Área 03 - Ciências Humanas e Lingüística, Letras e Artes

Índice

  1. A cartografia da relação intercultural Brasil/Rússia: o ballet Vaganova como bem patrimonial
  2. A compreensão dos direitos fundamentais pelos acadêmicos da Universidade da Região de Joinville – Campus São Bento do Sul
  3. A construção da noção de Patrimônio Mundial Natural e Misto na UNESCO: história, narrativas e governança
  4. A INCONSTITUCIONALIDADE DO ENSINO DOMICILIAR NO BRASIL
  5. A melodia do maracatu e os saberes da Jurema em terras estranhas: o maracatu em Joinville – SC
  6. A NARRATIVA DAS CASAS ENXAIMEL EM JOINVILLE: MODOS DE MORAR E VIVER POR MEIO DAS ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS
  7. A pesquisa em rede - conquistas e dificuldades da criação da plataforma de divulgação do grupo de pesquisa “Cidade, Cultura e Diferença”
  8. A questão agrária nos Cadernos do Povo Brasileiro (1962-1964)
  9. A repatriação de acervos museológicos: usos e (re)significações do patrimônio cultural
  10. A teoria de Vygotsky e o público-alvo da Educação Especial no Brasil: principais impactos e contribuições
  11. A UNESCO e a governança do patrimônio: os debates a respeito do valor de autenticidade e da categoria de paisagem cultural na década de 1990
  12. A UNIVILLE na história política de Joinville-SC: usos, abusos e projetos de poder (1996-2020)
  13. Abordagens Teórico Metodológicas das Pesquisas sobre Educação e Tecnologias Digitais
  14. ARTESANIANDO A VIDA: EXPERIÊNCIAS SENSÍVEIS EM PRÁTICAS EDUCATIVAS NA TERCEIRA IDADE
  15. As atribuições do Docente de Apoio à Inclusão (DAI) na Província de Córdoba - Argentina
  16. AS REDES SOCIAIS E OS DIREITOS HUMANOS - A EXPERIÊNCIA DO NEADH
  17. Atividades do Projeto de Extensão Edupaz em tempos de pandemia
  18. Balanço da Produção sobre as Tecnologias Digitais na Educação Básica em Programas de Pós- Graduação em Educação de Santa Catarina
  19. Brasília, patrimônio mundial da UNESCO: (re)conhecendo um bem cultural do Brasil
  20. Comunicação inclusiva: O olhar do imigrante haitiano na construção de conteúdo em redes sociais
  21. Corpo como Patrimônio: A Produção de um Arquivo Impalpável
  22. Desafios docentes no contexto de ensino bilíngue
  23. Diálogos entre literatura e hibridismo: imbricamentos de linguagens em livros infantis e juvenis
  24. Doses de poesia - uma proposta de ação em meio à pandemia
  25. Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto no Brasil
  26. Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto no Reino Unido
  27. Estudantes com deficiência na educação superior: um estudo sobre a certificação de terminalidade específica
  28. EXPERIÊNCIA ESTÉTICA IMBRICADA NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS
  29. Experiências estéticas na dança educação: imbricamentos nos percursos formativos e na constituição docente
  30. LEITURA DE POEMAS PARA IDOSOS
  31. Letramento Literário: o papel da literatura infantil juvenil nas práticas pedagógicas
  32. Literariamente falando: estudos literários e temas contemporâneos
  33. LOUÇAS DE BARRO, PATRIMÔNIO CULTURAL FEITO À MÃO
  34. Memória social do fazer artístico na Escola de Artes Fritz Alt
  35. NEADH E A CARTILHA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
  36. O contexto sociocultural da pós-modernidade e a crítica social nas narrativas ficcionais de David Gonçalves
  37. O Código Florestal de 1934: marco da legislação brasileira na proteção do patrimônio natural
  38. O EDUCADOR SOCIAL: A CRIANÇA E O ADOLESCENTE EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL – UMA LEITURA SENSÍVEL
  39. O papel das tecnologias digitais na formação acadêmica na percepção de estudantes de Psicologia
  40. O reconstruir da natureza: a Floresta da Tijuca e a história do Patrimônio natural no Segundo Império
  41. O retrocesso das políticas voltadas à igualdade de gênero na educação infantil com a atual agenda conservadora do Estado brasileiro
  42. Oficinas estéticas nas práticas educativas: professora e crianças em seus percursos narrativos
  43. Políticas educacionais e a formação inicial do pedagogo: complexidades e fragilidades na perspectiva de inclusão do estudante com deficiência
  44. Práticas curriculares no Ensino Fundamental I em escola bilíngue na cidade de Joinville – SC: entre sentidos e significados produzidos pelos professores
  45. Projeto Integrado Caminho Curto II: Vivências de ensino, pesquisa e extensão
  46. Reflexões sobre os sentidos e significados atribuídos ao currículo e às práticas curriculares na Educação de Jovens e Adultos
  47. Salvio Daré: tensões entre arte contemporânea, legitimação e patrimônio cultural
  48. Vozes infantis: entre contação de histórias e leituras as narrativas se (re)inventam
  49. ’Quem conta um conto, aumenta um ponto’’: o Clube do Conto e suas reformulações no contexto pandêmico
  50. “AS AREIAS DO IMPERADOR” NO CONTAR DE UMA PAISAGEM INVISÍVEL: A TRILOGIA DE MIA COUTO EM UMA VISÃO DECOLONIAL
  51. “Vozes, corpos e histórias...”

Resumos

A cartografia da relação intercultural Brasil/Rússia: o ballet Vaganova como bem patrimonial

  • Bruna Lorrenzzetti , , bruna.lorrenzzetti@univille.br
  • TAIZA M. R. MORAES, Dr(a), moraes.taiza@gmail.com

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Interculturalidade, Metodologia Vaganova, Patrimônio Cultural Imaterial

A pesquisa em processo de desenvolvimento objetiva investigar o método Vaganova no campo do patrimônio cultural no seu país de origem Rússia, e no Brasil analisando a dança como linguagem, corpo, interrelação tempo, espaço e na interculturalidade Brasil e Rússia. A metodologia de pesquisa utilizada é a cartografia, Deleuze e Guatarri (2001), visando promover a leitura de uma realidade em movimento, numa proposta que ultrapassa a simples geração de informação ao proporcionar o desafio de expor o perfil do estado, mesmo que transitório, em um processo de construção de conhecimento no atravessamento de pesquisas bibliográficas Cancline (2004), Fleuri (2005), Santaella (2004), Heinich (2010), Vaganova (1969), Achcar (1998), procedimentos de entrevistas e análise documental pertencentes a professores da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, Escola Maria Olenewa, ex-bailarinos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, brasileiros que residem e trabalham nas Companhias de Ballet Russas, uma professora russa que trabalhou no Brasil e tem uma escola na Rússia, também referências bibliográficas de professores que descreveram sobre o método e suas experiências. A interculturalidade e as diferenças com o conceito multiculturalidade serão exploradas pela coexistência de diversos grupos culturais na mesma sociedade e política de convivência como parte dos resultados. Partimos da hipótese de que as políticas de coexistência e de convivência do método russo foram sendo adaptadas gradativamente às variantes culturais brasileiras associadas ao corpo, ao tempo e ao espaço. A metodologia de referência proposta por Vaganova visa a profissionalização, cidadania e tradição com longevidade, um artista adaptável a diferentes grupos identitários, dentro da profissionalização. A Academia Estatal de Coreografia de Moscou e a Escola Coreográfica Estadual de Perm, integram um conjunto de quatro escolas de ballet do país com status federal. O Teatro Bolshoi figura uma das principais companhias de ballet e ópera do mundo considerado patrimônio cultural da humanidade pela ONU e Unesco. No dia 29/10/2020 foi aprovada a Lei Ordinária que institui a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Joinville. O projeto de dissertação visa em última instância demonstrar que o método Vaganova é um patrimônio cultural da humanidade por ultrapassar as fronteiras do país de origem; analisar as adaptações do método no Brasil; identificar as regiões brasileiras que utilizam a metodologia na educação profissional, priorizando Joinville por se constituir a única escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia. Bem como demarcar critérios de patrimonialização que identificam um “bem patrimonial”.

A compreensão dos direitos fundamentais pelos acadêmicos da Universidade da Região de Joinville – Campus São Bento do Sul

  • Betsy Beuther, E, beuther.betsy@gmail.com
  • Jorge Rafael Matos, MSc, jorgerafaelmatos@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, São Bento do Sul

Palavras-chave: Direitos fundamentais, compreensão, conhecimento

Após a Constituição Federal de 1988 os direitos fundamentais se tornaram o centro e a fonte para a criação legislativa, pois passaram a ser fundamento da república. Tanto o Estado Brasileiro como os seus cidadãos devem conhecer e respeitar estes direitos, que agora são tidos como princípios. Sendo assim, para o desenvolvimento completo do cidadão e de sua cidadania é necessário que os membros da sociedade tenham conhecimento e saibam trabalhar com estes direitos, que compreendem também as garantias individuais asseguradas. Assim, por meio desta pesquisa, busca-se analisar a percepção que os acadêmicos do Campus São Bento do Sul têm sobre os direitos fundamentais, em especial o princípio da dignidade da pessoa humana. A pesquisa está sendo desenvolvida inicialmente com uma pesquisa bibliográfica e jurisprudencial por meio do método indutivo para que se possa determinar o conhecimento básico que se espera dos cidadãos. Em seguida, a partir de fevereiro de 2021, buscar-se-á por meio de uma pesquisa com os acadêmicos do Campus mensurar o grau de conhecimento que estes cidadãos dispõem sobre a temática. O questionário já foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Univille e se aguarda o parecer. Como resultados desta pesquisa deseja-se compreender o alcance dos fundamentos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em especial o conteúdo de direitos fundamentais, após 30 anos da promulgação da Carta Política, eis que são basilares no exercício da cidadania. Nessa toada, espera-se identificar que os acadêmicos do Campus São Bento do Sul já tenham um conteúdo mínimo sobre o tema, em especial sob a forma de direitos humanos, demonstrando assim a completude da formação que o ensino médio da escola regular possa transmitir, demonstrando que a Universidade recebe seus alunos já com formação cidadã crítica. Também se pretende possibilitar a criação de políticas educacionais na área de extensão universitária para que as deficiências identificadas na pesquisa de campo possam ser superadas e assim integrar os conhecimentos da comunidade universitária com os anseios da população da região de São Bento do Sul, fortalecendo o espírito da Univille de integração com o local em que está inserida.

Apoio / Parcerias: CNPQ

A construção da noção de Patrimônio Mundial Natural e Misto na UNESCO: história, narrativas e governança

  • Moroni de Almeida Vidal, Graduando, moronialmeidavidal@gmail.com
  • Arselle de Andrade da Fontoura, MSc, arselle.fontoura@gmail.com

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: UNESCO, Patrimônio Mundial, Patrimônio Natural e Misto

Este trabalho busca socializar resultados parciais do projeto de Iniciação Científica: “A construção da noção de Patrimônio Mundial Natural e Misto na UNESCO: história, narrativas e governança”, cujo objetivo geral é analisar, a partir de narrativas de gestores e experts da UNESCO, as estratégias de governança empreendidas por essa organização, no que tange às noções de patrimônio mundial natural e misto. Quanto à metodologia utilizada, pontua-se a pesquisa bibliográfica e documental, utilizando documentos disponíveis em sites da UNESCO e de outras organizações como a União Internacional para a Conservação da Natureza - UICN, assim como fontes investigadas no Arquivo da UNESCO em Paris. Sublinha-se que grande parte das fontes analisadas, dizem respeito aos relatórios das Sessões do Comitê do Patrimônio Mundial de 1977 ao ano de 2000. Por meio da análise dessa documentação, em diálogo com a bibliografia pertinente, pôde-se compreender que: as discussões sobre Patrimônio Mundial Natural, no que tange à UNESCO no transcurso do século XX, dizem respeito a uma grande preocupação com a baixa quantidade de candidaturas de bens naturais para à Lista de Patrimônio Mundial e com a “integridade” dos bens naturais incluídos na Lista. Nesse sentido, a governança do Patrimônio Mundial, estimulou a criação da Lista do Patrimônio Mundial em Perigo, instrumento para mobilizar esforços à proteção e à restauração da integridade dos bens ameaçados, em particular dos naturais, que inicialmente, são os mais prejudicados da Lista. Já no que diz respeito às discussões do Patrimônio Mundial Misto, bens reconhecidos tanto por características culturais como também por características naturais, na década de 1970 foi entendido como um patrimônio que poderia diminuir o valor do Patrimônio Mundial Cultural e do Patrimônio Mundial Natural. Além disso, foi discutido na década seguinte, sobre a falta de diretrizes para incluir bens mistos na Lista de Patrimônio Mundial, o que justificaria a baixa inclusão desses bens na Lista. Por fim, é importante ressaltar que este projeto de Iniciação Científica é financiado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP) da Universidade da Região de Joinville - Univille, e faz parte do projeto de pesquisa intitulado “Pelos bastidores da UNESCO: estratégias para uma governança contemporânea do Patrimônio Mundial (1990-2020) (PCM-III)”. Além disso, as discussões deste trabalho associam-se aos estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa Cidade, Cultura e Diferença da Univille (GPCCD).

A INCONSTITUCIONALIDADE DO ENSINO DOMICILIAR NO BRASIL

  • Janaina Silveira Soares Madeira, , janainasoaresmadeira@gmail.com

Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI, Itajaí

Palavras-chave: Ensino Domiciliar, Homeschooling, Direito à Educação

A pesquisa realizada na linha de pesquisa de Práticas Docentes e Formação Profissional é vinculada ao Grupo de Pesquisa Contextos da Educação da Criança, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade do Vale do Itajaí – Univali, parcialmente financiada pela Universidade da Região de Joinville – Univille, por meio do Auxílio Educação para Qualificação Docente – PQD, discute o Ensino Domiciliar que tem sido defendido como um direito de escolha por parte da família, fundamentado nos princípios constitucionais da liberdade educacional e do pluralismo pedagógico. O movimento pelo Homeschooling defende o empoderamento dos pais na direção educacional de seus filhos. Em contrapartida, o Estado brasileiro tem o dever constitucional de ofertar educação para todos, tratando-se de direito público subjetivo consagrado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Assim, o Estado detém o monopólio da direção da educação escolar, por meio da escolarização compulsória, obrigando os pais a matricular seus filhos na rede regular de ensino. Desta forma, através de pesquisa bibliográfica, contextualizando a obrigatoriedade legal de matrícula na rede regular de ensino, discutindo o papel do Estado no processo educativo e analisando a compatibilidade da Educação Domiciliar com os objetivos constitucionais para a educação, discutimos, neste trabalho, a constitucionalidade do Ensino Domiciliar no Brasil. Os resultados apontam para a inconstitucionalidade dessa modalidade educacional em casa, ante os diversos dispositivos legais que fundamentam todo o aparato estatal da compulsoriedade, podendo a Educação Domiciliar ser entendida como via máxima de escolarização privada, acarretando a privatização de um bem público e, em última análise, atendendo a lógica neoliberal de formar um outro sujeito, que prima pela concorrência e empreendedorismo e que atende os auspícios do mercado, com risco de agravamento das desigualdades sociais.

