavras-chave: Sustentabilidade, Educação, Interdisciplinaridade
Este resumo é um relato de experiência desenvolvido a partir do Observatório de Sustentabilidade, projeto ‘guarda-chuva’ que envolve cinco Programas de Pós-Graduação (PPG’s), stricto sensu, da Universidade da Região de Joinville – Univille. A pesquisa selecionada é do Programa de Pós-Graduação em Educação da Univille (PPGE), que, a partir de um marco teórico interdisciplinar sobre o conceito de sustentabilidade, investiga a estrutura integral do Programa, buscando verificar os sentidos e concepções vinculados à sustentabilidade presentes na área de concentração, linhas de pesquisa, disciplinas, ementas, bibliografias, projetos e dissertações produzidas desde o ano de 2012. O objetivo foi a elaboração de um diagnóstico nas produções do PPGE para fundamentar uma estrutura de pesquisa aplicada aos desafios do Observatório da Sustentabilidade. Esse desafio integrou um dos objetivos do Observatório, pesquisa em andamento, em que cada um dos PPG’s realizou um diagnóstico envolvendo a análise de palavras-chave direta ou indiretamente ligadas ao conceito de sustentabilidade dentro de sua estrutura. O percurso metodológico adotado pelo PPGE para as análises foi a pesquisa documental, tendo como fontes primárias o Regimento Interno do PPGE e o Guia Acadêmico de 2024, bem como as ementas das disciplinas com suas bibliografias fornecidas pela Secretaria Acadêmica e os projetos e dissertações publicados. A análise dos conteúdos foi realizada a partir do termo “sustentabilidade”, considerando a visão dimensional proposta por Sachs (1993; 2009) e pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS); estes últimos estabelecidos pela Assembleia Geral da ONU, em 2015. A análise se desenvolveu com o cruzamento entre os ODS e as palavras-chave emergidas dos dados coletados, também com a finalidade identificar a prevalência de termos e expressões entrecruzados com a sustentabilidade ou dela decorrentes. Os resultados alcançados até o momento convergem no sentido de demonstrar a relevância da apropriação, pela Educação, da pesquisa em sustentabilidade, tomando-a como um lugar próprio de sua área de pesquisa. Ao final desta primeira etapa da pesquisa de todos os PPGs da universidade, será realizado o Primeiro Encontro Interdisciplinar de Sustentabilidade para a vida, momento de apresentação dos resultados, debates e elaborações de manifestos. Por fim, a pesquisa buscará verificar os pontos de convergência conceitual e definir os marcos teóricos comuns, tornando possível um diálogo interdisciplinar sobre a temática sustentável.
Apoio / Parcerias: Capes
Tecnologias digitais e saúde mental dos estudantes
- Xane Luiza Mahoski Gadelha, Mestrando(a), xane.gadelha@univille.br
- Eliane Fátima Bordin, Doutorando(a), eliane.bordin@univille.br
- Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br
Palavras-chave: Tecnologias digitais, Jovens, Saúde mental
As tecnologias digitais promoveram uma revolução na sociedade, que se caracteriza, segundo Castells (2000), pela informação e pelas redes de comunicação, o que possibilita maior acesso e interação. Por outro lado, a facilidade de estra continuamente conectado nas redes pode afetar a saúde dos indivíduos. Este trabalho tem como objetivo analisar os impactos na saúde mental de estudantes pelo uso das tecnologias digitais. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a temática. Segundo Souza et al. (2021), esse tipo de pesquisa é viável quando se busca entender e analisar um assunto, que foi estudado e disponibilizado em livros, teses e artigos científicos. A análise dos textos indicou que o acesso excessivo e contínuo às plataformas e às redes digitais tem afetado a integridade física e mental das pessoas, em especial, dos jovens. Silva e Silva (2017) argumentam que os jovens, sendo mais vulneráveis aos efeitos das tecnologias digitais, enfrentam riscos como vícios e isolamento social, o que dificulta a interação saudável e a distinção entre realidade e virtualidade. Embora o adolescente geralmente expanda seu convívio social na escola e no lazer, muitas interações são substituídas por encontros virtuais, prejudicando a formação de vínculos reais. O uso excessivo de tecnologia pode ainda afetar negativamente o equilíbrio mental, aumentando problemas como falta de atenção, obsessões, ansiedade e dificuldades na linguagem, o que impacta a aprendizagem. Desmurget (2021), diz que o vício nas telas é identificado pelo uso compulsivo, causando danos no dia a dia das pessoas em suas esferas sociais e profissionais. Os estudos de Francisco et al. (2015) apontam que a violência digital pode ser vista como um fator de predisposição aos transtornos mentais como a depressão, fobia social entre outros que podem representar um quadro de comorbidades. Os resultados desta pesquisa mostram o quanto se faz necessário reflexões e intervenções que possam diminuir os impactos dessa problemática, que vem transformando a forma com que os jovens se relacionam entre si, e com o mundo ao seu redor. A escola é o espaço para abordar com os estudantes a forma como estão sendo afetados pelas tecnologias digitais. O uso consciente das tecnologias digitais é fundamental para se buscar ter controle do tempo e do que se acessa nas redes. O equilíbrio entre o tempo fora das telas leva a promoção da saúde mental do ser humano, principalmente, os que estão em fase de desenvolvimento, como os estudantes em processo educativo.