Apoio / Parcerias: Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

A melodia do maracatu e os saberes da Jurema em terras estranhas: o maracatu em Joinville – SC

  • Evelyn De Jesus Jeronimo, Graduando, evelynjeronimojesus@gmail.com
  • Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com
  • Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: maracatu, Joinville, Patrimônio Cultural

O presente projeto de pesquisa teve por objetivo discutir a presença da entidade da jurema sagrada e os entrelaçamentos entre fé, música, saberes e natureza no maracatu em Joinville. Nesse sentido, analisamos a toada “Semente de Jurema” do Maracatu Nação Estrela Brilhante de Igarassu, considerando sua magnitude religiosa. Um dos momentos mais importantes para os grupos percussivos é a saída ao carnaval de rua, no entanto a repressão policial se faz presente nesses momentos. Buscou-se compreender também de que maneiras se dão as trocas de saberes e as relações entre os grupos percussivos com os Maracatus Nação de Recife. Sendo assim, utilizamos como fonte primária o documentário: Grupo Morro do Ouro na Noite do Dendê – Vivência com a Nação do Maracatu Porto Rico e os sites dos grupos percussivos de maracatu em Joinville. A historiografia em relação as origens do maracatu também foram aclaradas durante o projeto, pois são estudos pertinentes no âmbito desse tema. Por fim é necessário entender os grupos percussivos de maracatu como importante fazedores de práticas culturais afro-brasileiras estendidas de Recife até Joinville, principalmente para quebrar o discurso da história oficial da cidade vigorando apenas a cultura alemã no território

Apoio / Parcerias: CNPQ

A NARRATIVA DAS CASAS ENXAIMEL EM JOINVILLE: MODOS DE MORAR E VIVER POR MEIO DAS ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS

  • Nicole Santana, Graduando, nicolexsantana@gmail.com
  • DIONE DA ROCHA BANDEIRA, Dr(a), dione.rbandeira@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Enxaimel, Cultura material, Joinville

Este projeto busca desenvolver uma pesquisa referente às casas enxaimel presentes em Joinville, de modo a fazer um recorte de meados do século XIX até o início do século XX, dessa forma, analisando a chegada dos imigrantes alemães na Colônia Dona Francisca e as técnicas do enxaimel empregadas pelos imigrantes que se estabeleceram na região. Além disso, pretende-se pesquisar sobre as funções das casas para os moradores e o seu cotidiano, tratando da importância dessas casas como parte da cultura material da cidade de Joinville. Esse projeto se enquadra como uma pesquisa dentro do campo da arqueologia na arquitetura, que por sua vez, busca fazer uma análise de uma estrutura arquitetônica e sua significação dentro da sociedade. A metodologia utilizada é de uma revisão bibliográfica, visando trabalhar com artigos, livros e jornais que se relacionem e sejam de interesse para o tema proposto. A partir disso, será feita uma relação das casas enxaimel como parte da cultura material da cidade de Joinville, levando em conta o quanto essas casas possuem uma importância para os moradores e a história da cidade. Além disso, será coletado informações a respeito da colonização da Colônia Dona Francisca, de modo a traçar com as técnicas do enxaimel trazidas pelos imigrantes alemães. De acordo com os resultados obtidos até o momento, os imigrantes alemães, ao chegarem na Colônia Dona Francisca no século XIX, encontraram muitas dificuldades para se estabelecer na região. As casas enxaimel foram construídas a partir de uma necessidade de abrigo provisório, levando em conta a grande quantidade de árvores para obter madeira na região e a familiaridade dos imigrantes com essa técnica. No entanto, essas casas tiveram que ser adaptadas de acordo com o clima e as condições locais. As casas enxaimel simbolizam um período de dificuldade dos imigrantes com sua chegada na região, além de que atualmente, os moradores das casas enxaimel optam por manter as casas preservadas, quando possível, com os materiais originais da construção, e restaurando quando é necessário. As casas enxaimel, portanto, são casas que abrigam histórias dos moradores da cidade de Joinville, oferecem conforto e memórias para seus habitantes e permanecem presentes na cidade pelo apego que os moradores possuem e pela necessidade de preservar essas casas pelo significado que elas possuem.

Apoio / Parcerias: CNPq - Bolsa de Iniciação Científica FAP Univille

A pesquisa em rede - conquistas e dificuldades da criação da plataforma de divulgação do grupo de pesquisa “Cidade, Cultura e Diferença”

  • Éwerton de Oliveira Cercal, Graduando, ewerton.cercal@gmail.com
  • Fernando Cesar Sossai, Dr(a), fernandosossai@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Pesquisa em rede, Plataforma web, Divulgação científica

Com o avanço tecnológico e a integração social cada vez maior ao digital, abre-se um leque de possibilidades e potencialidades. Assim, o Grupo de Pesquisa Cidade, Cultura e Diferença (GPCCD), previu para o ano de 2020 o lançamento de sua plataforma online de divulgação e disseminação de conhecimento (https:www.gpccd.org). Esta plataforma, fazendo uso das vantagens da comunicação instantânea, conexão e salvaguarda online de dados de pesquisa, foi planejada e executada em uma série de protótipos, criados sob coordenação do técnico responsável e conforme as solicitações/sugestões dos coordenadores/pesquisadores do Grupo. Com vistas a uma filosofia objetiva e eficaz para a interface do website - inspirada em outras plataformas de grupos de pesquisa como do IRCVM e o ESBRINA da Universidade de Barcelona -, a produção se deu em três estágios: o primeiro sendo a criação da página inicial; o segundo sendo a criação das páginas de informações de contato, sobre a fundação do grupo, história, linhas de pesquisa e integrantes; e por fim, a terceira parte com a criação das páginas contendo as produções e projetos desenvolvidos pelo GPCCD. Oficialmente lançado no mês de agosto de 2020, ainda que seus dados de acesso/contatos ainda não terem sido quantificados, já se notaram algumas mudanças. Na questão qualitativa e dos pesquisadores envolvidos, houve um sentimento de alegria e satisfação por dois motivos: primeiro, por haver um endereço na web referencial do grupo de pesquisa que participam e, segundo, pela disseminação dos trabalhos realizados por eles. É com base nesse último ponto, aliás, que o GPCCD desempenhará um dos seus principais papéis: o estabelecimento de novos contatos com outros pesquisadores, universidades e a fruição de novos projetos.

Apoio / Parcerias: Fundo de Apoio à Pesquisa da UNIVILLE; Fundo de Apoio à Extensão da UNIVILLE.

A questão agrária nos Cadernos do Povo Brasileiro (1962-1964)

  • Francisco Lino de Aviz Neto, Graduando, aavizneeto@gmail.com
  • Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com
  • Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: História agrária, Cadernos do Povo Brasileiro, Intelectuais

A questão agrária configura-se como um profundo problema social, político e econômico da história brasileira. No presente, a concentração de terras permanece sendo responsável pela miséria nas áreas rurais do país. Essa problemática é o interesse desta pesquisa. A partir disso, focou-se nas lutas camponesas no pré-1964, que efervesciam em todo o Brasil. Dessa forma, obtivemos como principais fontes publicações dos Cadernos do Povo Brasileiro (1962-1964), do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, com o objetivo de compreender a situação agrária, além de quais perspectivas os autores desta coleção possuíam para solucionar este problema. Para realizar esse trabalho de abordagem às obras Que são as Ligas Camponesas?, de Francisco Julião (1962) e O que é a reforma agrária?, de Paulo Schilling (1963), foram utilizadas três metodologias mobilizadas pela História: a História Econômica (João FRAGOSO e Manolo FLORENTINO, 2011, p. 25-40), a História Social (Hebe CASTRO, 2011, p. 41-54) e a História Agrária (Maria LINHARES, 2011, p. 155-173), respectivamente. Em conjunto com a leitura das obras foi feita uma ampla revisão bibliográfica sobre as poucas produções acerca destas fontes, fundamentado nestas perspectivas metodológicas. Nas fontes, compreendeu-se que esse contexto apresentou repletos debates que circulavam entre os projetos nacionalistas, desenvolvimentistas, reformistas e revolucionários com aspirações para a economia e política a partir da industrialização do país, inclusive referente à questão agrária. De acordo com o Anuário Estatístico Brasileiro, do IBGE, a população nacional em 1964 era de 79,8 milhões de pessoas, mas deste total, 33 milhões de pessoas viviam na zona rural do país. Justamente devido a concentração de terras e áreas improdutivas, a produção agrícola não atendia de maneira satisfatória o mercado interno. Além disso, Julião aponta como fator igualmente alarmante o índice de 97% de analfabetos no campesinato brasileiro, especialmente no nordeste (JULIÃO, CPB-1, p. 34, 1962). É neste quesito que os Cadernos obtiveram sua enorme relevância de expressão popular e pedagógica, onde em praças, locais de trabalho, estudo e lazer, os militantes liam ao público – os trabalhadores – sobre os temas presentes em cada edição, que circulava de mão em mão por todo o país. Quanto aos cadernistas, Julião possuía uma saída revolucionária e socialista para a miséria, enquanto Schilling uma saída reformista e capitalista para o campo. Dessarte, nota-se a importância crucial dessa coleção para história brasileira, pois significou a atuação direta de intelectuais orgânicos na sociedade.

Apoio / Parcerias: CNPQ

A repatriação de acervos museológicos: usos e (re)significações do patrimônio cultural

  • Jaqueline de Jesus Hoiça, , jaquehoica@gmail.com
  • Patricia de Oliveira Areas, Dr(a), patricia.areas@univille.br
  • Sandra P.L. de Camargo Guedes, Dr(a), sandraplcguedes@gmail.com

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Repatriação de Bens Culturais, acervos

A repatriação de acervos museológicos, ou seja, a devolução de objetos que compõem a coleção de museus aos seus países de origem, tem sido um tema cada vez mais discutido por organizações como a UNESCO e academicamente por diferentes áreas do conhecimento, como o Direito, a História, e o Patrimônio Cultural. As problemáticas em torno do assunto são discutidas nesse trabalho a partir de dois casos: o canhão El Cristiano, que compõe o acervo do Museu Histórico Nacional brasileiro e é reivindicado para ser repatriado ao Paraguai, e o caso dos Mármores do Partenon, que atualmente estão no Museu Britânico e têm sido reivindicados pela Grécia. A partir de ambos os contextos, busca-se identificar os discursos, memórias e valores acionados a partir da reivindicação desses acervos museológicos, bem como quais as intencionalidades e objetivos que permeiam tais acionamentos. Também objetiva-se identificar como se dá esse movimento e quais as suas implicações, ou seja, se haverá uma decisão favorável, desfavorável ou um impasse no que se refere à devolução dos referidos objetos. Ainda, busca-se compreender como essas imaterialidades se constituem a partir do material, evidenciando, assim, como os usos e (re)significações do patrimônio cultural no tempo presente impactam a questão da repatriação de acervos museológicos. O trabalho se caracteriza metodologicamente por uma pesquisa bibliográfica e documental, baseada no método de análise de conteúdo e método histórico de análise de fontes escritas. Entre os principais resultados alcançados, é possível dizer que os valores históricos e simbólicos que são atribuídos aos acervos museológicos ditam a dinâmica das lutas de poder em torno deles. Como consequência, casos como os apontados acabam num impasse que dura décadas, e por conta dos fatores identificados não se sabe se um dia os mesmos serão solucionados.

Apoio / Parcerias: Capes

A teoria de Vygotsky e o público-alvo da Educação Especial no Brasil: principais impactos e contribuições

  • Amanda Bodnar, G, amanda.bodnar@hotmail.com
  • aliciene fusca machado cordeiro, Dr(a), aliciene_machado@hotmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Trabalho docente, Educação Especial, Transtorno do Espectro autista

A educação especial no Brasil teve uma história baseada na exclusão e no capacitismo. Apesar das diversas conquistas em relação a políticas públicas no âmbito da educação para as pessoas com deficiência, ainda enfrentam-se diversos desafios. Um dos grandes desafios é que haja uma educação inclusiva de maneira efetiva e que o trabalho com o público-alvo da educação especial nas escolas regulares volte-se ao estudante como sujeito em um contexto histórico-social, para além da deficiência. O presente trabalho compõe parte das primeiras investigações da pesquisa-dissertação da mestranda e vincula-se ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade da Região de Joinville – SC. O objetivo principal é explicitar quais são os impactos e contribuições que a teoria histórico-cultural de Vygotsky tem no âmbito da educação inclusiva. Para tal, a base teórica utilizada neste trabalho em relação à teoria histórico-cultural está fundamentada em Vygotsky (1991; 1997; 2009; 2010), Oliveira (1993), Rego (1995), Prestes (2014) e Barroco (2017; 2007a; 2007b), Orrú (2010; 2012) com relação à educação inclusiva por uma perspectiva vygotskyana. Através de uma pesquisa de cunho bibliográfico e qualitativo foi possível perceber que a teoria histórico-cultural tem muito a contribuir em relação à educação inclusiva. Para Vygotsky, o sujeito que possui uma deficiência, não é menos desenvolvido, mas é desenvolvido de outra maneira. Nota-se que os conceitos da teoria como a Mediação e Zona de Desenvolvimento Proximal poderiam auxiliar os profissionais que trabalham com estudantes com deficiência a perceberem que o ambiente escolar é um ambiente de troca, de interação, de relação social e cultural e, para além de um local de socialização, ressaltar o estudo e ensino dos conhecimentos científicos. Desta forma, contribuir para que os docentes e todo o corpo da escola possam, de fato, trabalhar com mais inclusão, a voltar-se para o estudante como um indivíduo completo e não apenas para o déficit.

A UNESCO e a governança do patrimônio: os debates a respeito do valor de autenticidade e da categoria de paisagem cultural na década de 1990

  • Gabriel Moraes Pacheco de Oliveira, Graduando, gmpojavinha@gmail.com
  • Fernando Cesar Sossai, Dr(a), fernandosossai@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio cultural, UNESCO, Paisagem cultural

Vinculada ao projeto “Pelos Bastidores da UNESCO: Estratégias para uma Governança Contemporânea do Patrimônio Mundial (1990-2020)”, esta pesquisa de iniciação científica tem como objetivo investigar os debates que ocorreram na UNESCO, durante a década de 1990, que provocaram mudanças na interpretação da Convenção da UNESCO para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural de 1972. Em termos metodológicos, a pesquisa procede à revisão bibliográfica a respeito do conceito de governança em rede do patrimônio mundial (Lynn Meskell, Herb Stovel e Chiara Bortolotto), assim como à análise de fontes primárias produzidas no âmbito da UNESCO. A categoria da paisagem cultural se consolidou na UNESCO durante os anos 1990, sobretudo em torno de novas concepções acerca dos critérios de autenticidade e integridade de patrimônio reconhecidos pela UNESCO; alterações estas que tinham como um dos principais objetivos tornar a Lista do Patrimônio Mundial supostamente mais representativa e geograficamente mais equilibrada. As discussões foram protagonizadas por diversos atores, tais como peritos do patrimônio cultural e natural, ONGs, membros do Comitê do Patrimônio Mundial, Fundações, Instituições públicas e privadas, num momento em que a governança em rede do patrimônio mundial passava por profundas reconfigurações. Foi nessa mesma década, sobretudo a partir de 1992, que nasceu o Centro de Patrimônio Mundial da UNESCO, um dos protagonistas mais relevantes, responsável por coordenar os esforços para as mudanças técnicas, administrativas e procedimentais da Convenção. Apesar de tentar transparecer neutralidade e caráter técnico nos processos decisórios, o Comitê do Patrimônio Mundial nunca deixou de ser uma arena política entre seus Estados-Membros. Isto foi visto, principalmente, nas recomendações feitas pelos Estados Unidos e Canadá em uma reunião de experts em Washington, 1992. O documento demonstrava uma série de tensionamentos que não emergem nas fontes produzidas nas sessões do Comitê e do Bureau do Patrimônio Mundial. As profundas alterações dos anos 1990 na governança em rede do patrimônio mundial, inclusive a categoria de paisagem cultural e os critérios de autenticidade e integridade, emergiram em meio a esses embates políticos, em que alguns Estados buscavam exercer seu poder na UNESCO por meio de estratégias de soft power.

Apoio / Parcerias: Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP).

A UNIVILLE na história política de Joinville-SC: usos, abusos e projetos de poder (1996-2020)

  • Vinícius José Mira, G, viniciusmira1987@gmail.com
  • Lucas de Souza Borba, G, lucas.borba00@hotmail.com
  • Lucas Pscheidt Batista, G, lucas.p.batista8@gmail.com
  • Fernando Cesar Sossai, Dr(a), fernandosossai@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Univille, História de Joinville, História Política

Esta apresentação é um desdobramento de uma atividade realizada na disciplina de Pesquisa Histórica, do terceiro ano do curso de História, ministrada pelo Prof. Dr. Fernando Cesar Sossai e pela Profa. Dra. Sandra Paschoal Leite de Camargo Guedes. A atividade trata-se de uma pesquisa histórica que se intitula A Univille na história política de Joinville-SC: usos, abusos e projetos de poder (1996-2020) e tem como principal objetivo compreender as maneiras pelas quais a Universidade da Região de Joinville interagiu e foi apropriada em discussões políticas realizadas em contexto eleitoral de âmbito municipal. Metodologicamente, a pesquisa se valeu do estudo e interpretação da historiografia atinente e dos referenciais teórico-metodológicos, além da análise de fontes primárias como fontes orais e recortes e fragmentos de jornais da imprensa joinvilense que mencionem a Univille e as suas interações/tensões com o exercício da gestão política do município. O resultado a ser apresentado diz respeito aos usos e apropriações da UNIVILLE em processo político-eleitoral, especialmente no transcurso do ano de 2010, quando as discussões sobre estatização da instituição ganharam fôlego. Além disso, pretende-se evidenciar de que maneira a instituição é evocada por alguns membros da política joinvilense para conferir legitimidade às suas trajetórias políticas.

Abordagens Teórico Metodológicas das Pesquisas sobre Educação e Tecnologias Digitais

  • João Eduardo Lamim, , joaoedursl@gmail.com
  • Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: tecnologias digitais, educação, abordagens de pesquisas

O presente trabalho consiste na primeira etapa da construção da dissertação de Mestrado em Educação e compõe uma pesquisa de metodologia bibliográfica do tipo “estado da arte”, objetivando uma sondagem sobre as produções relacionadas à educação, tecnologias digitais e ensino médio, realizadas entre 2015 e 2020, no portal de teses e dissertações da Capes. Através desta metodologia foi possível mapear as pesquisas nestas áreas de conhecimento, identificando os temas relevantes, emergente e recorrentes da implementação das tecnologias digitais no processo ensino aprendizagem na etapa do Ensino Médio. Os três trabalhos mais relevantes analisados, de acordo com a pertinência com a pesquisa de mestrado em desenvolvimento, apresentam resultados importantes no modo de compreensão das tecnologias digitais nos processos de aprendizagem, especialmente aqueles realizados com os estudantes do Ensino Médio. As tecnologias são utilizadas em alguns exercícios e atividades mais voltadas às ciências exatas ou biológicas, numa lógica de ação/reação mecânica, almejando resultados objetivos e exatos. Apesar de haver um processo de implementação, este acontece ainda de modo lento e em estágio inicial. Constatou-se a utilização das tecnologias por professores e estudantes ainda para fins de entretenimento; a dependência da utilização de acordo com o contato dos próprios professores com as tecnologias na sua formação; e a preocupação institucional escolar com a preparação técnica e a utilização dos aparelhos tecnológicos. Por meio dessa metodologia de sondagem bibliográfica foi possível identificar uma lacuna na reflexão crítica das tecnologias no processo ensino aprendizagem, especialmente no aprofundamento da consciência de uma cultura digital que deve permear as iniciativas e práticas com as tecnologias digitais na educação. A compreensão da importância da tecnologia na educação vai além da inserção de aparelhos ou capacitação técnica; se coloca como elemento importante na constituição de novos sujeitos frente às oportunidades de desenvolvimento do mundo em sua complexa e dialógica realidade.

Apoio / Parcerias: Bolsista CNPq

ARTESANIANDO A VIDA: EXPERIÊNCIAS SENSÍVEIS EM PRÁTICAS EDUCATIVAS NA TERCEIRA IDADE

  • Rita de Cássia Fraga da Costa, MSc, ritacosta@univille.br
  • TAIZA M. R. MORAES, Dr(a), moraes.taiza@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Memória. Narrativas., Artesanias.Experiência. , Cartografia

A pesquisa/tese Narrativas artesaniadas: tecituras de um “panô de memórias”, está integrada a linha de pesquisa: Patrimônio, Memória e Linguagem e as produções do grupo de pesquisas – Imbricamentos das Linguagens, do Programa de Pós-graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade- UNIVILLE e com apoio do Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação - NUPAE, no Programa de Pós-graduação em Educação - UNIVILLE. É uma pesquisa-experiência-exploratória elaborada na perspectiva do pensamento da diferença (DELEUZE; GUATARRI, 2011), com abordagem cartográfica, e que compreende o tecer como modo de pesquisa em meio à vida (ADAMS E FAULKHEAD, 2012. Este estudo é um pesquisar-tecer-ler que tem por objetivo: cartografar como as artesanias de um panô de memórias de/com idosos desvelam experiências em narrativas (auto)biográficas tramadas na tecitura têxtil de uma imagem, de forma a (re)atualizar seus interlocutores diante da vida. Um pesquisar que prima por não diluir o essencial ou fragmentar o global, que visa “[...] assumir a parte prosaica e viver a parte poética de nossas vidas [...]”, como recomenda Morin (2012, p.11). Para tanto, baseada em Deleuze e Guattari (2011), sigo as pistas e os efeitos de memórias, experiências e tempos vivenciados em reflexões decorrentes de uma leitura cruzada, tendo como base um Panô de Memórias construído com/por um grupo de idosos e de impressões vividas no processo em anotações de um Caderno de Experiências da pesquisadora, afim de (re)construir a processualidade das narrativas tramadas como uma escrita de si, registros da subjetividade e alteridade de um grupo de idosos de 60 a 72 anos, assistidos no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, no bairro Jardim Paraíso em Joinville, Santa Catarina/Brasil. Narrativas construídas no projeto de pesquisa Formação Cultural, Construções Identitárias e Experiências Sensíveis na Terceira Idade, vinculado ao Programa de Pós-Graduação - Mestrado de Educação e a linha de pesquisa Políticas e Práticas Educativas, da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, dissertação defendida em 2019. Projeto de educação sensível, num espaço de educação não formal, desencadeado por seis oficinas/encontros com idosos. Ao final, esta proposta de pesquisa/tese quer cartografar pelas memórias nas narrativas artesaniadas como manifestações culturais e em última instância busca ampliar percepções e sentires referentes às Artesanias e à vida.

Apoio / Parcerias: bolsista CAPES

As atribuições do Docente de Apoio à Inclusão (DAI) na Província de Córdoba - Argentina

  • LILIAN VEGINI BAPTISTA, E, lilivegini@hotmail.com
  • aliciene fusca machado cordeiro, Dr(a), aliciene_machado@hotmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Trabalho docente, Educação Especial, Argentina

O docente de educação especial da Província de Córdoba na Argentina é chamado de Docente de Apoio à Inclusão (DAI) e possui algumas especificidades que orientam o desenvolvimento de sua atuação. Este trabalho tem como objetivo analisar as principais atribuições desse profissional, a partir de uma pesquisa de campo de inspiração etnográfica e revisão bibliográfica com orientação pautada em referenciais da teoria histórico-cultural. O percurso metodológico se deu a partir de uma visita ao campo em março de 2020, que compreendeu algumas ações, como: entrevista com as responsáveis pelo Ministério da Educação, entrevista com duas professoras universitárias, visita a uma escola especial e quatro escolas de nível, acompanhamento da rotina de uma DAI pelo período de uma semana. Foram realizadas gravações de áudio das entrevistas para transcrição posterior, e também utilizou-se diário de campo para auxiliar na construção das análises, feitas com base na análise de conteúdo (BARDIN, 1977; FRANCO, 2012). Os principais autores utilizados para as análises foram Vygotsky (1997, 1998, 2009, 2011), Pereira (2019) e Hypolito e Grischke (2013). Encontrou-se que o docente de apoio tem uma formação inicial específica e desenvolve um papel de articulação com diversos atores que configuram o processo de inclusão de estudantes com deficiência – escola de educação especial, escola de nível, familiares e aluno. Evidenciou-se também uma sobrecarga de trabalho devido à amplitude de funções realizadas e ao número de alunos acompanhados por um mesmo docente. Assim, compreende-se que existem políticas que orientam a inclusão como um processo coletivo, mas na prática, ainda há uma responsabilização grande do docente de educação especial.

AS REDES SOCIAIS E OS DIREITOS HUMANOS - A EXPERIÊNCIA DO NEADH

  • Alicia Alves, Graduando, alicia.loens@gmail.com
  • Sarah Francine Schreiner, MSc, sarahschreiner@univille.br
  • Nicoly Baumgardt Muller, Graduando, nicolymuller05@gmail.com
  • Jéssica Foschiera, Graduando, foschiera.jessica@gmail.com
  • Max Tascheck, Graduando, af.tascheck@gmail.com
  • Jorge Rafael Matos, MSc, jorgematos@univille.br
  • Wilson de Oliveira Neto, Dr(a), wilson.o@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, São Bento do Sul

Palavras-chave: Direitos Humanos, Comunidade, Redes sociais

Das redes sociais, muito se sabe. Dos Direitos Humanos muito se fala, pouco se sabe. Assim sendo, como principal palco de disseminação de informações, o projeto de extensão NEADH - Núcleo de Estudos e Atividades em Direitos Humanos, em funcionalidade na UNIVILLE campus São Bento do Sul, se utiliza das redes sociais como uma ferramenta aliada ao chamamento da comunidade para as questões relacionadas aos Direitos Humanos, se envolvendo diariamente na busca de informações concretas sobre o panorama atual sobre estas temáticas. Assim, tendo em vista a falta de informação relacionada ao tema, os acadêmicos participantes do projeto, de forma mais lúdica possível, promovem designers, cartazes, artes, vídeos curtos e demais ferramentas de divulgação, para publicação nas páginas do instagram (@neadh.univille) e facebook (@neadhuniville), visto ser um meio hábil de conexão com o público de fora da universidade, a comunidade em geral. São utilizados como fonte para a produção do material, na sua maioria, notícias provenientes do site das Nações Unidas-ONU, e levados em consideração datas comemorativas que remetem a um contexto que engloba os Direitos Humanos, no intuito de se desconstruir o pensamento massificado e equivocado sobre Direitos Humanos. Ainda, nesse contexto de entendimento verdadeiro sobre o fundamento desses direitos, e da necessidade de englobar o máximo de pessoas possível, ressalta-se que, dentro da academia, demasiadas vezes os acadêmicos envolvidos com a produção do conteúdo e com o acompanhamento das reações e interações nas redes, se deparam com falhas em seu próprio trabalho, o que promove, a eles próprios um sentido de desconstrução e aprendizado. Ademais, “puxões de orelha” dos próprios alunos da universidade, e colegas do grupo de pesquisas do NEADH, igualmente auxiliam na qualificação das publicações veiculadas nas redes sociais, o que permite a retratação, amadurecimento dos conteúdos e valoriza o aprendizado, e denota a responsabilidade sobre a abrangência social das publicações. Estes conteúdos das redes promovem entre os acadêmicos extensionistas vários debates, em sala de aula, em vivências profissionais, trazendo capacitação e aprendizado, de forma que, com as ferramentas que são disponibilizadas e com trabalho em equipe, se consegue levar tudo isso adiante, para todos e com todos. Isso proporciona ao acadêmico extensionista do projeto, diariamente, a buscar qualificação de sua pesquisa e elevar sua responsabilidade social, e é isso que o NEADH proporciona, e o que o extensionista deseja disseminar para toda a sociedade.

Atividades do Projeto de Extensão Edupaz em tempos de pandemia

  • Manuela Matos, Graduando, manuelaloift@gmail.com
  • João Pedro Alves Scremim , Graduando, joao.scremin@univille.br
  • Dalva Marques, MSc, dalav.marques@univille.br
  • Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: atividades extensionistas, Edupaz, pandemia

O projeto Edupaz, da Univille, existe desde 2006, com o intuito e propostas de promover ações significativas que transformem o modo de perceber e refletir como ocorre a violência nas relações humanas, em especial, por meio da linguagem. Esse trabalho é feito pelas professoras coordenadoras do projeto, bem como pela ação dos estudantes participantes (bolsistas, extensionistas e voluntários). O objetivo é conscientizar que a linguagem pode estar impregnada de violência e que é pelo diálogo que os conflitos e as diferenças devem ser resolvidos e, assim, desenvolver valores que contribuam para a cultura da paz ao conscientizar-se de que a linguagem é permeada pela violência, afetando a subjetividade e as relações humanas. A compreensão de que a linguagem pode ser usada para a (não) violência é essencial para construção de uma sociedade menos violenta. Portanto, a abordagem deste tema com acadêmicos dos diferentes cursos de graduação favoreceu a formação de futuros profissionais, especialmente, dos cursos de licenciatura e de Psicologia, a fim de que possam enfrentar os desafios com relação aos atos de violência com os quais terão que lidar. Devido à pandemia que aflige o mundo, no ano de 2020, as ações propostas foram realizadas por meio do ambiente virtual. Considerando a realidade e formação dos extensionistas do projeto, foram trabalhados temas direcionados às áreas do curso que frequentam. Em geral, as metodologias aplicadas consistiam em entrevistas, subsidiadas pela pesquisa do tema e aporte teórico. Dentre os trabalhos desenvolvidos no ano de 2020, tivemos a pesquisa sobre o ageísmo, feita por um estudante de Direito, que a subsidiou com os pormenores legais do tema, além da entrevista com dois idosos, que suscitaram as problemáticas levantadas, dialogando em conjunto com as diretrizes da legislação que as abrange, apontadas na pesquisa. Houve, também, um projeto desenvolvido por uma estudante de Psicologia, voltado à pesquisa e elaboração de materiais relacionados à prevenção da violência, especialmente, preconceitos e discriminações. Além desses, uma estudante de Letras desenvolveu jogos educativos. Foi realizada uma pesquisa com estudantes do Ensino Médio a respeito das experiências com a realidade de aulas virtuais e, um grupo de estudante de Medicina desenvolveu um projeto voltado ao estudo sobre a violência contra profissionais da saúde. O envolvimento dos acadêmicos proporciona uma reflexão sobre a violência de forma fundamentada. As produções desenvolvidas fazem parte do banco de materiais do projeto e que servirão para planejamento de oficinais e produção acadêmica futura.

Balanço da Produção sobre as Tecnologias Digitais na Educação Básica em Programas de Pós- Graduação em Educação de Santa Catarina

  • Jaqueline Mendonça Basílio, Graduando, jaque.basilio@hotmail.com
  • Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: tecnologias digitais, educação básica, programas de pós- graduação

A popularização dos dispositivos tecnológicos e o acesso à Internet tornaram o uso das tecnologias indispensável na sociedade contemporânea, transformando as relações sociais, econômicas e educacionais. Essas mudanças se refletiram também nas formas de ensino e aprendizagem, afetando diretamente o trabalho do professor, uma vez que conhecer e saber usar as tecnologias se tornou necessário para a prática pedagógica. Assim, o principal objetivo desta pesquisa é verificar como as tecnologias digitais estão inseridas na educação básica a partir de resultados de pesquisas desenvolvidas em cursos de pós-graduação em Santa Catarina. A pesquisa, de caráter documental, ocorreu em duas etapas: um levantamento das Universidades de Santa Catarina que oferecem Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGEs) e um mapeamento das produções acadêmicas desses programas nos últimos cinco anos (2016-2020) que abordaram questões sobre tecnologias digitais no ensino básico. Com o levantamento dos PPGEs foi possível mapear a localização dos programas de Pós-Graduação em Santa Catarina. Na segunda etapa da pesquisa, após localização das teses e dissertações dos programas, foram selecionadas aquelas que indicavam em seu título os termos tecnologias digitais, ensino fundamental, ensino médio ou ensino básico. Foram lidos os resumos e identificados os principais resultados obtidos nas pesquisas. A análise dos dados foi descritiva e interpretativa, com base em Imbernón (2005) e Kenski (2011) entre outros. O resultado da pesquisa mostrou que 14 universidades oferecem Programas de Pós-Graduação em Educação em Santa Catarina. Pode-se identificar que todas as regiões do estado estão contempladas com a oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu em educação. Este dado é importante, porque representa a oportunidade de formação docente para o Estado. A formação do pesquisador é o principal objetivo de um curso de pós-graduação stricto sensu, o que significa formar um professor reflexivo e pesquisador, que seja capaz de se transformar e transformar sua atuação docente. A partir da análise dos resumos das teses e dissertações foi possível perceber que o uso das tecnologias faz parte do cotidiano escolar, constituindo-se como um meio para o desenvolvimento das atividades e auxiliando os professores a levarem conteúdos significativos e motivadores aos alunos. Embora, por vezes, a falta de infraestrutura tenha sido apontada como um grande desafio ao aproveitamento das tecnologias na escola.

Apoio / Parcerias: Bolsista Iniciação científica CNPq

Brasília, patrimônio mundial da UNESCO: (re)conhecendo um bem cultural do Brasil

  • Vinícius José Mira, G, viniciusmira1987@gmail.com
  • Diego Finder Machado, Dr(a), diegofindermachado@gmail.com
  • Fernando Cesar Sossai, Dr(a), fernandosossai@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Brasília, Patrimônio Mundial, Patrimônio Cultural

Esta apresentação é um desdobramento da pesquisa de iniciação científica intitulada “Brasília, Patrimônio Mundial: cidade funcional modernista e cidade inteligente? (1981-1990)”, que busca compreender historicamente como se deu o processo de formação de consenso que culminou na indicação do Conjunto Urbanístico da cidade de Brasília à condição de patrimônio mundial da UNESCO no transcurso da década de 1980. Pretende-se investigar o emprego da noção de cidades inteligentes e sustentáveis no processo de candidatura e reconhecimento de Brasília como patrimônio mundial da UNESCO, bem como se almeja problematizar narrativas patrimoniais construídas e/ou modeladas pelos órgãos envolvidos com a candidatura de Brasília a patrimônio mundial da UNESCO, especialmente a atribuição de valor universal excepcional ao conjunto arquitetônico da cidade. Metodologicamente, a pesquisa se vale do estudo e interpretação das fontes primárias, como documentos institucionais da UNESCO e instrumentos legais, e da análise e problematização da bibliografia pertinente. O resultado a ser apresentado diz respeito às principais características excepcionais do bem cultural Brasília, posicionando-o historicamente no contexto de sua construção, inauguração e de seu reconhecimento como Patrimônio Mundial da UNESCO. Essa pesquisa de iniciação científica se associa ao projeto de pesquisa “Pelos bastidores da UNESCO: estratégias para uma governança em rede do Patrimônio Mundial (1990-2020)” (PCM-III). Além disso, a pesquisa é vinculada ao Laboratório de História Oral da Univille - LHO e ao Centro Memorial da Univille - CMU, e se associa aos recentes estudos empreendidos pelo Grupo de Pesquisa Cidade, Cultura e Diferença - GPCCD.

Apoio / Parcerias: Centro Memorial da Univille; Centro de Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural da Univille; Laboratório de História Oral da Univille.