Apoio / Parcerias: PICPG/Univille
Temáticas emergentes na formação continuada de professores: as expressões da desigualdade social
- Henriko Kratsch, Mestrando(a), henriko.psi@gmail.com
- Letícia de Andrade, Doutorando(a), ldandrade@outlook.com
- ALLAN HENRIQUE GOMES, Dr(a), allan.gomes@univille.br
Palavras-chave: Proteção Social, Formação Continuada, Docência
Este texto comunica uma experiência de iniciação científica vinculada ao projeto integrado intitulado Percursos formativos docentes e discentes na rede de educação básica – PERFORMA. O PERFORMA foi concebido como um percurso de formação docente que caminha em uma perspectiva crítica, colaborativa e comunitária, que contempla e se interessa pela trajetória, saberes e experiências docentes, com uma metodologia pautada em processos participativos, dialógicos e criativos. O objetivo desta investigação é analisar as temáticas em um percurso de formação continuada com professoras/es, realizado pelo projeto PERFORMA, no ano de 2021, a partir da metodologia intitulada “pesquisa-exposição”. Para tanto, foi realizada uma pesquisa documental, tendo como fonte o acervo do projeto PERFORMA, sendo selecionados para esta pesquisa relatos e transcrições literais referentes ao eixo conceitual. O método de pesquisa-exposição adotado, permite criar uma "cena" que revela aspectos frequentemente ofuscados das práticas educacionais. Esse método implica a curadoria de documentos para montar uma narrativa que visibiliza temas discutidos pelos participantes, desafiando narrativas hegemônicas e oferecendo uma visão mais crítica das experiências docentes. Na leitura e releitura dos documentos, foi possível contemplar o modo como algumas temáticas ganharam visibilidade e, além disso, quais questões foram discutidas com os professores, fazendo emergir uma “visibilidade temática” no percurso. Os principais resultados mostraram que as questões mais abordadas foram desigualdade social, educação especial, racismo, demandas pedagógicas e saúde mental. A desigualdade social predominou, refletindo questões de exclusão e discriminação. A educação especial focou em diagnósticos e estratégias inclusivas. A questão racial destacou o conceito de racismo estrutural e suas implicações sociais. A saúde mental foi trabalhada no contexto do impacto na prática docente e na necessidade de valorização do professor. Ludicidade e afetividade sublinharam a importância de abordagens humanizadas e afetivas na educação. Nessa abordagem considera-se que a pesquisa documental no acervo do projeto PERFORMA evidenciou a necessidade contínua de questionar e combater as estruturas que perpetuam a desigualdade social e, com isso, manter no horizonte a transformação social como um efeito do trabalho da educação. Ao montar a "cena" dos encontros, foi possível conceber como as temáticas trabalhadas pelos docentes e pesquisadores assistentes foram interligadas e intencionadas no sentido de uma concepção crítica e transformadora da educação. O debate pode contribuir para ampliar o conhecimento sobre as expressões da desigualdade social no âmbito do trabalho docente, destacando a importância da sensibilização, da interseccionalidade e da atuação dos professores na promoção da equidade e da justiça social.
Apoio / Parcerias: Bolsa CAPES
Trabalhando questões afetivas e socioemocionais na infância: a importância da família e escola caminharem juntas
- Luiza Corrêa Cunha de Souza, MSc, luiza.correa@univille.br
- Viviane Froes Peixoto, Graduando, vivianepeixoto@univille.br
- Luiza Max Cattoni , Graduando, luizacattoni@univille.br
Palavras-chave: família, educação, socioemocional
O presente resumo expõe um recorte de um artigo produzido como resultado das experiências e vivências do Estágio Curricular Supervisionado do curso de Pedagogia, da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE. A pesquisa teve como objetivo salientar a importância do trabalho nas escolas com questões socioemocionais e afetivas, pois atualmente as crianças e jovens apresentam um grande índice de comorbidades relacionadas a questões emocionais, como por exemplo, a ansiedade. O trabalho abordou como questionamentos: qual a importância da família nos processos educacionais? Existem ações que podem ser realizadas na escola para diminuir o impacto quando há a ausência da família na vida escolar das crianças? Qual a importância de desenvolver um trabalho em sala de aula voltado ao socioemocional dos estudantes? A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo com abordagem qualitativa. Mediante aos resultados da pesquisa, que indicaram as dificuldades de relacionamento, a falta de compreensão dos próprios sentimentos, a ausência de contato com a natureza, assim como a defasagem na aprendizagem, aplicou-se o projeto de intervenção. Através da literatura adotamos como possibilidade trabalhar as emoções, distingui-las, separá-las e compreendê-las, assim como aproximá-los da natureza e tudo que ela nos proporciona, e com as atividades que necessitava a participação da família conseguimos mensurar seu real valor em todos esses processos. Após todas as vivências percebeu-se que o trabalho indissociável entre família e escola moldam os aspectos sociais, cognitivos e afetivos dos estudantes, assim como promovem estímulos as suas potencialidades.
Trabalho, alienação e sofrimento: Uma perspectiva crítica sob a luz da Psicologia Organizacional
- Flavia de Souza, Graduando, f.flavia@univille.br
- Gabrielle Korczagin Padilha, Graduando, gabrielle.padilha@univille.br
- Julia Alessandra Ramos, Graduando, julia.ramos@univille.br
- Liliana Schiessl, Graduando, liliana.schiessl@univille.br
- Graciane de Oliveira, MSc, gracianeoliveira@univille.br
Palavras-chave: capitalismo, psicologia organizacional, qualidade de vida no trabalho
O trabalho é definido por Codo (1997) como uma relação de transformação mútua entre o sujeito e a natureza, geradora de significado coletivamente construído e portanto, imprescindível à existência humana em qualquer forma de sociedade. Entretanto, segundo Marx (1988), essa categoria assume outras características no sistema capitalista: em vez de libertar o homem, o trabalho se transformou em suas correntes. O capitalismo negligencia a relação dialética entre o sujeito e o processo produtivo, e consequentemente “quanto mais o trabalhador produz novas mercadorias, [...] mais desvalorizado é o mundo dos homens” (Marx, 2004). Nesse sistema, o trabalho conduz à alienação e o trabalhador é despojado de seu produto e da própria atividade produtiva, transformando-se em uma mercadoria. Essa alienação resulta da contradição entre os interesses do capital e do trabalho, moldando uma existência onde o trabalhador se sente "fora de si" durante o processo produtivo e "junto a si" apenas nas funções básicas (Marx, 2004). Desta forma, no contexto do capitalismo a produção em massa exacerba a exploração dos trabalhadores, que, conforme Ribeiro (2019), são reduzidos a meras engrenagens passíveis de substituição na máquina produtiva. A intensificação da exploração e a fragmentação do trabalho são sinais claros de precarização que desumaniza o trabalhador (Antunes, 2009). Dejours (1992) acrescenta que o sentido do trabalho é essencial para a saúde mental, pois oferece reconhecimento e afirmação pessoal. Portanto, quando o trabalho perde seu significado e se reduz a uma mera necessidade de sobrevivência, o sofrimento psíquico tende a se intensificar. Esse relato surge a partir das problematizações realizadas em uma experiência de Estágio em Psicologia Organizacional. As vivências organizacionais promoveram reflexões acerca do sofrimento do trabalhador no sistema capitalista neoliberal e da potência da Psicologia como possível promotora de qualidade de vida no trabalho. Hackman e Oldham (1975) identificaram três características fundamentais para dar um sentido ao trabalho, a saber: a variedade de tarefas que permite o uso de diversas competências e a identificação com a execução; um trabalho não-alienante, no qual o trabalhador compreende todo o processo, desde a concepção até a finalização, contribuindo para o ambiente social e exercendo autonomia e liberdade; e feedback sobre o desempenho, permitindo ajustes e melhorias contínuas. O estágio permitiu a compreensão de que o trabalhador não é passivo à organização, pois manifesta de variadas formas suas percepções do ambiente de trabalho, dentre elas o sofrimento experienciado coletivamente.