Comunicação inclusiva: O olhar do imigrante haitiano na construção de conteúdo em redes sociais

  • Kawanna Alano Soares , Graduando, kawannaalano@gmail.com
  • Jonathan Prateat, MSc, jonathanprateat@univillebr.onmicrosoft.com
  • Sirlei de Souza, Dr(a), sirlei.souza@univille.br

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Comunicação inclusiva, imigrantes, haitianos

Construído colaborativamente, o projeto visa continuar as pesquisas realizadas com imigrantes haitianos e como seus atos comunicacionais podem contribuir para sua inclusão em Joinville, que ao longo dos anos vem se tornando um município de muitas cores, nacionalidades e envolvida em processos de tensões culturais e raciais. Os dados fornecidos pelo Núcleo de Migração da Polícia Federal de Joinville, em abril de 2020, uma tabela com o registro sobre os haitianos na cidade, onde informava: a) de 2007 a abril de 2020 foram atendidos 3.991 imigrantes haitianos; b) a maior incidência era em 2016 com o número de 1.399; c) 2.493 do sexo masculino e 1.498 do feminino. Buscando entrevistar e analisar os atos comunicacionais realizados pelos imigrantes haitianos que são acadêmicos da Univille, foi desenvolvido o projeto de pesquisa, já aprovado pelo Comitê de Ética – com a abordagem qualitativa, do tipo bibliográfica, e quantitativa por intermédio da análise das redes sociais utilizadas pelos imigrantes e entrevistas pré-estruturadas. As informações foram repassadas pela Central de Relacionamento com o Estudante da universidade, com oito acadêmicos haitianos matriculados e pôde-se entrevistar seis, pois de uma pessoa não foi possível localizar meio de contato, e a outra não havia iniciado os estudos. As entrevistas realizadas ainda estão em processo de análise, mas notou-se que os entrevistados tinham opiniões diferentes – por serem indivíduos com criações, experiências e constituições pessoais diversas. Alguns encontraram dificuldades ao ingressar e permanecer no ensino superior, outros iniciaram com facilidade por terem parentes estabelecidos no país e, também tiveram os que ingressaram primeiramente no ensino médio ao chegar no Brasil. Todos citaram como o Estado Brasileiro possui muitas oportunidades de estudos, em dissemelhança com o Haiti. Eles utilizavam as redes sociais em francês, crioulo e português e as principais plataformas eram o Facebook, Instagram e Whatsapp. As plataformas não haviam sido utilizadas para repassar informações a outros imigrantes sobre seus direitos no Brasil e não realizavam desabafos em redes pessoais em modo público, apenas em conversas privadas. Houve falas que demonstravam resiliência e o cuidado para não ofender os brasileiros. Notou-se pouca interação de grupos haitianos organizados ou institucionalizados que apresentem notícias, informações ou discursos criados por imigrantes haitianos. Não se têm o conhecimento se a ausência ocorre de modo intencional, por desconhecimento ou se ficam relegadas aos perfis pessoais ocupados pelos imigrantes.

Corpo como Patrimônio: A Produção de um Arquivo Impalpável

  • Angela Luciane Peyerl, Doutorando(a), angela.peyerl@gmail.com
  • Nadja de Carvalho Lamas, Dr(a), nadja.carvalho@univille.br

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio, Corpo, Arquivo Impalpável

Com o intuito de refletir a respeito do diálogo existente entre um corpo arquivo e os processos de corporificação da dança, buscamos por meio deste trabalho analisar a artificação do corpo sem órgãos, conceito este que é cunhado por Artaud (1983) e as experimentações de um corpo enquanto campo de forças e, consequentemente, passível de atravessamentos. Deste modo, a partir do conceito tradicional de arquivo, esta pesquisa tem como intuito refletir sobre o que não é palpável e quais os limites existentes no que tange a musealização da dança. Todavia, é possível identificar um imbricamento entre a salvaguarda de um patrimônio possível que está inscrito nos corpos em movimento dos bailarinos e os processos de artificação no espaço museológico? Assim, é a partir de questionamentos como esse que esta pesquisa busca pensar acerca do modo como o corpo do bailarino Butô que se torna um arquivo de memórias no qual invertem signos que são atravessados por palavras. Contudo, o bailarino Butô pode ser visto como uma concha vazia que vai sendo atravessada por palavras, que abrem espaço para dialogar com a pluralidade de seu mundo interno. Entretanto, quais os limites da musealização de acervos da dança? Pensando a dança Butô quais são os atravessamentos/esvaziamentos que tornam o corpo um objeto ou uma linguagem sem palavras? Assim, partindo de uma série de questionamentos essa pesquisa busca tensionar conceitos já consolidados como o de arquivo a fim de pensar no corpo do dançarino Butô, como algo fluído e imbuído de registros, memórias e sentidos. Contudo, inicialmente a metodologia utilizada está pautada no levantamento bibliográfico e registros audiovisuais de coreografias da dança Butô. Posteriormente a esse momento é preciso estreitar as relações entre memória e identidade de modo a refletir acerca do papel e constituição de um arquivo tanto na perspectiva oriental da qual provém a dança Butô, como também na realidade ocidental. Por fim, suscitar debates e estabelecer diferenças entre processos de ratificação e patrimonialização, tendo em vista que ambos são constantemente tensionados e confundidos em meio a uma era em que tudo é patrimonializavél e tudo é arte.

Desafios docentes no contexto de ensino bilíngue

  • Luana Francine Mayer, G, luana.mayer@live.com
  • Rosana Mara Koerner, Dr(a), rosanamarakoerner@hotmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: desafios, docentes, contexto bilíngue

A pesquisa aborda os desafios que surgem nos depoimentos dos professores que trabalham no contexto de ensino bilíngue de elite considerando que não foram formalmente preparados para exercer tal atividade. Tem por objetivo geral reconhecer os desafios entre a formação inicial e as práticas pedagógicas a partir do que dizem as professoras do contexto. Os dados foram gerados por meio de um questionário respondido por seis professoras, um encontro presencial em formato de grupo de discussão e uma entrevista individual recorrente com uma das docentes. O enfoque metodológico preconizado pela pesquisa qualitativa deu-se por meio da análise crítica de discurso, buscando relacionar os caminhos trilhados nas práticas pedagógicas e as formações iniciais variadas que as docentes apresentam. As reflexões foram embasadas nos estudos dos seguintes autores: García (2009), Megale (2005, 2018, 2019 e 2020), Cavalcanti (1999), Almeida Filho (1993), Cunha (2007), Tardif (2002), Pesce (2008 e 2012), Nóvoa (2009) e Imbernón (2009 e 2011), bem como nos documentos oficiais, tais como a Resolução Estadual de Santa Catarina para a educação bilíngue e os Manuais de Orientação disponibilizados pela escola campo da pesquisa. A questão basilar que orientou a investigação foi: “quais os desafios que atravessam as práticas pedagógicas de professores que trabalham no contexto bilíngue considerando que não foram formalmente preparados para este contexto na sua formação inicial?”. As considerações realizadas com este estudo partem das formações superiores variadas das professoras e das escassas diretrizes específicas que regulamentam a educação bilíngue. Indicamos que os docentes trilham seus caminhos em conjunto, todavia por meio de um tateamento que acontece individualmente em meio às forças potenciais que norteiam suas práticas. Para mais, a autonomia que buscam dar aos alunos não é a mesma que lhes é permitida dentro desse contexto de ensino, o que enfraquece suas noções a respeito de seu próprio protagonismo em sala de aula, mas não as impede de se assumirem professoras e se constituírem como profissionais bilíngues no cotidiano. Suas práticas se baseiam em suas vivências como alunas. Logo, inferimos que os desafios que surgem nas falas poderiam ser evitados caso suas formações iniciais compreendessem uma preparação formal para o trabalho com a educação infantil e séries iniciais e para um contexto no qual uma língua estrangeira é usada intensamente. Entendemos que há indícios de que a formação docente desses professores aconteça de dentro da profissão, no dinamismo do cotidiano.

Diálogos entre literatura e hibridismo: imbricamentos de linguagens em livros infantis e juvenis

  • Isabele Giacomimi, Graduando, isabela.giacomini@hotmail.com
  • Ana Luiza Silva Sanches, Graduando, ana270700@gmail.com
  • Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.rocha@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Hibridismo, Literatura Infantil Juvenil, Linguagens

Neste trabalho pretendemos apresentar os resultados obtidos com o projeto de pesquisa “Hibridismo na Literatura Infantil Juvenil: contrapontos contemporâneos”, vinculado ao Programa Institucional de Literatura Infantil Juvenil da Univille (PROLIJ). O referido projeto, que se encontra em fase de conclusão, objetiva compreender como se dá o processo de hibridação em obras de literatura infantil juvenil, identificando e discutindo as diferentes manifestações e linguagens que eles trazem na atualidade. Para isso, tomamos como base os pressupostos teóricos de Canclini (2008), que discorre sobre o processo de hibridação na sociedade, Cagneti (2013) que explora as nuances das múltiplas linguagens do livro infantil, dentre outros autores que contribuem para a temática e para pensarmos no significado desses livros nos espaços educacionais. Nesse sentido, adotou-se a metodologia da pesquisa bibliográfica, dividida em cinco etapas centrais: a) leitura e discussão de textos teóricos sobre o tema; b) leitura, resenha e análise de obras de literatura infantil e juvenil em circulação na última década; c) participação em eventos científicos para aprofundamentos teóricos e divulgação dos resultados parciais; d) produção de um ebook com os dados da pesquisa e e) publicação da obra para ampla divulgação dos resultados. Para o cumprimento dessas etapas, o grupo de pesquisadores, composto por oito acadêmicos, uma egressa, uma mestranda e uma docente, reuniu-se em grupos de discussão ao longo de dois anos, fazendo o fechamento do livro em 2020 com um total de cinco capítulos elaborados coletivamente. No que se refere ao conteúdo deste ebook, ele se subdivide em cinco eixos temáticos norteadores: livros que falam sobre livros, ressignificação do medo, temas tabu na infância, convivência com o outro e representações familiares, sendo que cada um deles forma um capítulo em que diversas obras de literatura infantil juvenil são sugeridas e analisadas pelo viés do hibridismo. Pretende-se que o livro seja publicado em 2021 para que mais pessoas, especialmente professores e mediadores de leitura, tenham acesso a esses saberes, fortalecendo o vínculo com a universidade e fazendo com que suas práticas educativas possam ser aperfeiçoadas a partir das indicações literárias, das reflexões e das provocações propostas pela obra. Destacamos ainda que a partir das quatro etapas do projeto já executadas os integrantes tiveram valiosas experiências de desenvolvimento pessoal e profissional, formando-se pesquisadores que pensam nas demandas da comunidade, que, por meio desse ebook, poderá impactar significativamente muitos estudantes da educação básica e demais leitores em formação.

Apoio / Parcerias: FAP/FAEX

Doses de poesia - uma proposta de ação em meio à pandemia

  • Ângela Emília Finardi, MSc, angela.teatro@gmail.com
  • Felipe Ricardo Voigt, Graduando, voigt.felipericardo@gmail.com
  • Silvestre Ferreira, E, teatro.univille@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: teatro, poesia, palavra

Com o advento da pandemia do coronavirus, a temporada de dois espetáculos do Programa Institucional de Artes Cênicas foi interrompida: Mulheres, dirigido pela professora Ângela Finardi e O Sonho de uma Noite de Verão, dirigido pelo professor Silvestre Ferreira. Cientes de que o teatro é uma arte que para se realizar por inteiro necessita do encontro humano, os coordenadores buscaram uma forma de darem continuidade às aulas de teatro e ações do programa para a comunidade. Alguns aspectos do aprendizado em teatro passam pelo domínio da palavra e neste sentido foi possível virtualizar as aulas e realizar outra prática, com textos e poesias. Com o objetivo de minimizar os impactos psicológicos causados pela pandemia na população, foi criado o projeto Doses de Poesia, que consistiu na pesquisa de textos poéticos, memorização e narração pelas atrizes e atores integrantes, tendo a direção feita pelos professores virtualmente. Os vídeos foram gravados pelos próprios participantes em suas casas e a edição e publicação realizada pelos bolsistas Dil Schulz, Felipe Ricardo Voigt e Yohanna Tomaschitz. Em parceria com o Movimento Quem se Importa, os vídeos também foram transmitidos para ancionatos de Joinville. Esse projeto permitiu o exercício de um dos aspectos mais relevantes do teatro que é o trabalho com o texto, a vocalidade poética, tendo possibilitado a experiência com a gravação de vídeos. Mesmo que fenômeno teatral na sua tríade: um lugar e alguém que represente para alguém no mesmo lugar não tenha ocorrido, o aprendizado de técnica atoral se deu. Buscou-se outra forma de comunicação com o público. Foram elaborados e postados 43 vídeos, que tiveram em conjunto um alcance de 20.232 visualizações com engajamento de 2.474 curtidas de forma orgânica. Alguns dos comentários fizeram referência à importância da poesia durante a pandemia. Ainda que encontros presenciais não sejam possíveis, a construção de conhecimentos na área teatral não foi inviabilizada. Será necessário se debruçar sobre os efeitos da pandemia no que tange às transformações dos aspectos de criação, suportes de apresentação e recepção das obras artísticas. Temporariamente os fazedores e apreciadores do teatro não estarão plenos em toda a potência que essa arte proporciona, mas do ponto de vista do compromisso que este programa tem para com seu público, consideramos que esta experiência com textos poéticos levados às pessoas virtualmente, certamente serviu para manter os vínculos já construídos com o público, inclusive ampliando seu alcance, ressignificando essas relações comunitárias.

Apoio / Parcerias: MQSI - Movimento Quem se Importa Joinville

Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto no Brasil

  • VYCTÓRIA MONAHRA ALVES, Graduando, vyctoriamonahra88@gmail.com
  • Luiz Melo Romão, Dr(a), luiz.melo@univille.br

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Empreendedorismo Social, Negócios de Impacto , Inovação Social

Introdução: O Empreendedorismo Social e negócios de impacto se tratam do envolvimento de pessoas e situações que de uma certa maneira levam a transformações de ideias em oportunidades, criando diversos sucessos, focando em solução de problemas, como princípio a redução às desigualdades. No Brasil o movimento de negócios sociais cresceu muito nos últimos anos, e tem movimentado cerca de US$ 6º milhões em nível global, segundo a Ande Brasil. Com o advento da pandemia devido ao novo coronavírus, ficou ainda mais explícito as divergências sociais, onde as pessoas mais vulneráveis que habitam boa parte das periferias não possuem as mesmas chances que alguém que com um poder aquisitivo mais elevado. É evidente o quanto essas necessidades estão em falta. Com isso o objetivo desta pesquisa foi mostrar um panorama do empreendedorismo social e dos negócios de impacto no Brasil, buscando mostrar os principais problemas sociais que o país enfrenta e como estas empresas podem contribuir para minimizá-los. Metodologia: Para esta pesquisa, foram utilizados diferentes artigos científicos, citações com publicações entre os anos de 2010 e 2020 e pensadores diversos que elaboraram trabalhos pertinentes a este assunto. Para a apresentação dos dados foram abordados dez exemplos de empresas e o tipo de impacto que causam, o que de fato são muito importantes para o crescimento econômico do país. Os resultados alcançados até o momento com esse trabalho foram: Identificar estudos comprovados sobre o empreendedorismo social e negócios de impacto no Brasil; abrir um espaço para ampliar e acrescentar conhecimentos já estabelecidos, mas que podem receber novas contribuições de pesquisas, e também apontar e avaliar o conhecimento com base em pesquisas prévias, destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes. Conclusão: No presente trabalho foi possível perceber que o empreendedorismo e os negócios de impacto são bem importantes para o desenvolvimento do país. Muitas empresas estão contribuindo para a sociedade, inclusive quebrando esse paradigma de desigualdade social que existe.

Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto no Reino Unido

  • LETICIA DE JESUS POSSENTI, Graduando, leticia_possenti@hotmail.com
  • Luiz Melo Romão, Dr(a), luiz.melo@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Empreendedorismo Social, Negócios de Impacto , Inovação Social

Introdução: A economia do Reino Unido iniciou com a Revolução Industrial com suas atividades focadas no ramo têxtil e aço. Atualmente, o Reino Unido é a terceira maior economia da União Europeia e por mais que seja um país muito bem estruturado, a sociedade ainda possuí problemas sociais e desigualdades. No presente trabalho, foi apresentado sobre o que é o empreendedorismo social e os negócios de impacto no Reino Unido, sendo que o intuito desses projetos e negócios são visados em atender a população menos favorecida através de bens ou serviços que melhore a qualidade de vida da sociedade apresentando impactos na educação, saúde e até mesmo mobilidade urbana (Petrini, 2016). Objetivo: O objetivo do trabalho é identificar os principais problemas sociais que existem no país e como os negócios de impacto contribuem para diminuir essas desigualdades e como ajudam a sociedade na melhoria da qualidade de vida. Metodologia: Para a formulação do artigo foram realizadas pesquisas em artigos científicos sobre o assunto empreendedorismo social e os conceitos dos principais autores. Foi realizado, uma busca com dados oficiais do Estado para identificar como funciona estas empresas e como o governo ajuda com investimentos. Por fim, foram identificados dez negócios sociais do Reino Unido com objetivo de entender o funcionamento de cada uma e quais os impactos gerados sob a sociedade. Resultados: Com os resultados obtidos com esta pesquisa até o momento foi identificado estudos que comprovam como atuam o empreendedorismo social e os negócios de impacto no Reino Unido, com a abertura de um espaço para ampliar e acrescentar conhecimentos que já foram estabelecidos, mas que até então, podem receber novas contribuições de pesquisas. Além disso, foram apontados e avaliados conhecimentos produzidos em pesquisas prévias, com destaques em conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes. Conclusão: É notório a importância dos negócios de impacto social no Reino Unido e como podem ajudar nos problemas sociais enfrentados pela sociedade. Essas empresas promovem auxílio na educação para quem não tem acesso, ajudam na busca de moradias seguras e acessíveis, geram empregos, auxiliam as mulheres, possuem auxílios jurídicos para resolução de litígios e com toda essas ações, conseguem fazer com que o Reino Unido seja mais igual, diminuindo aos poucos as desigualdades inseridas da própria sociedade.

Estudantes com deficiência na educação superior: um estudo sobre a certificação de terminalidade específica

  • Daniele Claudia Miranda, , daclam42@gmail.com
  • Sonia Maria Ribeiro, Ensino Médio, soniaproesa@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Educação Superior, Estudante com Deficiência, Terminalidade Específica

Políticas de inclusão na perspectiva do ingresso e permanência de pessoas com deficiência na educação superior é recente, sendo, portanto, um processo desafiador e provocativo. A educação inclusiva transversal a todos os níveis de ensino prevê investimentos e ações que visam oferecer uma educação com qualidade, levando em consideração as especificidades e necessidades dos educandos. Para contemplar tais características a educação básica adotou a certificação de Terminalidade Específica (TE) como uma modalidade de conclusão de ensino. E na educação superior, quais encaminhamentos poderão ser adotados dentro das políticas nacionais para orientar e validar a certificação de TE? Diante desse fato, a questão que norteia esse estudo, trata-se de como as políticas nacionais mencionam a aplicação da TE nas Instituições de Educação Superior (IES). A pesquisa visa compreender o processo de inclusão de estudantes com deficiência com destaque para a possibilidade de encaminhamentos na utilização da certificação de TE, bem como os desafios que permeiam a tomada de decisão dos profissionais de educação diretamente envolvidos com estudantes deficientes em duas IES sendo, uma de Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC/BRASIL e uma na província de Córdoba, Universidade Nacional de Córdoba – UNC/Argentina. No atendimento das políticas de educação inclusiva a pesquisa pontuará considerações que envolvem o contexto histórico, econômico e sócio-cultural do Brasil e Argentina relacionando tais aspectos a aplicação da certificação de TE. O estudo que se apresenta é um recorte da dissertação de mestrado, em construção, intitulada ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UM ESTUDO SOBRE A CERTIFICAÇÃO DE TERMINALIDADE ESPECÍFICA que se caracteriza como descritiva, qualitativa, sendo que para acessar os dados necessários o pesquisador fará contato com as IES, junto às Secretarias de Acessibilidade ligadas a Pró-reitoria de Ensino, além de coordenadores de áreas ligados aos assuntos sobre acompanhamento e direcionamento institucional acadêmico, e professores envolvidos nas práticas de inclusão dos cursos que tem matrículas de alunos com deficiência nas IES. Visando obter informações para a estruturação e condução da pesquisa a ferramenta utilizada será o Google Formulário com questões abertas e fechadas que envolvem “dados gerais do participante, dados específicos sobre a atuação, dados sobre a certificação de terminalidade específica”. Espera-se que os dados advindos da pesquisa gerada, corroborem nas discussões concernentes a educação de pessoas com deficiência, oportunizando discussões sobre a certificação de TE numa perspectiva inclusiva, bem como uma forma de ressignificar práticas pedagógicas voltadas a estudantes com deficiência nas IES.

Apoio / Parcerias: CAPES

EXPERIÊNCIA ESTÉTICA IMBRICADA NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

  • Jaqueline Almeida Camargo, , jaqueline.camargo@outlook.com
  • Allan Henrique Gomes, Dr(a), allanpsi@yahoo.com.br
  • SILVIA SELL DUARTE PILLOTTO, Dr(a), pillotto0@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Práticas Educativas, Experiências Estéticas, Narrativas

O presente estudo é um fragmento da pesquisa Experiência estética imbricada nas práticas educativas, em andamento no Programa de Pós Graduação (Mestrado em Educação), do Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE), todos incluídos na Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). A partir da problemática: como as experiências estéticas podem potencializar as práticas educativas, objetiva-se analisar os percursos formativos dos pesquisadores como estudantes-aprendizes no que se refere as experiências estéticas e seus imbricamentos nas práticas educativas. Ao revisitar memórias por meio do imaginário, é possível potencializar fragmentos, que podem mobilizar nossas reflexões sobre as experiências estéticas, imprescindíveis na constituição docente. Será criado um protocolo com o propósito de verificar pistas e efeitos sobre as experiências estéticas nesse tempo-lugar e seus imbricamentos nas práticas educativas. A pesquisa tem caráter qualitativo com viés (auto)biográfico/ narrativo, uma vez que os pesquisadores contribuirão com suas experiências, percepções e situações de vida. Dessa forma a abordagem narrativa possibilitará o conhecimento de si e do outro e da compreensão sobre as nossas práticas educativas. Nóvoa e Finger (2014), Abrahão (2016), Souza (2018) e Josso (2007) serão a base para a abordagem (auto)biográfica, uma vez que percebem as narrativas como possibilidade para ir mais longe nas investigações e na compreensão dos processos de formação. Os autores que fundamentam as experiências estéticas são Maffesoli (1998), Larrosa (2015) e Duarte Júnior (2000), que destacam a importância ao socializarmos nossas histórias no sentir-se pertencente do coletivo. Além disso, apontam as vivências e sensibilidades como aporte para os processos de criação. Meira; Pillotto (2003, 2010) serão o aporte teórico no que se refere as práticas educativas ao destacarem a educação pelo sensível, incluindo o afeto, a ética e a estética. A pesquisa em andamento tem conclusões preliminares, percebido que os conhecimentos nos níveis da racionalidade e do sensível podem mobilizar reflexões acerca da importância das experiências estéticas nos espaços da educação formal e não formal, bem como nas práticas educativas, especialmente porque fazem parte do contexto diário das sociedades.

Experiências estéticas na dança educação: imbricamentos nos percursos formativos e na constituição docente

  • Andresa Gonçalves da Silva, Mestrando(a), andresagoncalvesedf@gmail.com
  • Rita Buzzi Rausch, Dr(a), ritabuzzirausch@gmail.com
  • SILVIA SELL DUARTE PILLOTTO, Dr(a), pillotto0@gmail.com

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Dança/Educação, Experiências estéticas, Percursos formativos

A pesquisa em andamento faz parte do Programa de Pós-Graduação (Mestrado em Educação), na linha de pesquisa Políticas e Práticas Educativas da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), entrelaçando-se com o Núcleo de Pesquisa Arte na Educação (NUPAE) e vinculada ao projeto “Educação, experiências e sensibilidades nas práticas educativas” (EDUSENPE), ambos da UNIVILLE. A pesquisa traz como problemática o questionamento de uma visão estereotipada da dança/educação, cujos preceitos se firmam em práticas que visam a reprodução de movimentos pelos estudantes e as competições e premiações pelos professores e gestores na Educação Básica. A investigação busca compreender em que se amparam essas ideias, que por vezes persistem nos dias atuais, desconsiderando os processos da dança/educação, das experiências estéticas, da imaginação e da sensibilidade. Portanto, o objetivo dessa pesquisa é verificar como as experiências estéticas na dança/educação estão imbricadas nos percursos formativos dos estudantes por meio das memórias das pesquisadoras. A abordagem metodológica é (auto)biográfica/narrativa, uma vez que fragmentos de memórias de nossos percursos formativos, estarão subsidiando os aspectos teórico/metodológicos da pesquisa, que também estará ancorada nos seguintes autores: Marques (2012); Nanni (2003); Strazzacappa (2001) e Laban (1978) no que tange a dança/educação. Duarte Jr. (2010); Meira; Pillotto (2010; 2014); ao tratarem das sensibilidades, Larrosa (2014) no que tange as experiências; Souza (2014); Abrahão (2004); Delory-Momberger (2012), que dialogam sobre as narrativas (auto)biografias e Nóvoa (2009); Marcelo(2015); que conversam sobre as questões da formação docente. A abordagem (auto)biográfica tem possibilitado o revisitamento das nossas memórias e a valorização dos processos autoreflexivo sobre as experiências estéticas na dança/educação em nossos percursos formativos, tanto como estudantes como docentes e sempre como aprendizes. Como resultados esperados, a intenção é de que a pesquisa possa contribuir para a reflexão de profissionais que atuam na dança, seja por meio de identificações ou contraposições. Além disso, é imprescindível repensarmos nossas práticas educativas e à docência como lugar de experiências, construção e (re)construção de saberes e sentires. Palavras-Chave: Dança/Educação. Experiências Estéticas. Percursos Formativos. Constituição Docente. Narrativas.

LEITURA DE POEMAS PARA IDOSOS

  • Cláudia Roberta de Lima Marin, Graduando, claudiadelimamarin@gmail.com
  • Larissa Carolina Alves, Graduando, larissa.carolina98@hotmail.com
  • Ohana Neves de Sousa Soares, Graduando, ohananeves@gmail.com
  • Sarah Lethycia de Oliveira, Ensino Médio, sarahlethycia17@gmail.com
  • Nielson Ribeiro Modro, Doutorando(a), nielson@modro.com.br

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: leitura para idosos, plataforma digital, extensão universitária

Nos últimos anos a Extensão, um dos pilares da Universidade, tem conseguido se colocar na sociedade de maneira eficiente e participativa. E é através do aprendizado adquirido na academia, através dos acadêmicos e professores, que os projetos e programas institucionais têm sido executados de forma responsável. Originalmente os projetos são realizados de forma presencial junto à comunidade com a qual o projeto se identifica e onde se percebeu uma necessidade. O nosso projeto: Leitura de Poemas para idosos, nasceu no segundo semestre de 2020, dentro da disciplina de Vivências de Extensão III. Ele foi pensado e idealizado pelo fato de que várias pesquisas comprovam que a leitura para idosos auxilia no treino do raciocínio indutivo, que é importante na manutenção da saúde mental, bem como ativa a memória, estimula a criatividade, reduz o estresse, eleva a autoestima, amplia a compreensão do mundo e enriquece o vocabulário e também por ser um tema com o qual a equipe se identifica. A fórmula original consiste em ler para os idosos poemas, cantigas e contos, fazendo uso do lúdico como música, teatro, fantoches e a própria leitura em si. Porém, neste segundo semestre de 2020 tivemos um novo desafio devido ao Covid-19: realizar o projeto sem a presença física dos extensionistas. Sendo assim, pensando em como dar continuidade ao projeto de Extensão, criamos uma conta em uma plataforma de rede social que, semanalmente, é alimentada com leituras curtas e dicas de trabalho com idosos, desejando atingir, não apenas o público-alvo mas também quem tenha algum interesse pelo projeto. Esta opção viabilizou a continuidade do projeto e nos permitiu experimentar o processo de pesquisa de uma forma mais contundente, bem como a elaboração e criação dos materiais digitais. Através desta plataforma, continuamos firmes no foco do projeto, que tem por objetivo levar conforto, reflexão e quem sabe gerar neste público específico, o prazer de ler e que eles obtenham os retornos que a leitura proporciona. Portanto, no momento, o projeto Leitura de Poemas para Idosos está sendo executado via plataforma digital, numa busca por contribuir socialmente, e academicamente, principalmente neste momento em que se faz cada vez mais necessário cultura, aconchego e esperança.

Letramento Literário: o papel da literatura infantil juvenil nas práticas pedagógicas

  • Sandro Everton Nascimento, , sandro-1905@hotmail.com
  • Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.rocha@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Literatura Infantil Juvenil, Letramento Literário, Professor

A presente pesquisa intitulada “Letramento Literário: o papel da literatura infantil juvenil nas práticas pedagógicas”, inserida na linha de pesquisa “Trabalho e Formação Docente”, no Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Educação da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, pretende investigar, por meio das vozes dos Professores de Língua Portuguesa, como se dão as práticas pedagógicas realizadas no trabalho em sala de aula que objetivam o letramento literário. Sabendo que o letramento envolve múltiplas capacidades e habilidades que refletem valores e práticas sociais no cotidiano, esta pesquisa pretende compreender o caminho que o professor realiza neste processo. A pesquisa terá abordagem qualitativa e a coleta de dados será feita através de entrevistas semiestruturadas realizadas remotamente com 12 Professores de dez diferentes escolas da Rede Pública Estadual. Os dados obtidos serão analisados sob a luz da análise de conteúdo segundo Bardin (2012) e buscam compreender as práticas de leitura desenvolvidas através da Literatura Infantil Juvenil pelos Professores de Língua Portuguesa do 9º ano e sua relação com o letramento literário. Utilizando estratégias de letramento fundamentadas por autores como Coelho (2009), Cosson (2014), Soares (2012) e considerando como são construídas e realizadas as atividades de leitura em sala de aula, propõe-se uma reflexão sobre seus resultados. Assim, os resultados da pesquisa servirão como base para o entendimento sobre a importância do trabalho com o letramento literário em sala de aula. Pode-se ainda propor uma reflexão, em especial ao Professor, sobre como o trabalho com a literatura Infantil Juvenil pode revelar sua potencialidade através do letramento literário e como tais estratégias podem beneficiar o trabalho docente na formação de leitores competentes.

Literariamente falando: estudos literários e temas contemporâneos

  • Ana Júlia Costa, Ensino Médio, anaajuliac02@gmail.com
  • Dhuan Luiz Xavier, MSc, dhuan.luiz@gmail.com

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Literatura, Temas contemporâneos, Educação

Uma educação que se limita ao ensino do currículo prescritivo reproduz a mercantilização da educação e do próprio homem e, consequentemente, as relações de violência – em um sentido amplo - contra o espírito criador dos seus estudantes. É preciso prezar por uma educação que, ao estimular a criação, mobilize alunos a se projetarem sobre mundo, imporem a ele sua identidade e, nesse movimento, criarem um mundo cada vez mais humanizado, compreensível às diferenças e sensível às diferentes manifestações de identidade. É nessa perspectiva que surge a necessidade em se criar espaços em que seja possível transcender o lugar-comum da literatura nas escolas. Para tanto, o projeto Literariamente Falando (LIF) pretendeu ocupar os espaços do Colégio Univille em que há um hiato entre o incentivo à produção literária e a falta de possibilidades para a promoção e o compartilhamento dessa produção, visando o desenvolvimento da autonomia e integração dos estudantes interessados em participar ou acompanhar as atividades do grupo. O objetivo geral do projeto foi promover a popularização da literatura no Colégio da Univille por meio de debates sobre temas contemporâneos a partir de textos literários e na criação de espaços para o compartilhamento de produções autorais. De início, a metodologia do projeto se daria por meio de discussões e debates com os alunos integrantes do clube de literatura do Colégio Univille, além da criação e manutenção de uma página no Instagram, promoção de conversas com profissionais convidados, apresentações de saraus e intervenções dentro do colégio. Infelizmente, por conta da situação da Pandemia do Covid-19, alguns dos objetivos não foram possíveis de serem atingidos, mas, mesmo assim, trouxemos a literatura e o debate de questões importantes de outras formas, como por meio de reuniões virtuais com os alunos participantes do LIF, nas quais discutimos ora um tema específico depois da leitura em conjunto de algum texto literário ora temas insurgentes da própria leitura feita. Entre os temas discutidos, destacam-se como recorrentes o papel social de gênero; questões raciais; banalização das violências; direitos fundamentais; grupos minoritários; entre outros. Apesar da distância e do ano conturbado que estamos vivendo, o LIF pôde ser, de fato, um espaço de debate, de respeito, de arte e de expressão para os alunos que participaram dos encontros e para todos aqueles que acompanharam e acompanham a nossa página no instagram.

LOUÇAS DE BARRO, PATRIMÔNIO CULTURAL FEITO À MÃO

  • Rosane Patricia Fernandes, , rosepati@gmail.com
  • Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com
  • DIONE DA ROCHA BANDEIRA, Dr(a), dione.rbandeira@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Cultura Material, Coleções etnográficas, Guilherme Tiburtius.