Trajetórias Educativas: A Narrativa de Alguns Professores sobre a Educação de Jovens e Adultos na Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto (Joinville/SC)
- Maria Cristina de Lima Reiser, Graduando, reisermariacristina@gmail.com
- Isadora Nunes Rodrigues, Graduando, isadoranrodrigues81@gmail.com
- Diego Finder Machado, Dr(a), diegofindermachado@gmail.com
- Sirlei de Souza, Graduando, sirlei.souza@univille.br
Palavras-chave: Educação, Quilombola, Memórias docente
A pesquisa, ora apresentada, tem como objetivo compreender as práticas educativas de alguns professores que atuam ou atuaram na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Comunidade Remanescente Quilombola Beco do Caminho Curto. Para isso, foi adotada a metodologia da História Oral, que contribui para compreender as práticas pedagógicas empregadas por esses professores e revela como elas impactam no aprendizado dos alunos. A História Oral, como meio de construção de diversas perspectivas e memórias, oferece uma visão enriquecedora sobre as abordagens utilizadas e a subjetividade envolvida na prática educativa. Tal metodologia foi realizada através de entrevistas com duas professoras e um professor, que atuam ou atuaram no referido ensino, cuja experiência e dedicação revelam a importância crucial do papel do professor na conexão entre a história afrodescendente e a realidade da comunidade quilombola.
Como resultado preliminar da pesquisa, constata-se que o papel do professor é essencial na Educação de Jovens e Adultos na Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto. Além de ser um apoio emocional e um ouvinte atento, o professor contribui para criar um ambiente acolhedor e seguro, que motiva os alunos a frequentarem as aulas, mesmo enfrentando desafios como longos períodos fora da escola e responsabilidades adicionais em casa e no trabalho.
Esta pesquisa faz parte do Projeto integrado “Caminhos para a cidadania: vivências de ensino, pesquisa e extensão para uma educação antirracista e decolonial com a comunidade remanescente quilombola Beco do Caminho Curto”.
Apoio / Parcerias: FAP, FAEG, FAEX, UNIEDU
Um mais um é sempre mais que dois: Educação Especial, Brinequo e os diálogos com a equoterapia
- Cristina Ortiga Ferreira, MSc, cristina.ortiga@univille.br
- Lilian Spieker Rodrigues de Lima , Graduando, liliansrdelima@gmail.com
- Viviane Razzini Pintarelli , Graduando, viviane.pintarelli@univille.br
- Karla Pfeiffer, MSc, karla.pfeiffer@univille.br
- Adriane Shibata Santos, Dr(a), adriane.shibata@univille.br
- Liandra Pereira, Dr(a), liandra.pereira@univille.br
- CRISTINA ORTIGA FERREIRA, MSc, cristina.ortiga@univille.br
Palavras-chave: Brinequo, Educação Especial, Equoterapia
O presente trabalho apresenta uma parceria do Curso de Licenciatura em Educação Especial da Univille com o Projeto Integrado Brinequo para o desenvolvimento de jogos e materiais terapêuticos destinados à crianças, praticantes da equoterapia, enquanto realizam as atividades equestres. A grande maioria dos praticantes desta terapia, desenvolvida pela Equoterapia Chaleira Preta, parceira do projeto, tem lesão cerebral ou transtornos do neurodesenvolvimento. A Equoterapia é um método terapêutico e educacional complementar, que utiliza o cavalo como facilitador e mediador dos processos de ensino-aprendizagem, reabilitação e socialização. Nesta intervenção interdisciplinar áreas da saúde e educação utilizam os fundamentos da equitação durante sua abordagem, visando a organização das funções cognitivas e executivas (FE) mais complexas como atenção, memória e linguagem, através do nível sensorial estimulado pelo movimento do cavalo quando a pessoa está montada. O contato com o corpo do animal, sua linguagem não-verbal e docilidade, pode auxiliar na aquisição e no desenvolvimento das funções executivas e psicomotoras. As FE se referem ao conjunto de processos mentais que regulam e controlam as habilidades e os comportamentos e permitem o controle e regulação frente às exigências e demandas do meio, assim como o processamento de informações, possibilitando seu engajamento em comportamentos adaptativos (biológicos) e de ajustamento (sociais), auto organizados e direcionados às metas. A construção dos materiais passou por diversos estágios de aprimoramento, inicialmente com estudos de Neuroaprendizagem, buscando compreender o funcionamento neuropsicológico básico. Estudos sobre Funções Executivas e desenvolvimento motor; Visita técnica para o esclarecimento sobre a equoterapia buscando compreender possibilidades e limitações na construção dos materiais, a serem desenvolvidos; Vivência técnica de jogos e materiais com a Loja da Bia Brinquedos Brinquedos Educativos. A Plataforma Criajunto foi o suporte online de diálogo com os parceiros nos três momentos do desafio: Inspiração, ideação e implementação conectando professores, acadêmicos e profissionais para contribuirem no desenvolvimento de soluções relacionadas ao desafios apresentado. Ao final foram desenvolvidos 20 jogos que envolveram memória, flexibilidade cognitiva, motricidade fina, comunicação alternativa, atenção seletiva e alternada, planejamento e organização, associação semântica e fluidez de execução, controle de interferências e controle inibitório, memória operacional auditiva. Vale destacar que as bibliografias referentes a este método terapêutico são, em sua maioria, escritas sob a ótica da saúde. Os resultados mostraram o potencial deste trabalho para os acadêmicos do Curso, construindo aprendizagens significativas para refletir sobre o espaço do profissional da educação na equipe interdisciplinar e as possibilidades pedagógicas para o âmbito equoterapêutico.
Apoio / Parcerias: Uniedu; FAP/ Univille; Equoterapia Chaleira Preta; Loja da Bia Brinquedos Educativos
UNIFICA: um relato de experiência da atuação do psicólogo educacional na universidade
- Gabrieli Carlesso Portela, Graduando, gabrieli.portela@univille.br
- Amanda Tasca, Graduando, amanda.tasca@univille.br
- Brenda Carolina Vick, Graduando, brenda.vick@univille.br
- Janaina Diógenes da Silva, Graduando, diogenes@univille.br
- Jaquelini Aparecida Martins, Graduando, jaquelini.martins@univille.br
- Aliciene Fusca Machado Cordeiro, Dr(a), aliciene.cordeiro@univille.br
Palavras-chave: Psicologia educacional, ensino Superior, ofcinas estéticas
Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência desenvolvido no Estágio Curricular Supervisionado Nível Específico em Psicologia Educacional. A atuação da psicologia escolar no ensino superior desempenha um papel fundamental na abordagem das dificuldades dos estudantes durante esta fase de formação acadêmica. Com base nessa percepção, foi elaborado por acadêmicas do quinto ano de Psicologia da Universidade da Região de Joinville, o Projeto UNIFICA, cujo objetivo foi a criação de um projeto de intervenção voltado para a promoção da saúde mental e o bem-estar dos estudantes universitários. O desenvolvimento e a implementação ocorreram na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a partir da identificação inicial das demandas levantadas pelos estudantes, coletadas através de um formulário disponibilizado na plataforma Google Forms. A partir disso, utilizou-se a metodologia de oficinas estéticas, caracterizadas como intervenções psicossociais, que utilizam a estética - arte, fotografia, colagens, escrita, entre outros- como linguagem de expressão. Este relato de experiência descreve os encontros semanais realizados ao longo do ano de 2024, os quais tiveram como principais objetivos promover a integração entre os acadêmicos, bem como proporcionar a expressão de percepções e discussões de vivências e significações, principalmente no contexto universitário. As oficinas foram amparadas na psicologia histórico-cultural, a qual é uma abordagem que possui uma das bases no materialismo histórico-dialético, compreendendo que o ser humano se desenvolve socialmente. Dessa forma, foi perceptível que as oficinas desenvolvidas proporcionaram um espaço que favoreceu a criação de vínculos entre os acadêmicos, permitindo o acesso às significações que os sujeitos atribuem a universidade. Portanto, contribui-se para que se desenvolvesse uma perspectiva mais ampla sobre o ambiente acadêmico, possibilitando uma reflexão crítica sobre o contexto em que estão inseridos, ao mesmo tempo em que auxilia na construção de novas perspectivas e ângulos para a produção de novos significados.
USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS POR PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
- Tami Elise Michalak , Mestrando(a), tami.michalak@univille.br
- Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br
Palavras-chave: Tecnologias digitais, Ensino fundamental, Aprendizagem
Este trabalho tem como objetivo apresentar parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado em educação, cujo objetivo é analisar os resultados do uso de aplicativos digitais em atividades elaboradas com professores do ensino fundamental participantes de uma pesquisa colaborativa. Ao longo dos tempos, o homem tem produzido artefatos, que são significados culturalmente, de modo a transformar o meio e a si mesmo (Vigotski, 2009). Assim, as tecnologias digitais, intensamente presentes na vida das pessoas, afetam sua maneira de ser e aprender. A inserção das tecnologias digitais, na escola, deve levar em conta essa condição, pois os estudantes são afetados cognitiva e emocionalmente ao utilizá-las. Para compreender esse movimento, foi desenvolvida uma pesquisa colaborativa com dois professores dos anos finais do ensino fundamental, atuantes na rede pública municipal do munícipio de Joinville-SC. Esse tipo de pesquisa deve privilegiar a efetiva participação dos sujeitos, assegurando a reflexão sobre a prática pedagógica (Desgagné, 2007). Nesse sentido, foram realizados três encontros com cada docente, o primeiro consistiu na apresentação da proposta e entrevista; no segundo ocorreu uma oficina com a indicação de aplicativos digitais para o planejamento da atividade que foi desenvolvida com uma turma; e no terceiro ocorreu uma entrevista em que houve o relato e avaliação da atividade desenvolvida com a turma escolhida. As ferramenta digitais apresentadas foram: Genially, Kahoot!, Canva e Wordwall. Os dois professores escolheram a plataforma Genially e desenvolveram jogos para turma de 9º ano. O professor1 abordou um conteúdo já apresentado aos alunos, o que possibilitou que a turma participasse de modo coletivo. Na sua avaliação, o jogo digital fez com que os alunos participassem respondendo as questões propostas. Todavia, ele percebeu que aquela turma aprende melhor com a metodologia de sala de aula invertida. O Professor2 utilizou o jogo como forma de revisão de conteúdo. Na sua avaliação, os estudantes apresentaram um bom resultado, exibindo um maior domínio do conteúdo do que no método tradicional de ensino. Relatou que irá propor que os próprios alunos desenvolvam o conteúdo nos jogos, pois a experiência despertou neles a vontade de produzirem seu próprio conteúdo. Os resultados indicam que os professores optaram por utilizar os recursos digitais com conteúdo já trabalhado com as turmas. Pode-se inferir que o jogo foi utilizado como forma de revisão e avaliação. A aprendizagem dos estudantes ocorre durante todo o processo e a mediação do professor é fundamental no uso das tecnologias digitais.
Apoio / Parcerias: Capes
“ Para não dizer que não falei das flores” ... oficinas de sensibilização sobre o público alvo da Educação Especial para docentes da Educação Superior
- Cristina Ortiga Ferreira, MSc, cristina.ortiga@univille.br
- Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.rocha@univille.br
- Diego Alves Linzmeyer , Dr(a), diego.am@univille.br
- Karla Pfeiffer Moreira, MSc, karla.pfeiffer@univille.br
- Morgana Demarchi, G, m.demarchi@univille.br
- Wilson de Oliveira Neto, Dr(a), wilson.o@univille.br
- Aline do Amaral Zils Costa, Doutorando(a), aline.amaral@univille.br
Palavras-chave: Educação Especial, Educação Superior, Profissionalização Docente
O objetivo deste trabalho é relatar sobre as oficinas de sensibilização desenvolvidas no Unintegra, pelo Centro de Inovação Pedagógica- CIP, na Universidade da Região de Joinville, Univille, bem como refletir sobre a dimensão formativa dessas ações. O CIP é formado por uma equipe multidisciplinar e há mais de uma década é, no âmbito institucional, um espaço de formação e desenvolvimento profissional docente. O Unintegra, profissionalização docente intensiva, ocorre nos meses de fevereiro e julho e completou em 2024, quatorze edições. Nas últimas edições, temáticas ligadas a educação especial passaram a ser oferecidas: “Necessidades Especiais dos Acadêmicos e o manejo em sala de aula: Um Foco No Transtorno Do Espectro Autista – Tea”, em julho de 2023; “O Que É TDAH – e como ele afeta a vida?”, em fevereiro de 2024; e “Inclusão e adaptação de materiais no ensino superior”, em julho de 2024. Na