Este trabalho faz parte de uma pesquisa de doutorado interdisciplinar vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade, na linha de Patrimônio, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A pesquisa tem apoio financeiro da CAPES e almeja contribuir com os estudos sobre o patrimônio histórico e cultural do estado do Paraná, por meio de análises da Coleção de Cerâmicas “caseiras” Etnográficas do colecionador Guilherme Tiburtius, com ênfase no desenvolvimento de estudos interdisciplinares a partir dos acervos dos museus que compõem o patrimônio cultural brasileiro. Neste contexto, a problemática está em elucidar a origem, produção, uso e circulação daquelas louças de barro antes e depois de serem acervo museológico explorando a vida social dos objetos. Objetivando-se problematizar a trajetória da Coleção, em seu processo histórico e cultural, bem como, em seus aspectos sociais e políticos, associados à circulação, função, usos e hábitos alimentares de comunidades tradicionais. Tendo a pesquisa uma abordagem interdisciplinar qualitativa, fundamentada nos pressupostos teóricos e metodológicos da cultura material, que combina fontes escritas, materiais, iconográficas e orais na análise da Coleção e seu contexto, a análise documental do acervo pessoal do colecionador que se encontra no acervo do MASJ – Joinville, juntamente com a realização do levantamento bibliográfico pelo estado da arte com vista a compreender como, e o que tem se produzido academicamente a respeito do objeto em questão, bem como, levantar fontes e dados de pesquisas, possibilidades teóricas e metodológicas e até mesmo refletir sobre a aderência e o ineditismo da pesquisa em relação ao campo. Considerando as medidas de afastamento social, há dados sendo coletados junto a outros museus, instituições de memória e arquivos históricos dos municípios paranaenses onde foram coletadas as cerâmicas, por meio de correio eletrônico (e-mails). Como resultado desta fase de coleta de dados, pode-se apontar que nos últimos dez anos houve poucas publicações científicas que abordaram o tema-objeto em questão, de acordo com revisão da literatura a partir da metodologia do estado da arte realizado entre os meses de junho e setembro no banco de dados da Capes, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), no Google Acadêmico e no site de pesquisa online do Governo do Paraná (Pergamum). Foram localizadas 850 publicações, porém, apenas 11 delas tem aderência direta ao tema da pesquisa.

Apoio / Parcerias: CAPES - Bolsa de Doutorado FAP Univille

Memória social do fazer artístico na Escola de Artes Fritz Alt

  • Juliana Rossi Gonçalves, MSc, juliana.rossi@univille.br
  • TAIZA M. R. MORAES, Dr(a), moraes.taiza@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Artista-professor. Escola de artes. , Memória social. , Patrimônio cultural.

O presente projeto de pesquisa pretende articular e analisar a memória social da Escola de Artes Fritz Alt (EAFA) de Joinville/SC, tendo como referências as narrativas de artistas professores que atuaram na escola em diferentes épocas. A EAFA, integrante da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, oferece cursos de artes a diversas faixas etárias e classes sociais. Subsidiada pela Prefeitura Municipal de Joinville, em 2018 completou 50 anos de existência. Na sua trajetória incorporou artistas reconhecidos no cenário municipal e nacional que atuaram como professores de arte, tais como: Fritz Alt, Mário Avancini, Victor Kursancew, Hamilton Machado e Luiz Si. Artistas reconhecidos por suas produções artísticas, bem como por lutas políticas em prol da construção e/ou efetivação de vários patrimônios históricos e culturais que perduram até hoje na cidade – fatores que impulsionaram o reconhecimento da escola como um patrimônio artístico. Partimos da hipótese de que um dos propósitos da administração municipal para a criação da escola na época foi impulsionar a mão de obra industrial da cidade, pois o primeiro nome dado à escola foi “Escola de Artes Aplicadas”, seguindo um plano desenvolvimentista de governo municipal e nacional. Ao longo de sua trajetória, a escola já sofreu diversos movimentos opostos à sua consolidação, como: ameaça de fechamento do curso da Escolinha de Artes na década de 1990 (MOKROSS, 1992), interdição da escola em 2011 e a pandemia do coronavírus em 2020. Na Escolinha de Artes Infantis e no curso de Desenho e Pintura é perceptível diferentes formas do fazer artístico ao longo dos anos, por meio de sua docência por artistas professores. Os processos profissionais de ensinar e produzir arte são associados ao contexto social, político e histórico local. Para o desenvolvimento da pesquisa serão realizadas entrevistas semiestruturadas a partir das abordagens qualitativas de Kaufmann (2013) ; Flick (2004), com artistas-professores aposentados e artistas-professores atuantes na escola para compreender em que medida ser artista-professor contribui(u) para a valorização e apropriação da arte em uma cidade industrial. A pesquisa será documental (jornais, revistas e documentos oficiais) e bibliográfica tendo como autores fundamentais LeGoff (1990), Assmann (2011; 2016), Heinich (2014) Benjamin (1987) na abordagem dos conceitos de memória, arte e fazer artístico. As concepções sobre artista-professor serão abordadas a partir deLampert (2017, 2018, 2019), Santaella (2007) e Iavelberg (2015).O estudo visa suscitar reflexões referentes aos imbricamentos entre arte, memória, patrimônio cultural e educação.

Apoio / Parcerias: bolsista CAPES

NEADH E A CARTILHA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

  • Nicoly Baumgart Muller, Graduando, nicolymuller05@gmail.com
  • Sarah Francine Schreiner, MSc, sarahschreiner@univille.br
  • Jorge Rafael Matos, MSc, jorgematos@univille.br
  • Max Tascheck, Graduando, af.tascheck@gmail.com
  • Alicia Alves, Graduando, alicia.loens@gmail.com
  • Jéssica Foschiera, Ensino Médio, foschiera.jessica@gmail.com
  • Wilson de Oliveira Neto, Dr(a), wilson.o@univille.br

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Inclusão, Direitos Humanos, Pessoa com deficiência

O Núcleo de Estudos e Atividades em Direitos Humanos - NEADH, desenvolvido na UNIVILLE campus São Bento do Sul, cujo propósito é atuar de forma engajada à comunidade, tem como pauta norteadora os Direitos Humanos. Uma vez compreendendo a legislação como fundamento da garantia de qualquer direito, e então por meio de conversas e aproximações com a comunidade, busca-se torná-la mais acessível e, principalmente, compreensível ao seu principal destinatário: o cidadão comum. Dito isto, após inúmeros debates concernentes à acessibilidade aos direitos da pessoa com deficiência, decidiu-se promover a facilitação da compreensão do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). Optou-se por transformar a referida lei em uma cartilha, dotada de linguagem simples e objetiva, isenta de “juridiquês” ou de qualquer outro tipo de rebuscamento. Sendo assim, a cartilha é vista como um instrumento prático que possibilita a disseminação, nos mais diversos lugares, dos direitos contidos no estatuto. Um dos principais propósitos do grupo é produzir cada página com linguagem simples e acessível, incluindo ilustrações que facilitem a compreensão do conteúdo e, ao mesmo tempo, reafirmam o descrito na lei. Desta forma, as informações poderão alcançar o maior número de pessoas possíveis. Para executar tais ideias, a “força-tarefa” montada contou com encontros semanais, os participantes se voluntariaram a realizar atividades condizentes às suas aptidões, gerando o aprimoramento de suas habilidades e a aquisição de novos tipos de conhecimentos, tudo com foco na Lei 13.146/2015. Por fim, os materiais elaborados foram apresentados em encontros seguintes para aprovação. Os integrantes envolvem-se de forma ativa, buscando informações e criando materiais que enriquecem a construção de cada etapa. O debate gerado nos encontros, além de engendrar o surgimento de grandes ideias, proporciona aos estudantes, o contato com pesquisas na área dos direitos humanos, incentivando todos a se tornarem acadêmicos e profissionais defensores de um mundo mais justo e com menos barreiras. Recentemente, a Cartilha retornou de uma minuciosa revisão crítica e os integrantes do NEADH já estão modificando o conteúdo de acordo com os apontamentos estabelecidos sobre o design, referências e surgimento de possíveis novos assuntos. Após esta etapa, a Cartilha para a Pessoa com Deficiência será encaminhada para a aprovação, com vistas à publicação, pela editora Univille

Apoio / Parcerias: APAE - São Bento do Sul/SC

O contexto sociocultural da pós-modernidade e a crítica social nas narrativas ficcionais de David Gonçalves

  • Cladir Gava , , cladirgava@univille.br
  • TAIZA M. R. MORAES, Dr(a), moraes.taiza@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Literatura, Contexto sociocultural, Crítica social.

Este projeto tem como objetivo analisar as correlações entre o contexto sociocultural e as narrativas ficcionais de David Gonçalves na construção da crítica social. Problematiza os processos de ressignificações da memória nas narrativas Pó e Sombra, Quarenta Anos de Velório e Alguma Coisa Aconteceu Lá e como são ficcionadas as situações de segregação racial, autoritarismo, violência e marginalização social articuladas nos contos Adorável Margarida e no romance O sol dos Trópicos. A pesquisa se caracteriza como bibliográfica, com abordagem qualitativa, considerando as evidências presentes na composição dos personagens, enredo, marcas de tempo, ocupação dos espaços rurais e urbanos e passagens das narrativas. A análise é desenvolvida a partir dos pressupostos da crítica do discurso de Fairclough (2001) que situa a linguagem como uma prática social que ultrapassa a apreciação dos elementos textuais linguísticos e extralinguísticos. Esta abordagem considera o conjunto de circunstâncias em que são produzidas as narrativas como representações de conjunturas simbólicas do contexto sociocultural. Os resultados parciais indicam que o campo ativo da subjetividade que se abre na literatura converte-se em um espaço de discussão sobre as memórias afetadas. A articulação da linguagem nos escritos literários propõe um novo olhar sobre a realidade, por meio da palavra arte, utilizada em proveito da sensibilização do interlocutor, favorecendo outra forma de perceber o contexto sociocultural. As produções de David Gonçalves se originam nas experiências observadas na sociedade do seu tempo, por meio da estruturação simbólica de situações representativas de circunstâncias sociais que denotam ausência de valores, mobilizadas em enredos que propõem reflexões sobre o ser humano. No espaço da subjetividade, que é próprio da literatura, as memórias inseridas nas narrativas instigam afetos, em sintonia com situações observadas em uma realidade local, que remetem ao contexto amplo da humanidade. Os grupos que figuram nesses escritos literários são representados por migrantes, trabalhadores braçais submetidos a situações de exploração, revelando a resiliência desses diante das adversidades e a fixidez das estruturas sociais opressoras.

Apoio / Parcerias: BOLSISTA CAPES PARCIAL

O Código Florestal de 1934: marco da legislação brasileira na proteção do patrimônio natural

  • Chelsi Marise Ziemann, Ensino Médio, chelsimziemann@gmail.com
  • 3 Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gamil.com
  • 2 Mariluci Neis Carelli, Dr(a), mariluci.carelli@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio Natural;, Código Florestal;, Legislação Florestal.

O Código Florestal de 1934 (Decreto 23.793/34) foi implantado com intuito de trazer proteção a vegetação brasileira, estabelecendo regras àqueles que exploravam as terras. O objetivo da pesquisa consistiu em estudar o Código Florestal de 1934 e o contexto em que a sociedade estava enquadrado para elaboração do primeiro Código de proteção as florestas brasileiras naquele período, assim, obtendo um panorama da criação dessa legislação como forma de entender o desenvolvimento das políticas de criação e gestão do patrimônio natural do Brail. Isto pois o início da proteção do patrimônio natural foi fundamental para a conservação da fauna e flora nacional, tendo em vista que consiste na sustentabilidade de toda dimensão do planeta. Diante disso, os resultados contribuem para entendimento de forma ampla do contexto e ideias ambientais no período de implementação do primeiro código de preservação do patrimônio florestal e a política de proteção do patrimônio natural à época. A natureza da pesquisa é aplicada com uma abordagem qualitativa, sendo que para os resultados se apoia em pesquisa bibliográfica e documental, assim consistiu em estudo em artigos e em livros que levaram a discussão do Código Florestal de 1934 e a implantação desta nova lei. Também houve estudo em documentos históricos como as Atas do Senado da República e a Constituição de 1934 do Brasil que ofereceram pistas sobe a elaboração desse Código para o país. Em relação aos resultados, verifica-se a relevância da criação de Leis que regulamentem temas ligado a florestas brasileiras, visando entender o contexto político e social de sua criação. Assim, conclui-se que a partir da primeira Lei de proteção ao patrimônio natural já havia a preocupação em estabelecer meios que levassem a reduzir a exploração das matas nativas e a restituição de um percentual de suas árvores. Havia também uma preocupação com a proteção das floretas no âmbito de incluir a população nesse processo e a divulgação da noção de cuidado e proteção da terra. As regras instituídas visaram saber onde e de que forma a vegetação do território brasileiro pode ser explorado, com o intuito de preservar a partir do cuidado que o país normatiza no Código Florestal de 1934.

Apoio / Parcerias: Aprovado!

O EDUCADOR SOCIAL: A CRIANÇA E O ADOLESCENTE EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL – UMA LEITURA SENSÍVEL

  • Elaine Laumann, Mestrando(a), elaine.laumann@gmail.com
  • Berenice Rocha Zabbot Garcia , Dr(a), berenice.rocha@univille.br
  • Silvia Sell Duarte Pillotto, Dr(a), pillotto0@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Educador Social, Crianças e Adolescentes, Acolhimento Social

A pesquisa O Educador Social: a criança e o adolescente em acolhimento institucional – uma leitura sensível, faz parte do Programa de Pós Graduação – Mestrado em Educação da Universidade da Região de Joinville – Univille, e está vinculada à pesquisa – Educação, Experiência e sensibilidade nas práticas educativas - EDUSENPE, e ao Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação - NUPAE. Tem como objetivo refletir sobre a função e o reconhecimento do educador social no contexto de acolhimento institucional, em especial para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. Essa pesquisa tem a seguinte problematização: quais as instruções normativas sobre o educador social no contexto de abrigo e a literatura sobre a temática, no que se refere à promoção do desenvolvimento integral das crianças e adolescentes institucionalizados? Fundamentada no método histórico cultural, trata-se de uma pesquisa qualitativa, com base em análise documental e referência bibliográfica. Para atender o objetivo, alguns autores estão sendo fundamentais, amparando teoricamente o trabalho proposto. O método utilizado nessa pesquisa é fundamentado por Freire (2011, 2005) e a metodologia em Flick (2013) e Minayo (2002); no que se refere ao educador social e educação não formal, Gohn (2010, 2007) e Trilla (2003, 2008), fundamentam esse trabalho; com relação ao desenvolvimento integral, Gohn (2010), Oliveira (1997) e Vygotsky são autores fundantes; os aspectos sensíveis são fundamentados por Meira; Pillotto (2010) e Duarte Jr. (2000); o acolhimento institucional é fundamentado por Rizzini (2011), Rizzini; Rizzini (2004) e Silva (1998). A escolha pelo método e pelos autores citados, está relacionado com a análise e compreensão dos documentos e contextos de acolhimento institucional; com a formação de sujeitos críticos reflexivos em espaços de educação não formal, e a sensibilidade que permeia essas relações. Por meio do estado do conhecimento, é perceptível a escassez de material científico no que se refere às documentações que norteiam a atuação e as atividades do educador social no contexto de abrigo. Essa escassez de publicações científicas sobre o tema indica a relevância e justifica a escolha do tema. A pesquisa em andamento aponta para a influência de aspectos históricos e sociais no acolhimento das crianças e adolescentes, e denota que o educador social, apesar de sua importância para o acolhimento e desenvolvimento dos acolhidos, tem pouco reconhecimento, instruções de trabalho e qualificação, e quando o tem, tende a envolver aspectos técnicos e práticos, que não incluem, ou desconsideram, o sensível.