tecitura das oficinas palavras como neurodivergência, neuroatípico, capacitismo, foram criando sentidos, cordões de sinalização com girassóis e peças de quebra-cabeça passaram a ser efetivamente informativos. Discussões sobre as práticas docentes para o acolhimento e apoio metodológico destes estudantes foram feitas. Este processo complexo chamado inclusão necessita de ações transformadoras e realistas que promovam a conscientização do direito de todos à educação. O movimento de incluir estudantes público-alvo da educação especial (acadêmicos com deficiência, transtorno de neurodesenvolvimento e afins) na escola é uma forma de tornar a sociedade mais democrática, sendo papel de todos os cidadãos transformar as instituições de ensino em espaços legítimos de inclusão. No Ensino Superior, a prática inclusiva deste público, é recente, e este panorama exige, das instituições, o desenvolvimento de políticas de apoio e acompanhamento, com ações que vão além da disponibilidade de vaga. Somado a isto, os requisitos legais de avaliação e reconhecimento de cursos também exigem as evidências de práticas inclusivas no ambiente universitário. Vale destacar que o fato de o estudante estar na sala de aula não significa, necessariamente, a participação plena desse no ambiente universitário e a absorção dos conteúdos propostos. Para tanto, é necessário que sejam realizadas adaptações visando que a inclusão seja efetiva. Os resultados obtidos nas avaliações das oficinas ministradas têm sinalizado que, para os docentes participantes, além de sensibilizar, cria-se uma consciência e novos olhares a este público, reforçando o compromisso para o favorecimento da inclusão e da permanência destes estudantes em um ambiente receptivo, inclusivo e legítimo.
“Palavras que encantam”: Resistências, ensino de história e literaturas indígenas
- Laura de Oliveira dos Santos, Graduando, lauradeo.dossantos@gmail.com
- Juliana Schmeling, Graduando, julianaschmeling.s@gmail.com
- Alessandra Tereza Mansur Silva, Dr(a), alessandra-mansur@hotmail.com
- Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com
Palavras-chave: literaturas indígenas, ensino de história, Patrimônio alimentar
As populações indígenas têm enfrentado políticas que promovem o seu genocídio desde o período colonial no Brasil. No entanto, podemos destacar o processo de etnocídio que resultou no silenciamento da história e da literatura desses povos. As literaturas indígenas podem ser pensadas como fontes documentais que expressam o cotidiano de diversas comunidades e como inventários de tecnologias e saberes. Os contos indígenas trazem informações sobre a cultura, a política, a economia e as relações socioambientais. As literaturas indígenas podem, igualmente, envolver os espaços escolares em uma perspectiva interdisciplinar. Nesse sentido, a história e as literaturas indígenas possuem uma excepcional riqueza ainda pouco explorada no ensino e na pesquisa. Nesse sentido, a pesquisa teve como base metodológica o fichamento crítico dos contos Indígenas Brasileiros, organizado pelo literato indígena Daniel Munduruku, mediante a análise qualitativa dos dados. Buscou-se distinguir as relações entre as práticas alimentares e agrícolas, a cultura e a natureza. Foi utilizada, a perspectiva da história indígena que articula diferentes campos do saber ( SILVA e GRUPIONI, 1995). Dessa forma, analisar os contos indígenas permitiu perceber a estreita relação entre os diferentes pontos de vista que dizem respeito à natureza, a cultura, a economia e a alimentação. Além disso, a pesquisa discutiu os processos de resistências e os modos de vida mais sustentáveis defendidos por estes povos. Citamos, por exemplo, a cultura e a tecnologia do beneficiamento da mandioca que aparece nas narrativas orais. Entendemos que estas fontes trazem informações importantes para atuarmos em prol de um mundo que precisa estabelecer relações mais sustentáveis entre os atores humanos e mais que humanos, quebrando a “exorbitante euforia da monocultura” (KRENAK, p.22), assim como uma história e uma literatura monocultural que privilegia europeia do nosso passado. As literaturas indígenas podem ser pensadas como estratégias de ação para uma educação decolonial, que trabalhe as populações indígenas como protagonistas da história que capitanearam um forte processo de resistência secular travado até os dias atuais. Como considerações finais do trabalho destacamos a importância de uma maior aproximação das literaturas indígenas com o ensino de história.
Apoio / Parcerias: CNPq