O papel das tecnologias digitais na formação acadêmica na percepção de estudantes de Psicologia

  • Rozeli Fernandes da Luz, Graduando, rozeli.luz@univille.br
  • Marly Krüger de Pesce, Dr(a), marly.kruger@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: tecnologias digitais, formação acadêmica , Psicologia

O artigo foi desenvolvido com acadêmicos (as) do 3° e 4° ano matutino e noturno, do curso de Psicologia da Univille, e teve por objetivo “analisar como as novas tecnologias influenciam a formação acadêmica na percepção de alunos do curso de Psicologia”. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário com perguntas fechadas e abertas utilizando a ferramenta google forms para aplicação. Fez-se o contato com o representante de cada turma por whatts up, fornecido pela coordenação do curso, para convidá-los a responder questionário. No início do questionário, estava disponível o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e após o aceite, o acadêmico passou a respondê-lo. Responderam ao questionário com 22 perguntas 52 acadêmicos, sendo 9 do 3º ano e 43 do 4º ano. Os dados coletados foram organizados e categorizados em tabelas do Excel e a análise deu-se através da abordagem qualitativa. Principais resultados obtidos: Ao responderem se os professores costumam utilizar meios tecnológicos para ministrar suas aulas, 92,2% dos acadêmicos disseram que frequentemente e uma pequena parte respondeu “outros” (7,8%). Quando foi perguntado se na percepção dos acadêmicos, as novas tecnologias digitais influenciam a formação acadêmica; 90,4% respondeu que sim 1,9% responderam não, enquanto a 7,7% afirmaram talvez. Na pergunta seguinte, os acadêmicos responderam referente a pergunta anterior, em uma escala de zero a dez, o quanto as novas tecnologias digitais influenciam a formação acadêmica; 25% dos alunos responderam 4 a 6 na escala, sendo que, a maioria 42,3% respondeu 7 a 9 , já 30,8% dos acadêmicos optaram pelo 10 dentro da escala. Última questão buscou avaliar numa escala de zero a dez, se os acadêmicos consideram que o conhecimento adquirido em sala de aula sobre a influência das tecnologias digitais e os transtornos que elas podem causar, são suficiente para exercer sua profissão quando formado; os números mais expressivos dentro da escala foi a nota 8 (25%), 6 (17,3%), 5 (15,4%). Concluiu-se assim que, os acadêmicos dos curso de psicologia sentem que seu aprendizado prejudicado em aulas ministradas com o uso tecnológico, concordam que as novas tecnologias digitais influenciam a formação acadêmica e quando perguntado se consideravam o conhecimento adquirido em sala de aula sobre a influência das tecnologias digitais e os transtornos que elas podem causar são suficiente para exercer sua profissão quando formado, as respostas foram diversificadas demonstrando que o adquirir do conhecimento é subjetivo de cada acadêmico.

Apoio / Parcerias: Edital bolsa Estado de SC- 2/2019- Artigo 171

O reconstruir da natureza: a Floresta da Tijuca e a história do Patrimônio natural no Segundo Império

  • Gabriel Lopes, Graduando, lopesg931@gmail.com
  • Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Floresta da Tijuca, Brasil Império, História ambiental

As investigações acerca da história ambiental possibilitam uma contribuição importante na atualidade, uma vez que nossas políticas de proteção ambiental criadas desde o século XIX estão sendo desrespeitadas e desmanteladas pelas autoridades, mesmo tendo uma legislação ambiental reconhecida internacionalmente, a mesma está sendo desrespeitada, pois, nos últimos anos nossas florestas sofrem uma devastação sem precedentes afetando todo meio ambiente. Durante o processo de investigação sobre a floresta da Tijuca, um projeto pioneiro em nosso país, que foi implementado na segunda metade do século XIX no Rio de Janeiro, veio em um momento que a então capital do império era assolada por secas e epidemias em especial a febre-amarela, por conta das altas temperaturas na cidade, essas condições foram criadas devido à degradação do solo, em especial pelo cultivo do café que se tinha na região, o café por ser uma planta que absorve muita umidade, prejudicava os mananciais de água que abasteciam a cidade, outro ponto que causou essas crises hídricas foi o aumento da população no Rio de Janeiro. Por pressões da elite imperial, ligadas às instituições científicas, como o Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, Jardim Botânico entre outras, começaram a pressionar para uma resposta às inúmeras crises hídricas, culminado com a, “decisão n. 577, de 11 de dezembro, no 3° Distrito da Inspeção Geral das Obras Públicas da Corte e, subordinada ao Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, seria criado o Serviço da Administração das Florestas — objetivo recuperação da floresta da Tijuca e proteção dos mananciais.”(Coleção de leis do Império(1822 – 1889). O objetivo, seria analisar o processo de construção das políticas ambientais no Brasil na segunda metade do século XIX e seus diversos atores, explorando principalmente as fontes primárias relacionadas à criação da Floresta da Tijuca. O processo de reflorestamento da tijuca, culminou em uma série de decretos e leis para reforçar a preservação ambiental, muitos dos quais refletem em nossa legislação ambiental, essa construção da legislação no século XIX, criando mecanismos para fiscalizar o corte de madeiras e regularizando essa prática, criando empresas e meios para fazer esses cortes de madeiras e proibindo queimadas em terras públicas, essas medidas refletem uma preocupação da elite intelectual nessa para uma preservação das florestas, pois as repetidas secas e epidemias que ocorriam, era o resultado da degradação ambiental.

Apoio / Parcerias: Bolsa art. 171

O retrocesso das políticas voltadas à igualdade de gênero na educação infantil com a atual agenda conservadora do Estado brasileiro

  • BRUNA BOLDO ARRUDA, , bruna.boldo@gmail.com
  • Rosânia Campos, Dr(a), zana.c2001@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Politicas Públicas para educação infantil, Conservadorismo, Igualdade de gênero

O campo educacional se mostra como intenso campo de disputas ideológicas, servindo os currículos de instrumentos importantes para a difusão do projeto de sociedade que se almeja, vez que os discursos neles contidos farão parte significativa do processo de subjetivação de estudantes. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar os impactos que políticas mais conservadoras causam na (des)igualdade de gênero, a partir das diretrizes nacionais voltadas à educação infantil, tomando por base os documentos RCNEI, PNE e BNCC, compondo parte das investigações realizadas em dissertação em andamento desta mestranda e bolsista PIC com dedicação parcial, estando vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade da Região de Joinville – SC e ao Grupo e linha de estudos em Políticas e Práticas para Educação e Infância – GPEI. A metodologia utilizada é a pesquisa documental, com suporte bibliográfico, de cunho qualitativo com base na análise relacional de Michael Apple. Pela sua própria natureza e por estar em andamento, não há resultados concretos, entretanto, a partir da análise das diretrizes para educação infantil nos documentos mencionados, já fica evidente a sua elaboração dentro de um contexto político-histórico e sócio-econômico, que demonstra os esforços da recente onda conservadora que ganha força na política brasileira, em utilizar-se dos currículos educacionais para imprimir seu projeto hegemônico de sociedade. Compreendendo o assunto pelas lentes do materialismo histórico-dialético e, entendendo a educação formal como parte da aparelhagem estatal, percebe-se que essas são disputas pela dominação ideológica dos espaços públicos de poder, o que indica que a retirada de terminologias como gênero e orientação sexual da BNCC, por exemplo, é algo muito mais complexo do que a simples retirada de uma pauta de discussão, mas traduz essa disputa sobre o projeto político societário e a própria função da escola. Assim, a função da educação infantil nesse contexto conservador, acaba por reduzir-se a uma etapa preparatória ao ensino fundamental, repercutindo em retrocessos na compreensão desse período como espaço coletivo, plural, de vivência múltiplas, onde há o desenvolvimento da sociabilidade concomitante à forma de compreender-se no mundo individual e coletivamente para além de um padrão hegemônico dominante, em um contexto escolar que deveria ser visto como espaço público e democrático em direitos e não em moralismos e/ou escolhas de mercado.

Oficinas estéticas nas práticas educativas: professora e crianças em seus percursos narrativos

  • Daiane de Melo Gava, Mestrando(a), daianedemelo1712@gmail.com
  • SILVIA SELL DUARTE PILLOTTO, Dr(a), pillotto0@gmail.com

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Educação pelo sensível, Oficinas estéticas, Narrativas Infantis

A pesquisa ora apresentada faz parte do Programa de Pós-Graduação (Mestrado em Educação) e do Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE) da Universidade da Região de Joinville (Univille). A rede Municipal de Educação de Garuva, SC foi nosso campo de pesquisa, com 18 crianças do 2º Ano do Ensino Fundamental. O objetivo foi verificar quais efeitos as Oficinas Estéticas e as narrativas das crianças produzem na construção de vínculos afetivos e processos criação/autoria no território escolar. Utilizamos o método (auto)biográfico narrativo, que permite uma atenção muito particular e um grande respeito aos processos de formação de cada sujeito. Possibilita aos pesquisadores uma melhor compreensão de si, do outro e do seu entorno. Nos percursos da pesquisa, a abordagem narrativa foi fundamental, especialmente na realização das seis Oficinas Estéticas, que nos deram pistas por meio da coleta/produção de dados, como: filmagens, anotações e fotografias. As narrativas minhas e das crianças, foram o ponto de intersecção para que pudéssemos dialogar e analisar as produções de sentidos daquilo que é dito e também, daquilo que não é dito com palavras, mas que são reveladas nas relações afetivas. Alguns dos autores fundantes que contribuíram para a realização desta pesquisa/dissertação foram: Meira; Pillotto (2010) e Duarte Jr. (2002; 2010), tiveram consonância com as minhas ideias sobre as sensibilidades. Em Oficinas Estéticas, autores como Ostrower (1986), Rancière (2009) e Meira; Pillotto (2010), foram base para o aprofundamento desse conceito. Com relação à abordagem narrativa, Clandinin; Connelly (2015), Delory-Momberger (2012); Souza (2006) e Benjamin (1975; 2012 e 2017) foram fundamentais na apropriação do método e das metodologias. Sobre infâncias, Bachelard (2009); Kohan (2002; 2004) e Ostetto (2008; 2017), trouxeram conceitos fundamentais. E com relação à criação/autoria, Girardello (2015) e Kramer (2002) contribuíram significativamente para um melhor entendimento da importância dos processos de criação/autoria. Os resultados/processos nos indicaram que as relações de afeto e o espaço para as narrativas construídas a partir de uma educação pelo sensível fortaleceram os laços afetivos, a colaboração coletiva e a criação/autoria de saberes e conhecimentos das crianças. Para as pesquisadoras tem ficado cada vez mais potente a ideia de que uma educação pelo sensível contribui, tanto nas ações de ensinar, quanto de aprender, numa relação de escuta, respeito e generosidade. Palavras-Chave: Educação pelo Sensível; Oficinas Estéticas; Narrativas Infantis; Criação/Autoria.

Políticas educacionais e a formação inicial do pedagogo: complexidades e fragilidades na perspectiva de inclusão do estudante com deficiência

  • Noeli da Silva Souza Conradi, , noelicon@gmail.com
  • Sonia Maria Ribeiro, Dr(a), soniaproesa@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Formação Inicial, Inclusão, Estudante com Deficiência.

A formação inicial e as orientações mencionadas nas políticas públicas educacionais em direção ao movimento de inclusão do estudante com deficiência na educação básica, é uma ressignificação necessária ao processo formativo. A educação na contemporaneidade requer saberes ecléticos, empatia e novas competências do profissional docente no contexto escolar, espaço de encontro das diversidades humanas. A educação do estudante com deficiência na escola regular não é e nem pode ser compreendida, apenas como inclusão por si só, mas igualmente educativa e política no sentido de garantir o direito de serem respeitados naquilo que os diferencia. Pensemos na frase de Mittler (2008, p. 15) “inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças”. Perante o cenário desafiador, justifica-se o estudo das políticas públicas de formação inicial no intuito de refletir sobre as complexidades e fragilidades da formação docente. Pensar na construção de um sistema de ensino inclusivo que possa atender as diferenças presentes no campo de atuação escolar. Nessa perspectiva, apresentamos um recorte da pesquisa de mestrado em desenvolvimento com o tema Formação inicial nos Cursos de Pedagogia no Brasil e Chile: e o trabalho Docente com Estudantes com Deficiência. Baseia-se no estudo bibliográfico e documental no campo da abordagem qualitativa, acerca das políticas de formação inicial, foram analisadas as principais legislações dos países. Os dados coletados em sítios oficiais e in loco nas instituições. Percebe-se que as políticas públicas de formação inicial, ao longo das últimas décadas, tenderam ao movimento de inclusão do estudante com deficiência. Todavia, essa temática é abordada de maneira particularizada em disciplinas específicas, isoladas tendo uma carga horária exígua na formação, para atuação na prática que provoca uma desarmonia entre os profissionais e os participantes do sistema escolar. O processo inclusivo busca consolidar a interação, a equidade e o respeito as diferenças. Quando lemos as políticas compreendemos os direcionamentos no processo de formação docente, os quais impactam na formação de um profissional generalista com base teórica reducionista que irá comprometer futuramente o trabalho desse docente caso haja alguns aspectos mais específicos do trabalho. Essas políticas orientam a formação, mas ao olhar para o trabalho docente percebe-se as fragilidades e lacunas, existentes no processo de educação inclusiva.

Práticas curriculares no Ensino Fundamental I em escola bilíngue na cidade de Joinville – SC: entre sentidos e significados produzidos pelos professores

  • Renata Domingues Gomes, Ensino Médio, redominguesg@gmail.com
  • Elzira Maria Bagatin Munhoz, Dr(a), elzira.b@univille.br
  • JANE MERY RICHTER VOIGT, Dr(a), jane.mery@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Ensino Bilíngue, Sentidos e Significados, Práticas curriculares

A presente pesquisa intitulada “Práticas Curriculares no Ensino Fundamental I em escola bilíngue na cidade de Joinville – SC: Entre sentidos e significados produzidos pelos professores”, inserida na linha de pesquisa “Políticas e Práticas Educativas”, no Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Educação da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, pretende identificar, por meio das vozes dos Professores de ensino fundamental I que atuam no projeto bilíngüe do colégio da Univille, os sentidos e significados produzidos por esses professores em suas práticas curriculares cotidianas. Por ser este um tipo de currículo ainda novo no contexto escolar e pela diferença de como se dá sua prática em relação ao ensino da língua inglesa a partir da disciplina de LEM, esta pesquisa pretende identificar como o professor se insere e é preparado para esse processo. A pesquisa terá abordagem qualitativa e a coleta de dados será feita através de uma pesquisa ação realizada por meio de grupo focal feito de forma remota com o grupo de professores atuantes no projeto bilíngüe. A realização da pesquisa terá suporte nos conceitos de Gatti (2005) sobre o grupo focal, e a escolha deste instrumento para a coleta de dados se dá pelos estudos de Freire (1980) quando o mesmo nos diz que o diálogo é o que designa os homens enquanto homens, e por isso é uma necessidade existencial. Utilizando as teorias fundamentadas por autores como Vygotski (1989) acerca da aquisição da linguagem, e considerando que esse processo ocorre inicialmente através da fala da criança a partir da interação com um adulto, propõe-se uma reflexão sobre a prática curricular desses professores na imersão da língua. Dessa forma, os resultados da pesquisa poderão contribuir para o entendimento sobre as práticas curriculares e os sentidos e significados que são construídos pelos professores inseridos no contexto de um programa bilíngüe, além da reflexão sobre como este trabalho ocorre.

Apoio / Parcerias: Fundo de Apoio à Pesquisa da Univille.

Projeto Integrado Caminho Curto II: Vivências de ensino, pesquisa e extensão

  • Salete dos Santos da Silva, Graduando, saletedorabel@gmail.com
  • Tales Vizenci, MSc, talesvizenci@gamil.com
  • Ana Caroline Mebs , Ensino Médio, anamebs@gmail.com
  • Sirlei de Souza, Dr(a), sirlei.souza@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Comunidade quilombola, extensão universitária, Joinville

O resumo ora apresentado refere-se ao Projeto Integrado Caminho Curto II: Vivências de Ensino, Pesquisa e Extensão na Promoção da Cidadania, é desenvolvido pela Universidade da Região de Joinville - Univille, vinculado à Comunidade Remanescente Quilombola Beco do Caminho Curto, localizada em Pirabeiraba, em Joinville. Desde o ano de 2018 as ações do projeto se concentram em estudar, pesquisar e desenvolver atividades com o intuito de fortalecer a cidadania na Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto. A história de Joinville, teve início bem antes de 1851 quando vieram as primeiras levas de imigrantes germânicos e suíços. A arqueologia evidencia a presença de povos sambaquianos há cerca de 5 mil anos, ou de povos indígenas, os povos pré-colombianos que já viviam nessa região. A historiografia também demonstra que no Séc. XVIII já existiam portugueses com escravizados africanos vivendo em nosso território. Desta forma, a invisibilidade da presença afrodescendente em nossa historiografia ainda permanece e carece de pesquisas que problematizem tal questão na região. Um dos objetivos do projeto, em seu terceiro ano de existência, é aprofundar as pesquisas referente a história dos remanescestes de quilombolas e destacar sua importância desde o processo de ocupação da região de Joinville, produzindo com esses resultados materiais didáticos que possam contribuir com a discussão da temática das questões étnicas tanto do passado quanto do presente. No que diz respeito às ações de extensão universitária, as atividades são desenvolvidas de forma participativa, mobilizadas a partir de demandas da própria comunidade. Essas ações atentam para questões básicas de infraestrutura sanitária, educação e promoção de saúde e prevenção doenças, questões educacionais que vão do reforço escolar à discussão dos direitos humanos, bem como ações de diálogo entorno das questões culturais, de memória e história dessa comunidade. Todas essas ações são desenvolvidas em conjunto com os membros da comunidade, a participação de professores, alunos e voluntários e a parceria de instituições públicas e privadas. Hoje o projeto conta com a participação ativa dos cursos de Direito, História, Enfermagem, Naturologia, Psicologia, Publicidade e Propaganda e Design. Como resultado, vemos a efetiva realização do tripé universitário: ensino pesquisa e extensão promovendo de forma integrada e interdisciplinar significativas ações de cidadania que contribuem para que universidade e comunidade produzam novos conhecimentos e soluções sociais na direção do avanço da justiça social.

Reflexões sobre os sentidos e significados atribuídos ao currículo e às práticas curriculares na Educação de Jovens e Adultos

  • Marilei Schackow Moraes, , marilemswm@gmail.com
  • JANE MERY RICHTER VOIGT, Dr(a), jane.mery@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Currículo, Práticas curriculares, Educação de Jovens e Adultos

Esta pesquisa tem como objetivo compreender os sentidos e significados que os professores do primeiro segmento atribuem às práticas curriculares e ao currículo da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escolas da rede pública municipal de Joinville/SC. A pesquisa tem uma abordagem metodológica qualitativa, para a coleta dos dados foi utilizada a entrevista semiestruturada e observação de aulas. Os participantes foram três professores que atuam a mais de dois anos no primeiro segmento (Ensino Fundamental I) da Educação de Jovens e Adultos na rede municipal. A análise dos dados está pautada numa perspectiva sócio-histórica e foi realizada por meio dos Núcleos de Significação de Ozella e Aguiar (2006, 2013), que permitiram compreender os sentidos e significados atribuídos às práticas curriculares na EJA. Os resultados foram analisados com base nos núcleos de significação que foram encontrados no desenvolvimento da pesquisa, no referencial teórico e em estudos sobre o currículo e as políticas curriculares da EJA. Os desafios que envolvem as políticas curriculares nos remetem a pensar em uma prática educativa que considere os saberes que esses jovens e adultos adquiriram ao longo de sua trajetória escolar e de vida. Mas, as práticas curriculares da EJA tendem a remeter os educandos apenas a conhecimentos formais clássicos. A realidade na qual o professor realiza seu trabalho impõe que ele aceite um currículo prescrito, gerenciando suas decisões sobre os conteúdos a serem ensinados. Na EJA, o essencial é a renovação no processo de ensino, adequando o conteúdo prescrito aos conhecimentos e vivências dos alunos, essa renovação é oriunda da autonomia dos professores no planejamento de suas aulas e em suas práticas curriculares, propiciando à adequação dos conteúdos às necessidades apresentadas por esses educandos da EJA. Nesta modalidade de ensino, o currículo e as estratégias que os docentes utilizam em suas práticas curriculares precisam ser construídos a partir das indicações histórico-culturais que cada sujeito traz para a sala de aula, bem como suas individualidades visando a constituição de sujeitos autônomos, críticos e emancipados. O que observamos foi que há uma ideologia que envolve o currículo e as práticas curriculares, uma ideologia carregada de uma racionalidade produtiva pragmática que permeia a ação do professor ao planejar sua prática prejudicando a constituição de um currículo reflexivo.

Apoio / Parcerias: Fundo de Apoio à Pesquisa da Univille.

Salvio Daré: tensões entre arte contemporânea, legitimação e patrimônio cultural

  • Mikael Miziescki , Mestrando(a), miziescki@gmail.com
  • Fernando César Sossai, Dr(a), fernando.sossai@univille.br
  • NADJA DE CARVALHO LAMAS, Dr(a), nadja.carvalho@univille.br

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Salvio Daré, Arte, Santa Catarina

Esta escrita tem como objetivo problematizar a trajetória e a produção artística de Salvio Daré (1963-1996) a partir dos tensionamentos entre arte contemporânea, legitimação e patrimônio cultural. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e exploratória, vinculada a dissertação intitulada “A Arte Contemporânea do Extremo Sul Catarinense: poética, movimentação e desafios patrimoniais”, desenvolvida pelo mestrando Mikael Miziescki no Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade da UNIVILLE, sob orientação da professora Doutora Nadja de Carvalho Lamas e coorientação do professor Doutor Fernando Cesar Sossai. Natural de Jacinto Machado/SC, ao longo dos seus 33 anos de idade e dez de carreira, Daré despontou como uma das maiores promessas da pintura latino-americana entre as décadas de 1980 e 1990 no Brasil. Suas produções foram analisadas por importantes críticos de arte, como Fernando Cocchiarale (1989 e 1991), Paulo Herkenhoff (1991), Lorenzo Mammì (1994 e 1998) e Lígia Canongia (1989). Expôs em museus e galerias de renome, a citar como exemplo MAM-RJ, MASP, MAM-SP e Galeria Saramenha, bem como despertou o interesse de marchands e colecionadores, como Marcantônio Vilaça, Gilberto Chateaubriand e João Sattamini. Sua trajetória foi bruscamente interrompida pela AIDS, deixando mais de 600 produções em madeira, lona e papel - que estão hoje sob os cuidados da família Daré no interior de Santa Catarina. Em 2006, dez anos após sua morte, Salvio foi homenageado em uma exposição no 9º Salão Nacional Victor Meirelles, no Museu de Arte de Santa Catarina em Florianópolis/SC. Infelizmente, desde então, não foram mais promovidas exposições individuais do artista. Em sua cidade natal, pouquíssimas pessoas lembram do artista e/ou conhecem sua obra atualmente. Algo similar acontece com museus, instituições de cultura e universidades catarinenses. Diante disso, é inevitável os seguintes questionamentos: por que um artista antes legitimado, hoje é silenciado/esquecido? Se as produções de Daré fossem patrimonializadas, estariam protegidas e ainda garantiriam legitimação? A legitimação afirma potencialidade patrimonial? A produção artística contemporânea perde seu potencial se tornando patrimônio cultural? São questões que se fundam a partir dos conceitos de artificação e desartificação de Nathalie Heinich (2013 e 2014), de materialidade e imaterialidade de Jorge Coli (2012) e da condição do artista na contemporaneidade de Nicolas Bourriaud (2003). À vista disso, a proposta não é buscar respostas ou verdades absolutas a estes questionamentos, mas sim refleti-los e elevá-los ao contexto da dúvida, da não romantização do patrimônio cultural e da arte e seus processos de legitimação.

Vozes infantis: entre contação de histórias e leituras as narrativas se (re)inventam

  • Luiza Corrêa Cunha , Mestrando(a), luiza.c@hotmail.com
  • Berenice Rocha Zabbot Garcia , Dr(a), berenice.rocha@univille.br
  • SILVIA SELL DUARTE PILLOTTO, Dr(a), pillotto0@gmail.com

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Narrativas, Crianças, Experiências Sensíveis

A pesquisa Vozes Infantis: entre contação de histórias e leituras as narrativas se (re)inventam, está em andamento do Programa de Pós Graduação (Mestrado em Educação) da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), na linha de Políticas e Práticas Educativas, e do Núcleo de Pesquisa em Arte na Educação (NUPAE), vinculado também a pesquisa Educação, Experiência e Sensibilidade (EDUSENP). O objetivo é investigar sobre as narrativas infantis, a partir das experiências sensíveis da contação e leitura de histórias com crianças, entendendo essas práticas educativas como fruidoras de processos inventivos. Nesse sentido, compreendendo a literatura infantil como arte, algumas questões de investigação nos mobilizaram: a experiência sensível da contação de histórias pode ser fruidora de processos inventivos? Como as histórias contribuem para os processos de relações humanas, de sensibilidade e afetamento? Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico com base em Agamben (2005), Larrosa (2003, 2016), Meira e Pillotto (2010), Machado (2004, 2015), Coelho (2000), Cagneti (2013, 2018), Barthes (1999, 2007), Bachelard (1997, 1998), Cunha (2012, 2013, 2015, 2017), que estão subsidiando teoricamente a pesquisa no que diz respeito às experiências sensíveis, à infância e à literatura infantil. O percurso teórico/metodológico tem se pautado no método da (auto)biografia, com abordagem narrativa, baseando-se em Benjamin (1994, 2009), Clandinin e Connelly (2015) e Martins, Tourinho e Souza (2017). Além disso, houve a pesquisa de campo, que ocorreu no Colégio Univille, Joinville - SC, com crianças de 4 e 5 anos. Discutimos nesta pesquisa questões direcionadas a literatura infantil e as experiências sensíveis de imaginação, inventabilidade e criação; e enfatizamos a questão da realização de pesquisa com crianças, e não somente sobre crianças. Com o estudo encaminhando-se para o final, algumas pistas tornaram-se relevantes: o método da (auto)biografia e a abordagem narrativa mostraram-se adequados e essenciais na pesquisa, pois uma das intenções do trabalho foi evidenciar as falas das crianças e das pesquisadoras. As histórias mediadas por meio da contações e leituras sensibilizaram e afetaram as crianças, pois a literatura infantil não se resume apenas a um recurso pedagógico ou um passatempo em sala, mas sobretudo, como arte. A experiência com o livro ampliou os processos de imaginação, invenção e criação das crianças, especialmente ao (re)criarem suas próprias histórias narradas de forma oral, corporal e visual, potencializando fortalecendo seus papéis como autoras do conhecimento. Palavras-chave: Narrativas. Crianças. Experiências Sensíveis. Literatura Infantil.

’Quem conta um conto, aumenta um ponto’’: o Clube do Conto e suas reformulações no contexto pandêmico

  • Ana Luiza Silva Sanches, Graduando, ana270700@gmail.com
  • Isabela Giacomini, Graduando, isabela.giacomini@hotmail.com
  • Berenice Rocha Zabbot Garcia, Dr(a), berenice.rocha@univille.br

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Discussão literária, Contexto pandêmico, Reformulações

No presente trabalho pretendemos apresentar os resultados obtidos com o Clube do Conto, vinculado ao Programa Institucional de Literatura Infantil Juvenil da Univille (PROLIJ), durante o ano de 2020, considerando as influências do contexto pandêmico. Este projeto, que acontece desde 2017, objetiva fomentar a discussão de obras literárias clássicas e contemporâneas em forma de contos, com vistas à transformação do espaço acadêmico em, também, um espaço de fruição literária. Quanto à metodologia, divide-se em cinco etapas: a) a curadoria dos contos a serem discutidos; b) a escolha e convite dos mediadores; c) a divulgação dos encontros e da grade de discussões de cada mês; d) o encontro realizado em formato de roda de discussão e e) o registro dos participantes para sistematização dos dados e emissão de declarações. Os encontros aconteciam de forma presencial, quinzenalmente, na biblioteca universitária, e contavam com a participação de acadêmicos de vários cursos, de alguns docentes e de membros da comunidade, porém eram poucos. Visto o cenário atual e a necessidade do distanciamento social, que consequentemente resultou na virtualização das atividades universitárias, também o Clube do Conto precisou adaptar as suas práticas aos meios digitais. Dessa forma, os encontros passaram a ser realizados por vídeo chamadas, mantendo-se os dias, horários e mediadores. Como ferramenta impulsionadora, utilizamos estratégias de divulgação, como o Instagram, que possibilitou que o conteúdo produzido fosse não somente sobre o evento, mas também com publicações em stories com biografias dos autores discutidos e publicações no feed com nuvem de ideias com base na discussão dos encontros, indicações de materiais que podem ser relacionados com o eixo temático dialogado e excertos significativos dos contos. Como resultado dessa mudança, obteve-se um aumento significativo na participação, com o número duplicado de membros por encontro, uma vez que aqueles que não conseguiam estar presentes na Universidade agora podem participar. Dessa forma, o projeto teve a adesão de diversas pessoas, especialmente da comunidade, inclusive de outras cidades e estados brasileiros, que mostraram o desejo de continuar participando e que o modelo online deveria ser mantido. Isso nos leva então a refletir sobre um possível cenário híbrido, em que os encontros possam acontecer tanto de modo presencial como virtual. Além disso, reforçamos o papel imprescindível da extensão nesse momento e as experiências oportunizadas pelo projeto, que demonstram a importância da literatura como um espaço de diálogos e trocas entre pessoas com diferentes pontos de vista e vivências.

Apoio / Parcerias: FAP/FAEX

“AS AREIAS DO IMPERADOR” NO CONTAR DE UMA PAISAGEM INVISÍVEL: A TRILOGIA DE MIA COUTO EM UMA VISÃO DECOLONIAL

  • Julio Cesar Vieira, , juliocesar2103@gmail.com
  • Taiza Mara Rauen Moraes, Dr(a), moraes.taiza@gmail.com
  • Roberta Barros Meira, Dr(a), rbmeira@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Mia Couto, literatura decolonial, paisagem cultural

O presente estudo dispõe como objeto de análise a trilogia literária “As areias do imperador” do escritor moçambicano Mia Couto, publicada no Brasil entre 2015 e 2018. A trilogia, construída entre fatos históricos e ficção, narra a experiência colonial do sul de Moçambique no final do século XIX. Neste contexto, a metrópole portuguesa organizou uma campanha de captura do imperador do Estado de Gaza, Ngungunhane, travando uma guerra local entre tropas lusas e o exército dos VaNguni. Estes eventos são relatados no texto literário a partir da narração de duas personagens, Imani Nsambe, uma jovem mulher de um vilarejo chamado Nkokolani e Germano de Melo, um militar português que é exilado em Moçambique após ter participado da Revolta de 31 de janeiro de 1891, um movimento de ideais republicanos. A trilogia integra um diverso campo literário moçambicano, que possui em Mia Couto, um dos nomes mais recorrentes na articulação entre texto literário e representações das paisagens moçambicanas. Portanto, o objetivo desta investigação concentra-se em analisar as representações da paisagem nesta trilogia na perspectiva do patrimônio ambiental e da decolonialidade. Desse modo, o estudo busca compreender como a narrativa escrita por Mia Couto integra um pensamento decolonial a partir do enfoque nas paisagens invisíveis e na relação com a cultura viva de Moçambique. A investigação é subsidiada por três aportes metodológicos principais, sendo eles a Análise do Discurso, compreendendo o texto literário em duas naturezas principais, propriamente a do enredo e dos elementos que o compõe e uma segunda natureza, que se encontra instalada no texto enquanto discurso. Esta análise é norteada pela identificação, no texto literário, de marcadores da colonialidade e da decolonialidade, ou seja, indicações que expressam cada um destes conceitos a partir de elementos raciais, de gênero, religiosidades, memórias e determinações ecossociais. A investigação mobiliza também uma pesquisa bibliográfica que visa a construção de repertório teórico acerca do pensamento decolonial e do patrimônio ambiental. Por fim, atenta-se para a realização de uma entrevista com o escritor Mia Couto, a partir da metodologia da História oral. No transcurso da investigação, em andamento, demonstrou-se a potencialidade da aproximação entre literatura, história e patrimônio ambiental para a construção de narrativas e para a caracterização de outros modos de compreensão da paisagem.

Apoio / Parcerias: Capes

“Vozes, corpos e histórias...”

  • Alcione Pauli, MSc, alcionepauli@gmail.com
  • Angela Finardi, MSc, angela.finardi@gmail.com
  • Arselle de Andrade da Fontoura, MSc, arselle.fontoura@gmail.com
  • Alcione Pauli; Angela Finardi; Arselle de Andrade da Fontoura, MSc, alcionepauli@gmail.com

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Contação de histórias, cultura afro-brasileira, Educação Escolar Quilombola

Este projeto, desenvolvido no terceiro semestre do curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola da Univille, foi idealizado pelas disciplinas “Intertextualidade Literária” e “Arte- Educação II (Corporeidade e Movimento)”, e tornou- se uma ação de integração curricular de ensino e extensão juntamente com a disciplina “Vivências de Extensão III”. O projeto teve como principais objetivos: promover a valorização e a visibilidade da cultura e ancestralidade afro-brasileira, especialmente, nas comunidades quilombolas da região nordeste de Santa Catarina; fomentar o exercício da contação de histórias, baseadas em livros escritos por autores que evidenciam a cultura afrodescendente e africana; e dar corpo e voz às narrativas africana e afro-brasileira com exposição de vídeos elaborados pelas/o acadêmicas/o do curso. A metodologia foi executada em duas etapas: num primeiro momento foram ministradas aulas expositivas e dialogadas sobre os temas atinentes, uma oficina de “Narração de Histórias”; leitura e seleção dos textos (contos e fábulas africanas e afro-brasileiras) indicados para a produção dos vídeos; memorização e apropriação, produção e gravação dos vídeos; apresentação e análise coletiva (professoras e acadêmicas/o) dos vídeos produzidos. Na segunda etapa foram regravados os vídeos tendo como base as sugestões coletivas realizadas nas aulas com as professoras das disciplinas; apresentação dos vídeos refeitos; edição dos vídeos para apresentação e divulgação dos vídeos para a comunidade. Os principais resultados alcançados foram a produção de 18 vídeos de contos e fábulas africanas cujo lançamento e a exibição foi realizada na “I Semana Acadêmica do Curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola”. Sublinha-se que, para além da produção de vídeos, a partir das falas das/o alunas/o foi possível perceber que o projeto também acionou processos de paciência, dedicação, companheirismo, resiliência, reinvenção, entre outros, que contribuíram para ampliar um sentimento de pertencimento ao curso e de reconhecimento e valorização da cultura e ancestralidade africana e afro-brasileira.